Em Busca De Consistência
Posted by Paulo Guinote under
Coerências
[10] Comments
Sei que não passa por ele a decisão, mas acho que o Pedro Lomba, por tudo o que escreveu de forma consistente e coerente no passado sobre estes truques durante os governos do PS, tem uma certa obrigação moral de não pactuar com tais inconsistências.
O Governo está a averiguar a ligação entre um documento com propostas de contratos swap do Citigroup ao Governo de José Sócrates em 2005, onde consta o nome de Joaquim Pais Jorge (actual Secretário de Estado do Tesouro), e as reuniões em S. Bento onde este confirmou à SIC ter estado presente quando era quadro daquela instituição financeira.
Em conferência de imprensa, em Lisboa, o Secretário de Estado Adjunto do Ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional, Pedro Lomba, garantiu que foram “detectadas inconsistências” quanto à ligação entre a apresentação que veio a público e a presença de Joaquim Pais Jorge. Mas recusou-se a dizer quais, remetendo a resposta para esclarecimentos a prestar “pelo Governo” até final do dia.
Embora se perceba bem que não há muito que investigar… o tipo (JPJ) é mentiroso e o recrutamento para a área das Finanças do Governo é uma lástima… ou não… tudo depende do que se pretende com as contratações…
Pais Jorge negou há dias estar envolvido na tentativa de vender ao Estado produtos financeiros em 2005.
Agosto 6, 2013 at 6:18 pm
“o Secretário de Estado Adjunto do Ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional”… Perdi-me :p
Agosto 6, 2013 at 6:18 pm
Concordo inteiramente, Paulo. Não pode ser tudo igual…
Agosto 6, 2013 at 6:33 pm
Lomba, o sec. da propaganda.
Socratismo por outras portas…
Agosto 6, 2013 at 7:06 pm
SWAPS: As datas e as horas das três reuniões que Pais Jorge negou
Exclusivo VISÃO: As datas dos encontros em São Bento e a proposta de três contratos swap, a 30 anos, que fugiam ao controlo de Bruxelas
Paulo Pena
13:39 Terça feira, 6 de Agosto de 2013 |
SWAPS: As datas e as horas das três reuniões que Pais Jorge negou
José Caria
Reunião 1
Faltavam poucos minutos para as nove da manhã de 1 de julho de 2005 quando Joaquim Pais Jorge e Paulo Gray, dois altos quadros da sucursal portuguesa do banco norte-americano Citigroup, entraram na residência oficial do primeiro-ministro, para uma reunião marcada com dois assessores económicos do primeiro-ministro, Óscar Gaspar e Vítor Escária. Foram conduzidos a uma sala de reuniões ali mesmo, no anexo da residência, um pequeno edifício colado ao muro que faz esquina com a Rua da Estrela.
Sentados os quatro, numa mesa de reuniões, Pais Jorge e Paulo Gray explicaram a razão do pedido de reunião. Um ponto iria estar em cima da mesa durante muito tempo: a operação, decidida em 2003 no Governo de Durão Barroso, de cedência do Estado ao Citigroup de 1,3 mil milhões de euros de créditos fiscais e de 9,4 mil milhões de euros de créditos da Segurança Social. O banco pagou 1,76 mil milhões de euros, 15,38% do valor das dívidas. Manuel Ferreira Leite, a ministra que assinou o contrato, considerou a operação “um êxito”. Mas os homens do Citigroup quiseram mostrar ao novo Governo “preocupação”.
O segundo ponto da agenda veio sob a forma de uma apresentação. Chamava-se (em inglês no original) “Uma proposta para a gestão de dívida da República Portuguesa”. E era o contrato swap que a VISÃO descreveu na edição impressa de 1 de agosto. Joaquim Pais Jorge compareceu ao briefing do Governo, na sexta-feira passada, para considerar “imprópria e abusiva a leitura feita pela VISÃO”. Argumentou o secretário de Estado Tesouro que “não tinha responsabilidade sobre a concepção e negociação de produtos derivados”. Questionado pelos jornalistas sobre a apresentação da proposta do Citigroup ao gabinete do ex-primeiro-ministro, Pais Jorge foi peremptório: “Nego que entreguei essa proposta, sim.”
Durante o briefing, a negação foi alternado com outras versões: “Não posso confirmar [se a apresentação aconteceu] se não estive lá”; ou “não me lembro se estive nessa apresentação”. Ontem, na sequência deuma notícia da SIC, admitiu ter estado em reuniões, mas disse desconhecer o teor “da proposta em cima da mesa”.
Reunião 2
Na quinta-feira, 21 de julho, às 10 horas, a mesma delegação do Citigroup voltou a reunir com os mesmos assessores de São Bento. O ministro das Finanças, Campos e Cunha, demitira-se na véspera. Teixeira dos Santos tomaria posse nas próximas horas.
Se o Governo iria mudar de “rumo” (uma palavra cara a Sócrates), e prestar alguma atenção à proposta de “financiar” o défice com swaps de dívida pública, no curto prazo, esta seria a oportunidade. Mais uma vez, Pais Jorge e Paulo Gray apresentaram as ideias que a sede europeia do banco, em Londres, preparara: manter “fora do balanço” os financiamentos imediatos que os swap garantiam e esperar que as taxas de juro propostas pelo banco não viessem a tornar os próximos 30 anos da dívida pública num pesadelo (ainda maior).
Mais uma vez, não receberam qualquer sinal verde de São Bento. Pelo contrário. à tarde, na tomada de posse de Teixeira dos Santos, Sócrates confirmou que o “rumo” se manteria, apesar da mudança de ministros. A diminuição do défice seria feita com “contenção da despesa pública”.
A proposta não passou em São Bento. O IGCP deu-lhe parecer negativo. E nas Finanças nem chegou a haver reuniões.
Reunião 3
Pais Jorge e Paulo Gray regressariam, uma última vez, em 2005, à residência oficial. Foi na terça-feira, 25 de outubro, às 14 horas. Recebidos pelos assessores de Sócrates, mas já com o assunto swaps enterrado, as conversas voltaram a incidir sobre a titularização dos créditos fiscais. Um negócio que o Citigroup temia que fosse mau. E não terá sido por coincidência que tentou montar outro, paralelo, que garantisse uma maior rentabilidade na sua relação financeira com o Estado português. Mas com os créditos fiscais o Citi acabou por receber do Estado mais do que pagou – cerca de 2 mil milhões de euros. Com um “juro ímplicito de 17,5%”, segundo o Tribunal de Contas.
Hoje, Pais Jorgeé o secretário de Estado do Tesouro que tem, entre outras funções, a resolução do problema dos swaps nas empresas públicas. Paulo Gray trabalha para a Storm Harbour, consultora contratada para os avaliar.
Saiba mais na edição impressa da VISÃO que vai para as bancas na quinta-feira, 8 de agosto
Agosto 6, 2013 at 7:17 pm
É só eufemismos: inconsistências, inverdades, amnésias e outras merdas…
O termo correcto é mentira. Se quisermos ser kantianos, mentir é sempre imoral. Stuart Mill aceitaria algumas excepções.
Agosto 6, 2013 at 8:15 pm
O Pedro Lomba?
Eles vendem-se todos…
Desculpas…não é só o Pais Jorge.
“(…) Um dos responsáveis pela proposta de ‘swap’ feita em 2005 ao governo socialista pelo Citigroup, para reduzir artificialmente o défice, é desde Fevereiro de 2012 administrador da Águas de Portugal nomeado pelo Ministério da Agricultura e do Ambiente.
Gonçalo Ayala Martins Barata, que foi nomeado em 2012 para a administração da Águas de Portugal, é um dos nomes que integra a equipa responsável pela proposta apresentada pelo Citigroup ao IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, a que Agência Lusa teve acesso, a par do atual secretário de Estado do Tesouro, Joaquim Pais Jorge, à época diretor do Citibank Coverage Portugal.
A Lusa questionou o gabinete de Gonçalo Martins Barata na Águas de Portugal, mas ainda não foi possível esclarecer qual o seu envolvimento neste processo. Também o Ministério de Assunção Cristas, responsável em 2012 pela nomeação da administração da Águas de Portugal, não fez qualquer comentário até ao momento.
Gonçalo Barata entrou para o Citibank Portugal em 1994, e em 2002 passou a ser director da área de Fixed Income Capital Markets Origination do Citigroup, em Portugal, “com responsabilidade pela originação de dívida para os principais emitentes nacionais e estruturação e aconselhamento na gestão de riscos financeiros”, de
acordo com o currículo disponibilizado pela Águas de Portugal. (…)
http://economico.sapo.pt/
Agosto 6, 2013 at 9:14 pm
Eu gostava de saber é quando é o fim do dia. Será no telejornal das 24 horas?
Agosto 6, 2013 at 9:26 pm
vou esperar a ver se o Pedro encosta me desilude, ou não!
Gostava de ler as escrevinhices do miúdo,
ainda tenho 1,2 mm de esperança…
espero até amanhã,
depois vou furibundar!
Agosto 6, 2013 at 9:34 pm
#8
Angélica, mesmo… 🙂
Agosto 6, 2013 at 10:21 pm
As desgraçadas das nossas finanças, do nosso (pouco) dinheiro geridas por esta gente! Há anos, décadas, séculos… Mas não há ninguém sério neste país? São todos uns vendidos, sem um pingo de ética, de patriotismo, de sentido de bem comum?
O POLVO!!!!!!!!!!!
# 4
Mais uma consultora que vai ganhar uns milhões. Mas afinal os técnicos do Banco de Portugal, pagos principescamente, os do Tribunal de Contas, do Ministério das Finanças,não têm competência para desempenhar essa função – a de avaliar os famigerados swap? O que fazem, então?