… e muitos já a tomar, com demasiado à vontade se me permitem a opinião, posse do território novo, em alguns casos com a presente complacência dos encarregados de educação.
A caminho, na TSF, uma psicóloga ou pediatra de voz estridente, aconselhava a falarmos nestes dias às crianças com voz calma.
Mudei logo para a Radar onde estava a passar uma inesperada (para a estação) música dos efémeros EMF.
Maio 7, 2013 at 9:47 am
Tenho saudadas dos tempos em que as mães estavam em casa a tomar conta dos filhos e os levavam ao exame.
Maio 7, 2013 at 9:59 am
#1,
Eu não.
Maio 7, 2013 at 10:02 am
São só anormais! Durante o ano tudo é praticamente permitido depois nestas palhaçadas é tudo de um rigor… Tretas! É como dizerem que o aluno fica retido se copiar no teste. Nem se apercebem da estupidez que demonstram com tais afirmações. O teste ou exame não tem só o valor de 30% da nota final? Como se pode chumbar alguém assim? Tirando os 30% ainda ficam 70%. Se o aluno tiver boas notas durante o ano alguém o pode chumbar? Não é esta a regra que usam para nós quando queremos dar notas? Vão-se catar cambada de farsantes! Duvido que algum chumbasse mesmo copiando. Logo inventariam uma treta para dar o dito por não dito como o trafulha do 1º ministro que não tirava subsídios nem aumentavam impostos!
Maio 7, 2013 at 10:34 am
Não é que não seja habitual, mas hoje ao pequeno-almoço pediu de forma mais persuasiva bolachas em vez de pão.
Já a vi ansiosa antes de um aniversário de um/a colega. Hoje pareceu-me ficar-se pelas bolachas.
Maio 7, 2013 at 10:59 am
#4
😀
Maio 7, 2013 at 11:02 am
#0
Isso de muitos meninos se portarem demasiado (e/ou indevidamente) à vontade em território desconhecido já não põe nervosos nem alguns dos E.Es nem os OCS…
Até mostra que não estão “traumatizados” e tal..
Maio 7, 2013 at 12:21 pm
“Os alunos do 4º ano que não obtenham aprovação nas provas de Português e de Matemática irão ter acompanhamento extraordinário, com vista à repetição dos exames numa segunda fase, que se realizará a 9 e 12 de julho. O objetivo é “promover o sucesso dos alunos com base num caminho de maior rigor e exigência”. De acordo com o Ministério da Educação e Ciência, as provas finais do 1º ciclo, que se iniciam às 09h30 de hoje no caso do Português e terminam na próxima sexta–feira com a avaliação dos conhecimentos a Matemática, serão realizadas por 107 mil alunos em 1153 escolas e terão um peso de 25 por cento na classificação final dos alunos.
Para o próximo ano o peso será de 30 por cento, à semelhança do que já acontece com o 6º ano. Segundo a tutela, “pouco mais de metade dos alunos terá de realizar estas provas numa escola diferente da frequentada ou daquele em que se encontra inscrito”, pelo que é sua expectativa que “as provas decorram com toda a tranquilidade.” (CM).
– Gosto desta tirada demagógica “promover o sucesso dos alunos com base num caminho de maior rigor e exigência”…
Só se o “rigor” e a “exigência” surgirem por geração espontânea pelo simples facto de se fazerem exames. Na restante política de ensino, faz-se tudo para contrariar isso.
– Mas ainda aprecio mais esta: “pouco mais de metade dos alunos terá de realizar estas provas numa escola diferente da frequentada ou daquele em que se encontra inscrito”, pelo que é sua expectativa que “as provas decorram com toda a tranquilidade.
“Pouco mais de metade”: coisa pouca!
E logo por azar esse “pouco mais de metade” corresponde apenas a escolas públicas. Chama-se também a isto igualdade de oportunidades. Conceito que, de resto (e não se bem porquê), vem à tona sempre que se fala da comparação do ensino público com o ensino privado…
Maio 7, 2013 at 12:21 pm
sei bem
Maio 7, 2013 at 12:27 pm
Manuel Carvalho Público, 07/05/2013
Os rapazes e raparigas da minha escola que fizeram o exame da quarta classe numa pequena vila do Alto Douro, pouco antes do 25 de Abril, podem não se lembrar das perguntas, das respostas ou até das notas que tiveram. Mas lembram-se de certeza do cerimonial que rodeou aquela manhã de Primavera, talvez uma quarta-feira, lembram-se da lufa-lufa em casa antes de irem para a escola, lembram-se da solenidade de um dia que, de alguma forma, os iniciou numa etapa da vida com outro nível de responsabilidade. Eu, por exemplo, não posso esquecer o fato castanho claro que o meu pai comprou no Pinhão, as dúvidas que a minha mãe colocou à sua estética, a camisola de gola alta que alguém me ofereceu e, principalmente, a altivez com que saí à rua assim tão engalanado e importante. Quando hoje se fala de pressão sobre as crianças convocadas para os exames, não posso deixar de recordar esses dias e suspeitar que o professor Morais fez tudo o que estava ao seu alcance para que nos sentíssemos pressionados. Com as suas mãos enormes e peludas e o seu alto porte, reforçou a dose de contas, dos ditados intermináveis e dos prémios aos que sabiam e das punições aos que “eram burros”. O ritual das vestes, fatos para os meninos, vestidos franzidos com laços gigantescos nas costas para as meninas, contribuía para esse ambiente de pressão. Num tempo em que a paisagem da sala de aula se fazia ainda com muitas calças remendadas, com socos de madeira que transformavam uma viagem pelo soalho até ao quadro um suplício, aquela simbologia sustentada numa maior exigência no traje, e também na higiene, era apenas outra forma de exaltar a ansiedade criada pelo senhor professor Morais.
Lembro-me, bem cedo, de seguir pela mão da minha mãe até à escola, de encontrar no fundo da rampa que subia até à minha rua um colega e a mãe dele e de nós e elas dissertarmos sobre os vincos das calças, a cavidade dos bolsos do casaco ou sobre a macieza do forro de cetim. Lembro-me dos elogios dos vizinhos e de como eles deixavam embevecida a minha mãe. Não me esqueço também das suas advertências para que nesse dia não houvesse jogos de futebol no recreio de onde a bola saltava com persistente teimosia para o quintal do padre Barroso e danificava as videiras em floração – um caso que dava origem a frequentes “orelhadas” do professor Morais.
Hoje, quando 107 mil crianças repetirem esse gesto, hão-de seguir em parte o espírito desse ritual. Não haverá fatos nem vestidos com lacinhos, mas para eles e para os pais será sem dúvida um dia especial. Sim, um dia que lhes causa ansiedade, que os pressiona, que os transforma em peças de um sistema educativo obcecado com os resultados. E depois? No final do dia todos hão-de obter uma experiência enriquecedora para as suas vidas e aprenderão, talvez inconscientemente, que há dias nos quais se exige mais de nós, que a vida é feita de obstáculos que temos de ser capazes de passar. Mesmo sem memórias de lindos fatos ou de vestidos com folhos, este será um dia que recordarão. Um dia que, só por isso, vale a pena.
Maio 7, 2013 at 12:33 pm
Na minha escola os garotos estavam felizes e contentes e, sim, completamente à-vontade (corriam, berravam…)
Maio 7, 2013 at 12:39 pm
Fui esperar o meu que estava calmo e sereno. Aliás, ele é calmo e sereno. Diz que lhe correu bem. Não quis vir comigo e até me pediu para me vir embora. Foi na carrinha de volta para a escola dele. Não vi nenhuama perturbação maior. Estavam todos sossegados, tirando os da praxe que são por si desassossegados e têm espírito de feirantes. Diz que saiu uma notícia.
Maio 7, 2013 at 1:00 pm
No meu agrupamento:
Nervosismo dos alunos – zero %
nervosismo dos profs dos alunos – 99%
Nervosismo por parte dos Encarregados de educação – 10 %
organização do Liceu, desculpem, escola sede do agrupamento – fraquiiiinha e ostensivamente repressiva
Maio 7, 2013 at 1:09 pm
Primeira parte muito longa, a tolerância foi usada por quase todos os alunos. Na segunda, composição, o tempo chegou.
Nervosismo qb, algumas idas à casa-de-banho por indisposição, a maioria estava animada.
Maio 7, 2013 at 1:29 pm
Texto informativo chato, chato como a potassa…
Completamente desnecessário.
Desastre geral nas 3 primeiras questões (compreensão leitora?).
Felizmente, eles nem se aperceberam da dificuldade da coisa.
Gostaria de ver os resultados destas 3 perguntas a nível nacional.
Esta gente não sabe o que faz.
Maio 7, 2013 at 1:40 pm
#14 Também achei.
Maio 7, 2013 at 1:43 pm
A vida continua. Os exames serão irrelevantes.
Maio 7, 2013 at 1:57 pm
Também tive oportunidade de ouvir dois ou três vómitos, perdão, intervenções vergonhosas – a da “psicóloga” com as suas propostas de boas práticas levou a palma.
Um exame é, apenas, um exame. Deixem-no, e às crianças, em paz, p..ra!
Maio 7, 2013 at 2:22 pm
A rapaziada do meu agrupamento portou-se à altura (naquela altura-Ah! Ah!) e não me pareceram ansiosos. Há gente tão exagerada!
Tal como esperava quando li os textos, acusaram “o toque”: dois textos demasiado extensos, o primeiro algo complicado para este pessoal em concreto e quase todos aproveitaram a tolerância. Não me parece que a maioria tenha investido a sério na composição, o que corresponde à prática comum dos irmãos, primos e vizinhos que me têm chegado “às mãos” no 3º ciclo. Lei do menor esforço…
O texto transcrito em #9 vem ao encontro das minhas recordações. O exame da 4ª classe era o primeiro grande acontecimento das nossas vidas no mundo exterior. Dava direito a roupa nova (ainda me lembro muito bem do que vesti), sapatos novos e lá íamos à sede do concelho, um dia para a escrita e outro para a oral e trabalhos manuais. Lá papagueámos os rios de Moçambique, os produtos de Angola, entre muitas outras coisas, enquanto a mãe do meu colega Márinho, tal a carga de nervos, se desfazia em pranto à porta da escola.
Maio 7, 2013 at 2:22 pm
Quanto saudosismo; ainda vão dizer que se fossem descalços é que era bom.
Maio 7, 2013 at 2:28 pm
Radar FM, boa escolha!
Maio 7, 2013 at 2:28 pm
Eu para além de prof tb sou psi…… tenho consultório abertos, caso precisem!
Maio 7, 2013 at 2:35 pm
fui chamade pra júri de exames….. case precisem. ….
Maio 7, 2013 at 2:37 pm
diz k só dão 47 mil se sair…
Maio 7, 2013 at 2:48 pm
Os únicos rituais que ainda são valorizados são o do pagamento de impostos e o voto.
Os psicólogos são tão limitados como os outros…
Maio 7, 2013 at 3:02 pm
Na minha sala, 22 alunos, apenas 6 terminaram a 1ª parte dentro do tempo normal. Dos restantes, quase todos usaram quase a totalidade da tolerância.
Achei os meninos com ar cansado e ensonados. Se calhar andaram às voltas na cama, antes de adormecerem. Não me pareceram particularmente nervosos, algo ansiosos talvez.
O primeiro texto pareceu-me francamente “enrolado” para estes miúdos. Já disse no post mais acima que não me parece que houvesse necessidade de complicar assim. Mas não vi sinal de preocupação da parte dos alunos – ter-se-ão apercebido?
Maio 7, 2013 at 3:03 pm
E a Martinha? Como lhe correu o exame? Diz que a tia Caneta manda, antecipadamente, os parabéns.
Maio 7, 2013 at 3:09 pm
recordo o meu exame da 4ª classe, a minha mãe teve, por razões de doença familiar, que se ausentar, deixou-me entregue a uma aimiga, a D. Auzenda (raio de nome). Fui com o meu vestido novo, cor de rora com bordado inglês e, a D. Auzenda – tão querida- pôs-me um fio de ouro ao pescoço. Eu estava nervosa, carente, a minha mãezinha não estava…
Passei no exame com distinção ( a D. Fernandina, a minha professora, não era para brincadeiras e, se eu não estudasse levava um estalo que a minha mãe apoiava com determinação…).
Maio 7, 2013 at 3:11 pm
#27
Afinal a D. Fernandina nem fez um bom trabalho…Não comecei a ‘narrativa’ com letra maiúscula…
Maio 7, 2013 at 3:17 pm
#0 “E estavam todos animados”… com o regresso ao passado
Ou:
“Les beaux esprits se rencontrent”
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=74506
Ou, ainda:
Vão bugiar, N.C. e P.G.
Maio 7, 2013 at 3:34 pm
Vi de tudo: crianças muito ansiosas, crianças irrequietas e sempre na correria, crianças aparentemente calmas; crianças que vieram cedo porque o autocarro da câmara não podia trazer todos ao mesmo tempo, crianças-filhas de papá que chegaram na hora; crianças que só perguntavam onde era a casa de banho, crianças que ficaram de pé, paradas, mais de uma hora, à espera do toque, crianças que queriam saber porque é que estavam ali, quando os vizinhos que andam no colégio foram para a escola de sempre.
E pensei que quiseram dar-lhes lições de vida: em pequenino se aprende que a vida não é justa e que os políticos não tratam as crianças todas por igual (todas são iguais perante a lei, mas a lei não é igual para todos).
Na verdade, o que este governo pretende ao exigir tanto rigor com crianças de nove e de dez anos é “tapar o sol com a peneira”: esconder a sua incompetência, as suas falhas sistemáticas, naquilo que é essencial.
Comigo, não adianta disfarçar.
Maio 7, 2013 at 3:37 pm
Tudo o que passei no antes 25 de abril não o desejo para os meus nem para ninguém. O fascismo não me serve de modelo.
Maio 7, 2013 at 3:51 pm
Concordo com a Serena, em # 30 : “tanto rigor com crianças de nove e de dez anos é “tapar o sol com a peneira”: esconder a sua incompetência, as suas falhas sistemáticas, naquilo que é essencial.”
Maio 7, 2013 at 3:52 pm
Alguém ainda se lembra da prova sumativa globalizante dos idos da década de 80??
Maio 7, 2013 at 4:30 pm
#31 muito bem
ps- o Nuninho Crato tb gostou muito do exame
Maio 7, 2013 at 4:32 pm
Professores e pais ansiosos ou mesmo nervosos, especialistas e jornalistas à procura de dramas que permitissem protagonismo ou pudessem ser notícia. Crianças, de um modo geral calmas e alegres. Conclusão: a “classe” dos professores, uma parte pelo menos, não fez os seus deveres. Competia-lhes, ao contrário do antigamente, desdramatizar e transmitir confiança.
Maio 7, 2013 at 4:35 pm
Tanto fantasma! Deixem o fascismo (e o comunismo, já agora) repousar onde merece.
Maio 7, 2013 at 4:37 pm
Os professores esqueceram-se de tomar a dose diária de ritalina; os putos iam cheia dela.
Maio 7, 2013 at 4:39 pm
#9
Isso!
Maio 7, 2013 at 4:39 pm
As ditaduras nunca descansam,hibernam apenas e esperam a altura certa para voltarem sobre outra capa.
Maio 7, 2013 at 4:40 pm
Quão pacífica seria uma existência sempre asséptica, sem qualquer drama, ‘stress’, arranhão no joelho, trambolhão de bicicleta, dor de barriga!… E quão chata!
Maio 7, 2013 at 4:40 pm
#39
Os idiotas, por oposição, manifestam-se sempre.
Maio 7, 2013 at 4:44 pm
lol.
Será que isto é uma manifestação?
Maio 7, 2013 at 4:45 pm
Depois de semanas de críticas, tudo parece estar a postos para o primeiro dos dois exames do 1.º ciclo. Mas, segundo os pais, só à custa do “sacrifício das famílias”.
Esta terça-feira, quando as carrinhas da câmara começarem a percorrer as diversas aldeias de Cinfães para apanhar os 137 alunos que vão fazer exame do 4.º ano à sede do concelho, o bulício já será grande à porta da EB 2,3. Os 700 estudantes que ali costumam ter aulas, do 5.º ao 9.º anos, estarão a ser encaminhados para autocarros para fazerem visitas de estudo no Porto e em Coimbra. “Se tudo correr bem, nem se vêem uns aos outros. Antes das 9h saem os 700 e, pouco depois, entram os 137 – foi a solução que encontrámos para garantir condições para que os mais pequenos possam fazer o exame de Português em sossego”, dizia ontem Manuel Pereira, director daquele agrupamento de escolas.
Mesmo assim, em Cinfães haverá crianças sem aulas – as das escolas básicas de 1.º ciclo cuja única professora terá de acompanhar os alunos do 4.º ano à escola-sede do agrupamento, para o exame. Serão algumas, mas poucas – nada que se pareça com os 500 alunos do 5.º ao 9.º anos, que esta manhã deviam ter aulas na EB 2,3 de Gaia, mas ficam em casa, para que a escola possa acolher os 300 do 4.º ano que ali fazem exame de Português. O director, Filinto Lima, reconhece que “é muito aborrecido” e lamenta “o transtorno e a perda das aulas”. “Ainda assim”, garante, “os pais foram compreensivos” quanto à solução encontrada para corresponder às orientações do Ministério da Educação e Ciência, que indicou que hoje e sexta (dia em que se realiza a prova de Matemática) as escolas deviam congregar no mesmo espaço, nomeadamente na sede do agrupamento, os alunos que estreiam os exames no 4.º ano, que não se realizavam há quase três décadas.
“É o caos – a complicação gerada por este exame é absolutamente injustificável e prejudica milhares de famílias: as dos mais de 107 mil alunos que vão fazer exame hoje e na sexta e também as dos que nesses dias não podem ter aulas. Mas, como sempre, com a boa vontade, o esforço e o sacrifício de todos, tudo se vai resolvendo, tudo se vai encaixando…”, comentava ontem o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap). Jorge Ascenção. Não o dizia com alívio: “No ano que vem (se é que há exames do 4.º para o ano, depois desta confusão) não aceitamos nada de parecido. Espero que daqui a uns dias não apareça alguém do Governo a dizer que “afinal não houve problema nenhum” e que “tudo correu bem”, como se nada disto fosse grave”, disse.
Desde Março que os representantes das associações de directores, dos pais e das câmaras (que acabaram por assegurar o transporte de quase todos os alunos) alertam para os mais diversos problemas. “E de cada vez que há uma notícia no Telejornal, mais uma criança perde o sono ou fica com dores de barriga, tal é o stress”, comenta Fátima Pereira, de 32 anos, mãe de Pedro, um dos alunos que hoje, às 9h30, agarrarão na caneta preta para fazer o seu primeiro exame.
Residente em Cinfães, Fátima diz que o filho e os colegas andam em sofrimento por causa da pressão imposta, também, pela professora, que lhes disse que quem tivesse zero no exame chumbava. No colégio privado que Inês França frequenta, em Coimbra, nenhum professor sugeriu tal coisa “para incentivar os alunos”, mas a mãe, Rute Ferreira, nota que o nervosismo dos professores e dos miúdos é maior do que nos anos anteriores. “Basta dizer que o meu filho mais velho fez as provas de aferição e teve A a Matemática e A a Português sem nunca ter passado pelo stress que a Inês está a viver com os exames. E o que é que ela ganha com isto? Experiência? Nada! Apenas uma pilha de nervos”, comenta.
Fátima e Rute têm apoiado os respectivos filhos no estudo, tentando desdramatizar um eventual desaire, provocado pelo nervosismo, por exemplo. O mesmo tem feito Noémia Malva Novais, mãe de Daniel, que frequenta um colégio privado, em Coimbra. Critica, para além dos “formalismos ridículos”, “a obrigatória deslocação a outra escola”.
Teresa Valdiviesso, de Lisboa, tem uma experiência diferente: depois de ter comprado vários livros com exercícios de antigas provas de aferição para ajudar a filha a preparar-se, reconhece que talvez esteja mais ansiosa do que ela. Já ouviu: “Calma, mãe! O exame só vale 25 por cento!”
Teresa considera que “a substituição da prova de aferição por um exame, com toda a carga que isso implica, é importante para a auto-responsabilização”. Acredita que “quanto mais cedo a filha aprender a enfrentar os problemas da vida real, melhor”, uma perspectiva muito diferente da de Rui Martins, que dirige a Confederação Nacional Independente de Associações de Pais (CNIPE) e diz que “não é a inventar problemas e a criar formalismos absurdos que se preparam os alunos”. Ele próprio, conta, já teve de ir a duas reuniões, na escola, para preparação do exame que a filha, Inês, vai fazer. “Faz algum sentido colocar esta pressão sobre os pais que, sem querer, a transmitem aos filhos? “, pergunta. E responde: “Nenhum. Não faz sentido nenhum”.
Maio 7, 2013 at 4:46 pm
Público
Maio 7, 2013 at 4:58 pm
#9,
…” E depois? No final do dia todos hão-de obter uma experiência enriquecedora para as suas vidas e aprenderão, talvez inconscientemente, que há dias nos quais se exige mais de nós, que a vida é feita de obstáculos que temos de ser capazes de passar. Mesmo sem memórias de lindos fatos ou de vestidos com folhos, este será um dia que recordarão. Um dia que, só por isso, vale a pena.”
Tantos fantasmas.
Chega de mariquices.
Maio 7, 2013 at 5:00 pm
O meu do 2º ano veio com uma história estranhíssima: Teve que fazer uma leitura do exame …
Seja lá isso o que for diz que estava nervoso e se atrapalhou na leitura, alguém do 1º ciclo me ajuda a perceber o que se passou?
Eles estão em preparação intensiva para as provas intermédias … terá algo a ver?
Maio 7, 2013 at 5:02 pm
O Crato explica.
Maio 7, 2013 at 5:04 pm
Fez-me lembrar,
As crianças não são hiperactivas, são mal-educadas
Henrique Raposo
Segunda feira, 21 de janeiro de 2013
É uma comédia que se acumula no dia-a-dia. Um sujeito vai ao café ler o jornal, e o café está inundado de crianças que não respeitam nada, nem os pardalitos e os pombos, e os pais “ai, desculpe, ele é hiperactivo”, que é como quem diz “repare, ele não é mal-educado, ou seja, eu não falhei e não estou a falhar como pai neste preciso momento porque devia levantar o rabo da cadeira para o meter na ordem, mas a questão é que isto é uma questão médica, técnica, sabe?, uma questão que está acima da minha vontade e da vontade do meu menino, olhe, repare como ele aperta o pescoço àquele pombinho, é mais forte do que ele, está a ver?”. E o pior é que a comédia já chegou aos jornais. Parece que entre 2007 e 2011 disparou o consumo de medicamentos para a hiperactividade. Parece que os médicos estão preocupados e os pais apreensivos com o efeito dos remédios na personalidade dos filhos. Quem diria?
Como é óbvio, existem crianças realmente hiperactivas (que o Altíssimo dê amor e paciência aos pais), mas não me venham com histórias: este aumento massivo de crianças hiperactivas não resulta de uma epidemia repentina da doença mas da ausência de regras, da incapacidade que milhares e milhares de pais revelam na hora de impor uma educação moral aos filhos. Aliás, isto é o reflexo da sociedade que criámos. Se um pai der uma palmada na mão de um filho num sítio público (digamos, durante uma birra num café ou supermercado), as pessoas à volta olham para o dito pai como se ele fosse um leproso. Neste ambiente, é mais fácil dar umas gotinhas de medicamento do que dar uma palmada, do que fazer cara feia, do que ralhar a sério, do que pôr de castigo. Não se faz nada disto, não se diz não a uma criança, porque, ora essa, é feio, é do antigamente, é inconstitucional.
Vivendo neste aquário de rosas e pozinhos da Sininho, as crianças acabam por se transformar em estafermos insuportáveis, em Peter Pan amorais sem respeito por ninguém. Levantam a mão aos avós, mas os pais ficam sentados. E, depois, os pais que recusam educá-los querem que umas gotinhas resolvam a ausência de uma educação moral. Sim, moral. Eu sei que palavra moral deixa logo os pedagogos pós-moderninhos de mãos no ar, ai, ai, que não podemos confrontar as crianças com o mal, mas fiquem lá com as gotinhas que eu fico com o mal.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/as-criancas-nao-sao-hiperactivas-sao-mal-educadas=f780888#ixzz2Schh4aiM
Maio 7, 2013 at 5:09 pm
As crianças devem ser antes de tudo meninos guerreiros, trabalhadores obedientes e submisso mas rijos, baldes prontos a encher de uma sabedoria milenar.
Maio 7, 2013 at 5:21 pm
Os idiotas, evidentemente, revoltam-se contra a sabedoria.
Maio 7, 2013 at 5:30 pm
O que mais me chocou hoje, foi ter ouvido o ministro Crato, respondendo a uma qualquer jornalista acerca das despesas em logística que estas provas acarretaram, responder com um misto de indignação e cinismo que em Educação não se pode falar em despesas mas em investimentos…
Maio 7, 2013 at 5:35 pm
Não vou identificar vários comentários idiotas, à excepção do #29 que ultrapassa a medida e é simplesmente estúpido.
Regresso ao passado, meu palerma, são as sacrossantas reuniões do colectivo com reeleições esmagadoras do mesmo para mais três anos de boa vida, longe das ulas, enquanto se encaminha para a psoentação.
Maio 7, 2013 at 5:40 pm
#49,
As crianças devem ser antes de tudo crianças !
E têm direito a ser tratadas como seres normais.
Simples.
Maio 7, 2013 at 5:48 pm
Tanto impressionismo, psicologismo e achismo!
Convém lembrar que os exames devem ser vistos e contextualizados nos sistemas e nas políticas educativas.
No estado em que está o nosso sistema de ensino, os exames (ainda) são necessários como instrumentos – e deve sublinhar-se este carácter meramente instrumental – de regulação e de aferição.
Mas têm de ser encarados com serenidade, distanciamento e sentido crítico, pois se observarmos a actual política educativa, o que ela pretende fazer é exibi-los como uma bandeira – de “rigor” e “qualidade” – para disfarçar o terrível desinvestimento – a todos os títulos – de que o sector está a ser alvo, e o seu falhanço global cada vez mais evidente, que só por sectarismo se poderá escamotear.
Maio 7, 2013 at 5:58 pm
#54
Subscrevo.
Maio 7, 2013 at 6:04 pm
#52
Afinidades:
– Examinite
– Liberdade de escolha
– Ódio à Fenprof
– Camaleonice
Isto é: “cratês” e “umbiguês”, a mesma trampa.
Maio 7, 2013 at 6:09 pm
#56,
“Examinite” disse hoje o Fazenda que é do Bloco. Cuidado com as aproximações ó penugento.
Ódio à Fenprof? Nada de mais errado!
Aversão profunda a quem faz da docência pretexto para outro ofício.
Não confundo “encostados” com a organização em si,
Quanto ao resto, eu sei o que te falta, mas podes sempre pagar.
.!.
Percebeste, gundijohnycoiso?
Maio 7, 2013 at 6:23 pm
#57
Há professores que, pelo facto de o serem, nunca deixam de ser cidadãos. Outros, ficam a coçar o umbigo e a regurgitar ódio contra gente de corpo inteiro.
Percebeste, verme?
Maio 7, 2013 at 6:27 pm
#58,
Aqui o verme gosta mais de quem não finge ser professor e o exerce, sem medo da sala de aula.
Isso aplica-se a vergas que precisam de delfins, mas não só.
Já agora, imbecil penugento a quem voltaram a soltar o açaime, no caso da primeira frase, se calhar era mais bonito ser ao contrário, ou algo assim.
quem quem é professor não se desculpe com merdinhas para nunca mais o voltar a ser.
Não falo de ti, que nada vales ou alguma vez valeste neste contexto, mero aparelhista e correia de transmissão “do partido nas escolas”. Daqueles que levaram anos a passear o cadáver antecipado com quase nenhumas horas de aulas e muita conversa fiada.
Mas incapaz de um cara a cara, pois quando pudeste enfiaste o rabo entre as pernas.
Percebeste, amiba?
😆
(ou queres que eu publique uns quantos mails reencaminhados a partir do teu chefe ou relembre que ele negou conhecer-te perante testemunhas?)
Maio 7, 2013 at 6:31 pm
#58,
De corpo inteiro?
Tu? Desde quando?
O que fizeste na vida que não tenha sido estéril?
A todos os níveis?
Vai-te embora, recolhe-te e não me continues a provocar ou um dia vais ter mesmo de me levar a tribunal que eu chamo-te tudo o que mereces,
Mas eu lá te conhecia, meu vazio em forma de gente, antes de me apareceres anos a fio no blogue a ofender-me?
Lamento é que uma organização que se pretende séria te aceite ainda como candidato a órgãos que deveriam ser respeitáveis.
És um resquício de um totalitarismo ignóbil, com práticas que só não envergonham quem partilha dessa visão podre do combate público e político.
Vargas Cobarde, julgas que te viro a cara?
Maio 7, 2013 at 8:30 pm
Quando ouvi «Vi crianças aterradas com o facto de mudarem de escola», fiquei na dúvida se não teria sido exagero e, a ser verdade, questionei-me por que não fizeram nada os pais e os professores para evitar essa sensação aos crianços… Se por mudarem de escola ficam aterrados, começo a ficar com pena deles, porque sofrerão muita na vida e neste país, se não se habituarem ou forem ensinados a habituarem à mudança.