Adoro os defensores do “cheque-ensino” que clamam ser esse um mecanismo de “liberdade” e adjectivam os críticos da medida entre nós por serem adversários da “liberdade” como se ela verdadeiramente existisse em estado puro e absoluto na vida social de todos os dias.
Ahhh… e fazem-no com restrições aos comentários nos respectivos blogues e sem direito de resposta nos seus sites oficiais onde apenas apresentam estudos pró, muito teóricos e raramente com análises empíricas alargadas.
O triunfo do adjectivo sobre o substantivo.
Quanto à questão da “liberdade” só gostaria de saber onde vivem, as regras do condomínio, etc, etc.
Agosto 10, 2013 at 5:30 pm
Estão perto dos ideais do Aurora Dourada grego.
Agosto 10, 2013 at 5:43 pm
ramirices
Agosto 10, 2013 at 5:48 pm
“como se ela verdadeiramente existisse em estado puro e absoluto na vida social de todos os dias”
Apenas quando a liberdade existe no estado puro ……………………..
Aaaahhhhh. Como é belo o planeta dos gambozinos.
Agosto 10, 2013 at 6:53 pm
#3,
Importa-se de desenvolver?
Agosto 10, 2013 at 7:01 pm
Eu gostava de saber se a liberdade de um gajo ouvir Motorhead ou System of a Down às 3 da manhã ou quando lhe apetecer num bloco de apartamentos colidirá, ou não, com a liberdade de outras pessoas dormirem, nomeadamente crianças.
Porque se colide, caramba, quem defende isso defende o totalitarismo… 🙂
Mas então eu não posso ter liberdade de escolha do que ouço, como ouço e quando ouço na minha própria casa?
(já agora, e quanto à “liberdade de escolha” das escolas seleccionarem os seus alunos?)
Agosto 10, 2013 at 7:04 pm
o cheque ensino vai ser como a ADSE,só ia ao médico particular quem tinha dinheiro para avançar ou vivia em grandes centros…caso contrario ia ao sns,,,parece que ,agora há nova moda na taxa moderadora ,porque onde há protocolo é mais barata;dentistas (adse)raros no interior,,,….só jogos…e regras desajustadas…
o cheque ensino tambem deve vir bem embrulhado e…beneficiar os mesmos.
tudo podre.
primeiro cultiivem a justiça , a honestidade e depois façam leis
Agosto 10, 2013 at 7:21 pm
Esperem para depois das autárquicas e vão comprovar como se desmantela o resto do que existe do verdadeiro acesso de TODOS à escola.
O cheque-ensino deu maus resultados em todos os lados em que se aplicou……minto ajudou e muito o sector privado.
Agosto 10, 2013 at 7:41 pm
#4
É sempre preciso fazer um desenho. Irra.
“como se ela verdadeiramente existisse em estado puro e absoluto na vida social de todos os dias”
Mas o caro só concebe o que quer que seja fora da sua cabeça em ambiente de liberdade em estado puro e absoluto na vida social de todos os dias?
É o cúmulo do umbiguismo. Só talvez os muçulmanos mais encarpudos têm, por interposto Allah, esse tipo de zénite da vida social de todos os dias.
Oh homem. Olhe que há mais mundo para além do seu umbigo.
Agosto 10, 2013 at 8:25 pm
Bem, antes em estado pouco puro que em estado absolutamente impuro.
Agosto 10, 2013 at 8:29 pm
As Escolas selecionarem os alunos? Porra! Mas que negociante! Então concebe uma atividade em que o proprietário da loja é que escolhe os clientes? Olha que bela ideia, monta-se um negócio e depois ordena-se: tu e tu para aqui, tu e tu para acolá!? Não falta aí um rudimento de sentido democrático? No mínimo que sejam os clientes a escolher a lojinha.
Agosto 10, 2013 at 8:33 pm
#10,
Já percebi que é imune ao sarcasmo.
#8,
Passei de tralha marxista a fundamentalista muçulmano.
😆
Agosto 10, 2013 at 8:34 pm
#10,
Também percebi que nunca deu com um sinal de reservado o direito de admissão.
Ou com acesso com códigos de vestuário.
Ou consumo mínimo,
Mmmm… falta-lhe alguma vida social…
Agosto 10, 2013 at 8:45 pm
A liberdade de escolha é, sem dúvida, um dos tópicos mais recorrentes do argumentário dos neoliberais quando se discute sobre os domínios, por exemplo, do ensino e da saúde. Direi mais, a liberdade de escolha parece ter adquirido o estatuto de dogma ideológico, na medida em que procura limitar ou excluir quaisquer outros considerandos (designadamente os que se prendem com a justiça e a equidade, ou a regulação), e condiciona a discussão naqueles domínios, balizando os termos e as conclusões a que ela pode almejar.
A questão que se coloca, porém, é a de saber até que ponto essa liberdade de escolha será justa. E digo essa liberdade de escolha, sublinhando “essa”, porque, justamente, o que está aqui em causa não é tanto a liberdade de escolha considerada em abstracto – no domínio teórico e filosófico –, como a liberdade de escolha na circunstância, no contexto da nossa actual situação social, económica e política. A astúcia da manobra ideológica neoliberal consiste em afirmar o primado incondicionado da liberdade – o que, em tese, é defensável, e até estimável -, escamoteando, porém, que a escolha é contingente e situada, opera com possibilidades ou termos de uma situação que ela não postulou.
De modo geral, diz-se que uma sociedade é justa se distribuir os bens (direitos, oportunidades, riqueza) da maneira correcta, ou seja, se der a cada indivíduo o que lhe é devido. As questões complicadas começam quando indagamos o que é devido às pessoas e porquê.
A questão que levanto é saber se a liberdade de escolha que as pessoas dispõem tem correspondência na igualdade de oportunidades – que, evidentemente, supõe uma série de requisitos sócio-económicos e até geográficos, num país tão assimétrico como o nosso -, possibilitando a todos escolher a escola que desejam para os seus filhos ou o serviço de saúde que pretendem para si e para a família.
Do ponto de vista da justiça, a pergunta impõe-se, portanto, nestes termos: os mais desfavorecidos terão iguais oportunidades para exercerem a sua liberdade de escolha?
Se e apenas se a liberdade de escolher respeitar, ou não prejudicar, a igualdade de oportunidades dos mais desfavorecidos, então é que estaremos perante um sistema de distribuição justo
Agosto 10, 2013 at 9:03 pm
#5
Deliras…Fraquinho, fraquinho. a liberdade tal como a ensinas aos teus alunos
Agosto 10, 2013 at 9:12 pm
#13
Mais uma farpatese absolutamente errada.
A velha cartilha comunista que leva ao totalitarismo e à asfixia do indivíduo pela “sociedade”, pelo coletivo:
“De modo geral, diz-se que uma sociedade é justa se distribuir os bens (direitos, oportunidades, riqueza) da maneira correcta, ou seja, se der a cada indivíduo o que lhe é devido. As questões complicadas começam quando indagamos o que é devido às pessoas e porquê”
A sociedade possui “bens”?
Distribuir bens?
Na tua farpatese, onde entram os deveres de cada indivíduo?
Não temos deveres, pois não. apenas temos um alforge para a sociedade nos dar aquilo a que temos direito.
Batata.
De um modo geral, uma sociedade é justa se tratar todos com justiça e equidade.
Agosto 10, 2013 at 9:26 pm
#15
Para além dos chavões e dos preconceito ideológicos, vê-se que percebes muito de filosofia política… 😆
Para te “ilustrar”, vou complementar o meu comentário anterior. (Retomo os últimos parágrafos).
Do ponto de vista da justiça, a pergunta impõe-se, portanto, nestes termos: os mais desfavorecidos terão iguais oportunidades para exercerem a sua liberdade de escolha?
Se e apenas se a liberdade de escolher respeitar, ou não prejudicar, a igualdade de oportunidades dos mais desfavorecidos, então é que estaremos perante um sistema de distribuição justo
Porque, caso a liberdade de escolha tenha consequências sobre uma distribuição de recursos e meios que se reflicta negativamente sobre as oportunidades dos mais desfavorecidos, deveríamos ponderar como se deve orientar a liberdade de escolha de modo a que ela seja corrigida para que os que estão pior maximizem a sua posição relativamente a outros cenários possíveis. Ou procurar que nenhum mecanismo de acesso ou de frequência desses serviços possa prejudicar as oportunidades futuras dos menos favorecidos.
Ora, conforme já veio a lume aqui no Umbigo, no caso da educação, confirmando a experiência que temos no nosso país, e também pelos estudos efectuados em diversos países (europeus e Estados Unidos), verifica-se que as motivações e os critérios para a escolha da escola decorrem em grande medida das representações que os pais têm sobre o ambiente social da escola, a disciplina ou o currículo; e que, por isso, existe um risco nítido de homogeneização da população escolar no seio de cada escola, favorecendo um estilo de oferta dirigida aos extractos sociais mais elevados – que têm também mais consciência do valor da escola como instrumento de mobilidade e selecção social -, o que pode levar as melhores escolas a seleccionar a entrada dos alunos com maiores probabilidades de sucesso, segregando os alunos que não assegurem a manutenção dos padrões de referência que as tornam atractivas para aqueles extractos.
A liberdade de escolha da escola, na medida em que suponha um sistema de atribuição insuficiente para maximizar a situação dos que estão pior – para que estes pudessem ficar em situação de decidir com iguais possibilidades -, será injusta.
Não é que não se possa pugnar pela liberdade de escolha a partir de valores unilaterais ou isolados como a liberdade individual ou a utilidade pessoal, não se pode é reivindicar legitimidade para fazê-lo do ponto de vista da justiça.
Na perspectiva de Rawls (esse terrível marxista), dado que os indivíduos nascem em circunstâncias sócio-económicas diferentes, e como os consideramos basicamente livres e iguais, torna-se necessário que sejam realizadas as devidas correcções na estrutura básica para que ninguém fique excluído de oportunidades reais apenas devido às contingências do berço.
Assim, as desigualdades sociais e económicas “devem ser organizadas de tal modo que, simultaneamente: a) Se possa razoavelmente esperar que sejam vantajosas para todos; e b) Que estejam ligadas a posições e a funções acessíveis a todos”. (Uma Teoria da Justiça, p.68, trad. port.).
Quer dizer, as desigualdades sociais e económicas apenas são admissíveis caso se verifique uma igualdade de oportunidades e se forem necessárias para que os que tenham menos possam estar “melhor do que estariam em qualquer outra situação possível” (Idem).
Agosto 10, 2013 at 9:42 pm
#16
Obrigado pela tua “ilustração”. Fiquei mais esclarecido, mas no mesmo sítio.
E, para “desfazer” a tua ilustração, seguindo a linha de Rawls, que aprecio, deixo-te esta questão: mas então, algum disse que o Estado se desresponsabilizava da educação dos portugueses? É ao Estado que cumpre assegurar que todos os portugueses têm igualdade de oportunidades. E o Estado deve assegurar a igualdade de oportunidades promovendo o individuo, defendendo a sua esfera de direitos e nunca coartando a liberdade de todos em decidir das suas vidas, impondo uma educação-tipo aos portugueses, obrigando-os a frequentar as escolas que a nomenklatura estatal indica, impondo-lhes um médico de família, etc, etc,
Já agora, em que escola estudaste / estudam os teus filhos, se os tens?
A que clínica médica recorres com mais frequência?
Ficas na fila da unidade de saúde do teu bairro?
Agosto 10, 2013 at 9:47 pm
O Reitor é o Mario Machado?
A tese dele pelo” individualiasno “é tao negativa como a marxista.
Se uma dilui o indivíduo no colectivo a outra considera o individuo per si como um.Deus ex machina.Uma e outra tese estão condenadas ao fracasso;aliás. uma está em decadencia e outra tenta alimentar-se dos restos da outra
Agosto 10, 2013 at 10:09 pm
#18
Nem mais. O Reitor e quejandos vivem num universo mental dualista e maniqueísta (pintado pela ideologia a preto e branco: “bons” de um lado, o meu, o “liberal”, o “democrático”, e os “maus”, os “marxistas”, os “inimigos da liberdade”, do outro), pejado de chavões, de preconceitos e de ideias mal assimiladas.
São tão ingénuos que se debatem, afinal, na mesma dialéctica simplista que pretendiam combater: a do “marxismo” da vulgata mais rasteira, que saturou o espaço ideológico e comunicacional no PREC.
Como os comunistas da velha guarda, estes neoliberalóides lusos estão parados no tempo…
Agosto 10, 2013 at 10:11 pm
#14,
Boa noite. Vai pela sombra que o sol está quente.
Agosto 10, 2013 at 10:17 pm
#11
“Passei de tralha marxista a fundamentalista muçulmano.”
Venha o diabo e escolha. 🙂
Agosto 10, 2013 at 10:18 pm
#11
Desculpe, mas eu nunca lhe chamei “tralha”. Marxista sim, tralha não.
Agosto 10, 2013 at 10:23 pm
Whatever.
É para o lado onde me deito melhor.
Agosto 10, 2013 at 10:24 pm
Rodrigo Menezes, estrela da TVI, quase atropela guarda após desobedecer a ordem para parar carro que conduzia, e onde também seguia Rita Pereira.
Uma das coisas boas que a abertura dos canais privados de TV trouxeram ao país. As outras duas são a geração “Morangos com Açucar” e os reality shows. É o mercado: se querem comer bosta eu vendo-lhes bosta; se não quiserem não lhes vendo outra coisa.
Agosto 10, 2013 at 10:27 pm
Olha-se para a carinha deles e percebe-se que o sistema de ensino falhou algures. Mas se não tivesse falhado onde é que a iniciativa privada encontrava gente assim para contratar?
Agosto 10, 2013 at 10:48 pm
O mesmo mercado que swapa. e especula sempre em nome do senhor claro.
As regras são simples:desde que haja mercado vende-se seja o que for; mas caso nao haja mercado cria-se o mesmo incutindo nas pessoas o desejo de adquirir algo.Claro que depois diz-se que nunca ninguém foi obrigado a comprar;claro que antes zombificam-se as pessoas sem belas se aperceberem do facto;claro que depois diz-se haver sempre liberdade de escolha;claro que existem sempre uma enorme quantidade de ingénuos que acreditam piamente nesta treta.
Agosto 11, 2013 at 3:19 am
# 10
# 5
‘A “liberdade de escolha” das escolas seleccionarem os seus alunos’ não é mero sarcasmo, é uma realidade que está à vista de quem quer ver. Sei do que falo, por experiência própria. Sobretudo nas escolas privadas, onde é a regra. Mas também em algumas públicas, dos grandes centros urbanos, pelo menos. Falo de escolas secundárias que, para se manterem no topo dos ‘rankings’, seleccionam os alunos um a um. Aluno que tenha tido alguma negativa, NÃO ENTRA! Aluno que tenha reprovado alguma vez, NÃO ENTRA! Aluno que tenha mais de doze anos, NÃO ENTRA! Mesmo que viva ao lado da escola. Mas entram alunos de fora da zona da escola, mesmo de outros concelhos, desde que nocinhos e com boas notas!
Isto com conhecimento geral de todos, Ministério incluído, até por escrito. Em vez de agir, manda-se calar quem denuncia. Até para ‘proteger’ a elite, onde se incluem familiares de familiares de decisores e influenciadores de decisores políticos em educação.
Na última aula deste ano lectivo, uma aluna chorava barba e ranho ‘pedindo-me’ que em vez de 3 lhe desse 4, porque com 3 poderia não conseguir entrar na escola secundária ao lado (“c’um saber só de experiência feito”).
Mas se isto se passa na maioria das privadas de que tenho conhecimento e em algumas públicas (e assim se constróem os ‘rankings’), já a generalidade das escolas públicas tem que levar com tudo aquilo que aquelas, as elitistas, não querem.
Cheque-ensino: QUAL IGUALDADE QUAL CARAPUÇA? Apenas visa acentuar estas desigualdades gritantes, favorecendo ainda mais as já favorecidas elites.
[Nota: Falo com base na minha experiência pessoal e tanto na prespectiva de EE como de professor e formador de professores (no público e no privado) e de membro de direcção de escola.]
Agosto 11, 2013 at 4:51 am
perspectiva
Agosto 11, 2013 at 9:14 am
#12
“Também percebi que nunca deu com um sinal de reservado o direito de admissão.”
Independentemente do que esteja afixado ou não, de se tratar de uma afirmação sarcástica ou não e de estar ainda em vigor a afixação desse tipo de anúncios, a reserva de admissão não se aplica a quem chega mas a quem está.
A reserva de admissão significa tão somente que ao estabelecimento (aos que por ele perante a lei respondem e, concomitantemente, aos respectivos funcionários) está reservada (bloqueada) a possibilidade de admitir a entrada de alguém ou não.
Muito embora a lei admita excepções (claramente embriagados, etc.), um estabelecimento público não pode decidir admitir ou não, muito embora, tal como na coisa estatal, haja condições para entrada. Num cinema, há que pagar bilhete. Um café pode negar-se a servir um cliente que sistematicamente não paga a conta (dá um bocado sururu mas pode).