Porque Paulo Macedo, ao que tudo parece mostrar, é de um campeonato diferente de Nuno Crato. Pelo menos não promete o que não pensa cumprir.
E não encomenda anúncios a sindicalistas oportunos.
Ministério abre vagas para todos os recém-licenciados em Medicina
Dezembro 13, 2012 at 12:12 pm
Ou seja, a vontade, a ética e as características da personalidade dos ministros é que determinam a acção governativa.
Se fosse o Crato tratar da saúde aos médicos e viesse o Macedo encarregar-se de nós, seríamos tratados como os médicos e estes como são agora tratados os professores, é o que se pode concluir.
Não concordo…
Dezembro 13, 2012 at 12:42 pm
E não podemos trocar o nosso ministro pelo dos médicos?
É mais zarolho, é verdade, mas parece ser menos aldrabão.
O Crato, desde que manda, esqueceu-se completamente daquilo que defendia antes de mandar.
É claro que, para ser coerente quando se chega ao poder, há que os ter no sítio. E isso não é – obviamente – para toda a gente.
Dezembro 13, 2012 at 12:52 pm
Parece-me que este vai ser, a longo prazo, um presente envenenado para os médicos…
A capacidade negocial dos médicos prende-se com o facto de ainda serem “poucos”. Ainda vão conseguindo arranjar postos de trabalho no litoral e nos centros urbanos e os concursos dos hospitais do interior ficam desertos… Ainda não houve força politica que conseguisse acabar com as acumulações…
Quando existirem licenciados em Medicina como os que há em Ciencias da Educação, Enfermagem, Direito… deixam de ganhar os €1500,00 no 1º ano de estágio, aproveitam todas as vagas nos hospitais atrás do sol posto, ficam nos hospitais a tempo inteiro porque os lugares das clinicas já estão preenchidos, já não mandam doentes para as clinicas porque podem perder o seu lugar no hospital…
Acho que o Senhor Ministro está a investir para o futuro!
Dezembro 13, 2012 at 12:58 pm
Já lá diz o velho ditado…
As aparências iludem!
Dezembro 13, 2012 at 1:18 pm
Que patetice.
Nos médicos, há falta. Nos professores há excesso.
Dahhhhhh
Dezembro 13, 2012 at 1:49 pm
O campeonato é, realmente , diferente. Mas a razão prende-se mais com os jogadores e as regras do jogo. Estes (médicos) são mais praticantes de râguebi…
Dezembro 13, 2012 at 2:03 pm
#5,
Pateta-mor… mas não há falta de dinheiro e tal?
Não dizem que é para cortar nos quadros e contratar?
MAs os cortes não erama eito?
Os tais das “despesas sociais”.
Diga-me lá… quando perdeu o cotovelo lá em baixo?
Dezembro 13, 2012 at 3:29 pm
Enquanto andou lá pelos impostos, o Paulo Macedo aprendeu que há dois lados. Sem dinheiro não há palhaços!
(Por falar nisso, ainda não vi por aí nenhum circo este ano. Costumavam oferecer bilhetes às escolas e tal… Devem ter sido varridos, pelo menos nestas dunas aqui em redor!).
Dezembro 13, 2012 at 4:11 pm
Esse crato é um merdoso nato.
Dezembro 13, 2012 at 4:28 pm
Só há falta de dinheiro para uns. É a tal equidade e tal…
Dezembro 13, 2012 at 5:40 pm
#1
A. Duarte, você tem alguma dificuldade em escapar ao determinismo marxista que procura sempre, de uma forma esquemática e simplista, escamotear o papel das variáveis individuais e acidentais no processo político e histórico.
Apenas para dar um exemplo maior: a personalidade de Churchill, a sua peculiar intuição política, a sua grande determinação pessoal, não foram cruciais para o empenho do esforço de guerra da Inglaterra e, muito provavelmente, para o desfecho positivo final ?
Voltando aos mais comesinhos exemplos domésticos: você acha que, p. ex., com Eanes (nem falo, pela crispação ideológica ser maior ou mais óbvia, de outros PR) na presidência, tudo se estaria a passar como com Cavaco, com a sua interpretação minimalista (para ser suave…) dos poderes presidenciais?
Se não fosse a formação pessoal, a visão tecnocrática e o arrivismo político de NC, ele aceitaria subscrever esta política de ensino?
Paulo Macedo não deu já sobejas mostras de um enorme traquejo político e negocial, de uma grande capacidade de trabalho (estudar os chatos dossiês e procurar conhecer o terreno)?
(Um colega e amigo meu, com vasta experiência de direcção de escola, já me fez notar que NC é o ministro que menos conhece o ensino básico e secundário e, pior, tem mais resistência em dissipar essa ignorância, descendo ao terreno).
Não quero com isto, evidentemete, fazer a apologia heróica, individualista e historicista da interpretação do acontecer humano no tempo, porque também penso que as ideias e os projectos é que são fundamentais e estruturantes.
Agora, o que me recuso a fazer é aceitar a simples diluição do indivíduo, da sua acção e vontade, no seio de abstrações políticas e ideológicas, em nome muitas vezes de um pseudo-universalismo, que traz mais esquematismo (“facilitismo”) mental do que procura de verdadeira inteligibilidade.
Dezembro 13, 2012 at 5:52 pm
Alguém que me saiba responder- Afinal os planos recuperação acabaram ou foram substituídos por uns famigerado PAPIs. Lá pela escola já anda tudo atarefado a remodelar os antigos. Valha-me um santo, nem sei qual é que hei-de invocar. Mas afinal acabaram ou renasceram outros??????Profêssôr é complicado né?
Dezembro 13, 2012 at 5:54 pm
foram rebatizados Maria
tudo na mesma !!!!
Dezembro 13, 2012 at 6:06 pm
#12,
O melhor é mudar apenas os cabeçalhos.
Dezembro 13, 2012 at 6:10 pm
Sim, porque as manchetes continuam as mesmas…
Dezembro 13, 2012 at 6:23 pm
#11
“[o] determinismo marxista (…) procura sempre, de uma forma esquemática e simplista, escamotear o papel das variáveis individuais e acidentais no processo político e histórico”
A sério? Maravilhoso… Quem é que lhe disse isso? Outro amigo ou colega seu?
Dezembro 13, 2012 at 6:28 pm
Os professores andam apavorados com o Góis, o Passarinho, o Egídio, o “Administrador”, e outros tantos que mandam verdadeiramente no MEC…
Dezembro 13, 2012 at 6:31 pm
#12, #13, #14
O que saiu no Público sobre o assunto:
Nuno Crato põe fim aos planos de recuperação dos alunos no ensino básico
Clara Viana
PÚBLICO 06/12/2012 – 12:33
Os planos eram contestados por professores e criticados também por pais. (..)
As habituais reuniões de início do 2.º período entre directores de turma e pais vão ser diferentes já em Janeiro. Pela primeira vez desde 2006, não serão apresentados os planos de recuperação que os professores eram obrigados a traçar para os alunos do ensino básico com más notas no final do 1.º período.
Um despacho do Ministério da Educação e Ciência (MEC), já enviado para publicação em Diário da República, a que o PÚBLICO teve acesso, põe fim não só aos planos de recuperação, como também aos de acompanhamento, destinados a alunos que chumbaram no ano anterior.
Estes planos, introduzidos por Maria de Lurdes Rodrigues, têm sido contestados por professores devido à “carga burocrática” que acarretam e à sua fraca utilidade. Os planos de recuperação também foram alvo de críticas por parte de pais e investigadores, por em muitos casos traduzirem uma “desresponsabilização” da escola.
Os também chamados “planos das cruzinhas” são um inventário das dificuldades demonstradas pelos alunos, acompanhado por medidas destinadas a superá-las, cuja execução é da responsabilidade da escola, do encarregado de educação ou do aluno. Frequentemente, a maior parte das cruzes alinhava-se nas colunas destinadas aos pais e aos alunos. Estes planos eram definidos nas reuniões do Conselho de Turma do final do 1.º período, que decorrerão dentro de dias. O despacho do MEC determina que tal já não acontecerá.(…)
Dezembro 13, 2012 at 6:42 pm
#16
Aprendi isso consigo!
O esquematismo mental também é apanágio de alguns idiotas que se supõem “liberais”…
😆
Dezembro 13, 2012 at 7:14 pm
#19
Obrigado, MB, mas não valia a pena perder tempo com esse pobre de espírito.
O chegamoshaisto quis armar-se em engraçado, mas nem compreende bem, de certeza, o fundo da questão.
Dezembro 13, 2012 at 7:16 pm
NA MINHA ESCOLA FOI COMO DISSE O PAULO…
Dezembro 13, 2012 at 8:41 pm
Que bom ministro, este. E o companheiro que vai ali atrás, hein? Só gente boa…
Dezembro 13, 2012 at 8:42 pm
Perdão, esqueci-me…
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=31&did=88988
Dezembro 13, 2012 at 9:22 pm
#11
Não nego o papel que a acção individual pode ter na história e na política, apenas entendo que ela é condicionada pelas circunstâncias mas profundas e complexas em que se integra.
Políticos excepcionais podem surgir em circunstâncias excepcionais, e Churchill é o exemplo clássico. Mas hoje vivemos tempos muito diferentes, marcados quer pela prevalência da economia sobre a política e, dentro desta, pela submissão da classe dirigente nacional aos ditames das instituições transnacionais como a União Europeia ou o FMI. Políticos carismáticos e poderosos não poderão emergir num contexto em que pouco mais poderão ser do que testas de ferro de outros interesses a que têm de se submeter e que não são seguramente os do povo que os elegeu.
A minha divergência, neste aspecto, com o Paulo Guinote, tem a ver com uma sobrevalorização do individualismo na política que, na minha maneira de ver, tende a estar presente em muitas das suas análises.
Quanto ao “marxismo”, rótulo apressado que muitos se apressam a colocar-me desde que comecei a comentar neste blogue, devo dizer que, nas análises que faço, me considero muito mais tributário da chamada “História Nova”, uma corrente historiográfica influente em Portugal na época em que me formei e hoje claramente fora de moda, do que do marxismo. Entenda quem quiser e souber…
Dezembro 13, 2012 at 9:27 pm
#18,
Mas leu a legislação?
Não, pois não?
Nota-se…
Dezembro 13, 2012 at 9:29 pm
Quanto aos planos de recuperação, que agora são PAPIs, na minha escola fez-se o que já aqui foi descrito e aconteceu, suponho, em quase todas: o documento é o mesmo, apenas se alterou o nome no cabeçalho.
E com toda a razão. Quem é que iria ser maluco ao ponto de, a uma semana das avaliações, andar a construir de raiz documentos novos, quando se percebe à légua que o espírito da coisa é para manter, apenas mudando os nomes e alguns pormenores da aplicação prática…
Por último chamo a atenção para uma táctica bem conhecida já dos tempos socratinos: anunciar grandes mudanças para as parangonas dos jornais e depois, na prática, fazer com que continue tudo na mesma. E o Público até costuma dar uma boa cobertura, quase exemplar, aos temas educativos, mas desta vez serviu de idiota útil, com a notícia transcrita em #18…
Dezembro 13, 2012 at 10:00 pm
#24
A. Duarte, independentemente dos “rótulos” ou das etiquetas (marxismo, História Nova – que por acaso sei o que é – ou outros), o que eu critico são as perspectivas esquemáticas que são incapazes de avaliar e comprender os acontecimentos sem recorrer a juízos apriorísticos que os subtraem à sua inteligibilidade própria, inviabilizando muitas vezes uma discussão profícua.
Julgo ser evidente que, se NC tivesse a preparação política e técnica, a tarimba de gestão e o conhecimento do sector que tem Paulo Macedo, a política educativa teria – não um sentido político global muito diferente, dadas as afinidades e condicionamentos ideológicos – outras nuances e inflexões, além de menos inépcias óbvias na gestão da casa, do seu aparelho administrativo e dos diferentes dossiês.