Daquele que só produz danos a terceiros devido à estupidez ou pura e simples má formação de quem perdeu todo o tipo de referenciais.
Torna-se endémico, as pessoas receiam-no e preferem o silêncio ao risco da pedrada nos vidros, do pneu furado, da agressão verbal, caso reajam.
Mas fazem mal, pois esse medo é perigoso porque acaba por tonar quase todos reféns de situações inaceitáveis, que as autoridades consideram não ter suficiente importância para ocupar o seu tempo mal pago, o que conduz a situações de claustrofobia ou atroz anomia perante a crescente degradação dos hábitos mais básicos de civilidade.
Por isso, prefiro reagir, não me calar, não aceitar a obscenidade arbitrária, a agressividade sem nexo, em suma, a labreguice quotidiana de quem vive assim e se sente bem, porque não acredito ser possível escapar a um lamaçal que soba sem obstáculos.
Recuso-me a ficar refém da aliança entre a rafeirice de uns e a cobardia de outros.
Maio 14, 2013 at 2:37 pm
Concordo, pois a indiferença e a apatia geram conformismo e sabemos bem onde isso nos conduz. Porque calar é consentir, devemos sempre (re)agir!
Maio 14, 2013 at 3:06 pm
#0
🙂
Maio 14, 2013 at 3:46 pm
O melhor exemplo dessa cobarde demissão (da polícia, dos cidadãos, das autarquias) é a atitude de condescência (quase culpada) ante os maduros que nos estacionamentos públicos se dedicam à extorsão – os mais socialmente correctos insistem em chamar-lhes “arrumadores”.
Maio 14, 2013 at 4:20 pm
“condescendência”, por supuesto.
Maio 15, 2013 at 7:17 am
SEM DÚVIDA:
reagir não por ditadura, mas para não ficar tudo sem conserto!
Maio 15, 2013 at 6:47 pm
sou a professora de Setúbal que, no dia 25 de fevereiro, foi “abordada” por uma porta que um aluno, levianamente, retirou dos encaixes. O texto/denúncia que correu o país foi aqui postado pelo Paulo. Tomei todas as diligências que me competiam para que algo fosse feito. Até hoje, ficou tudo na mesma: o aluno nunca foi punido, andou sempre na escola, porque não se acusou e ninguém competente fez com que o energumeno o fizesse. Antes pelo contrário ( “abafar é que é preciso”). Toda a gente da Direção e da turma sabe quem foi o aluno, mas quando a polícia da Escola Segura (?…) ,por mim solicitada, lá foi (já por duas vezes) para identificar o aluno, dizem que não sabem quem foi; que “a professora é que tem que saber e acusar” (quando a Direção me pediu, no dia da ocorrência, para eu não dizer “que tinha sido o Márcio quem tinha tirado a porta”, pois eles tratariam do assunto). Eu, bem mandada, não disse e fiz a participação de ocorrência, que enviei por e-mail, pois fiquei em casa devido ao traumatismo craniano de que fui vítima devido à queda amparada da porta, sem evocar o nome do aluno que, alarvemente, cometeu o deslize. Entretanto, já passaram três meses desde esta banal efeméride, e eu tenho que enfrentar, todos os dias, a turma; o aluno; os elementos da Direção da escola e engolir sapos. Quando, há cerca de um mês, falei com alguma insistência, demasiada credulidade e bastante ingenuidade, pessoalmente e, milhentas vezes, por telefone, com a Chefe da PSP da Bela Vista, fiquei atónita com a velhacaria em jeito de conluio que se passa entre esta gentalha toda. A Chefe, que até me tinha parecido prestavelmente cívica no cumprimento do seu dever, na última e irreversível (?) conversa que teve comigo (e após ter mandado algum súbdito identificar o aluno, junto da Direção), disse-me insultuosamente “Ó professora, afinal eles têm razão! A professora é que tem que saber quem foi o aluno e identificá-lo e, pra já tem seies meses para apresentar queixa. Para quê tanta pressa? Olhe, e eu não estou para essas guerrinhas. Com licença!”. E foi assim. Desligou-me o telefone, porque, vendo bem, a criminosa ainda fui, sou, serei eu! E tudo continua alegre e impunemente circulando nestes carris, até que alguém deles se passe. E de vez. Até hoje, continuo à espera das respostas do Bloco Parlamentar do PSD; do BE (até nutria um certo carinho pelo Dr. Fazenda, que “ficou encarregue de tratar do meu caso”…, e do Senhor Diretor da DGEST (?). Todos pensam que me esqueci; que parei; que me passou. Mas desenganem-se. Estou só a recuperar forças, pois foi um desgaste inimaginável e, até hoje, inglório. Odeio cobardes e injustiças. Odeio o medinho. Já estou farta de o dizer e de o escrever. Mas é que isto não mata, mas mói. E a pessoa tem que fazer pausas para recuperar o ânimo e as forças para que se faça justiça. Agradecia que divulgassem mais este desabafo para que se saiba; para que não se varra o lixo para debaixo do tapete; para que não caia no esquecimento aquilo que alguns, poucos, tentam
reavivar. Não por “guerrinhas”, como estranhamente diria a Chefe da PSP da Bela Vista que, certamente, parafraseou alguém…Mas por respeito, dignidade, vergonha, profissionalismo, solidariedade, lealdade, desgosto pela mediocridade, entre muitos valores que se perderam. Mas para ganhar o quê? Em troca de quê?
Muito prometo contar, quando tiver mais notícias; nem que sejam “mais do mesmo”.
Ah, e já agora, se o professor Avelãs (penso que é assim que se chama o senhor diretor do SPGL de Lisboa que me ligou, passado uns tempos de ler a minha carta) dissesse à advogada, que me sugeriu para acompanhar este caso, para responder/atender os meus telefonemas (é que desde abril que tento falar-lhe, como a referida Doutora me recomendou, para se dar seguimento ao caso, via contencioso), ficar-lhe-ia eternamente grata.
Até breve,
ana clara ramos