O Discurso De Cavaco Silva Aos Palhaços Que Somos Nós
Posted by Paulo Guinote under
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O Mundo Está Parvo
[30] Comments
Reparem nesta parte:
Desde que exista, à partida, vontade e espírito de cooperação entre os partidos que subscreveram o Memorando de Entendimento, e desde que estes coloquem o interesse nacional acima dos seus próprios interesses, creio que não será difícil definir o conteúdo em concreto desse entendimento. Mais ainda, um acordo desta natureza não se reveste de grande complexidade técnica e poderá ser alcançado com alguma celeridade, podendo recorrer-se a uma personalidade de reconhecido prestígio que promova e facilite o diálogo.
Darei todo o apoio a esse compromisso patriótico, na convicção de que ele irá contribuir, de modo decisivo, para a confiança externa e interna e será um fator de esperança para todos os Portugueses.
Irei contactar de imediato os responsáveis dos partidos que subscreveram o Memorando de Entendimento para analisarmos a solução que proponho.
Portugueses,
Chegou a hora da responsabilidade dos agentes políticos. As decisões que forem tomadas nos próximos dias irão condicionar o futuro dos Portugueses durante vários anos.
O que está em causa é demasiado grave e demasiado importante. A existência de um compromisso de médio prazo é a solução que melhor serve quer o interesse nacional quer o interesse de todos os partidos, que poderão preparar-se para o próximo ciclo político tendo dado mostras aos Portugueses do seu sentido de responsabilidade.
E notem lá agora esta parte, logo a seguir:
Sem a existência desse acordo, encontrar-se-ão naturalmente outras soluções no quadro do nosso sistema jurídico-constitucional.
Mas olhem a ameaça, ou o que parece ser isso:
No entanto, se esse compromisso não for alcançado, os Portugueses irão tirar as suas ilações quanto aos agentes políticos que os governam ou que aspiram a ser governo.
Pois, mas o que nós queremos é tirar essas mesmas ilações… e eu não sei se o PR percebe que, na prática, está a apelar ao voto contra os “agentes políticos” que nos governam e aspiram a ser governo.
O que quer ele dizer?
Bora votar nos radicais anti-troika?
Bora!!!
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Julho 10, 2013 at 10:26 pm
Ludwig von Cavaken, ié!
Julho 10, 2013 at 10:29 pm
oráculo
Julho 10, 2013 at 10:30 pm
E agora, PS?
Julho 10, 2013 at 10:30 pm
Bira aí!
Julho 10, 2013 at 10:31 pm
O que irá o Seguro fazer?
Mandar Cavaco às urtigas?
Julho 10, 2013 at 10:32 pm
Bira? Até poderia ser… ora bira, bira, bira.. mas não era essa aminha intenção 🙂 Era mesmo:
BORA AÍ!
Julho 10, 2013 at 10:38 pm
nunca votei no PC
mas, se o PC subir muito, será que os mercados se assustam e nos perdoam parte da divida com medo que o comunismo alastre…. que tal uma nova guerra fria….perdido por cem perdido por 300 000
ahahahah
eu sei estou a esparvoeirar….
Julho 10, 2013 at 10:41 pm
“Chegou a hora da responsabilidade dos agentes políticos.” Só agora!? Responsabilidade, my ass.
Julho 10, 2013 at 10:44 pm
#7
As pessoas não votam no PC, as pessoas compram um PC.
Será que quis dizer PCP? Isto só a bem do rigor. nada mais do que isso.
Julho 10, 2013 at 10:47 pm
#7
Como estratégia parece interessante.
Os mercados são como o Phaphe e o outro com nick de símbolo quimico: mal ouvem falar em comunismo, aprontam-se para a mobilidade,que’é como quem diz, dão de frosques.
Julho 10, 2013 at 10:48 pm
#0 Bora votar nos radicais anti-troika?
Bora!!!
É isso que o mais famoso dos eurodeputados eurocépticos, Nigel Farage, dizia ao Durão Barroso na semana passada. Em Maio de 2014, nas eleições europeias a União Europeia estará confrontada com uma situação sem precedentes, com os partidos eurocépticos ditos de “extrema direita” a obterem votações históricas
a começar pela França:
http://expresso.sapo.pt/extrema-direita-poe-franca-a-beira-de-crise-de-nervos=f815805
Julho 10, 2013 at 10:50 pm
Depois da irrovogabilidade revogável, temos um governo que não o é, ou um que não é, mas há-de ser, ou… perdi-me.
Se os mercados forem agentes racionais, amanhã estarão a milhas do rectângulo.
O que vale é que nunca acreditei que fossem.
Julho 10, 2013 at 10:50 pm
13.
Julho 10, 2013 at 10:54 pm
#11
E na Holanda, as ultimas sondagens apontam igualmente para uma vitória, pela primeira vez, do partido eurocéptico equivalente à Frente Nacional francesa, o Partido da Liberdade, de Geert Wilders:
http://www.irishtimes.com/news/world/europe/right-wing-party-tops-dutch-poll-1.1451690
Julho 10, 2013 at 10:55 pm
Para mim, talvez a parte mais significativa seja esta:
“Em terceiro lugar, deverá tratar-se de um acordo de médio prazo, que assegure, desde já, que o Governo que resulte das próximas eleições poderá contar com um compromisso entre os três partidos que assegure a governabilidade do País, a sustentabilidade da dívida pública, o controlo das contas externas, a melhoria da competitividade da nossa economia e a criação de emprego”.
E digo mais significativa porque:
– Cavaco estende demais a perna para a calça que tem: quer pela natureza semipresidencial do regime, quer pela sua anterior (in)actuação (que tem diminuído o estatuto presidencial aos olhos do país), pretender agora condicionar daquela maneira (a médio prazo) a governação é um contra-senso.
– E é também abusivo do ponto de vista democrático. Porque as eleições, a sua livre expressão, ficaria de antemão amputada, ou amarrada, com/a esse compromisso. Imagine-se apenas isto, de resto um cenário bem provável: o PS e a esquerda – que conquistaria um considerável subida – obtêm uma maioria clara nessas eleições. Essa maioria – que representaria a vontade maioritária dos eleitores – teria de se rever nos termos daquele acordo ou teria de subscrevê-lo?
– Cavaco não estará já a levar à letra o diktat alemão e eurocrático?
Senão, veja-se o que se escreve hoje no jornal i (que citei e comentei num post abaixo) a propósito das famigeradas “recomendações” da JP Morgan: “A vontade de reforçar os poderes dos governos começa assim a fazer escola na Europa, em parte por causa do receio de que os partidos antieuropeus comecem a ganhar eleições, o que a acontecer será por vontade dos eleitores, isto se Bruxelas e Berlim deixarem. É que convém recordar o que está a acontecer actualmente: o segundo resgate português está a ser discutido em segredo para evitar que os alemães se dirijam às urnas em Setembro próximo com vontade de castigar Merkel pelo novo resgate e pelo falhanço da austeridade que tanto defende.
Curiosamente, vem também da Alemanha a fórmula que a JP Morgan propõe indirectamente para convencer os países periféricos a avançar com as “reformas políticas” que sugere: “A nosso ver, é pouco provável que a Alemanha concorde com as obrigações europeias sem mudanças significativas nas constituições dos países periféricos”.
Julho 10, 2013 at 10:55 pm
Giro, giro é ver os comentadeiros todos porem-se a adivinhar o que quis dizer sua excelência!
Mas eu estou como o Paulo: acho que sua excelência fez um apelo ao voto nos partidos fora do arco!
Julho 10, 2013 at 10:58 pm
Qual arco, eu tenho um, de ferro e com forqueta e tudo!
Julho 10, 2013 at 11:01 pm
As eleições democráticas afastam os mercados; a balbúrdia aproxima-os.
É a chamada lógica da cavaca.
Julho 10, 2013 at 11:05 pm
#17
Referia-me, modestamente, ao da ingovernação!
Julho 10, 2013 at 11:17 pm
#15
Na mouche!
Bem visto!
Julho 10, 2013 at 11:17 pm
Isto é a palhaçada do costume!
Mas em vários capítulos tipo novela mexicana…
Vem desde o Relvas… Seguido do Gaspar… Depois o Portas… Que saiu e voltou a entrar… Com mais dois…ou não…o suspense mantém-se…
Pelos vistos o Cavaco quer também uns quantos do PS no governo… Agora não percebo se o número de ministros das 3 forças partidárias será proporcional ao número de lugares na Assembleia da República…se é ao calhas… Se vão criar mais uns Ministérios…
É uma história tão enovelada …tão confusa… Tão estapafúrdia que nem tenho palavras…de tão patético que o panorama está!
Pelos vistos as caminhadas para Belém só serviram para avacalhar ainda mais isto tudo! Se esta proposta for avante… O Passos perde o pouco poder que tinha…fica totalmente à mercê dos caprichos do Portas e dos outros todos e pelos vistos passou o testemunho para as mãos do Cavaco… Que lelé como está só podia achar que esta é a solução mais acertada!
É UMA PALHAÇADA!!!!
Julho 10, 2013 at 11:28 pm
Só há uma personalidade assim suficientemente abrangente, idolatrada do PS ao CDS, passando pelo próprio Cavaco… É a Milú! Um governo sem eleições com a Milú à cabeça é a solução definitiva para os mercados.
Julho 10, 2013 at 11:36 pm
#21,
…” O Passos perde o pouco poder que tinha…” e vai levar um pontapé no cú (psd)
O Portas vai levar um pontapé no cú (cds)
O Seguro vai levar um pontapé no cú (ps)
Julho 10, 2013 at 11:39 pm
O que é verdadeiramente surpreendente na comunicação de Cavaco é a sua entrada decidida no campo da política pura e dura.
Cavaco toma uma posição política – ainda que impregnada de perigosas ambiguidades e intenções sub-reptícias, como assinalei no comentário anterior -, que exige respostas políticas e, pasme-se!, alguma clarificação – aquilo que, precisamente, no Centrão não se cultiva -, e daí as respostas tardias e atrapalhadas desses partidos, que ficaram visivelmente surpreendidos e em xeque, na defensiva.
Julho 10, 2013 at 11:44 pm
Não vi a tv, mas ouvi qualquer coisa … que um silva disse?
“Se os bancos podem ir à falência? Ai podem, podem”.
Foi isso que disse o silva, ouvi bem?
Julho 11, 2013 at 12:26 am
O sr. Silva quer capitalizar, o terramoto que vai provocar nas lideranças dos partidos. Acabou de cavar mais um buraco, na tentativa de impedir a democracia de funcionar…mas como diz o #15 é um passo maior que a perna..A forma de Cavaco dar um raspanete por causa da instabilidade foi criar uma instabilidade estratosférica. Que todos vamos pagar! Mas enquanto a maralha puder ir à praia ninguém se rala. Quando acabar o verão o cenário vai ser de gritos…
Julho 11, 2013 at 12:46 am
#24 Cavaco, posição política? Ele disse que os três partidos da troika têm de apoiar (incondicionalmente) o atual governo durante um ano para irmos a eleições antecipadas daqui a um ano. Isto é uma posição de política pura e dura? Quando muito é uma posição de política etérea e surreal.
Julho 11, 2013 at 12:57 am
#27
Convém ler com mais atenção o comentário (e já agora, também o #15).
Julho 11, 2013 at 10:02 am
#28 eu li e reli, mas continuo a achar que Cavaco é Cavaco: deseja ardentemente a lua. Se isso é uma posição política? De facto, tudo é político, até a abstenção. O que Cavaco fez foi NADA: não aceitou a demissão de Portas, não aceitou o rearranjo de Passos e Portas, não demitiu o governo, não convocou eleições. E disse ao PS que durante um ano é obrigado a apoiar este governo. E que uma personalidade vai negociar os termos desse apoio. Em resumo: ZERO.
Julho 11, 2013 at 12:13 pm
Em que planeta e principalmente em que país vive o PR? Não me parece que seja em Portugal. Resumindo a atuação dele está dentro do nível da denominada “classe política”…