… recomendo a leitura deste post d’A Destreza das Dúvidas e – bolas, bolas, bolas, ao que um tipo chega – este dos abrantes, que bem sabem do que escrevem, pois já fizeram do mesmo que agora criticam aos outros em matéria de nepotismo académico e cunhas de todos os géneros para bolsas e subsídios.
O que se nota é que antes ainda existia um certo cuidado em ir buscar figuras com alguma notoriedade para dirigir estas antecâmaras do acesso às verbas desejadas. Agora parece servir um pouco de tudo, incluindo o João Carlos Espada e o Rui Ramos que eu pensava ser gente de um gabarito só passível de ser encontrada nos Cambridges deste mundo. Mas uma coisa eu sei… o eixo das afinidades deslocou-se decisivamente do isczé para os muicatólicos.
Setembro 23, 2013 at 3:32 pm
Fónix!
Setembro 23, 2013 at 4:21 pm
desculpe lá mas o trecho:
“Há bastantes pessoas indignadas porque o novo Conselho Científico de Ciências Sociais e Humanidades da FCT tem a presidi-lo uma antropóloga forense que estuda ossadas.
Sobre esse assunto, lembro-me de uma série de TV, que entretanto deixei de seguir, chamada “Bones”, em que a personagem principal era uma antropóloga forense, que estudava ossadas. Não subestimem estas mulheres. Com base num fragmento de um osso descobrem que a arma do crime era uma lança de cobre usada pelos espanhóis no século XV e que o assassino era canhoto.”
é pura maledicência e paroquialismo tuga… e no seu lado bom!
Setembro 23, 2013 at 4:24 pm
#2,
Mmmm… acho sempre deliciosas as leituras literais deste tipo de tiradas.
Pessoalmente, gosto muito da série e da personagem Temperance Brennan, ela própria muito literal.
Setembro 23, 2013 at 4:39 pm
então ’tá bem… ’tá explicado…
mas que o post recomendado mostra uma espécie de novo-riquismo académico, mostra!
Setembro 23, 2013 at 4:47 pm
#4,
Não me parece isso.
Parece-me é existir um desajustamento entre quem pertence ao órgão e a área que pretende aconselhar.
Setembro 23, 2013 at 6:46 pm
Ora bem, digam lá o que quiserem sobre o duplo érre, o espada e a mulher de César, mas acho uma perfeita idiotice o que li, através dos links e aqui, sobre a professora Eugénia Cunha, uma das mais conceituadas cientistas portuguesas na área da antropologia física.
Era bom que o pessoal conhecesse e respeitasse mais o trabalho de excelentes cientistas e investigadores que ainda vamos tendo.
E que vissem menos séries de investigação criminal, já agora, uma vez que isso parece que lhes transtorna a cabeça.
Setembro 23, 2013 at 6:54 pm
#6,
Sim, parece que é de Coimbra.
então, vá lá, já que a conheces, explica-nos… ser “uma das mais conceituadas cientistas portuguesas na área da antropologia física” é o equivalente a dizer-se que eu sou dos mais conceituados bloggers cá de casa.
Sou só eu, portanto…
Setembro 23, 2013 at 7:00 pm
#7
Gostas de ler, recomendo-te este:
http://www.wook.pt/ficha/como-nos-tornamos-humanos/a/id/5101535
O “estado da arte” sobre a hominização…
Setembro 23, 2013 at 7:05 pm
#8,
Não será bem o “estado da arte” sobre a hominização, mas uma curta divulgação sobre matérias que andam dispersas e pouco traduzidas em português.
Desculpa lá, mas não há nada mais substancial?
Aquele lugar já foi ocupado pelo Mattoso, caramba!
E eu nem sou um incondicional dele…
Setembro 23, 2013 at 7:17 pm
Podias ter-me deixado antes este link:
Ou este…
Gostei.
Moderadamente.
Setembro 23, 2013 at 7:29 pm
#9
Bem, se procurares o currículo na net encontras coisas mais substanciais, mas mais específicas das áreas de especialização.
Mas o livrinho é mesmo bom, não é nada fácil fazer uma síntese, ainda que provisória, sobre uma matéria que está tão dispersa, como dizes, e que evolui tão rapidamente.
O que posso acrescentar é que fiz formação sobre Paleontologia humana com a Eugénia Cunha no tempo em que não havia ADD da treta mas havia formação a sério. Não foi sobre antropologia forense, área a que posteriormente se dedicou. Tenho portanto uma muito boa impressão pessoal que decorre daí.
Mais tarde tornou-se conhecida do grande público com aquele projecto de abrir o túmulo do D, Afonso Henriques, que a obtusidade do governo da altura não permitiu prosseguir, apesar de haver todas as condições para o fazer.
Setembro 23, 2013 at 7:35 pm
#11,
Eu conheço superficialmente a obra.
Paleontologia também a fiz na Faculdade mas com alguém várias gerações acima (Veiga Ferreira).
Mas não me vou alongar com considerações acerca de uma instituição (FCT) sobre a qual tenho uma opinião distorcida pelos contactos (poucos) estabelecidos de forma directa ou indirecta.
Setembro 23, 2013 at 7:36 pm
Repara que no post nem a nomeio. Acho mais patéticos os dois outros nomes, que estão lá mesmo porque, enfim, há mudança de turno.
Setembro 23, 2013 at 7:45 pm
#12
Sem me pronunciar especificamente sobre a FCT, que nem sei exactamente o que faz, a minha impressão pessoal é que a austeridade dos cortes e dos despedimentos serve apenas para manter intactas todas estas gorduras do regime.
O Estado que se serve a si mesmo e aos amigos e depois não tem dinheiro para servir devidamente os cidadãos…
Setembro 23, 2013 at 7:49 pm
#13
Pois, eu percebi.
Aliás, naquela história dos ossos afonsinos, a EC mostrou-se uma mulher corajosa e determinada, que não teve receio de enfrentar a hipocrisia do governo em nome daquilo que pretendia fazer e de o fazer publicamente. Percebeu-se que não era pessoa que andasse à cata de benesses do poder.
Setembro 23, 2013 at 9:38 pm
Olá, da minha entrada é perfeitamente lícito ler uma crítica ao ministro Nuno Crato. Ela é óbvia e explícita. Quanto à piada sobre Eugénia da Cunha, a antropóloga forense, é isso mesmo. Uma piada e só isso. (Se teve piada ou não, é outra questão.) Não é nenhuma crítica à senhora que não conheço nem pessoal nem profissionalmente. Faço este esclarecimento depois de ter percebido que a minha entrada estava a ser lida por alguns como uma crítica a uma Eugénia da Cunha.
Deixei este esclarecimento no meu post. Muito obrigado
Setembro 23, 2013 at 9:39 pm
Onde está “como uma crítica a uma Eugénia da Cunha” deve ler-se “como uma crítica a Eugénia da Cunha”.
Setembro 23, 2013 at 9:42 pm
#16 – muito bem! isso já não é de tuguismo.
Setembro 23, 2013 at 11:03 pm
Ramos e Espada (não sei porquê, mas isto fez-me lembrar um título do Astérix “A Rosa e o Gládio” 😆 ): o liberalismo dos encostados ao tachinho…
Edificante.
Setembro 24, 2013 at 12:38 am
se não o podes implodir, ajuda-o a expandir… 😉
Setembro 24, 2013 at 1:03 am
Independentemente do currículo da senhora, colocar uma especialista da área da Antropologia Biológica a dirigir um conselho científico de ciências sociais e humanidades é simplesmente uma aberração. Que ilustra bem o desprezo que as ciências sociais e as humanidades merecem da parte do actual governo e do ministro que, supostamente, tutela a ciência: pode-se pôr uma pessoa qualquer a presidir a esse órgão, pois, para todos os efeitos, saberes que não são, à partida, facilmente “rentabilizáveis” ou “empreendedoristas” destinam-se ao caixote do lixo e às respectivas sobras.
O resto é, de facto, a consagração do assalto ideológico da direita à instituição que estipula o financiamento da actividade científica em Portugal. E se não me choca ver o Rui Ramos nesse dito conselho, desde que devidamente acompanhado por pessoas de outras proveniências e com currículos sólidos, já a nomeação do João Carlos Espada, que há anos não passa de uma anedota ambulante, me parece francamente ofensiva.
Setembro 24, 2013 at 9:29 am
#21
Vendo a coisa por esse lado do financiamento da actividade científica, que ainda não tinha sido aqui discutido, a presença do Rui Ramos parece-me bastante questionável. Afinal ele é, nos tempos que correm, o representante maior da história-narrativa, ideologicamente comprometida, que é tão “científica” como qualquer romance histórico e se faz bem sem financiamentos, ou que se financia a si própria com a venda dos livros, como o próprio “investigador” aliás demonstra, com proveito próprio.