Confesso-vos que fico bastante envergonhada quando ouço soifertes.
Mais envergonhada ainda, por constatar que os assuntos de educação estão entregues aos deputados menos qualificados de todos os partidos.
Trata-se de uma área menor, portanto.
#4
Percebo o embaraço mas não subscrevo a generalização.
Nem todos os partidos entregam os debates sobre educação aos deputados menos qualificados, como facilmente se constata no vídeo do post anterior.
A questão é outra: nos pequenos partidos, como têm poucos deputados, tanto a qualidade média dos mesmos como a sua produtividade costumam ser maiores do que nos grandes, onde boa parte daquela malta só ali está a fazer número.
E a verdade é que o CDS é a excepção à regra. Em vez de poucos e bons, poucos e maus…
E nem me venham com a desculpa de que os melhores foram para o governo, que também aí não vejo ninguém que vá além da mediocridade geral…
A grande diferença entre nós dois, António, é que eu não prescindo da liberdade e da independência que me permitem uma apreciação isenta dos nossos representantes, sejam eles de que partido forem.
A maioria dos deputados do CDS são pessoas com enorme capacidade de trabalho e dedicação, pelo que a tua generalização é, no minimo, facciosa.
Olha bem para alguns miúdos da tua bancada, sem o crivo das lentes que trazes enfiadas e verificaras como o défice de qualidade é evidente.
🙂
Dois dias. Este foi o tempo que demorou até chegar o primeiro sinal que o optimismo nas previsões não ia correr bem. 18 de Maio de 2011:o Instituto Nacional deEstatística divulga que Portugal tem afinal 689 mil desempregados em Março de 2011, mais 71 mil que em Dezembro de 2010. Este salto deveu-se tanto às mudanças no método de contabilização do INE, como à deterioração significativa da economia portuguesa no início de 2011. “Para os observadores do mercado de emprego estes dois efeitos desactualizam por completo a previsão do governo de 13% para o desemprego em 2013”, noticiava então o i. Longe estava o país de imaginar as derrapagens que se seguiriam, suficientes para destruir os pressupostos sobre os quais o ajustamento português foi pensado.
Défice O acordo da troika com PSD, PS e CDS dizia que entre 2012 e 2014 Portugal acumularia um défice de 9,8% – com 4,5% em 2012, 3% em 2013 e 2,3% em 2014. Agora, as mais recentes previsões daCE apontam para um défice acumulado nestes três anos de 14,4%. A diferença, de 4,6 pontos percentuais, traduzida em euros, significa uma derrapagem de mais 7,6 mil milhões de euros de défice acumulado face ao desenho inicial do ajustamento português, valor que foi ajudar na engorda da dívida.
Dívida Pública A derrapagem no défice, graças ao congelamento quase completo da actividade económica em Portugal, foi então uma das razões para que as metas definidas para a dívida também tenham derrapado, mas não foi a única.
O acordo inicial previa que este ano a dívida portuguesa chegaria ao seu máximo: 108,6% – perto de 184,6 mil milhões de euros. Porém, a evolução da crise, a deterioração da economia, das contas e das empresas tornou este objectivo risível. A última previsão daComissão Europeia para este ano aponta para uma dívida de 123% do PIB – 202 mil milhões de euros. São mais 17,5 mil milhões de euros que o previsto, uma derrapagem que equivale a 10,5% do PIBcom que Portugal chegará ao final deste ano. A derrapagem, contudo, não fica por aqui, já que a dívida deve continuar a crescer nos próximos anos, ao contrário do antecipado há dois anos.
Consumo privado Era o alvo a abater pelas autoridades internacionais e nacionais:os portugueses vivem acima das possibilidades, logo, acabe-se com isso. Pior a emenda que o soneto:a austeridade devia fazer com que o consumo privado recuasse 5,1% de forma acumulada entre 2012 e 2013, mas a realidade e o “ir além da troika” acabou por provocar um recuo que já vai em 8,9%, contando com a quebra de 3,3% este ano, sendo esta a maior das causas da explosão do desemprego nos últimos anos.
Desemprego Imagine cinco Estádios da Luz cheios. As cerca de 312 mil pessoas que enchem esses cinco recintos são aquelas que perderam o emprego em Portugal nos últimos dois anos e que, segundo a troika, não o iam perder. A austeridade, o congelamento do consumo e o intensificar da crise levaram a uma explosão do desemprego no país. Em meados de 2011 previa-se uma taxa de 12,4% de desemprego para este ano. Já as mais recentes previsões evidenciam que a taxa será no mínimo de 18,2%, ou seja: em vez de 668 mil desempregados, há 980 mil. São mais 47%.
Exportações Era o trunfo na manga. A teoria para a recuperação portuguesa apostava em duas vias:esmagamento do rendimento para reduzir as importações e fazer explodir as exportações. A parte fácil até foi feita, com cortes salariais e o custo de vida a aumentar de tal forma que os portugueses deixaram de consumir. Agora, o difícil continua por fazer:o programa assenta a recuperação económica do país à boleia do crescimento das exportações, que deveria ser de 5,9% em 2012 e mais 6,5% este ano. Os números mais recentes mostram, contudo, que as exportações só irão crescer 3,3% e 0,9%, em 2012 e 2013.
PIB A acumulação de derrapagens e dos efeitos secundários das mesmas, fez com que a evolução da economia portuguesa fosse no sentido oposto ao previsto no Memorando. Na teoria, seria já este ano que o crescimento regressava, com o PIB a expandir 1,2% em 2013, depois de uma contracção de 1,8% em 2012:os dois anos somados resultariam assim num recuo de apenas 0,6% do PIB. Os factos mostram um cenário bem mais negro:em 2012 e 2013 o PIB irá recuar 5,5%.
A maioria dos deputados do CDS são pessoas com enorme capacidade de trabalho e dedicação, pelo que a tua generalização é, no minimo, facciosa
achas mesmo?? eu consigo ver dois ou três nas outras bancadas quiçá.. mas no Cds?? desculpa mas é só betos com uma ou outra excepção…talvez o nuno melo e pouco mais…não se confunda boa oratória com capacidade…tipo aquele que foi presidente do belenenses e agora se arma em arauto da verdade…enfim..antes tivesses razão..pobre amaro da costa freitas e bagão…isto para não falar do octogenário..esse sim um senhor…
#8
Helena, a diferença entre nós é que eu não tenho “bancada”. Mais por aí… E as lentes que uso permitem-me, felizmente olhar para todos os lados e ver todas as cores, sem distorções cromáticas…
Situo-me politicamente como um independente de esquerda e não me coíbo de criticar, e muitas vezes o tenho feito, a incapacidade da esquerda que não se revê nas políticas do PS de construir uma política alternativa. Exaspero com as incongruências e contradições do Bloco, assim como rejeito o sectarismo de um PCP demasiado parado num tempo que já passou.
Contudo, não duvido que é à esquerda, com pessoas destas e doutras organizações políticas e sociais que terá de se construir a alternativa séria à situação que temos e que só nos tem conduzido ao empobrecimento e ao agravamento das desigualdades e da dependência externa. Trinta e tal anos de políticas de direita ou de um centrismo envergonhado e de “socialismo na gaveta” deram no que está à vista de todos.
Mas voltando aos deputados, reafirmo o que disse sobre a qualidade dos mesmos e até estou disposto a concretizar, para que quem duvidar possa fazer por si próprio as comparações: estarão os dois deputados do CDS que se têm pronunciado sobre temas educativos ao nível do Miguel Tiago ou da Rita Rato, da Ana Drago ou do Luís Fazenda?…
Ui, António, com excepção da Ana Drago, qualquer um dos outros que referes é pior do que o próprio do Seufert.
Até naquela brincadeira das perguntas do exame da 4 classe…
E acreditando, embora, no teu genuino desejo de uma mudança para melhor, devo lembrar-te que os exemplos mundiais que o tentam pela via da esquerda nao são nada, mas mesmo nada, tranquilizadores.
Maio 19, 2013 at 11:38 am
Mas aqui por Lisboa parece que está quase a chover…
Maio 19, 2013 at 11:39 am
Antes chuva que sóifértes…
Maio 19, 2013 at 11:44 am
#2,
Ora bem.
Maio 19, 2013 at 11:52 am
Confesso-vos que fico bastante envergonhada quando ouço soifertes.
Mais envergonhada ainda, por constatar que os assuntos de educação estão entregues aos deputados menos qualificados de todos os partidos.
Trata-se de uma área menor, portanto.
Maio 19, 2013 at 12:12 pm
Estou ignorando.
Maio 19, 2013 at 12:27 pm
#4
Percebo o embaraço mas não subscrevo a generalização.
Nem todos os partidos entregam os debates sobre educação aos deputados menos qualificados, como facilmente se constata no vídeo do post anterior.
A questão é outra: nos pequenos partidos, como têm poucos deputados, tanto a qualidade média dos mesmos como a sua produtividade costumam ser maiores do que nos grandes, onde boa parte daquela malta só ali está a fazer número.
E a verdade é que o CDS é a excepção à regra. Em vez de poucos e bons, poucos e maus…
E nem me venham com a desculpa de que os melhores foram para o governo, que também aí não vejo ninguém que vá além da mediocridade geral…
Maio 19, 2013 at 12:28 pm
Núvens alternam com tímido sol (Stop)
The Black Eyed Peas – Let’s Get It Started
Maio 19, 2013 at 1:00 pm
A grande diferença entre nós dois, António, é que eu não prescindo da liberdade e da independência que me permitem uma apreciação isenta dos nossos representantes, sejam eles de que partido forem.
A maioria dos deputados do CDS são pessoas com enorme capacidade de trabalho e dedicação, pelo que a tua generalização é, no minimo, facciosa.
Olha bem para alguns miúdos da tua bancada, sem o crivo das lentes que trazes enfiadas e verificaras como o défice de qualidade é evidente.
🙂
Maio 19, 2013 at 1:01 pm
Ora chove ora faz sol e fresquinho. Está como gosto 🙂
Maio 19, 2013 at 1:46 pm
Saraivada cá no norte.
Maio 19, 2013 at 1:46 pm
O importante será o final da tarde!
Até lá o “Marquês” está reservado!
Maio 19, 2013 at 1:47 pm
Esqueci-me do bom dia.
Maio 19, 2013 at 1:47 pm
Queria chegar ao treuze.
Maio 19, 2013 at 2:03 pm
Dois dias. Este foi o tempo que demorou até chegar o primeiro sinal que o optimismo nas previsões não ia correr bem. 18 de Maio de 2011:o Instituto Nacional deEstatística divulga que Portugal tem afinal 689 mil desempregados em Março de 2011, mais 71 mil que em Dezembro de 2010. Este salto deveu-se tanto às mudanças no método de contabilização do INE, como à deterioração significativa da economia portuguesa no início de 2011. “Para os observadores do mercado de emprego estes dois efeitos desactualizam por completo a previsão do governo de 13% para o desemprego em 2013”, noticiava então o i. Longe estava o país de imaginar as derrapagens que se seguiriam, suficientes para destruir os pressupostos sobre os quais o ajustamento português foi pensado.
Défice O acordo da troika com PSD, PS e CDS dizia que entre 2012 e 2014 Portugal acumularia um défice de 9,8% – com 4,5% em 2012, 3% em 2013 e 2,3% em 2014. Agora, as mais recentes previsões daCE apontam para um défice acumulado nestes três anos de 14,4%. A diferença, de 4,6 pontos percentuais, traduzida em euros, significa uma derrapagem de mais 7,6 mil milhões de euros de défice acumulado face ao desenho inicial do ajustamento português, valor que foi ajudar na engorda da dívida.
Dívida Pública A derrapagem no défice, graças ao congelamento quase completo da actividade económica em Portugal, foi então uma das razões para que as metas definidas para a dívida também tenham derrapado, mas não foi a única.
O acordo inicial previa que este ano a dívida portuguesa chegaria ao seu máximo: 108,6% – perto de 184,6 mil milhões de euros. Porém, a evolução da crise, a deterioração da economia, das contas e das empresas tornou este objectivo risível. A última previsão daComissão Europeia para este ano aponta para uma dívida de 123% do PIB – 202 mil milhões de euros. São mais 17,5 mil milhões de euros que o previsto, uma derrapagem que equivale a 10,5% do PIBcom que Portugal chegará ao final deste ano. A derrapagem, contudo, não fica por aqui, já que a dívida deve continuar a crescer nos próximos anos, ao contrário do antecipado há dois anos.
Consumo privado Era o alvo a abater pelas autoridades internacionais e nacionais:os portugueses vivem acima das possibilidades, logo, acabe-se com isso. Pior a emenda que o soneto:a austeridade devia fazer com que o consumo privado recuasse 5,1% de forma acumulada entre 2012 e 2013, mas a realidade e o “ir além da troika” acabou por provocar um recuo que já vai em 8,9%, contando com a quebra de 3,3% este ano, sendo esta a maior das causas da explosão do desemprego nos últimos anos.
Desemprego Imagine cinco Estádios da Luz cheios. As cerca de 312 mil pessoas que enchem esses cinco recintos são aquelas que perderam o emprego em Portugal nos últimos dois anos e que, segundo a troika, não o iam perder. A austeridade, o congelamento do consumo e o intensificar da crise levaram a uma explosão do desemprego no país. Em meados de 2011 previa-se uma taxa de 12,4% de desemprego para este ano. Já as mais recentes previsões evidenciam que a taxa será no mínimo de 18,2%, ou seja: em vez de 668 mil desempregados, há 980 mil. São mais 47%.
Exportações Era o trunfo na manga. A teoria para a recuperação portuguesa apostava em duas vias:esmagamento do rendimento para reduzir as importações e fazer explodir as exportações. A parte fácil até foi feita, com cortes salariais e o custo de vida a aumentar de tal forma que os portugueses deixaram de consumir. Agora, o difícil continua por fazer:o programa assenta a recuperação económica do país à boleia do crescimento das exportações, que deveria ser de 5,9% em 2012 e mais 6,5% este ano. Os números mais recentes mostram, contudo, que as exportações só irão crescer 3,3% e 0,9%, em 2012 e 2013.
PIB A acumulação de derrapagens e dos efeitos secundários das mesmas, fez com que a evolução da economia portuguesa fosse no sentido oposto ao previsto no Memorando. Na teoria, seria já este ano que o crescimento regressava, com o PIB a expandir 1,2% em 2013, depois de uma contracção de 1,8% em 2012:os dois anos somados resultariam assim num recuo de apenas 0,6% do PIB. Os factos mostram um cenário bem mais negro:em 2012 e 2013 o PIB irá recuar 5,5%.
jornal i
Maio 19, 2013 at 2:43 pm
A maioria dos deputados do CDS são pessoas com enorme capacidade de trabalho e dedicação, pelo que a tua generalização é, no minimo, facciosa
achas mesmo?? eu consigo ver dois ou três nas outras bancadas quiçá.. mas no Cds?? desculpa mas é só betos com uma ou outra excepção…talvez o nuno melo e pouco mais…não se confunda boa oratória com capacidade…tipo aquele que foi presidente do belenenses e agora se arma em arauto da verdade…enfim..antes tivesses razão..pobre amaro da costa freitas e bagão…isto para não falar do octogenário..esse sim um senhor…
Maio 19, 2013 at 2:45 pm
Adriano Moreira..digo..
Maio 19, 2013 at 2:50 pm
o passado diz tudo sobre o presente..
Maio 19, 2013 at 3:50 pm
#8
Helena, a diferença entre nós é que eu não tenho “bancada”. Mais por aí… E as lentes que uso permitem-me, felizmente olhar para todos os lados e ver todas as cores, sem distorções cromáticas…
Situo-me politicamente como um independente de esquerda e não me coíbo de criticar, e muitas vezes o tenho feito, a incapacidade da esquerda que não se revê nas políticas do PS de construir uma política alternativa. Exaspero com as incongruências e contradições do Bloco, assim como rejeito o sectarismo de um PCP demasiado parado num tempo que já passou.
Contudo, não duvido que é à esquerda, com pessoas destas e doutras organizações políticas e sociais que terá de se construir a alternativa séria à situação que temos e que só nos tem conduzido ao empobrecimento e ao agravamento das desigualdades e da dependência externa. Trinta e tal anos de políticas de direita ou de um centrismo envergonhado e de “socialismo na gaveta” deram no que está à vista de todos.
Mas voltando aos deputados, reafirmo o que disse sobre a qualidade dos mesmos e até estou disposto a concretizar, para que quem duvidar possa fazer por si próprio as comparações: estarão os dois deputados do CDS que se têm pronunciado sobre temas educativos ao nível do Miguel Tiago ou da Rita Rato, da Ana Drago ou do Luís Fazenda?…
Maio 19, 2013 at 4:24 pm
Ui, António, com excepção da Ana Drago, qualquer um dos outros que referes é pior do que o próprio do Seufert.
Até naquela brincadeira das perguntas do exame da 4 classe…
Maio 19, 2013 at 4:41 pm
E acreditando, embora, no teu genuino desejo de uma mudança para melhor, devo lembrar-te que os exemplos mundiais que o tentam pela via da esquerda nao são nada, mas mesmo nada, tranquilizadores.