… pois para a generalidade dos visados e para os actuais (e pretéritos) governantes o que foi descrito é motivo de orgulho e não de vergonha.
Para isso bastou ver a forma cândida como as imaculadas irmãs falaram da coisa, em especial daquela que, sorrindo, disse que as escolas públicas fechassem isso é que seria uma poupança, não?
Mas o essencial é que a reportagem, para os putos tóxicos, até prova que as escolas estatais não prestam, pois as outras é que são boas, pois são muito concorridas (escondendo por quem são procuradas e porquê).
O que para uns é delapidação de dinheiros públicos – há escolas públicas que poderiam acolher os alunos que estão com subsídio em escolas privadas – é empreendedorismo e apontam os rankings como justificação, ocultando que a percentagem de alunos carenciados ou com necessidades educativas especiais que acolhem é muito menor do que a dos que são recebidos nas escolas públicas com que concorrem de forma pouco leal.
A narrativa tem vindo a ser construída com paciência ao longo de uma década.
- As escolas públicas estão a falhar e vão-se criando as condições para que, mesmo não falando, pareça que sim.
- As escolas privadas são de sucesso, não se explicando como ele é construído e aproveitando para confundir ensino privado puro com o subsidiodependente.
- A rede pública de ensino tem procedimentos rígidos, não permitindo a liberdade de escolha (o que não é verdade) e a rede privada é muito mais flexível (embora o regulador seja o mesmo).
- Deve ser dada liberdade às famílias para escolheres a escola em que querem matricular os seus educandos (escondendo que isso só é possível para uma minoria, já favorecida à partida).
- Argumenta-se que o pagamento directo aos privados pelo serviço público de Educação é mais barato para o Estado, não revelando que isso é conseguido através da precarização laboral dos docentes.
Quando se provar – como aconteceu em outros países – que tudo isto é uma mistificação para redireccionar parte das verbas do orçamento do MEC já os actuais decisores políticos estarão a coberto de qualquer responsabilização, como se pode ver pelos que, há não tantos anos assim, deram autorizações indevidas, colaboraram activamente no combate à rede pública de ensino e acabaram como gestores e consultores dos grupos a quem prestaram favores. E não olhemos apenas para os políticos, pois as chefias intermédias e os facilitadores de gabinete estão enterrados nisto até ao pescoço.
Não é por acaso que dos dois lados das negociações nesta matéria encontramos dois antigos chefes de gabinete.
Mas orgulham-se disso e gozam com quem lhes faz qualquer reparo sobre deveres éticos. Pior, acham que todos agem como eles e que o discurso público não deve condizer com as práticas privadas.
Sei disso, não por ouvir dizer, mas por ver e ouvir em primeira mão.
Novembro 5, 2013 at 12:42 pm
Parece-me que a inconveniência da verdade é muito limitada…
Novembro 5, 2013 at 12:47 pm
Sim. Tem sido preciso muita paciência para desmanchar a besta estatal.
Entretanto o musaranho está quase a nascer.
Novembro 5, 2013 at 12:49 pm
Ai que as madres aparecem por toda a parte…
Novembro 5, 2013 at 12:53 pm
Por falar em madres, não seria de esperar uma postura mais desprendida das religiosas ao prestarem serviços públicos? Por que será que a busca do lucro faz parte dos seus serviços à comunidade?
Eu disse serviços públicos!
Novembro 5, 2013 at 12:55 pm
É bem verdade, pois de tal modo se habituaram a nela cavalgar que agora desmontar não podem. As partes colam-se à sela. As rédeas tornaram-se algemas. A vontade de empreender foi esquecida e confiam que a montada sabe o caminho. Mas quando a besta se desmanchar por excesso de maus-tratos, descobrirão que estão apeados. O dono do picadeiro enfia-os na mesma picadora onde processou a cavalgadura e nem o rótulo da lata muda. Para ele proteína é proteína.
Novembro 5, 2013 at 1:19 pm
Para verem como a máfia funciona, um dos sócios do Colégio D. José em Aveiro é sócio em Souselas com um dos primeiros sócios do Calvete GPS em vários colégios para os lados de Leiria e por aí fora
Novembro 5, 2013 at 1:40 pm
“Argumenta-se que o pagamento directo aos privados pelo serviço público de Educação é mais barato para o Estado, não revelando que isso é conseguido através da precarização laboral dos docentes”
É pior do que isso. Fazem poupanças com gastos correntes em aulas experimentais e até em artes plásticas. Há uns anos atrás lancei essa questão para 3 colégios em Lisboa. um deles ganhador do concurso do ranking, e nunca me disseram o contrário. Antes pelo contrário.
No secundário há laboratórios nesses colégios, que são de fraca qualidade e em que as aulas experimentais são aulas de demonstração com análise cuidada da mesma para preparação exclusiva para exame. Bom para a nota, mau para a formação a médio/longo prazo.
Não admira que depois, esses excelentes alunos com médias fabulásticas de colégios de renome se estiquem ao comprido nos laboratórios universitários e sejam muitas vezes autenticas nulidades em termos de espírito crítico, resolução de problemas e autonomia.
A reportagem foi excelente e confirma aquilo que eu sempre defendi. A Educação deve ser exclusivamente pública. E apenas por principio ideológico. Não tendo recursos naturais suficientes para ter um Estado a salvaguarda de interesses geopolíticos, só nos resta a massa crítica e para isso, a sua Educação deve ser monopolizada pelo Estado por razões de force majeure.
Esses empreendedores dos colégios que usem esse dinheiro para promover start-ups, spin-offs e novas empresas com carácter tecnológico. Andam a retirar recursos à economia com estes encostanços ao Estado.
Novembro 5, 2013 at 1:53 pm
#4
“Por que será que a busca do lucro faz parte dos seus serviços à comunidade?”
Porque se não houver lucro não há criação de riqueza, não há dinheiro para impostos e não há com que pagar “serviços à comunidade”.
Novembro 5, 2013 at 1:55 pm
Tudo o que vemos e ouvimos é fantástico em matéria de educação.
Um país que não tem dinheiro e que vive daquele que lhe emprestam lá fora, dá-se ao luxo de o esbanjar para os colégios privados, deixando as escolas públicas sem terem condições satisfatórias para funcionarem e terem a qualidade a que tem direito.
O que se passa em relação à falta de professores de NEE devia envergonhar qualquer país civilizado.
É inconcebível que os alunos com estas necessidades estejam entregues aos cuidados dos professores de turma, sem terem o apoio técnico especializado a que tem direito e que sem ele tudo ficará comprometido.
Só no meu agrupamento estão cinquenta alunos a descoberto. Soubemos esta semana, que havia mais dois ou três professores para chegarem, mas o ministério não autorizou. A direção foi reunir com os pais destes alunos para lhe explicar o que se passa.
É nojento todo o desprezo dado pelo ministério da educação em relação a estes alunos.
Enquanto isto está acontecendo, no mesmo país, foram pagos certamente milhões, para que comissões nomeadas para o efeito pudessem fazer os novos programas de matemática, de português, de química que ontem foram anunciados.
Certamente que os livros anteriores, com os programas desatualizados, serão queimados ou rasgados, tal como aconteceu este ano com os manuais de português e matemática no 1º ciclo.
Um país que não tem dinheiro e que segundo Crato explicou ontem, precisávamos de viver um ano cada português, sem comer para pagar as nossas dívidas.
Eu começo a pensar e a temer o pior.
Desconheço quem são estas pessoas que desgovernam e maltratam os portugueses?
São pessoas normais e de bem?
O que podemos fazer para nos livrar-mos desta praga de políticos que só lá estão para viverem da trafulhice, do roubo e de tudo o que a riqueza e o estatuto lhe dá?
Nojo!
Novembro 5, 2013 at 1:58 pm
#6 Se calhar esse senhor do Colégio D. José não se safa da melhor maneira só com este… O dito estabelecimento fica perto de um bairro social e, penso eu de que…, se calhar teve mesmo de receber crianças do bairro, pois parece-me que não é um estabelecimento muito apetecido e, nos tais dos rankings, está muito lá para baixo…
Também foi genial o desplante daquele autarca do Sabugal (acho eu) que também é, cumulativamente, diretor ou algo do colégio local, que em resposta à pergunta da jornalista “mas assim não há duplicação da fatura a pagar?”, respondeu: “sim há, mas o país tem obrigação disso!”
A reportagem foi excelente. Perante o relatado, não sei como os n/ governantes não têm vergonha de nos cortar a torto e direito nos n/ rendimentos e permitir esta verdadeira nojeira.
E parabéns a todos aqueles que deram a cara na reportagem, chamando os bois pelos nomes.
Novembro 5, 2013 at 2:02 pm
Para além do que vem sendo dito, há uma razão suplementar para os pais preferirem certos colégios, sobretudo em zonas suburbanas e rurais, que tem a ver com a proximidade, a inserção no meio e a dimensão, que é justamente o que os sucessivos governos têm vindo a retirar às escolas públicas com a imposição dos mega-agrupamentos.
Quanto à liberdade de escolha, ela é uma realidade no ensino público, na grande maioria das situações. Não tendo a sua capacidade totalmente preenchida, todas as escolas recebem de bom grado alunos que para elas se queiram transferir, mesmo que não pertençam à sua área geográfica. E se não há mais liberdade de escolha, é por culpa da imposição administrativa do número de turmas que cada escola pode abrir.
Ou seja, a centralização e uniformização da rede escolar, através do controle burocrático e normalizador das escolas, e os mega-agrupamentos, que impõem o mesmo projecto educativo a escolas diferentes é que criam a tal falta de “liberdade para escolher” dentro do público que depois se aproveita para justificar os subsídios ao privado.
Novembro 5, 2013 at 2:03 pm
#8 Está mais que visto que o Lagosta fez o seu percurso escolar num dos ditos colégios – esqueceu-se de contextualizar. O comentário que comenta, refere-se a “madres”… madres / freiras / religião católica (que é o que está em questão) não deviam ligar muito bem com “fins lucrativos”…
Novembro 5, 2013 at 2:04 pm
A reportagem de ontem tocou no cerne de uma realidade que a pouco e pouco tem sido introduzida na nossa educação . Só que em Portugal a realidade é sui generis , os contribuintes financiam as escola publica e a privada , mesmo que os seus filhos não a frequentem , uma verdadeira liberdade de escolha nas palavras de Nuno Crato ( quem o viu antes de ser ministro e quem o vê agora ) . Gostaria aqui de dar um contributo pois tenho visto o agrupamento da zona onde resido a ser objeto do tratamento denunciado pela reportagem .
Além de ter sofrido uma agregação com outra escola , que tenho que reconhecer tem sido positiva , sofrem agora com a concorrência de um colégio GPS que dista a cerca de 15km .
E, determinada altura ponderei que a minha filha fosse para esse colégio , até porque se falava no encerramento do 3.º ciclo na escola que ela agora frequenta e que dista a 10 minutos a pé da sua residência . Fiz inclusive uma pré inscrição , mas numa das visitas assisti a um pequeno episódio entre alunos e uma professora que não me agradou , além de que a minha filha teria que se levantar todos os dias as 6h30 para estar pronta as 7 e apanhar o autocarro . Ai fiquei sem duvidas sobre o local para onde a minha filha iria estudar . A escola pública da minha terra , onde eu estudei , e que me levou á universidade em tempos conturbados como foram os anos 80 , merecia uma chance , além de que acreditando eu que pagando os nossos impostos devemos apostar e exigir o reforço e a qualidade do ensino público , só poderia escolher essa opção .
Não poderia estar a correr melhor , pois este ano até me ofereceu a possibilidade de ter ensino articulado de musica , estudos que a minha filha já fazia e me obrigavam todas as semanas a percorrer 36KM duas vezes para que ela tivesse aulas .
Vamos ver qual a estratégia do governo , nós estamos cá para lutar pela escola pública .
Mónica
Novembro 5, 2013 at 2:07 pm
“Porque se não houver lucro não há criação de riqueza, não há dinheiro para impostos e não há com que pagar “serviços à comunidade”.”
Desde quando a criação de riqueza se circunscreve ao lucro? Suponha isto: se o Estado construir uma ponte(pode ser física mas isso é irrelevante para o raciocínio) , que liga 2 regiões cujo ecossistema empresarial ficará mais integrado o Estado perde dinheiro pois tem que contrair uma dívida para além dos impostos. Isso significa que não cria riqueza? Como é que a vai medir?
Mais, se eu aumentar as horas de complemento de repouso dos meus ficticios colaboradores diminuindo o seu output mas aumentando a produtividade a médio prazo estarei a perder ou a criar riqueza? Mesmo sem lucro?
Estes raciocínios à lagostim mostram bem que quando a raça humana for extinta, não deixarão de ser os franguinhos para as lulas e polvos
Novembro 5, 2013 at 2:14 pm
#8
Pois eu, que trabalho todos os dias, não recebo “lucro”, apenas um salário, mas crio riqueza com o meu trabalho e pago os meus impostos.
Se o Estado pagar apenas a quem o serve directamente e não a intermediários em busca do “lucro”, sobra mais dinheiro para servir a comunidade.
Novembro 5, 2013 at 2:24 pm
Lagostas de mau gosto;mais tipo lagostins do rio uma praga.
Novembro 5, 2013 at 2:29 pm
O que a lagosta não diz (ainda deve estar a recuperar do escaldão de Verão) é que as ordens religiosas têm muito dinheiro (por não pagarem impostos, por ex.) e se fazem um serviço, se a sua função é servirem os outros, porque é isso que a religião católica diz, então que usem o dinheiro todo que têm e não peçam nada ao estado.
Novembro 5, 2013 at 2:34 pm
Já agora, na minha santa terrinha fui obrigada a andar em colégios com contrato de associação. Não havia escolas públicas. Onde esteve a minha liberdade de escolha?
E nunca se construíram lá escolas públicas, porque as privadas religiosas com contrato de associação nunca “deixaram”….
Novembro 5, 2013 at 2:35 pm
«O ministro da Educação, Nuno Crato, defendeu segunda-feira em Ovar que, para ser dispensada mais austeridade no Orçamento do Estado para 2014 e ainda pagar a dívida total do Estado, todos os portugueses teriam que “trabalhar um ano sem comer”».(DN).
– Ora aí está NC a despir a pele de cordeiro – divulgador científico, analista educativo, matemático – e a assumir a sua veste de lobo – ideólogo a praticar o terrorismo moral e social com que o governo pretende condicionar a população e todo o debate político -, retomando uma vocação que se lhe reconhecia desde a juventude…
Novembro 5, 2013 at 2:43 pm
Que bem assenta o crucifixo naquela madre que sorriu ao dizer que também se poupa no encerramento de escolas públicas!
Novembro 5, 2013 at 2:50 pm
#8,
Parece que não lhe faltaram respostas que me dispensam de perder mais tempo com lagostas cujos “cérebros” têm dificuldade em processar certos dados…
Novembro 5, 2013 at 2:50 pm
#10 Luana não se preocupe – estou certa que essas 50 crianças do agrupamento, com NEE e todas as outras país fora, serão as primeiras a beneficiar dos cheques ensino que o Senhor Ministro irá distribuir, por forma a que os EE desses alunos possam exercer a sua liberdade de escolha e escolhendo (passo o pleonasmo) o melhor colégio para o seu educando; desses muito bem colocados nos rankings, porque são muito bons e em breve assistiremos ao grande sucesso escolar desses alunos…
PS colocaria um smile no fim, mas esta situação é, de facto, lamentável e muito triste – em especial para todos os pais que têm filhos com NEE e que não têm condições materiais e económicas para lhes dar todos os apoios que necessitam mas que, tendo-os através da escola já seria uma grande ajuda
Novembro 5, 2013 at 3:36 pm
Devemos um agradecimento à jornalista Ana Leal pela forma como tem mergulhado neste assunto inconveniente, desmascarando-o pouco a pouco. É o neoliberalismo sem vergonha colocado a nu! E tem havido poucas oportunidades de se desvendar assim, de forma tão clara o destino,dos dinheiros públicos. Será um erro deixarmos passar a oportunidade de nos indignarmos,mais uma vez! Afinal, a massa crítica que nos define pode ser maltratada, mas não se apaga!
No dia da greve geral (dia 8) deveríamos estar todos paralisados, em frente às escolas, questionando em letras bem grandes – Quem é mais inconveniente ao país? A escola pública ou este governo? Os professores já mostraram o que têm força ( e também que podem ser enganados) mas, com o seu voto, podem tudo!
Novembro 5, 2013 at 4:01 pm
E o que mais indigna…….é o silêncio total do Ministério da Educação.
Dos Cratos e anteriores.
Vergonha nacional…. ” vivemos acima das nossas possibilidades “…
Novembro 5, 2013 at 4:13 pm
http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/crato_diz_que_portugueses_precisavam_trabalhar_um_ano_sem_comer_para_pagar_a_divida.html
O Crato está desvinculando com ideias brilhantes.
Novembro 5, 2013 at 4:23 pm
# 8
Novembro 5, 2013 at 4:24 pm
Existe uma lavagem ao cérebro permanente e viral, que pretende fazer crer que tudo o que existe tem de ser contabilizado em valor-abstracto e inscrito no deve e haver do orçamento do Estado, como se se tratasse de uma mercearia dirigida por labregos que servem uma cambada de preguiçosos.
Na verdade o Estado transformou-se num quartel-general de malfeitores a soldo de um ocupante estrangeiro que funciona como uma espécie de Alien que vive à custa da aniquilação dos seres humanos.
Só com fogo e napalm se conseguirá extirpar esta raça de mutantes que colonizam o Estado e nos querem reduzir à condição de escravos do Capital e eunucos políticos.
Novembro 5, 2013 at 4:41 pm
O lagostim só pode ser o amante da freira que apareceu na reportagem.
Novembro 5, 2013 at 4:43 pm
Quanto à afirmação do Crato de os portugueses para pagarem a divida estarem de estra a trabalhar um ano sem comer é digna de um ex maoista que proclamava aos sete ventos que com uma tigela de arroz por mês se podia viver.
Novembro 5, 2013 at 4:45 pm
Corrijo o português:Quanto à afirmação do Crato, de que os portugueses para pagarem a dívida deveriam estar a trabalhar..
Novembro 5, 2013 at 4:48 pm
Morte ao Crato e a este PSD+CDS
Novembro 5, 2013 at 4:51 pm
Será de mais dizer que o nada fazer contra a indisciplina foi uma ação deliberada para minar a escola pública? Para poder culpá-la de ser ineficaz? Começo agora a compreender que sim. Na escola em que estou este ano tudo é controlado, os professores, entenda-se! Só faltam palas junto aos olhos. Os alunos fazem rigorosamente o que querem. Aquilo é um campo de batalha!
Novembro 5, 2013 at 4:53 pm
Crato? quem o viu e quem o vê. Mais um clone ministerial. Só houve mudança de género.
Novembro 5, 2013 at 5:01 pm
Só… só pode ser…
Novembro 5, 2013 at 5:15 pm
Meu caro, antes burro do que sabujo.
Novembro 5, 2013 at 5:25 pm
Esta, é em Saturno:
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=693398&tm=8&layout=122&visual=61
Novembro 5, 2013 at 5:27 pm
Os lagostins são seres frívolos e convencidos que são alguém, quando são apenas crustáceos e nada mais .
Novembro 5, 2013 at 5:29 pm
Novembro 5, 2013 at 5:42 pm
Façam-se à vida. Deixem de ser especialista em como não se faz.
Novembro 5, 2013 at 5:42 pm
# 8
“Porque se não houver lucro não há criação de riqueza, não há dinheiro para impostos e não há com que pagar “serviços à comunidade”.”
A reportagem de ontem da TVI foi esclarecedora, por MUITO que vos custe:
É muito fácil ser empreendedor e ter muita iniciativa privada desde que seja o Estado, leia-se todos os contribuintes portugueses, a fazer o investimento, não é verdade?
É muito fácil criar riqueza e lucro (sobretudo para os próprios donos dos colégios) desde que seja o Estado, leia-se todos os contribuintes portugueses, a fazer o investimento, não é verdade?
Tenham alguma vergonha, decoro e dignidade e deixem de ser hipócritas (querendo ser muito optimista, bem sei…).
A vossa “liberdade de escolha” não é a liberdade de escolha dos alunos nem dos encarregados de educação, como querem fazer acreditar. A vossa “liberdade de escolha” é mais isto:
Compramos o Jaguar ou o Porsche?
Compramos o relógio Cartier ou o Rolex ou os dois?
Fazemos uma viagem às Caraíbas ou vamos para Aspen esquiar?
Os milhões gastos pelo erário público nos vossos colégios são uma afronta aos contribuintes portugueses:
Não servem o interesse público, servem, APENAS E SÓ, os vossos próprios interesses. Qual é a percentagem de alunos carenciados a frequentar os vossos colégios?
Ah, pois é, esta pergunta é inconveniente, tal como a dita a reportagem.
Ainda assim, a resposta é esta: A percentagem é irrisória e a maioria dos alunos que os frequenta é oriunda de famílias com condições para pagar por INTEIRO as proprinas nos ditos colégios.
Porque raio temos todos que pagar (e MUITO) para que os filhos de alguns (ainda por cima com capacidade financeira) possam frequentar um colégio privado, quando ao lado existem escolas públicas que prestam os mesmos serviços à comunidade e sem custos acrescidos?
Querem ENGANAR quem???
Novembro 5, 2013 at 5:57 pm
Nesta imensa negociata em que está transformado o ensino particular e privado – embora aqui, e para a nossa análise, interesse mais o particular: vive da subsidiodependência – ressalta um cinismo sistémico, ou não fosse ele precisamente a marca mais indelével e terrível do nosso sistema partidocrático.
Porque é mais do que um cinismo subjectivo – embora este também seja relevante, até para não descartarmos a questão da responsabilidade individual -, mas de um cinismo objectivado, na medida em que se tornou uma condição de possibilidade de funcionamento do próprio sistema.
Os agentes implicados no processo da subsidiodependência, ex-governantes ou funcionários (em transumância entre cargos nos diferentes governos do Centrão – mas sobretudo na área da actual maioria – e o mundo dos negócios) não podem alegar, até perante si mesmos, que não sabem o que estão a fazer nem quais as sua consequências: eles sabem muito bem o que estão a fazer (a prejudicar o interesse geral em favor do particular), mas mesmo assim fazem, querem e continuam a fazê-lo.
Ou seja, a sua conduta não constitui uma excepção (moral, política), mas uma regra, uma regra imanente ao próprios sistema: quem lá está ou lá entra tem que saber que ele funciona desta maneira, e com uma implacável lógica centrífuga: os “moralistas” ou os “inocentes” são “cuspidos” ao primeiro embate.
Novembro 5, 2013 at 6:04 pm
*trata-se de um cinismo objectivado
Novembro 5, 2013 at 6:13 pm
Mais uma vez, um ótimo texto, Paulo!
Novembro 5, 2013 at 6:32 pm
O comportamento do ideólogo NC mostra cada vez mais esse cinismo já assimilado, senão refinado: ele conhece a falsidade da sua politica educativa (não visa melhorar a Educação – isso é, objectivamente, uma impossibilidade com os meios disponíveis -, mas sobretudo servir um projecto ideológico), mas continua a praticá-la – como se não soubesse tal.
A examocracia fecha, completa “por cima” (dir-se-ia em “abóbada”) a ilusão dessa ideologia cínica (“como se…”). Como se (mais) exames pudessem só por si trazer ao sistema a qualidade que, objectivamente – pela depauperização acelerada de todos os recursos necessários -, ele já não poderá alcançar.
Novembro 5, 2013 at 7:14 pm
O programa ideológico de Crato começa e acaba nos exames e isso sempre foi, parece-me a mim, bastante nítido.
Ao eduquês de esquerda, que tempera com papelada e psicologia barata o construtivismo e a pedagogia do oprimido, sucede-se o eduquês de direita, que também não poupa na papelada, que é preciso dar que fazer a tanta gente que anda lá pelas comissões, consultadorias e assessorias, mas que perante as complicações atira com uns exames para cima e manda o pessoal fazer-se à vida.
Entre o eduquês clássico que mandava passar os alunos e o eduquês examocrata do rigor e exigência que reprova os miúdos mas não lhes dá alternativas ao insucesso, venha o diabo e faça a (excelente) escolha.
Novembro 5, 2013 at 7:26 pm
O LAGOSTA QUER É PANELA COM ÁGUA A FERVER!
Novembro 5, 2013 at 7:28 pm
Crie-se o Ministério da Educação para a Felicidade Suprema e o problema estará solucionado.
Novembro 5, 2013 at 7:42 pm
Eu já perdi toda a esperança neste país governado e controlado por corruptos que se têm vindo a instalar em Portugal desde o 25 de abril. Com conversa não vamos lá, disso tenho a certeza. Só com luta, cabeças a rolar e sangue porque a justiça não funciona! Tudo isto dito na televisão e sabido e ninguém faz nada? Não há policia? Não há ministério público? Não há tribunais? Mas que merd@ de país é este? Tem de ser o cidadão comum a fazer justiça? Temos de começar a julgar esses corruptos e a dar-lhe o merecido? Não há lei? Não há tribunais? Não há ninguém honesto entre os que podem fazer justiça?
Novembro 5, 2013 at 7:42 pm
“Swaps: MP arquiva queixa da ministra das Finanças sobre falsificação de documentos”.
Cinismo de estado…
A ministra swap fez uma queixa que só poderia acabar arquivada, senão ela mesma poderia ainda ficar “chamuscada”.
Swaps: toda a gente dos governos sabe ou fez, mas é como se… não soubesse ou tivesse feito.
Novembro 5, 2013 at 7:57 pm
#49 Temos de correr com esta “democracia” carunçosa e criar outro sistema político com gente honesta e sem rabos de palha! Ninguém faz nada neste sistema porque todos ou a maioria têm telhados de vidro e quem se lixa é o povo!
Novembro 5, 2013 at 8:00 pm
Os argumentos são sempre os mesmos… há anos e anos.
O privado gere melhor, dizem.
– Então, não gere? Deve ser por isso que andamos todos a pagar, com o couro e por muito mais tempo ainda, a boa gestão do privado – será preciso fazer desenhos?
A concorrência conduz à redução de preços com prestação de melhores serviços, aumentando a liberdade de escolha dos consumidores… dizem.
– Então, não é? Todos os dias vamos à procura da bomba de gasolina que AUMENTOU MENOS 1 cêntimo os preços e ainda temos que gramar com meia hora de espera para apreciar a qualidade e eficiência do serviço…
Nas telecomunicações, nos serviços energéticos e muitos outros que tais são outros mimos idênticos… todos os dias somos inundados por variados operadores no mercado com ofertas de melhores e alargados serviços a preços indiscutivelmente (nem se atrevam a escarnecer) concorrencialmente mais baixos… então, não? não fosse a coisita da fidelização e o pessoal andava sempre a mudar obrigando-os a viverem numa verdadeira economia de mercado (daquelas que lhes sai sempre da boca, mas nunca dos actos – que não lhes convém)
O estado ganha com a transferência de serviços para a gestão privada, dizem.
– nem juízo, quanto mais. Ele são as PP´s rodoviárias, as PP´s da saúde e, como se não bastasse o descalabro relatado/ medido e quantificado, por exemplo, pelo tribunal de contas (pena, que não cheguem a tudo e que de tal não existam consequências), agora também as PP´s da educação; ele são as obras públicas contratualizadas a privados, ele são as adjudicações directas e sem observância das regras concursais, as rendas fabulosas, as externalidades pagas a preços de ouro; ele são os incumprimentos, as derrapagens e as continuadas injecções com os impostos públicos; ele são as decisões públicas (com erário público, quero eu dizer) dos rabos sentados na cadeira pública durante a manhã e na poltrona do privado à tarde.
O privado tem uma cultura de objectivos, avaliação e satisfação dos clientes, dizem.
– Ponham todos os sectores do privado (pelo menos os que recebem dinheiros públicos) afins dos do público a ter que cumprir todos e as mesmas as regras, regulamentos, procedimentos e obrigações (continuamente em alteração) a que está obrigado o público e depois conversamos (já agora, cá por casa, co-habitam ambos e a supracitada conversa é sempre motivo para treinar os músculos do riso)
No privado não fazem greve, dizem com ar de senhor feudal de quem justifica suposta produtividade e suposto serviço de qualidade.
– Não fazem greve que todos os dias terão exemplares de nunos cratos a lembrar/insinuar que poderão ter que trabalhar “à borliu” 1 ano sem comer, sem utilizar transportes, sem utilizar electricidade, sem nada… e é se querem (que haverá muitos indigentes e esfomeados na fila à espera pelo esforço de um ano que talvez renove o seguinte…)
“a pura injecção de dinheiro na economia provoca a distorção do sistema produtivo (a que eu acrescentaria, de mercado, livre e concorrencial) e não consegue, por si só, criar crescimento”. Dito pelo mesmo nuno crato ( http://rr.sapo.pt/opiniao_detalhe.aspx?fid=25&did=128124 ) que na educação se prepara para injectar mais dinheiro público no sector privado (só são criativos e empreendedores nos nomes que dão à coisa que isto da inteligência deve-se ter esgotado com tais sumidades)
lá diz o ditado… olha para o que digo e não para o que faço…
é como o outro… produtividade, patriotismo, esforço, meritocracia… patati, patatá mas chega 2 horas atrasado…
Novembro 5, 2013 at 8:11 pm
Seria bom que uma reportagem como a de Ana leal colocasse um fim a tanta utilização abusiva de dinheiros públicos. Será preciso mais, muito mais.
Novembro 5, 2013 at 10:10 pm
O texto do Paulo Guinote é excelente e o António Duarte acrescenta um dado essencial: os megas degradaram muitas escolas públicas que se veem hoje sem gestão autónoma, onde o trabalho de décadas para lhes dar identidade foi para o lixo.
Novembro 6, 2013 at 12:58 am
Ana Leal é de Viseu. Viseu tem escolas públicas em risco e colégios a funcionar e outros a tentarem que sejam comprados… mas nada foi falado… basta ver quem são os professores que acumulam ou acumularam no colégio da Via Sacra e comparar com o quadro de escola de proveniência, para perceber o porquê de nenhum diretor (amigo do seu amigo e inimigo de quem sente na pele o risco da mobilidade e ouse abrir a boca) ter tido coragem de dar a cara…