… quando diz que há quem tenha perdido por mais.
O Alexandre Homem Cristo bem pode disfarçar que escreveu um livro quase inteiro a defender sistemas de ensino e opções de política educativa de evidente insucesso pelos parâmetros que o seu nicho ideológico sempre enalteceu quando se tratava de amesquinhar o desempenho dos alunos portugueses, em particular dos que frequentam as escolas públicas.
Mas a realidade é o que é… as suas opções, nascidas de preconceitos ideológicos que só encontra em outros, esbarraram em evidências incontornáveis. Os seus modelos, aquilo que tem ajudado a propagar como a melhor solução para Portugal, estão em completa falência e em abandono em alguns dos países de origem.
Agora, bem pode contra-argumentar, tergiversar, esbracejar contra a Fenprof ou contra os órfãos do engenheiro que não adianta. Com todos os seus defeitos, o sistema português conseguiu uma evolução melhor nos últimos 10-15 anos do que a Suécia, a Austrália, a Nova Zelândia, etc, etc., etc, tudo exemplos que ele apontou como sendo os do século XXI.
Mas que estão em falência técnica e mesmo financeira.
Reconhecer isso e tentar seguir em frente, ajustando a rota, seria um sinal de inteligência analítica e política.
O resto não passa de conversa fiada.
Dezembro 15, 2013 at 5:03 pm
Uma das lições mais tristes da história é a seguinte: Se formos enganados durante muito tempo, temos tendência a rejeitar qualquer prova de fraude. Deixamos de estar interessados em descobrir a verdade. A fraude apanhou-nos. É demasiado doloroso reconhecer, nem que seja para nós mesmos , que fomos levados à certa. Uma vez que damos a um charlatão poder sobre nós mesmos, quase nunca o recuperamos. Por conseguinte, as velhas fraudes têm tendência a persistir, ao mesmo tempo que surgem outras novas.
Carl Sagan,
Dezembro 15, 2013 at 5:08 pm
Ainda não é desta que arranja um emprego a sério, o investigador da treta.
Dezembro 15, 2013 at 5:27 pm
Este pobre de Cristo mostra à saciedade que a ideologia é como o amor: cega…
Dezembro 15, 2013 at 5:37 pm
Quando eu era da idade do AHC, pensava de forma muito semelhante `a dele. As teorias faziam todo o sentido na minha cabeça e estava firmemente convencida, nessa altura, que o mercado resolvia todos os problemas, que o estado (ainda vem dessa altura este hábito de n~ao o escrever com maiúsculas) presta presta sempre pior serviço do que os privados, que os mais ricos só t^em a perder com a exist^encia de cada vez mais pobre, etc, etc.
Depois, vai-se acrescentando idade, vida e mundo. O que se bebeu dos livros deixa de encaixar na realidade com que tropeçamos e, naturalmente, as nossas verdades absolutas deixam de o ser.
É por isso que, sendo de direita, sou agora mais conservadora.
AHC lá chegará, também, tenho a certeza.
Dezembro 15, 2013 at 5:50 pm
Os homens nunca revelam os verdadeiros objectivos pelos quais actuam. Intimamente, exageram os motivos baixos, materiais: publicamente, anunciam os motivos nobres, espirituais. Mentem em ambos os casos. Os homens não conhecem os outros nem a si próprios.
A maior parte dos homens vive de instinto, hábito e imitação, animalmente – por vezes, com intermédios de felicidade inconsciente. Os poucos superiores sofrem, tentam, desesperam. Os mais elevados são os que desejam apenas as coisas inacessíveis, impossíveis (amor perfeito, arte perfeita, felicidade, eternidade, etc.).
Giovanni Papini
Dezembro 15, 2013 at 6:30 pm
Já que no post se fala em derrota da reacção, cante-se a vitória progressista!
Dezembro 15, 2013 at 6:57 pm
“Não me ofendo quando me chamam marxista” (Papa Francisco).
Um Papa que não se ofende por ser considerado marxista deve ser algum anti-cristo! (Pensavam que isto não tinha nada a ver com o poste? 😉 ).
Também a mim me diverte que me chamem marxista (como se uma ofensa fora) por utilizar às vezes alguns conceitos do marxismo para interpretar a realidade.
Acho sobretudo interessante que os putos ultra-tóxicos-“liberais” abominem que se fale de “luta de classes” quando, precisamente, as políticas em vigor traduzem uma violência implacável da classe dominante para naturalizar o empobrecimento e a exploração, assumidos como necessidades estruturais do sistema (o que, diga-se de passagem, é um pouco estranho ao marxismo, porque para este a ideologia tinha um carácter sobretudo “ilusório”, “mistificatório”, ignorando ou menosprezando a sua eficácia performativa).
Dezembro 15, 2013 at 7:06 pm
#7
Entre neoliberalismo, marxismo estalinista, marxismo trotskysta e fascismo (no sentido mussoliniano do termo) o que desagrada menos a Farpas? E o que desagrada mais?
Dezembro 15, 2013 at 7:28 pm
Às farpas o que desagrada é o manso. Deslustra o espectáculo e definha a bravura.
Dezembro 15, 2013 at 8:01 pm
#9
Ora bem! 🙂
Dezembro 15, 2013 at 8:01 pm
Quem tambem cravou umas farpas nos umbiguistas e em blogues satélites do umbigo foi o ex diretor nacional da PSP. Andaram os umbiguistas e alguns blogs neo umbiguistas a rever-se neste texto gabando a coragem e verticalidade do policia “demitido”
https://educar.wordpress.com/2013/11/24/bom-dia-1592/#comment-919800
e agora o ex diretor da PSP faz-lhes um manguito e vai mas é tratar da vidinha á conta dos impostos dos umbiguistas? A vida e o mundo não se compadecem com os moralismos dos umbiguistas!
http://expresso.sapo.pt/ps-questiona-nomeacao-de-ex-diretor-da-psp-para-paris=f846312
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3587501
Dezembro 15, 2013 at 9:06 pm
Epá vai vender o teu peixe ao sacrossanto de santa comba..
Dezembro 15, 2013 at 9:15 pm
Treze.
Dezembro 16, 2013 at 2:14 am
Serei eu estúpido, ou isto é um escândalo dos maiores a que temos assistido em Portugal?
Dezembro 16, 2013 at 3:30 pm
Os vencedores são os asiáticos. Veremos se serão o modelo a seguir.
Portugal subiria sempre mais que os nórdicos, pela simples razão do significativo aumento dos níveis de instrução dos encarregados de educação.
As razões da queda dos nórdicos ainda não são claras, sem uma análise séria não se pode dizer quais são os factores responsáveis por essa queda. Atribui-la apenas e só a um factor isolado, sem uma análise cuidadosa é um erro.
Como é o sistema de ensino em Xangai? E já agora porque é que os judeus de leste (os oriundos da Europa de leste, não são todos os judeus) têm o assombroso sucesso que têm (são de longe o povo com maior sucesso académico do mundo)?
Porque é que os USA com no mesmo sistema de ensino diferentes etnias têm resultados tão diferenciados? E não é por causa dos níveis económicos…
Francamente duvido muito que estes resultado nórdicos, suecos e outros, sejam apenas devidos a alterações da politica educativa. A organização politica têm o seu peso, mas os factores culturais são o factor dominante. Ainda mais que o nível de instrução dos encarregados de educação.