… é uma aliança com um dinossauro das Caldas!
O social-democrata Fernando Costa, eleito vereador pela coligaçãoLoures Sabe Mudar, disse nesta segunda-feira que vai assumir o pelouro dos Serviços Jurídicos no executivo municipal liderado pelo antigo líder parlamentar do PCP, depois de ter sido estabelecido “um acordo de princípio” com a CDU. Nas eleições de 29 de Setembro, a coligação PCP-PEV elegeu cinco vereadores, o PS quatro e o PSD dois.
“Há muitos pontos em comum nos dois programas autárquicos e isso facilitou o acordo. Tanto a coligação Loures Sabe Mudar como a CDU defendem uma gestão mais rigorosa e uma redução dos impostos municipais”, justificou o vereador Fernando Costa. O rigor nas contas municipais foi, de resto, a prioridade apontada pelo novo presidente da câmara, Bernardino Soares, no discurso de tomada de posse, na semana passada.
Da coligação Loures Sabe Mudar, que integrou, além do PSD, o Movimento Partido da Terra e o Partido Popular Monárquico, irá também assumir pelouros o vereador social-democrata Nuno Botelho, que ficará com as áreas do Turismo, Polícia Municipal, coordenação do Contrato Local de Segurança e serviços do veterinário municipal.
Esta tarde ainda havia quem dissesse que a coisa era quase informal, qualquer coisa pela Assembleia Municipal e não se fala muito nisso.
Não, é uma aliança formal com distribuição de poder efectivo. E é bom que se note com quem.
A norte, a uma outra escala, também se encontram afinidades…
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Outubro 28, 2013 at 9:53 pm
Palavras para quê, são artistas portugueses e surfam numa onda gigante de falta de vergonha.
Outubro 28, 2013 at 10:13 pm
Phosga-se.
Outubro 28, 2013 at 10:25 pm
Ah, finalmente!!!
Eis em Loures o princípio do fim do Centrão!
CDU e PSD reencontram-se. Sim, reencontram-se! Então não é que têm “muitos pontos em comum nos programas autárquicos”? Que ternura, este “pombinhos”!
E no meio disto tudo, quem sai corneado, e bem corneado, é o Portas! Já percebeu que, se não se põe a pau, o “pragmático PSD” e a “responsável” CDU ainda lhe fazem a cama!
Outubro 28, 2013 at 10:37 pm
Uma vergonha! Tudo farinha do mmesmo saco!
Outubro 28, 2013 at 10:41 pm
Se bem percebi, este “dinossauro” aceitou fazer uma coisa que há dias um outro autarca, já não me recordo qual, foi aqui criticado por não querer fazer, que ter a humildade democrática de assumir o lugar de vereador para que foi eleito, tendo já sido presidente de câmara tantos anos.
De onde se prova que os moralismos a preto e branco nem sempre espelham bem a realidade…
Outubro 28, 2013 at 10:46 pm
Já agora, e estando eu certo de quão longe se encontra a política à portuguesa da perfeição, fico à espera de ver os críticos da “falta de vergonha” a serem consequentes e defenderem o fim da “pouca vergonha” acabando com as eleições autárquicas.
Para quê eleger estes políticos todos iguais, todos “farinha do mesmo saco”, se uma administração municipal nomeada pelo governo, como no tempo do fascismo, para o efeito servia?…
Se não confiamos nos políticos eleitos nem no voto popular que os elege, para quê a democracia?…
Outubro 28, 2013 at 10:46 pm
‘Humildade democrática’? Inventam cada termo!…
Outubro 28, 2013 at 10:47 pm
#5,
A sério que estás a dizer mesmo isso?
Sabes a diferença entre ser vereador sem pelouro e sê-lo com pelouro e aliança para maioria?
Onde se prova que a honestidade falha onde menos se espera…
Lamento que tenhas enveredado pela táctica do “vale tudo” se forem dos meus.
Outubro 28, 2013 at 10:48 pm
#6,
Conversa da treta, ao lado do essencial.
Nevoeiro.
NA falta dos outros, dás tu o corpo às balas na defesa de tudo e mais alguma coisa, em nome da moralidade da Esquerda.
Poupa-te.
Outubro 28, 2013 at 10:53 pm
Então a nível autárquico vale tudo (para podermos governar) e mandamos a ideologia para as malvas?!
Então assim, para que é que os eleitores votam na CDU? Por que é que a CDU pôs lá o Bernardino, um dirigente nacional com o peso que ele tem, um líder parlamentar?
Qual é, afinal, a diferença substantiva para o PSD? Como é que, nas próximas eleições, se pode ir dizer a Loures que “não queremos a direita!”?
Como se pode dizer cobras e lagartos do PSD e depois coligar-se com ele?
E o A. Duarte, que está, volta não volta, a cobrar àqueles que não souberam votar “certo”, que foram “atrás da cantiga do homem sério do PSD”, cauciona esta trapalhice?!
Nunca mais nos venha com esse tipo de paleio!
Outubro 28, 2013 at 10:54 pm
Aqui está o que se poderia chamar um acordo das Caldas.
Outubro 28, 2013 at 10:58 pm
Tipo Largo do Caldas?
Outubro 28, 2013 at 10:58 pm
Treze.
Outubro 28, 2013 at 11:02 pm
#8, #9
Já disse que não venho aqui defender moralidades.
Estas pessoas, que tirando o Bernardino Soares eu nem sei quem são, nem conheço a obra, irão cumprir um mandato para que foram eleitos. Uns com pelouro, outros sem, sendo que os primeiros assumirão responsabilidades pelas quais prestarão contas.
Daqui a 4 anos irão de novo a votos, e o povo julgará se trabalharam bem em aliança.
Parece-me normal em democracia, e mais razoável do que vender a soberania do país à troika ou as empresas nacionais ao capital estatal/ mafioso de países estrangeiros.
Outubro 28, 2013 at 11:09 pm
Hum!, a normalidade democrática para uns só funciona em ditadura…
Outubro 28, 2013 at 11:10 pm
… se for em comité central, melhor!
Outubro 28, 2013 at 11:12 pm
#10
No caso em apreço, que não conheço em pormenor, só haverá três hipóteses, sendo que o presidente da câmara será sempre da CDU, pois foi a força que ganhou as eleições. A CDU:
1. Coliga-se com o PS;
2. Coliga-se com o PSD;
3. Fica com uma câmara ingovernável.
Parece-me que a terceira opção é inaceitável e que ao vencedor das eleições cabe avaliar qual das duas primeiras serve melhor os interesses do concelho e a concretização do programa que querem levar a cabo.
E não percebo que problemas é que isto traz a quem tantas vezes nos tentou convencer de que na política nacional era preferível a direita a sério do PSD à direita disfarçada do PS…
Outubro 28, 2013 at 11:33 pm
#10,
Sempre há a hipótese de esturricar.
Já a estratégia eleitoral do voto na direita para o governo – instrumental -esturricou quase tudo e quase todos.
Arson. Puro arson.
Outubro 28, 2013 at 11:39 pm
A esquerda só a conheço em ditaduras ou a colocar dívidas; o que dá no mesmo.
Outubro 28, 2013 at 11:41 pm
#18,
Xôôô!!!
Vergonha é nenhuma.
Gentinha sem pingo de vergonha.
Outubro 28, 2013 at 11:50 pm
#20,
Paulo,
Vamos ser honestos. O Paulo não cumpriu a promessa de não se referir aos meus comentários. Falhou a promessa.
Pelo que constato que está a arranjar argumentação para me calar outra vez.
É uma estratégia, em crescendo, que já conhecemos os dois.
Assim sendo, decida-se – não comenta os meus comentários, como acordado em acordo de cavalheiros, ou então elimina os meus comentários porque sim.
Penso que assim é mais honesto e menos penoso para os leitores do blog.
Outubro 28, 2013 at 11:52 pm
#21,
Xôôô!
Outubro 28, 2013 at 11:53 pm
Enjoei.
Enojei.
Li a palavra “honesto” na comentadora daquele outro blogue…
Outubro 29, 2013 at 12:20 am
Alguém terá referido aspectos ideológicos nesta conversa. Pois eu espero, como morador neste município, que a nova vareação bloqueie os passos já encetados para a privatizção da água, à semelhança do que aconteceu em municípios vizinhos. Pois em Alenquer e Odivelas (que seja do meu conhecimento) os consumidores já estão a pagar a factura. Noutras alturas a imprensa de “referência” chorou lágrimas de corcodilo por o PCP ter expulso um seu militante, também presidente da câmara (creio que no distrito de Évora) que houvera promovido a privatização da água no seu concelho. Veremos.
Quanto a ex-presidente (dinossauro) do PSD que aceitou o lugar que fora proposto ao PS, só tenho a felicitá-lo.
Outubro 29, 2013 at 12:28 am
#24 Correcção
onde se lê morador neste município
deve ler-se: morador neste concelho.
Outubro 29, 2013 at 12:57 am
Têm os militantes do Partido Social Democrata uma posição homogénea quanto a aspecto relevantes da política nacional? Isso só pode pensar quem esteja muito desatento. Luis Filipe Menezes, por exemplo, foi firme em manter as águas de Gaia no sector público e, na última campanha eleitoral, como candidato à Câmara Municipal do Porto, defendeu a mesma solução para esta cidade. Note-se o contraste com a sanha privatizadora de Passos Coelho, que até os correios quer privatizar. Também são públicas as divergências entre o primeiro-ministro e Pinto Balsemão (que teme a concorrẽncia de um novo canal privado de TV na disputar do exíguo mercado publicitário); entre o primeiro-ministro e Manuela Ferreira Leite, esta quanto ao modo como a Segurança Social está a ser descapitalizada. Curiosamente, os que mais criticam a suposta cegueira monolítica do Partido Comunista Português são também os que maiores dificuldades demonstram em reconhecer os posicionamentos individuais dos políticos (não só do PSD)
Outubro 29, 2013 at 8:17 am
O António Duarte é um petáculo!
Já a outra1, phosga-se, é uma chata de galochas…
…
Outubro 29, 2013 at 9:04 am
O Cirque du Soleil começou o seu espectáculo mais cedo em Loures.
A Festa continua e os contorcionista de serviço esforçam-se.
Obrigado palhaços e outros profissionais ao serviço do Interesse Geral, por reconhecerem que a mafia nacional é boa porque é nossa…
Outubro 29, 2013 at 9:51 am
Saúdo a intervenção do António Ferrão, que introduziu elementos concretos que dão substância e relevância à discussão que se tentou ter.
Porque do outro lado temos apenas o argumento do dinossauro, temperado por um dispensável moralismo e pelo anarquismo conformista do h5n1.
Outubro 29, 2013 at 10:06 am
#17
António Duarte, então você não percebe que, se está a defender o acordo de Bernardino – que não é um autarca qualquer… – com o PSD em nome da “governabilidade” e por o PSD ser mais “confiável” e ter gente mais “honesta” que o PS, então também terá que aceitar o ponto de vista daqueles que, para derrubarem o governo dos socretinos cleptocratas e irresponsáveis, se viram compelidos a votar no PSD, a única solução de governabilidade que assegurava o efectivo afastamento daqueles do poder?
Será preciso fazer um desenho?!
Outubro 29, 2013 at 10:16 am
As posições individuais, reza a história do PPD, são calculistas. A escola do Sá Carneiro era a mesma do Pedroto e só funciona se, entretanto, se aceder a uma posição dominante.
Quanto à privatização dos fluidos, apostaria mais numa campanha junto de certos sectores femininos para que Passassem a influenciar os decisores políticos noutro sentido. Esse tipo de greves tem muito efeito em psicologias básicas como as dos actuais testas de ferro.
Outubro 29, 2013 at 10:18 am
Na aritmética política zero mais zero é igual a zero. Também se verifica para zeros à esquerda.
Outubro 29, 2013 at 11:07 am
#30
Vamos tentar ser claros.
1. Não estou a defender o acordo do Bernardino. Estou a defender que Bernardino, enquanto vencedor das eleições sem maioria absoluta, tem o direito e o dever de fazer os acordos que lhe permitam exercer o seu mandato cumprindo as suas obrigações e correspondendo às expectativas dos que lhe confiaram o voto. Estou a defender para este presidente de câmara exactamente o mesmo que defendo para todos os outros presidentes, de todos os partidos.
2. Não sei se os eleitos do PSD em Loures são mais ou menos honestos do que os do PS. Sinceramente, não faço ideia. O que sei é que num acordo pós-eleitoral pesam muitos factores, que seria longo e fastidioso estar aqui a enumerar. Na análise dos prós e dos contras, a CDU escolheu o seu parceiro de coligação, a quem atribuirá alguns pelouros e poderes e do qual obterá o apoio necessário para fazer passar as suas iniciativas no executivo camarário. É assim que se faz normalmente nas câmaras, quando não há maioria absoluta de alguma coligação ou partido.
3. Já lhe expliquei num comentário noutro post que há uma grande diferença entre uma coligação de esquerda que, na posição de vencedora eleitoral, negoceia com um partido de direita um acordo que lhe permita governar uma câmara, e um apelo ao voto na direita de forma a que, obtendo maioria absoluta, a direita governe sozinha, sem precisar de negociar com ninguém. Acho que a diferença é óbvia, e só não a vê quem estiver cego pelo seu sectarismo ou a argumentar de má fé…
Outubro 29, 2013 at 11:07 am
Acho extraordinária a defesa de Luis Filipe Menezes, esse vulto moral e referência ética, por afinidade com as alianças caciquistas do situacionismo mais aberrante e oportunista.
É o espelho do nossa política circense que não muda nem mudará nunca enquanto este regime cleptocrático e semi-feudal se mantiver em funções.
Outubro 29, 2013 at 11:13 am
#33
Claro que a vanguarda tem sempre razão e não vale a pena discutir a política aberrante e imoral de dar a mão ao inimigo do inimigo principal: o PS.
Esta prática do vale tudo retira qualquer credibilidade aos marxistas-cunhalistas e só mesmo os crentes e fundamentalistas aceitam estas encíclicas comunistas que espelham a doutrina da Igreja.
Outubro 29, 2013 at 11:18 am
http://economico.sapo.pt/noticias/mario-soares-critica-machete-e-gastos-do-governo_180447.html
Outubro 29, 2013 at 11:23 am
#35
Explique lá o que é que a CDU deveria fazer com a eleição que ganhou.
Rejeitar apoios tanto dos “inimigos” como dos “inimigos dos inimigos”, para usar a sua linguagem, e tornar a câmara ingovernável?
Ou o que incomoda verdadeiramente é certos partidos ainda existirem, ganharem eleições e terem capacidade de negociar com os seus adversários políticos, ou seja, não serem tão fundamentalistas como quer fazer crer?
Outubro 29, 2013 at 11:33 am
#37
O fundamentalismo dos marxistas-cunhalistas assenta na “relação de forças” e na “situação objectiva”.
Neste momento justifica-se a aliança com a burguesia ,desde que isso permita diminuir a influência do inimigo principal, o PS.
A essência do Marxismo-cunhalismo é a conquista e a manutenção do poder a qualquer preço, e o exemplo de Loures é a prova disso.
Para mim é indiferente que seja o PCP ou a Frente Nacional a ganhar as eleições, porque tanto uns como os outros são aberrações políticas que cavalgam o oportunismo e a excitação dos descontentes que embarcam numa determinada doutrina totalitária que lhes promete a Salvação à custa da aniquilação de um inimigo maléfico.
Outubro 29, 2013 at 11:33 am
#35 e mais uns 5000 comentários iguais.
A revolução contra o capitalismo,individual e sem controlo, será feita à pedrada ou à bomba ou como um revolucionário quiser. Mas o H5 estará no gabinete, postando e observando para garantir que não há tutelas, líderes, controlos, bíblias, colectivos, ordens, nem mesmo intervalo para almoço, se um homem não quiser.
Outubro 29, 2013 at 11:39 am
#38
“Para mim é indiferente que seja o PCP ou a Frente Nacional a ganhar as eleições (…).”
I rest my case.
Outubro 29, 2013 at 11:46 am
#38
Tenho a impressão que a sua excitação doutrinária em algum momento passou pela cabeça de 99,9% dos eleitores que em Loures deram a vitória à CDU.
Já sei, coitados, foram enganados.
O melhor é votar sempre nos partidos do centrão, ao menos já se sabe com o que se conta…
Outubro 29, 2013 at 11:47 am
Fora as coligações. Viva a confusão. Ou então, uma aliança PS/PSD, 6 vereadores, contra os 5 de CDU. Assim já seria mais normalzinho, certo? O PS a aliar-se à direita.
Outubro 29, 2013 at 11:52 am
Se houvesse maneira de a confusão ser maior, gritaria viva. Não precisam de ajuda.
Outubro 29, 2013 at 11:55 am
O PCP tem uma coligação com os verdes e com os laranjas. Com os vermelho não. A ideologia foi substituída por conselhos de nutricionistas?
Outubro 29, 2013 at 12:03 pm
O PCP deve muito a dois homens: Salazar e Melo Antunes.
Enquanto relíquia arqueológica encapsulada no tempo do bolchevismo, o PCP vale enquanto montra de um tempo em que o controlo dos media e a condescendência dos intelectuais para com os ideais de um anti-fascismo com contornos indefinidos.
Se Salazar reforçou o inimigo que precisava para se proteger e se justificar, já Melo Antunes, na sua crença de homem da velha esquerda, achou que o PCP fazia parte do mobiliário da democracia capitalista com que sonhava.
Hoje em dia o PCP faz tanta falta como as máquinas de escrever, mas os portugueses, na boa tradição de não deitar nada fora, continuam a manter a tralha na dispensa.
Outubro 29, 2013 at 12:29 pm
despensa e não dispensa
Outubro 29, 2013 at 12:49 pm
Claro que à “direita”, os mais cínicos, defendem a importância do PCP e da CGTP enquanto instâncias fundamentais de representação, manifestação e contenção dos protestos do “povo” e “classes trabalhadoras”.
Nesta matéria têm razão,e o PCP dá muito jeito enquanto válvula de escape do sistema capitalista, sempre afinado e pronto a colaborar na manutenção da ordem pública.
Mas nem esta contradição gritante com os propósitos que dizem defender faz reflectir os mais crédulos. Porque no fundo o PCP é a maior fraude política no espectro nacional. Metade burguês e metade proletário, com um pé na Constituição e outro no Manifesto Comunista, fazem um equilíbrio em cima da exploração capitalista, sempre apoiados no Estado e seus intelectuais orgânicos.
Outubro 29, 2013 at 1:52 pm
#33
– “Verdade se diga que a qualidade média do PS local ainda consegue ser pior do que a do PSD, o que é uma proeza nem sempre fácil de alcançar.”
Atenção!, foi você, António Duarte, que escreveu isto em #4, no post “real Politik”, aduzindo-o para a sustentação da sua defesa (se quiser, pode chamar-lhe “compreensão”) da posição da CDU em Loures.
De resto, só a posteriori é que você poderá dizer algo sobre a honestidade dos PSD em Loures.
Tal como, só depois das legislativas e vista a sua acção, é que então já se pode dizer que o governo de PC é um embuste completo. Mas você tem sempre razão antes do tempo: a que lhe é conferida pela certeza do preconceito ideológico (PC vinha da direita, não poderia jamais governar bem; Bernardino é da esquerda, tem a sua ação desde já e sempre caucionada pelo seu posicionamento político “correcto”).
– O seu argumento instrumental para a governabilidade pode aplicar-se perfeitamente às legislativas: só se podia apear efectivamente Sócas do poder – isto para quem considerava tal um imperativo nacional e ético, sem olhar a preconceitos ideológicos… -, votando no PSD. A maioria absoluta da direita não se pediu aqui nem foi antecipada; foi a desastrosa política socretina que causou o descontentamento massivo que a originou. Quando alguns como você esgrimem o argumento pueril de que “o ideal era ter derrubado Sócas por poucos votos”, apetece perguntar como é que se poderia ter “regulado” a votação para obter esse efeito ideal desejado.
Em política, a necessidade submerge muitas vezes o ideal.
Foi isso que compreendeu Bernardino em Loures – e retirou daí as devidas consequências -, coisa que você não consegue alcançar.
– A ideologia é como o amor: cega…
Outubro 29, 2013 at 2:27 pm
#48
Por favor, não descontextualize aquilo que eu escrevo.
Escrevi isso referindo-me ao concelho onde vivo e onde voto, como bem se percebe pelo contexto de onde retirou a frase.
Em relação às câmaras, volto a dizer-lhe que não são a mesma coisa que um governo de um país, que os contextos são outros e que tem havido gente a realizar um bom trabalho em todos os partidos e diversas coligações.
Já em relação à avaliação política do actual governo não precisei sequer que ele tomasse posse para adivinhar o desastre, muito menos preciso que cheguem ao fim os 4 anos que espero, para bem do país, que este governo não dure. Tudo estava e está errado, o programa, a ideologia, as prioridades, a base de apoio, a qualidade das pessoas
Por fim, quanto à “regulação do voto” nas últimas legislativas, o “perder por poucos” do socratismo teria sido possível se tivesse havido maior retenção de votos à esquerda do PS, ou seja, se tantos eleitores não tivessem entregue de bandeja a maioria parlamentar e o governo a uma direita que já tinha o presidente de alguns portugueses. Claro que isto agora é ocioso, o povo é soberano e escolheu assim. Mas também não é motivo de orgulho para quem contribuiu para a escolha da desgraça nacional que é o actual desgoverno.
Outubro 29, 2013 at 2:29 pm
O h5n1 hoje está com a corda toda.
Eu já sabia que o PCP era o eterno culpado pelos terríveis males de que padece a nação. Mas tanto não sabia.
Ainda nos há-de explicar um dia qual foi o terrível mal que os comunistas lhe fizeram.
Terá andado pelos gulags numa outra encarnação?…
Outubro 29, 2013 at 2:49 pm
#49
– “Já em relação à avaliação política do actual governo não precisei sequer que ele tomasse posse para adivinhar o desastre, muito menos preciso que cheguem ao fim os 4 anos que espero, para bem do país, que este governo não dure. Tudo estava e está errado, o programa, a ideologia, as prioridades, a base de apoio, a qualidade das pessoas.” (A. Duarte).
Qualquer coisa que eu quisesse acrescentar a isto acerca do que é o preconceito ideológico seria perfeitamente supérflua…
– Então os resultados das autárquicas não têm também uma leitura nacional? O que se passa numa autarquia com a dimensão de Loures e com um presidente peso pesadíssimo como Bernardino Soares em coligação com um dinossauro do PSD não terá uma leitura política que extrapola o âmbito e as circunstâncias locais?
(Principalmente para você, que enfoca estas questões sobretudo do ponto de vista ideológico, que é sempre geral).
Outubro 29, 2013 at 3:28 pm
O que foi dito pelo Partido Social Democrata, representado pelo seu mais alto dirigente, na última campanha eleitoral para a Assembleia da República (2009)?
• Não haverá despedimentos na função pública
• Não aceitamos que o Governo vá buscar mais dinheiro ao bolso dos portugueses
De quem votou numa política governamental respeitadora destas afirmações não se poderá dizer que terá votado mal. Se o governo descartou compromissos assumidos perante quem lhe entregou o poder, essa é uma questão diferente.
Outubro 29, 2013 at 3:31 pm
#50
Caro AD
1. Tive varias experiências pessoais que me revelaram a natureza do PCP. Desde a ocupação de um Jornal onde trabalhava, no PREC (comecei aos 18 a trabalhar) até uma agressão numa manif da Unicidade sindical por um gorila do PCP, passando pelo boicote às greves no tempo do Gonçalvismo, deu para perceber o carácter oportunista e repressivo da máquina comunista.
2. Não é preciso ter estado internado num campo de concentração para compreendermos a natureza de um regime que utiliza a prisão, a tortura e o assassinato como armas de controlo repressivo e industrializacão acelerada por meio do trabalho escravo.
3. Quem oculta ou branqueia crimes contra a humanidade não merece respeito nem sequer desculpa.
Outubro 29, 2013 at 3:40 pm
#51
Não é preconceito. Tomara eu que enganar-me, mas a realidade é o que é.
Se puser a raposa a guardar o galinheiro e alguém alvitrar que tomou uma má decisão, também dirá que é preconceito contra as raposas?
E vendo que cometeu um erro, também vai esperar pelo fim do mandato, ou seja, que as galinhas tenham sido todas comidas, para avaliar a decisão que tomou?
Quanto às alianças entre dinossauros e outros pesos pesados, aqui é que me parece haver, antes de mais, um preconceito contra os dinossauros. E outro preconceito politicamente correcto é achar que a CDU, tendo maioria relativa numa câmara, só pode aliar-se ao PS. Não concordo.
E estou a ser coerente com tudo o que tenho pensado e escrito por aqui, pois nunca sempre afirmei que, instalados no poder, o PS e os partidos da direita pouco ou nada diferem na substância das políticas e dos interesses de grupo ou de classe que teimam em servir.
Outubro 29, 2013 at 3:43 pm
#52
A questão residirá, então, em saber se, em relação a PC, a maioria dos portugueses foi enganada na sua boa fé ou se é constituída sobretudo por masoquistas e parvos. O António Duarte, do alto do seu infalível juízo ideológico apriorístico, inclina-se nitidamente para a segunda hipótese (quer ele o reconheça ou não).
Outubro 29, 2013 at 3:54 pm
#55
A maioria foi enganada, que é assim que a direita, pelo menos entre nós, costuma ganhar eleições, a enganar o povo.
O que eu constato é que alguns eleitores, bastante mais informados e esclarecidos, se deixam enganar tão facilmente como os outros…
Outubro 29, 2013 at 4:14 pm
#54, 56
– Puro preconceito ideológico: a figura da “raposa” colada à direita comprova-o de imediato.
– Mas se se pode coligar com o PSD, contra o PS, para assegurar uma solução governativa autárquica (numa autarquia com a dimensão de Loures e com os protagonistas políticos de primeira grandeza que estão em causa, é bom salientar sempre isto), porque é que não se pode votar no PSD para derrubar socretinos? Há “pragmatismos políticos” melhores do que outros conforme convém simplesmente à ideologia?
Eu até poderei compreender a posição do Bernardino Soares. Agora, quem a apoia, também – se for coerente – deve pelo menos (pelo menos…)compreender quem se obrigou a votar PSD contra o PS cleptocrático e irresponsável de Sócas para dar outra governabilidade ao país (ainda por cima num período de emergência nacional) e não estar sempre a cobrar isso com o dedo da correcção política em riste.
– E os eleitores da CDU em Loures, não se poderão também sentir de certa forma enganados? (Ai a “disciplina” partidária…).
Outubro 29, 2013 at 4:37 pm
#57
Uma coisa é negociar o apoio de um partido de direita depois de ter ganho as eleições à esquerda.
Outra coisa completamente diferente é desistir de ganhar as eleições à esquerda, votando na direita e contribuindo para que esta ganhe sozinha.
Mas se quiser insistir na incompreensão do que todos os que eventualmente leiam a nossa troca de argumentos já terão percebido, esteja à vontade.
Outubro 29, 2013 at 5:59 pm
#58
As coisas são o que são e não como queremos que a ideologia as torça.
Para derrubar efectivamente Sócas, o partido, de longe, melhor colocado para o fazer era então o PSD; votar à esquerda acarretava altas probabilidades de manter o Engenhêro na esfera do poder. E só os “bruxos ideológicos” como você conseguiam antecipar desde logo tudo o que seria a governação de PC (veja-se o que diz o A. Serrão em #52).
Bernardino Soares, para conseguir governar o seu município, sem o PS, ou contra ele, teve que se coligar com o PSD. Os seus votantes decerto não terão ficado muito agradados com tal, mas “teve de ser”, e “vamos ainda ver o que isto vai dar” (embora o AD anteveja “governabilidade”, o que já é uma ajuda de monta, dado o seu “faro” político-ideológico…).
São opções de amplitude diferente? Pois são. A segunda é apenas local (embora de um local e com protagonistas muito relevantes), mas a primeira colocava-se numa situação de absoluta emergência nacional – portanto ainda tem mais força e exigia mais pragmatismo.
Outubro 29, 2013 at 6:50 pm
#59
Ok, eu percebo a sua ideia, embora esteja longe de concordar com ela.
Mas a prova dos nove vamos tirá-la daqui por uns tempos, se ainda cá andarmos os dois nestas lides, quando se tornar evidente o “imperativo ético” de derrubar Passos Coelho e a pandilha que com ele se alojou no poder.
Nessa altura veremos se recomendará também o voto no Seguro ou em quem as suas vezes fizer, por ser o único líder em condições de derrubar o actual primeiro ministro…
Outubro 29, 2013 at 7:13 pm
#59, Farpas,
Tenta assim, a ver se o António percebe:
– E se nas próximas eleições, para derrubar o Passos Rabbit e caso a malta vote no PCP e este vença mas, para fazer governo, o PCP tenha que se coligar com o PSD, tu serás contra ou a favor de tal união?
…
Quero dizer, perceber ele já percebeu há muito. Ele adora fingir que não percebe.
Já agora:
– Será que é algum ultraje, algum crime, algum motivo de vergonha, algum sinal de incompetência ou mesmo de doença mental profunda considerar que Sócrates é diferente de Passos Coelho?
– Será que é um efectivo absurdo ou mesmo uma ousadia achar que não correr o risco de ver Sócrates outra vez no poder não é a mesma a mesma coisa, para alguns, que correr o risco de continuar com o Passos Rabbit?
– Será que temos todos que pensar da mesma forma, meter tudo que mexe de direita no mesmo saco e achar que a salvação do país está em votar nos partidos fora do arco do poder?
Enfim, para mim a liberdade é uma coisa clara.
E, claramente, não podemos defender a liberdade sem respeitar as opiniões/opções dos outros.
…
Novembro 1, 2013 at 9:16 pm
Não me chocam estas alianças, decididas caso (concreto) a caso (concreto). O PCP já se tinha “coligado” com o PSD para chumbar o PEC IV. Convém não esquecer que o PSD, ideologicamente falando, é um saco de gatos, com muito mais gente à esquerda e ao centro que ao centro-direita que Passos julga representar.
E há situações em que os “inimigos” dos nossos “inimigos” são nossos “amigos”.