Caro Paulo Guinote…
Escrevo a divulgar um acontecimento relativamente invulgar no nosso panorama educativo…Neste momento decorre o período de discussão do novo programa de Matemática para o ensino básico… neste contexto foi escrito um documento sintético apontando as maiores fragilidades da nova proposta e tornado público…
O documento foi melhorado com a contribuição de muitos e subscrito por mais ainda (até agora mais de 120) onde se incluem professores do 1º ciclo até ao ensino superior (em número não negligenciável) e até cidadãos que não sendo professores têm uma opinião.
Esta não é uma luta de ninguém em concreto contra ninguém em particular… antes uma expressão generalizada de descontentamento relativamente a uma mudança para pior.
Tantas pessoas não devem estar erradas!O documento pode ser consultado aqui.Caso decida partilhar esta informação com os seus leitores, fica o nosso agradecimento…
Maio 30, 2013
Contribuição Para Um Melhor Programa De Matemática Para O Ensino Básico
Posted by Paulo Guinote under Debates, Ensino Básico, Matemática, Programa[37] Comments
Maio 30, 2013 at 11:14 pm
Fora de post.
“as carreiras especiais”, como as de docentes e investigadores do ensino superior público, “não poderem ser tratadas da mesma maneira”, Dizem eles que a mobilidade é para os outros…
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=77104
Maio 30, 2013 at 11:16 pm
#0
“Tantas pessoas não devem estar erradas!”
São mais ou menos do que as que elegeram o Cavaco Silva?
São mais ou menos do que as que elegeram o Passos Coelho?
…
Será que a opinião do Buescu, por exemplo, deve ser apenas mais uma opinião?
Maio 30, 2013 at 11:23 pm
# -1
“Contribuição Para Um Melhor Programa De Matemática Para O Ensino Básico”
Será que quando postou o texto #0 não teve quaisquer dúvidas sobre o título que colocou? Considera mesmo que os currículos neste país devem ser decididos por baixo assinados ou sujeitos a votações populares?
Maio 30, 2013 at 11:23 pm
Um contributo positivo, mas o antigo programa precisava reforma.Trabalhava
demais a compreens@o e complicava o simples.
Maio 30, 2013 at 11:24 pm
#2,
Desta vez tens razão.
Maio 30, 2013 at 11:25 pm
Quem se pronuncia sobre as qualidades de um programa de matemática deveria sentir-se no direito de reservar para oportunidade diferente a sua opinião sobre outros assuntos.
Maio 30, 2013 at 11:26 pm
Um Primeiro-ministro que não honra a sua palavra não é digno de desempenhar funções públicas.
Despedir professores é arruinar o País.
Honre a palavra dada em campanha eleitoral Senhor Primeiro-ministro quando se comprometeu a não despedir funcionários públicos.
Repitam nas redes sociais, repitam em todos lugares, enviem para o PSD e CDS, enviem…….
Maio 30, 2013 at 11:29 pm
E será que o Buescu e quem o acompanha nisto consegue arranjar uma lista de mais de 100 subscritores? Ou escudam-se na SPM que valida tudo o que o ministério diz?
E o Buescu e o Crato percebem alguma coisa do Ensino Básico? Ou só “acham” umas coisas…
Diz quem sabe que não se lhe conhecem publicações reconhecidas na Literatura das Ciências da Educação… tudo o que escreveram foram opiniões!
Maio 30, 2013 at 11:35 pm
#5
Obrigadinho… Não sei o que seria de mim sem o teu apoio…
Maio 30, 2013 at 11:37 pm
Ajoelhou? Agora tem de pagar
Maio 30, 2013 at 11:38 pm
Jorge Buescu
Jorge Buescu nasceu em Lisboa em 1964, licenciou-se em Física na Faculdade de Ciências de Lisboa em 1986, concluiu o Mestrado em Matemática no Instituto Superior Técnico em 1991 e doutorou-se em Matemática na Universidade de Warwick em 1995. Depois de duas décadas como Professor do Departamento de Matemática do Instituto Superior Técnico, é actualmente Professor Associado com Agregação no Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
É autor de dezenas de artigos científicos e de mais de uma centena de artigos pedagógicos e de divulgação, muitos deles nascidos da sua colaboração com a Ingenium, revista da Ordem dos Engenheiros, onde mantém uma coluna regular sobre Ciência desde 1995. Foi-lhe atribuído o Prémio Rómulo de Carvalho de Investigação e Divulgação, da Universidade Lusíada, e foi nomeado Membro Correspondente da Ordem dos Engenheiros.
Maio 30, 2013 at 11:38 pm
#8
“Literatura das Ciências da Educação…”
Antes de haver essa “coisa” ninguém ensinava (aprendia) Matemática?
Maio 30, 2013 at 11:43 pm
Claro que sim… mas apenas aos alunos que conseguiam aprender. Hoje tentamos ensinar todos!
Maio 30, 2013 at 11:44 pm
#6
“Quem se pronuncia sobre as qualidades de um programa de matemática deveria sentir-se no direito de reservar para oportunidade diferente a sua opinião sobre outros assuntos”
???
Maio 30, 2013 at 11:45 pm
Salário: 4 M / época
http://desporto.sapo.pt/futebol/primeira_liga/artigo/2013/05/30/jorge_jesus_assinou_por_mais_dua.html
Maio 30, 2013 at 11:47 pm
#13,
Claro que sim… mas apenas aos alunos que conseguiam aprender. Hoje tentamos não ensinar nada a todos!
Ciências da Educação…
Maio 30, 2013 at 11:49 pm
#15 @bc,
Maio 30, 2013 at 11:49 pm
#13
Ser capaz de ensinar a alguém (Matemática ou qq outra coisa) todos são capazes, desde que dominem o assunto. Ser capaz de ensinar um assunto que se domine a todos, é o que define um professor.
Maio 30, 2013 at 11:53 pm
#16
Os neoliberais só precisam de dois ou três alunos por Turma para os servirem posteriormente, os outros, objectos excedentários, podem ser abatidos em qualquer momento do processo de fabrico chamado “ensino”… com este tipo de visão espera-se outra coisa?…
Maio 30, 2013 at 11:54 pm
#3,
Não altero títulos de textos que me mandam.
A menos que façam alto assinados.
Maio 31, 2013 at 12:05 am
#14
Ao encontro da questão colocada em #2, aqui citada:
São mais ou menos do que as que elegeram o Cavaco Silva?
Mesmo que essa eleição vinculasse alguma orientação particular sobre a revisão do programa de matemática – o que não me recordo de ter sido anunciado em devido tempo,- a simbiose com outras matérias constituiria uma limitação grave à liberdade (uma distorção desnecessária) de opinião específica sobre este assunto. É possível discutir-se cada assunto no seu âmbito próprio, sem atropelos.
Maio 31, 2013 at 12:11 am
Maio 31, 2013 at 12:15 am
POR UMA ESCOLA PÚBLICA QUALIFICADA E POR UMA CARREIRA DOCENTE CONDIGNA!
APEDE
Maio 31, 2013 at 12:25 am
Os subscritores deste documento fazem todos parte do séquito que foi sendo construído pelos autores do anterior programa de matemática, os quais navegam nas águas do eduquês e estão ligados ao PS/APM. Os autores do novo programa estão ligados ao PSD/SPM e navegam nas águas do cratês … Isto tem mais a ver com ideologia política e guerra pelo poder do que com matemática …
Maio 31, 2013 at 12:30 am
Faz-se um documento e ele que se desenrasque.
Maio 31, 2013 at 12:39 am
#25
Se tiver pernas para isso! 😆
Maio 31, 2013 at 12:54 am
#20
Se o título não era seu devia tê-loposto entre aspas ou no corpo do post.
Maio 31, 2013 at 12:58 am
#24
Se se informar sobre o trabalho desenvolvido pela SPM em prol do ensino e da desmistificação do papão da Matem´tica verá que não se trata propriamente de política.
O trabalho desenvolvido pela APM, sem ser na defesa corporativa dos professores de Matemática, desconheço em absoluto.
Maio 31, 2013 at 1:49 am
Para melhorar basta que se torne obrigatório saber somar e dividir para passar do 4ª ano.
Maio 31, 2013 at 3:30 am
Acho muito bem que a rapaziada critique e apresente alternativas mas… perdi a vontade de ler as propostas que apresentam ao ver que há “professores de matemática(?)” que usam este tipo de argumentos falaciosos – Tantas pessoas não devem estar erradas!
Por mim, ou arranjam um argumento decente ou vão leccionar sociologia, economia, climatologia ou outra arte ocultista/adivinhatória à escolha.
Sai-nos cada um na rifa…
Maio 31, 2013 at 6:56 am
Extraordinariamente ninguém comenta os argumentos do texto…
Será que o alfabeto grego é a primeira coisa que se deve ensinar em Geometria no 7º ano?
Será que os alunos do 1º ciclo não podem aprender o conceito de probabilidade?
Será importante para os alunos do 9º ano saberem a diferença entre postulado e axioma, ou entre lema e corolário?
Maio 31, 2013 at 8:46 am
#31 – A minha opinião
P: Será que o alfabeto grego é a primeira coisa que se deve ensinar em Geometria no 7º ano?
R: Não. É algo que deve constar nos apêndices de qualquer compêndio de matemática que faça uso dele.
P: Será que os alunos do 1º ciclo não podem aprender o conceito de probabilidade?
R: O risco de uma mera interpretação tautológica deste conceito afectou até os maiores matemáticos. Subjacente a este conceito está o de medida e as ferramentas matemáticas necessárioas estão longe do alcance dos alunos médios do 1º ciclo (um programa orientado para génios não seria razoável). Assim, a resposta tem muito a ver com a abordagem que for usada. Se forem incursões exploratórias sobre a “plausabilidade” ou tentativas de quantificar o grau de “expectativas”, incluindo exemplos elementares da teoria dos jogos, a resposta é sim. Se for para “introduzir o conceito” de probabilidade de forma precipitada a minha resposta é não. Há que ver, além disso, se a utilização do tempo disponível não seria melhor aproveitado para consolidar conhecimentos de álgebra ou de geometria.
P: Será importante para os alunos do 9º ano saberem a diferença entre postulado e axioma, ou entre lema e corolário?
R: Esta é fácil: um redondo e duplamente sublinhado SIM!. Eu fui um privilegiado, pois a minha professora do 7º ano começou logo por distinguir estes vários tipos de afirmações (as que se demonstram daquelas que se pedem para ser aceites sem demonstração). Resulta que, depois disso, não mais é possível olhar para a matemática como algo etéreo, mas como uma simples construção muito humana.
Maio 31, 2013 at 10:15 am
O programa de Matemática de 2007 tinha o problema de não definir claramente o que os alunos aprendiam em cada ano, organizava os conteúdos por ciclos.
Depois surgiram os “percursos temáticos de aprendizagem” e outros documentos de apoio para saber o que leccionar em cada ano.
Quando o programa de 2007 foi feito havia a ideia de que os alunos se não aprendessem um certo conteúdo, ou melhor, se não adquirissem determinada competência num ano, poderiam adquiri-la até ao final do ciclo.
Ora, essa ideia, como se sabe, mudou de 2007 para 2013.
É interessante que ninguém aponte as falhas do programa de 2007 porque são muitas.
No 9.º ano, por exemplo, uma tarefa de “investigação” para os alunos dá a entender que nas dízimas infinitas periódicas, os algarismos repetem-se logo a seguir à vírgula (esqueçam os abusos de linguagem) e faz os alunos deduzirem uma regra geral que supostamente serve para passar dízimas infinitas periódicas a fracções. Mas, tal regra falha para números tão fáceis de aparecer numa qualquer aula do 9.º ano como seja o 2, 7(3) , por exemplo.
Este é só um exemplo, de muitas ideias erradas sobre Matemática que colocam na cabeça dos alunos.
Um programa que queria pôr os alunos a compreender em vez de memorizar, põe os alunos a decorar falsas regras gerais.
O programa de 2013 apela a uma abstracção, por vezes, excessiva para a idade dos alunos.
No entanto, tem a vantagem de definir mais claramente o que se pretende em cada ano.
Maio 31, 2013 at 10:22 am
Mais grave do isto é ver esta tal tarefa proposta num caderno de apoio à implementação do programa de Matemática de 2007 a ser dada acriticamente por professores nas aulas e aparecer reproduzida em boa parte dos manuais de várias editoras.
O que é isto senão enganar os alunos?
Maio 31, 2013 at 3:32 pm
Ainda bem que a discussão se elevou… assim agrada-me discutir ideias!
Julgo que se confunde um mau programa com uma má implementação, e convenhamos que por pior ou melhor que seja o programa, haverá sempre quem dele faça um bom uso e quem o implemente de forma menos boa – aconteceu com o de 2007 e acontecerá com o de 2013…
(#32) O António Ferrão coloca bem as questões… e concordo com as duas primeiras respostas – e é disso que se trata, o alfabeto grego, sendo uma parte acessória, não deve ser identificado como meta a atingir nem merecer o destaque no programa.
Sobre as probabilidades, analisando o programa de 2007, não vejo nada em que a resposta do António seja dissonante… já ouvi o vice-presidente da SPM afirmar de forma peremptória que “não se pode ensinar probabilidades no 1º ciclo” e a proposta de 2013 é coerente com esta afirmação… o que é bastante diferente de dizer, introduzir o conceito com cautelas…
Sobre a última parte, também estou de acordo com o que diz, não me parece é que o detalhe da diferenciação entre lema e corolário, ou entre, axioma e postulado seja a forma correta de ilustrar a construção do conhecimento… não seria de começar pela diferença de definição e teorema… sem colocar o ênfase na questão do vocabulário, como está na proposta de programa?
Junho 1, 2013 at 12:26 am
Saber o que são axiomáticas equivalentes no 9.º ano (sem que os alunos alguma vez tenham estudado uma teoria axiomática, quanto mais estudar duas e ver que são equivalentes) quer dizer o quê? Que os alunos vão memorizar a definição?
Quanto a postulado e axioma, hoje não se faz sequer essa diferença. Trata-se de uma distinção de Euclides.
Na geometria do 1.º ciclo dá-se uma noção de direção que corresponde à noção habitual de semi recta e que é diferente da noção habitual introduzida mais tarde.
E que dizer da noção de paralelismo definida à custa de contagens de quartos de volta numa quadrícula?
“Identificar dois segmentos de reta numa grelha quadriculada como paralelos se for possível descrever um itinerário que começa por percorrer um dos segmentos, acaba percorrendo o outro e contém um número par de quartos de volta.”
O programa de 2007 tinha problemas. Mas seria preciso avaliar a sua implementação antes de mudar tudo. E uma mudança radical de programa devia ser testada antes de generalizada. Nada disso foi feito. Com rigor neste momento ninguém sabe qual vai ser o programa de Matemática dos 9 primeiros anos de escolaridade no próximo ano lectivo. Quem chega ao governo faz de conta que no passado tudo era mau e resolve reinventar a roda. Assim daqui a na anos talvez se reinvente o carro de bois. Entretanto preferimos não ver o que fazem outros países, como a Finlândia. Mas o nosso objectivo por cá não é ser como a Finlândia do século XXI, é fazer Portugal voltar aos anos 50 ou 60 do século XX.
Junho 1, 2013 at 7:38 am
E depois ainda há toda a desinformação associada… hoje o governo voltou a afirmar que este é um programa de inspiração asiática, quando todos os especialistas afirmam que não.
O currículo de Singapura assenta num conjunto de 7 “skills” e por cá banem-se as competências do currículo.
Em Singapura a boa utilização da calculadora é incentivada desde o 1º ciclo, e por cá faz campanha contra!
Em Singapura o currículo é um conjunto de conteúdos e indicações metodológicas, e por cá assume-se que as indicação não devem fazer parte do programa…