Ontem foram (re)fundidos e (re)disponibilizados três cenários sobre a privatização da Educação e do orçamento do MEC para os Ensinos Básico e Secundário que se conhecem há muito tempo: cheque-ensino, alargamento da rede dos contratos de associação e introdução de equipas de gestão privada nas escolas públicas.
Algo que faz(ia) parte do programa liberal de Passos Coelho e deste PSD para a área da Educação e que, na falta de uma revisão constitucional para apagar umas alíneas e refrasear outras, tinha em estado em banho-maria, à espera dos efeitos de outras iniciativas que aplainassem o terreno.
Só que as coisas não correram pelo melhor… os estudos não concluíram o que era suposto concluírem e alguns convidados estrangeiros que cá vieram não disseram, nem escreveram, exactamente o que se esperava que dissessem e escrevessem.
Então foi preciso refundar a estratégia.
O timing e o modus operandi (ena pá tantos termos estrangeiros!) foram particularmente transparentes, porque os seus mentores estão muito perto dos truques e das estratégias de conspiração das jotas e dos blogues, mas muito afastados de uma qualquer sofisticação intelectual.
Então… o Pedro foi dar uma entrevista à TVI na qualidade de PM (e não de líder do PSD ou de amigo dos amigos) e aflorou um assunto, encenando uma inexistente brecha constitucional para proceder à desejada reafectação dos recursos financeiros do Estado e do orçamento do MEC, para dar um empurrão à coisa.
Arranjaram-se uns dossiês, como outrora se fazia no tempo do engenheiro, conseguiram-se umas âncoras comunicacionais e um constitucionalista que ora diz que isto é, ora que não é (veja-se a posição flutuante do dito sobre os cortes salariais). E avançou-se para uma realidade virtual… o pagamento de propinas em anos de escolaridade obrigatória…
Que se sabe serem impossíveis de concretizar no quadro moral (não falo sequer legal) existente entre pessoas de bem que não obrigam alguém a fazer uma coisa, sem alternativa, e a pagá-la.
E aparece este ou aquele representante dos privados a dizer que sim, que não foram ouvidos, mas estão todos escancarados, desculpem, disponíveis para discutir aquilo que nas sombras andavam há mais de um ano a pedir para que acontecesse (sim, meu caro RQM, a coisa foi demasiado óbvia por parte da AEEP).
O objectivo é simples e o truque não muito elaborado: encenam-se propinas mas depois diz-se que se dá um cheque-ensino nesse valor às famílias… em especial para o Ensino Secundário e finge-se que isso mantém tudo gratuito e que há um co-pagamento pelas famílias.
Ahhhh… e diz-se que podem escolher a escola que quiserem, pública ou privada, porque já pagaram o valor da propina que se baseia num tal custo médio e etc. E as escolas privadas passam a apostar mais no Secundário que é o que apresenta encargos mais elevados por aluno e é nesse nível de ensino que se faz pressão para os alunos saírem das escolas públicas. Elementar, meus caros.
A verdade é que apenas se pretende fazer um curto-circuito na redistribuição dos recursos financeiros e redireccioná-los para os tais grupos de interesses que conseguiram colocar em lugares-chave (gabinetes ministeriais, assessorias de grupos parlamentares) alguns dos seus elementos mais jovens, activos e aguerridos, responsáveis pela produção de alguns materiais de deformação (não confundir com informação) sobre o assunto.
Não pensem que estou a efabular… assisti a um ou dois casos em directo de quem tem um pé em dois lados, um deles mais encoberto, fazendo-se passar por especialista.
O mesmo para as tentativas de sedução particular…
Não é bonito, mas os fins que almejam (o dinheiro dos contribuintes que consideram estar mal empregado no pagamento a professores acima dos 1000 euros) justificam os meios (uma razoável desonestidade intelectual e académica).
Pelo caminho, há gente mais velha que alinha, na esperança de que o seu trajecto mude (será interessante analisar de onde aparecem certas figuras e onde eventualmente acabarão por poisar), enquanto há quem fique entre a sedução de ideias que já lhes agradaram e o receio do que será a sua prática por estes liberais de aviário que agora brotam atrás de cada ministro. É caso de antigos ministros ou mesmo secretários de Estado.
E foi colaborando, por acção ou omissão, na desmoralização da rede pública de ensino.
Claro que há quem tenha como função desmontar isto a tempo e horas e que tenha, pelo menos em teoria, os meios para o fazer, mas a Fenprof está demasiada enleada com a estratégia unitária arménia e o congresso do PC, enquanto a FNE foi mantida debaixo de controlo com a cenoura da vinculação extraordinária e agora chega tarde à área vocal da contestação.
No meio disto, restam os maus da fita… os professores, que são caros em média para os interesses económicos que querem lançar mão sobre a Educação. E que são o objecto principal e quase exclusivo do corte às chamadas gorduras. A estratégia é agora dizer que 85% dos encargos na Educação são com pessoal (mesmo se o orçamento do MEC aponta para menos de 70%) e que os cortes devem ser feitos aí… basta ler a imprensa de hoje, nas pequenas notas inseridas aqui e ali. O outro objecto de poupanças são os alunos, por vergonhoso que seja, pois nada disto é feito a pensar neles. NADA.
No cenário 2… explicarei dentro das minhas possibilidades como se articulam os contratempos com os custos médios por aluno, a cobiça dos interesses privados e as estratégias que o Governo e o MEC vão desenvolvendo para embaratecer os custos de funcionamento das escolas para as tornar mais atractivas para os gestores da mediocridade alheia.
.
Como complemento a este post, deve ser lida a mini-entrevista a Ramiro Marques no DN de hoje onde é exposta a estratégia subjacente a estas medidas, que incluem um maior papel da Igreja Católica na privatização do ensino, a entrega das escolas com piores resultados à gestão privada e a dispensa dos professores considerados excedentários, após um “período de adaptação” (ao desemprego). Adoro ex-esquerdistas quando chegam ao poder.
Dezembro 1, 2012 at 11:54 am
“Adoro ex-esquerdistas quando chegam ao poder.”
São os piores.
Dezembro 1, 2012 at 11:56 am
Ainda estou para saber quem é que o Nuno Cr@to enviou para entregar o dossier ao DN.
Dezembro 1, 2012 at 12:00 pm
#2,
O dossiê não veio do MEC. Pelo menos directamente.
Dezembro 1, 2012 at 12:03 pm
Giro é a postura de p*t@ interesseira que faz de conta que não está com sede nenhuma de sacar o dinheiro.
Demasiado óbvio, demasiado reles quando sabemos que andam a namorar e a trocar bilhetes há muito:
Privados querem discutir modelos educativos mas manter gratuitidade
Lusa / EDUCARE | 2012-11-30
A Associação dos Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo considera positiva a eventual concessão de escolas públicas, o alargamento dos contratos de associação ou o cheque ensino, mas defende que a escolaridade obrigatória deve continuar a ser gratuita.
Em declarações à agência Lusa, o diretor executivo da AEEP (Associação dos Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo), Rodrigo Queiroz e Melo, afirmou que os agentes privados ainda não foram chamados a negociar estas matérias com o Governo, mas manifestou-se favorável a qualquer uma das três hipóteses, hoje avançadas pelo Diário de Notícias, ou mesmo à adoção de todas, em simultâneo.
“Passarmos de um modelo único estatal para um modelo único, seja ele qual for, não é uma boa ideia. O bom caminho é passarmos de um modelo único estatal para um modelo variado, em que em cada ponto do país se veja aquilo que é mais adequado às situações concretas.”
A AEEP quer discutir o tema, sem pressas, até porque ainda não conhece as intenções do Governo: “Nada disto pode ou deve ser feito de um ano para o outro”.
O responsável da AEEP sublinhou que o modelo existente foi importante para “espalhar a educação por todo o país”, mas defende que o sistema educativo pode ser mais eficiente do ponto de vista financeiro e de resultados escolares.
“Tínhamos um problema grande de acesso ao ensino. Neste momento, no ensino básico e secundário, Portugal conseguiu apanhar os seus parceiros europeus”, referiu, ressalvando que não está em causa a gratuitidade da escolaridade obrigatória, assegurada na generalidade dos países da União Europeia.
“O grande desafio do sistema educativo português já não é ter todos na escola, é ter uma escola para todos, uma escola que vá ao encontro das necessidades de cada um, uma escola muito mais maleável, muito mais flexível, menos baseada num Estado central que controla 1400 escolas, mas na existência de projetos educativos específicos em cada escola que sejam oferecidos às comunidades”, defendeu.
Estes projetos, advogou, podem ter origem no Estado, nas câmaras municipais, na sociedade civil, nos privados ou no setor social.
“É essa diversidade que nos parece muito importante para o sistema educativo português”, referiu.
A AEEP está a negociar com o Governo a revisão do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo, no sentido de uma maior autonomia curricular e pedagógica, mas não tenciona pedir mais dinheiro para os contratos de associação, atualmente em cerca de 85 000 euros por ano, segundo Rodrigo Queiroz e Melo.
“É importante perceber-se com calma e sem dramatismos o que as famílias podem ganhar com estas opções”, afirmou.
Sobre a gratuitidade do ensino obrigatório declarou: “Podemos ver em que medida e como o Estado financia, mas, nos ensinos básico e secundário, terá de ser sempre um financiamento estatal, na medida em que é muito importante o país continuar a senda dos 12 anos de escolaridade para toda a gente.”
Os dados do último relatório Eurydice, divulgados em abril pela Comissão Europeia, revelam o investimento dos países em educação e referem que, até ao nível superior, é gratuita.
A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) tem sublinhado, com base em relatórios internacionais, que, nos últimos dois anos, o orçamento da educação desceu de 5,7% do Produto Interno Bruto (PIB) para 3,9%, colocando o país num dos últimos lugares ao nível europeu.
http://www.educare.pt/educare/Atualidade.Noticia.aspx?contentid=CC60B2BBB4120A6CE0400A0AB800570B&opsel=1&channelid=0
Dezembro 1, 2012 at 12:05 pm
#3:
Estão todos envolvidos.
Se o Nuno Cr@to não sabe é porque é c0rn0 e parvo, e, se sente c0rn0 e parvo sejam homem e peça a demissão.
Dezembro 1, 2012 at 12:54 pm
Esta (mais uma…) pseudo-reforma do ensino, à imagem das outras “reformas “estruturais” que vão sendo anunciadas pelo governo ou seus acólitos, segue a mesma lógica, o mesmo padrão, que se desenvolve em três eixos articulados, a saber, clientelar, ideológico e mercantil-economicista.
Neste caso, para responder às solicitações que emergem no sector do ensino, a configuração é esta:
– Atender aos pedidos insistentes e desesperados do lobby do ensino privado, que sem essa ajuda, entregue só ao mercado e à sua lei da oferta/procura, passaria obviamente – em período de retração acentuada – por cada vez mais dificuldades (liberalismo da subsidiodependência).
– Satisfazer, ao mesmo tempo que aquela clientela, também um fetiche ideológico: a “liberdade de escolha”, sem querer saber se ficará minimamente assegurado aquilo que lhe poderia conferir verdadeiro conteúdo social e moral – a igualdade de oportunidades.
– Alijar as responsabilidades sociais, económicas e culturais do estado, reforçando a pulsão liberal-austeritária (um estado mínimo, e quase rentista, comprimido e comprimindo por uma austeridade máxima).
Dezembro 1, 2012 at 12:55 pm
Sabe. Ele não sabe é de educação. Mas pergunta ao xoné.
Dezembro 1, 2012 at 12:57 pm
Sabe, sabe, Não percebe é de Educação. Por isso questiona frequentemente o xoné.
Dezembro 1, 2012 at 1:00 pm
Assim que a Merkel se livrar de eleições, se o Pedro por obra e graça do Espírito Santo, ainda lá estiver é que vai ser giro. Vamos finalmente saber os números que interessam.
Dezembro 1, 2012 at 1:02 pm
“Adoro ex-esquerdistas quando chegam ao poder.”
Paulo,
esta espécie existe em todas as latitudes. Deve ser a natureza humana.
Dito isto, este post que ponho a seguir parece-me fantástico na descrição desses filhos da p.
http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=424
Dezembro 1, 2012 at 1:15 pm
Até aposto que estes ladrões devem estar todos lixados por parte dos seus planos “liberais à medida” não estarem a correr como o previsto. Depois de neutralizarem os tais sindicatos do costume, cantarem a cantiga da “a-bancarrota-ai-meu-deus-que-é-o-fim-do-mundo”, não contavam com alguns obstáculos chatos que atrasam a sua refundação-para-os-bolsos-certos.
Dezembro 1, 2012 at 1:19 pm
Por falar em ex-esquerdistas, para se perceber os seus desvarios, veja-se o imaginário que assombra tais mentes…
“Descoberta arqueológica”
Coreia do Norte diz que unicórnios existiram
Uma suposta equipa de arqueólogos norte-coreanos afirmou ter descoberto vestígios que provam a existência de unicórnios, o mítico animal semelhante a um cavalo com um único corno” (DN).
😆 😆
Dezembro 1, 2012 at 1:28 pm
Dr. Paulo
Teria sido melhor remeter a sua assídua clientela para aqui:
http://www.profblog.org/
O Professor Ramiro Marques ainda possui alguma paciência para explicar as razões da MUDANÇA que urge fazer.
Os contribuintes, na sua generalidade, já perceberam a urgência da mudança. Mas alguns dos mais arreigados defensores do corporativismo docente até se arrepiam de pensarem numa “gestão privada” das Escolas e/ou “cheque-ensino” e/ou “liberdade de escolha” e/ou…
Como eu os entendo…
Dezembro 1, 2012 at 1:32 pm
e zumba
Dezembro 1, 2012 at 1:36 pm
Mais importantes do que os cenários, são as encenações. Estas sim, preocupam-me bastante e deixam-me cada vez mais apreensivo…
Dezembro 1, 2012 at 1:38 pm
Emília-A-Pastora-de-Unicórnios…
😆
Dezembro 1, 2012 at 1:53 pm
#13,
Já postarei o explícito elogio que faz no DN a José Sócrates e à sua estratégia. Dê-me uns minutos
Afinal eu não dou aulas umas horitas ao fim de um dia num politécnico há décadas… sem me mexer do sítio.
Dezembro 1, 2012 at 1:56 pm
#17,
Poupa-nos, sff…
Dezembro 1, 2012 at 2:03 pm
Mas como é que meia dúzia pensam que podem alterar para seu próprio lucro e interesses a escola pública que tanto esforço e trabalho e tempo demorou a criar.Uma escola para todos e não só para alguns.
É despacha-los rapidamente, os Portugueses não irão permitir esta afronta.
Dezembro 1, 2012 at 2:08 pm
Paulo,
aqui está um texto claro e cheio de razão. Só espero que seja lido por um grande número de professores e que o esclarecimento das coisas permita que se libertem da letargia a que ficaram acondicionados com o voto e a confiança que depositaram neste governo e, em particular, em Nuno Crato.
Pequena discordância apenas no caso da FNE. Tenho praticamente por adquirido que a FNE será sempre um parceiro deste governo e inclusive nos ensaios de contestação que promoverá. O que se passou com as negociações da vinculação extraordinária, pelo menos na minha análise de fora, são a melhor prova disso. Não tenho dúvidas que a FNE estava pronta para assinar qualquer acordo de vinculação que fosse, desde que, o número de vagas fosse pelo menos o dobro das da última concurso de vinculação (já fazia umas capas de jornal simpáticas). O problema é que com esta história recente do corte dos 4 mil milhões, grande parte na educação, alguém tirou o tapete, não permitindo nem sequer esses números que faziam capas simpáticas, a essa intenção do MEC e da FNE (daí que, agora, haja todo o interesse que esta vinculação extraordinária já nem aconteça). A FNE foi informada disso e perceberam, tal como o MEC, que o melhor era saírem deste processo. Porque se ficassem neste processo ficariam com a sua credibilidade e reputação completamente destroçadas perante os professores e perderiam a única coisa que ainda têm: a aparência de serem um sindicato ao serviço dos professores com capacidade negocial junto do governo. E, como é óbvio, isso não interessa à FNE e muito menos ao MEC (que assim poderá continuar a usar a FNE como primeira barreira à contestação que , mais cedo ou mais tarde, acontecerá)!
Dezembro 1, 2012 at 2:10 pm
#18,
Já está.
É que eu levei com muita porcaria em cima quando, antes da viragem de governo, fui dando a entender que aquilo era tudo encenação…
Ainda me lembro bem…
Dezembro 1, 2012 at 2:12 pm
Esta cambada não entende que está a criar uma multidão de gente desesperada por não ter dinheiro para dar comida aos filhos por ele ser entregue a interesses privados amigos do poder? Não entendem que nessa multidão há muitos a entender isso? Não entendem que um dia destes algum desses desesperados perde a cabeça e comete um crime? Não entende que haverá uma multidão a aplaudir esse criminoso? Não entende que isso será o rastilho para mais crimes? Não entende que se está a auto-condenar a uma vida de reclusão em que não poderá usufruir do espaço público sem uma legião de seguranças?
É altura de pararem com este rumo.
Dezembro 1, 2012 at 2:24 pm
Coitadinho do Paulo Guinote e coitadinho do país, ele bem tenta de tudo para ser ministro da educação mas não o ouvem, ainda não descobriram que a educação terá a resposta que precisa quando ele (co)mandar as tropas
Dezembro 1, 2012 at 2:32 pm
Será que neste pais está tudo a fazer que dorme e não conseguem ver (ou não queres), a AAEP a esfregar as mãos em reunião com os seus associados para verem, quem, dentro do Governo lhes abre ainda MAIS as portas para ficarem com o nosso dinheiro!
Façam as escolas publicas o que fazem as privadas não garantindo lugar alunos NEEP, que a diferença ainda é maior.
As escolas privadas não pagam a um professor para dar acompanhamento individualizado. Tapam os olhos à inspeção com uns horários e depois esses professores fazem outros.
Vamos continuar a empenhar o nosso pais??? Vamos continuar a ser roubados por um conjuntos de amiguinhos e as suas PPPs?
Se estas propostas tomarem alguma dimensão, acredito que aparecerão algumas pessoas ainda mais desesperadas que cometerão um ou vários crimes.
Sinto-me sem esperança ….
Dezembro 1, 2012 at 2:36 pm
http://www.tvi24.iol.pt/programa/3008
Dezembro 1, 2012 at 2:49 pm
O quê? O Ramiro Marques já foi esquerdista e agora quer entregar a educação à igreja? Foi ML? Então, provavelmente convenceram-no que tem muitos pecados e que precisa de redimir-se para ir para o céu. E um gajo que seja extremista em novo, morrerá extremista se não ganhar juízo. Deve ser isso!
Dezembro 1, 2012 at 2:51 pm
#23,
Um dia poderei explicar porque tal hipótese não é, nem nunca foi, viável.
Falta-me perfil, currículo, no fundo, falta-me tudo.
Incluindo a flexibilidade.
Sabe… um tipo vai para velho e cristaliza nas convicções…
😆
#26,
Acho que foi mais socialista radical.
Dezembro 1, 2012 at 2:52 pm
Há uma malta entre o rio douro e o mondego ansiosa pelas “concessões”. Já andam a ligar para uns certos gabinetes e a jantar com uns certos vereadores e outros seres do panorama partidário local para acertar um aluguer de instalações e coiso e tal.
Dezembro 1, 2012 at 2:55 pm
#22
É claro que a cambada não entende!
Não entendem por serem burros… “muito afastados de uma qualquer sofisticação intelectual”… diz eufemisticamente PG, ou não entende(m) pela cegueira desenfreada em ser(em) apenas “amigo dos amigos”.
E depois mandam para aqui os avençados falar da gestão do dinheiro dos contribuintes. A baixeza moral em que as “sanguessugas” caem quando se entregam apenas a encontrar estratégias para alimentar/engordar as negociatas privadas…
Dezembro 1, 2012 at 2:59 pm
#28
Tb houve muita formação profissional por esse lado…
Dezembro 1, 2012 at 3:00 pm
#27
Eu desconfiava há um tempo que ele tinha “raízes” para isso e muito mais. Mas efetivamente não sabia.
Dezembro 1, 2012 at 3:15 pm
“No 1º CEB, há 14,3 alunos por docente; no 2º CEB, apenas 7,4 alunos por docentes; no 3º CEB e secundário, há 7,6 alunos por docentes. Na OCDE há, em média, mais alunos por professor em todos os ciclos.”
Gostava de saber como se chega estes números!!!
Dezembro 1, 2012 at 3:18 pm
#13
Vá sua excelência e deixe-nos estar onde queremos….
#27
Lagarto, lagarto, lagarto…
#0
Obrigado Paulo por mais mostrar até que ponto se encenam as realidades… claro que nem é preciso ser-se muito crédulo para acreditarmos nisto e em muito mais….
Dezembro 1, 2012 at 4:00 pm
Lembram-se dos cantores de intervenção? A cantiga como arma? Onde andam os vitorinos-represas-xutos e quejandos-abrunhosas e por aí fora com os aventais, a perna arregaçada? Bem… É o que temos, que os sofisticados prancham nas lojas…:
http://sorisomail.com/email/224587/the-codice–a-injeccao-da-banca.html
Dezembro 1, 2012 at 4:14 pm
http://bulimunda.wordpress.com/2012/12/01/a-vida-e-um-habito/
Dezembro 1, 2012 at 4:50 pm
Nem tudo se resume a dinheiro. penso eu de que.
Dezembro 1, 2012 at 5:03 pm
Esta análise demonstra, entre outras coisas, porque é que, ao contrário do que diz a sua retórica, a direita portuguesa nunca esteve interessada num Estado magro.
Porque têm eles tanta dificuldade em realizar o programa clássico de todas as direitas, em todos os tempos e lugares, que é reduzir a despesa pública. A incapacidade absoluta em realizar reformas dos serviços públicos que não passem pela redução do pessoal e dos vencimentos e a degradação dos serviços.
É que o objectivo deles é o mesmo de sempre, encostarem-se ao Estado e de múltiplas formas parasitarem o orçamento, garantindo para si próprios e para as respectivas clientelas contratos, rendas, cargos e outras prebendas.
Um Estado “enxuto”, focado na prestação de serviços essenciais à população, com custos controlados e rigorosamente escrutinados, com a quase totalidade dos funcionários a trabalhar directamente para os cidadãos em vez de servir a máquina administrativa ou o governo, seria substancialmente mais barato do que o que temos actualmente, mas haveria pouco por onde “chupar”…
Qualquer parasita prefere um hospedeiro anafado, que tenha muito que comer…
Dezembro 1, 2012 at 5:28 pm
A propaganda travestida de hermenêutica popular está cada vez mais na moda.
Uns estão mais virados para a exegese das palavras do Primeiro Ministro, outros ainda acreditam no marxismo-leninismo.
Cada uma à sua maneira procura o Caminho que nos há-de redimir dos pecados e das tentações que se atravessam à nossa frente.
Parece que o perigo vem dos perigosos ex-esquerdistas convertidos ao serviço do Mal, dizem uns, esquecendo-se do verdadeiro Inferno na Terra que a Esquerda leninista causou à humanidade!
Paulo Guinote esforça-se, e bem, por nos alertar e elucidar sobre as manobras de quem quer, sobretudo, governar-se a si mesmo, seja no colectivo de esquerda, seja no oportunismo de direita.
A educação é apenas mais um campo de batalha e de reprodução do Estado burocrático e da sua matriz.
Querem o capitalismo de Estado da esquerda, como defende o PCP e o BE, com a funcionarização dos professores e a sua submissão ideológica? ou o Estado capitalista da direita, como o defende o PSD e o PS, com a proletarização e a dominação do mercado?
Se quiserem um misto, então escolham o PS!
Não saímos disto, e é pena que tudo se resuma a escolher entre dois males, uma vez que parece que estamos condenados à escolha da escravatura, seja em nome do Estado ou do Mercado.
Dezembro 1, 2012 at 5:36 pm
A educação é uma fulana promíscua (para não dizer outra coisa) e “todos” querem encostar-se-lhe e tirar o melhor proveito, só que sem admitir…
Dezembro 1, 2012 at 6:10 pm
#37
O António Duarte descreve o Estado dos países nórdicos, onde a ética do protestantismo apostou há muito na educação e na autonomia dos sujeitos.
O Estado dos PIGS é outra coisa, solidamente edificado na dependência dos indivíduos e na crença de que devemos ceder a nossa liberdade e empenhar as nossas ideias em proveito das promessas de um colectivo que nos promove e nos protege em nome de um Bem Comum.
A religiosidade dos Congressos do PCP – veja-se a homenagem a Cunhal e a mensagem do “amor” colectivo que nela transpareceu – é sempre um ponto alto da nossa história colectiva que nos pode comover, mas sobretudo alertar para o perigoso poder das narrativas de Salvação.
Dezembro 1, 2012 at 7:40 pm
[…] Vamos Falar De Cenários? – 1 […]
Dezembro 1, 2012 at 8:11 pm
#38
Julgo que seu post mostra que se quisermos ser objectivos não podemos ignorar o marxismo (as opiniões das pessoas reflectem os seu interesses de classe ou de grupo) mesmo que libertário. A liberdade do indivíduo, pela sua condição no mundo, nunca será absoluta. E a realização do indivíduo só é possível em sociedade. Ou melhor, numa sociedade de indivíduos cultos e livres (a liberdade é o conhecimento da necessidade). Infelizmente nestas discussões raramente se conseguem ultrapassar os interesses pessoais (embora por vezes disfarçados de perspectivas políticas), e discutir as questões da educação desligadas dos interesses particulares, isto é, no caso, dos professores ou de outros profissionais ligados à educação. Esquecem-se que antes dos interesses dos professores estão os alunos e, para além dos alunos, está a sociedade no seu todo. A qualidade da escola depende dos seus resultados e a democracia exige o seu escrutínio pela sociedade que é suposto perpetuar mas também desenvolver.
Dezembro 1, 2012 at 8:25 pm
e ainda temos os TEIP a serem empurrados às 3 pancadas para o POPH… um dossiê também interessante e volumoso, com empresas de consultoria à mistura…
Dezembro 1, 2012 at 8:33 pm
#43
Muitos falsos TEIP, basta uma escola complicada num agrupamento, para todo ele ir parar ao POPH.
Dezembro 1, 2012 at 9:43 pm
“Adoro ex-esquerdistas quando chegam ao poder.”
Os engraxadores profissionais estão sempre à espera que lhes saia uma sapataria.
Dezembro 1, 2012 at 11:35 pm
“Adoro ex-esquerdistas quando chegam ao poder.”
São os piores.
Iguais apenas os ex – fumadores (contra os fumadores ).
Muito boa análise Paulo.
Só verdades.
Subscrevo 100%.
Os meus parabéns.
Não abram a “Pestana “,não !
Dezembro 2, 2012 at 2:20 am
# 42
Excelente “radiografia”!
Os “pigmeus” têm enormes “umbigos”…
Dezembro 2, 2012 at 8:17 am
Os ex-esquerdistas já tiveram melhores oportunidades. Uns movem-se por dinheiro: para esses é perder tempo escutá-los, qualquer simulacro de ideias é desmentido pelo soldo. Outros foram incapazes de ultrapassar o primeiro confronto com os factos, perderam-se nas complexas relações entre os vários planos de análise da realidade, baralharam tudo e renderam-se. Uma pessoa pode ter-se familiarizado em criança com aspectos da religião dominante em Portugal e mais tarde ter-se afastado da Igreja. Seria, contudo temerário que, no processo de “revisão dos conceitos” impulsionado pelo testemunho directo de algumas falhas de sacerdotes, a aversão à Bíblia chegasse ao ponto de renegar ensinamentos que lá estão inscritos e que possuem valor universal, ultrapassam qualquer sistema organizado de credos religiosos e é mesmo anterior a todas as religiões, faz parte de Ética.
O fenómeno dos ex-esquerdistas, em particular dos ex-comunistas, mereceu resposta do autor Domenico Losurdo em Fuga da História, a melhor referência que conheço sobre este assunto. Losurdo identificou mesmo uma palavra que me parece sintetizar a postura destes indivíduos melhor que todas as outras: autofobia. ‘E uma espécie de autofagia, mas no campo das ideias.
Dezembro 2, 2012 at 8:56 am
É como diz o Paulo: tudo isto – os objectivos últimos e a estratégia “oculta” – é tão clarinho como água, tão pobrezinho de intelecto.
Quem sabe, a educação voltará a ditar o fim do poleiro para quem dela se quis servir em proveito próprio.
Dezembro 2, 2012 at 10:18 am
Imaginação fértil!
Bastou Passos Coelho abordar a necessidade de um “sistema de financiamento da educação mais repartido entre os cidadãos e o Estado” para muitos virem dizer que o objetivo deste governo é retirar alunos do secundário do sistema público de educação. Louçã não teria feito melhor…
E que tal haver menos especulação?!
É que ensino gratuito total não há (pagam-se livros e material escolar), pelo que haver alguma taxa de contribuição para a educação dos filhos (salvaguardando os que vivem com maiores dificuldades) é algo que não me repugna. Atenção que falo em taxa de contribuição e não numa propina como a que existe nos colégios particulares.
..
Dezembro 2, 2012 at 11:15 am
E QUE TAL FALAR MESMO A VERDADE SEM RODEIOS???
http://bulimunda.wordpress.com/2012/12/02/diz-toda-a-verdade/
Dezembro 2, 2012 at 11:34 am
A VER E REFLETIR…E DEPOIS CONTINUEM SEMPRE A CULPAR OS MOSQUITOS OU SEJA NÓS E NÃO QUEIRAM VER OS VERDADEIROS MAMUTES CAUSADORES DESTA CRISE..
http://bulimunda.wordpress.com/2012/12/02/extractos-do-filme-inside-job-a-outra-face-do-monstruoso-iceberg-a-escondida-nos-somos-apenas-a-face-visivel-e-mais-pequena-desta-gigantesca-monstruosidade-que-e-esta-crise-economica-financeira/
Dezembro 2, 2012 at 11:34 am
“Give me control of a nation’s money and I care not who makes it’s laws” — Mayer Amschel Bauer Rothschild
Dezembro 2, 2012 at 12:41 pm
Será que existe alguma relação entre as taxas de analfabetismo existente ao longo dos últimos seculos e os países que hoje em dia estão com dificuldades?
Humm … deve ser essa a razão para tais medidas.
Dezembro 2, 2012 at 4:05 pm
Tanto abuso de interpretação e tanto mal-entendido, Sr. Primeiro-Ministro. Quanta maldade têm as pessoas que o ouvem e quanta deturpação fazem das suas sábias palavras e sãs intenções…
http://noticias.sapo.pt/nacional/artigo/passos-coelho-afasta-copagamento_5365.html
Dezembro 2, 2012 at 4:54 pm
Continuação…
http://expresso.sapo.pt/passos-nega-ter-dito-que-ensino-secundario-poderia-ser-pago=f770998
Dezembro 3, 2012 at 1:00 am
#0
Belo post!
Pôe a nu os principais “podres” desta questão!
E conntinuamos a ser dedgovernados por estes ventos de caprichos, modismos, clientelismos! mas que pouca sorte… 😦