… é o daquelas criaturas que dizem ou escrevem que têm direito a opinar sobre tudo porque pagam impostos e que eu não posso abrir a boca porque, sendo professor, é com esses impostos que me pagam.
Ora bem… eu também pago impostos e não apenas o IRS. Sendo funcionário público não há forma de escapar à tabela, para além de pagar tudo o resto, do IMI ao IVA, pelo que pago com os meus impostos muita coisa a quem, do sector privado, recorre a serviços públicos.
E o meu salário não é uma “despesa”, mas a remuneração pelo meu trabalho, que é um serviço público que eu ajudo a prestar. Se fosse assessor ou consultor de gabinete ministerial ou de secretário de Estado ainda poderia encarar a possibilidade de ser inútil. Não sou e presto contas quando os meus alunos fazem exame.
Para além de que estes liberais de galinheiro quando se trata de serem “empreendedores” querem logo pedir o apoio do Estado, o subsidiozinho, a linha de crédito bonificado, a encomenda do produto por um organismo do Estado. Nesse caso, já não são os meus impostos a pagar o incentivo aos seus negócios.
Não vale a pena negar… sabemos bem que não há muito teorizador liberal que tenha apoiado o governo que não ande a receber do AICEP ou a ganhar de uma colocação em administração de empresa com participação pública.
E é esta mesquinhez, esta forma de estar, que dão um certo enjoo, que nem nojo já provocam, tamanho o egoísmo e falta de respeito pelo trabalho alheio, que é encarado como um “encargo” e como se não fosse um cidadão que paga os seus impostos a tempo e horas, incluindo os da actividade privada, que no meu caso pessoal existe e existiu quase sempre desde que entrei no mercado de trabalho e pela qual faço pagamentos por conta e pago os devidos impostos adicionais.
Mas a pior estirpe desta gente é mesmo a que depois vive dos livrinhos que escreve a explicar como deveria ser tudo…
Dezembro 5, 2013 at 3:48 pm
Pena não dar a gripe das aves a esses neoliberais de galinheiro….
Dezembro 5, 2013 at 3:59 pm
Camelices
Dezembro 5, 2013 at 4:10 pm
A esses imbecis ultra-liberalóides que julgam poder ser donos de tudo – até da verdade! – lá pelo facto de dizerem que “pagam impostos”, convém contrapor o seguinte:
– Para começar, eles consideram (mesmo não o dizendo) os impostos como um atentado aos seus direitos, não descortinando neles nenhum proveito relevante, nenhuma ideia de solidariedade social, de justiça ou de redistributividade; aliás para eles, a sociedade a bem dizer nem existe: apenas subsistem indivíduos, interesses e valores atomísticos. Daí que a fuga ao fisco seja por eles considerada, mesmo que inconfessadamente, uma espécie de manifestação de libertarismo…
– E por reflexo daquilo, consideram que os impostos, já que lhe sonegaram direitos, uma vez pagos, lhes deverão trazer o retorno – uma forma compensatória, de “vingança” – daquilo que lhes foi retirado – e por isso são tão exigentes sobre a sua aplicação.
– Assim, julgam que os FP, por serem pagos pelo erário, vivem à custa de algo que lhes foi “extorquido”; além disso, são o rosto visível da opressiva máquina do estado: um bode expiatório sempre à mão. (Deixam na sombra o facto de os FP prestarem serviços – cuja falta talvez só notem nos dias das arreliantes greves… – e serem os contribuintes mais efectivos e confiáveis).
Dezembro 5, 2013 at 6:12 pm
livrinhos esses muitas vezes apadrinhados por governantes nas ‘apresentações’…
Dezembro 5, 2013 at 6:16 pm
Vejo que o se. Guinote ficou cheio de azia depois das almoçaradas e jantaradas que teve com os seus compagnon de route tóxica.
Dezembro 5, 2013 at 7:06 pm
#5,
Não me lembro de blasfemos nos dois jantares a que fui.
Havia pelo menos um insurgente, que é pessoa por quem até tenho estima.
E as pessoas tinham muito melçhores manieras do que outras com quem também jantei que pensam que o palavrão rápido é sinal da macheza argumentativa.
Mas aqui o “se. Guinote” nunca escondeu nada de tais jantares e, portante, está-se borrando para a sua opinião, apreciação ou convulsão.
Dezembro 5, 2013 at 7:13 pm
“Ministros luxemburgueses vão ter que seguir regras de conduta
Para evitar escândalos, membros do Governo terão de seguir código deontológico, que será elaborado por ministro de origem portuguesa”. (Público).
– Os nossos ultraliberalóides com tendências libertaristas não devem gostar nada disto: mais regras opressoras da liberdade individual.
Aliás, a ausência de tais regras entre nós tem dado magníficos resultados, como está à vista de todos…
Dezembro 5, 2013 at 7:24 pm
#0, #3
Na “mouche”.
Por mais que se lhes “explique”, “eles” não entendem: são uma subespécie infra-humana.
Dezembro 5, 2013 at 8:46 pm
O argumento invocado pelos “pagantes de impostos”, de tão falacioso, nem deveria merecer contraditório. Mas pegou bem, fez escola. Primeiro, porque faz crer que quem trabalha nos serviços do estado não paga impostos. Depois, porque ilude a triste realidade: quem trabalha nos serviços do Estado paga todos os impostos. Ao cêntimo! (… o que quase nunca acontece com quem invoca que sustenta os madraços dos funcionários do Estado com os seus impostos). Toda a gente o sabe e toda a gente finge ignorá-lo.