Recebido por mail:
ESTILHAÇOS DE UMA VINCULAÇÃO EXTRAORDINÁRIA
Era uma vez (porque todas as histórias que realmente são histórias começam desta maneira…), algures em 2013, na pacata cidade de Matosinhos, reúnem-se três colegas da faculdade à espera do resultado do concurso interno de 2013. Em comum, estes 3 colegas têm 2 coisas: são do mesmo grupo disciplinar e vivem na mesma cidade: Matosinhos. E como uma história sem personagens, não é história…os personagens desta história são:
– o Manuel, QA em Valpaços, distrito de Vila Real (QA por imposição: nos defuntos anos 90, foi obrigado a concorrer a toda a Zona 1 e a deixar o QZP do Porto);
– o Agostinho, QZP do Tâmega ( por, em sucessivos concursos, não abrirem vagas no QZP da sua residência – Porto);
– o Francelino, recém vinculado ao QZP do Porto em virtude do concurso externo extraordinário;
Após uma amena cavaqueira em que bebem umas jolas e comem uns tremoços e longas horas de espera e sucessivas atualizações ao site do DGAE, saem as listas com os resultados do tão apregoado concurso interno de 2013. A surpresa é total… afinal, nenhum conseguiu melhor sorte… A única vaga de QA disponível no qzp do Porto foi para a Joaquina. Sim, para a Joaquina que os “praxou” na faculdade; a Joaquina que é mais graduada e como estava em horário zero num agrupamento da Maia, ocupou a única vaga disponível em Matosinhos.
Melhores dias virão… pensaram os 3 amigos. Afinal, ainda tinham outra etapa a percorrer, um género de segundo round: a mobilidade interna de 2013. Na mobilidade interna, as suas situações são distintas:
– O Francelino, recém vinculado, só é obrigado à área geográfica do QZP do Porto e a um agrupamento de outro QZP;
– O Agostinho, QZP à uma dúzia de anos, também gostava de só colocar o QZP do Porto mas é sempre obrigado a por toda a área geográfica do QZP do Tâmega;
– Já o Manuel é QA; por isso, vai, em 2ª prioridade, tentar a sua sorte na aproximação à residência…
TCHAM, TCHAM, TCHAM…
31 de AGOSTO de 2013…saem as listas da Mobilidade Interna e…
– o Manuel não conseguiu a aproximação à residência e mentaliza-se para as deslocações diárias, em estradas sinuosas, que terá que fazer até 2017, entre Matosinhos e Valpaços ( cerca de 320 km/dia…)
– o Agostinho conseguiu colocação em Baião, a sua última opção no concurso, enfrentando deslocações diárias de 140 km…
– o Francelino não obteve colocação a 31 de agosto mas foi colocado, na primeira reserva de recrutamento, três dias depois…adivinhem onde? Num agrupamento da pacata cidade de Matosinhos!
São estes os estilhaços de uma vinculação extraordinária que deixarão esta simples história e se tornarão reais em 2013… os Manéis e os Agostinhos do sistema quando acordarem para esta realidade já será tarde de mais. As Joaquinas, em 2013, serão mais que muitas… por isso, boa sorte aos Francelinos!
Os professores do quadro atualmente no sistema jamais serão prejudicados por esta vinculação extraordinária. Não são palavras desta história; são palavras de um secretário de estado mas palavras, PALAVRAS, leva-as o vento…
Novembro 27, 2012 at 9:37 am
A antiguidade no quadro não vale nada.
É justo?
Novembro 27, 2012 at 12:25 pm
Eu Francelina, contratada há 16 anos pelo estado português, mala sempre pronta, recém vinculada em 2013 (em sonhos), não acharia nada injusto ficar colocada no meu QZP de residência, em melhor posição do que os Manéis (QA) e os Agostinhos (QZP) atualmente em quadro que trabalharam uma vida inteira no privado ao lado de casa. Cada um inventa a história como lhe convém.
Já a seguir leitura obrigatória para todos nós, Francelinos. Os inimigos dos sindicatos são os contratados mais graduados, sendo assim como dizem, o nosso amigo é o MEC. Como as coisas mudam… Quem diria que quem nos quer mal são os sindicatos… Percebi agora claramente o propósito da VE.
“(…) fazendo-se então agora o concurso extraordinário, para colocar estes novos candidatos, em outras prioridades (…)”
http://www.sippeb.pt/comunicado-do-sippeb-sobre-o-concurso-de-vinculacao-extraordinaria/
Jogada lamentável que ficará para a história.
Novembro 27, 2012 at 4:26 pm
Muito bem! Parabéns! Há milhares de histórias da vida real com esta!
Novembro 27, 2012 at 10:35 pm
Este mail, estrategicamente distribuido sob anonimato e concertadamente postado pela blogosfera docente mais doentiamente corporativa (lamento, Paulo, não esperava que te revelasses com tal evidência, embora já há algum tempo o viesse a pressentir) põe a nu o que de pior o ser humano, enquanto profissional, pode exibir: ausência total de ética; ignorância e maldade.
Vamos por partes:
Só os cobardes fazem circular “estórias”, com títulos que não têm qualquer relação com o conteúdo, cujo único objectivo é impedir um conjunto de pessoas de verem legalizada a sua situação laboral;
Por incapacidade cognitiva de lidar com os seus próprios fantasmas, os ignorantes vêem uma ameaça em cada semelhante, mas nunca são capazes de identificar onde está o prigo;
As pessoas más não se contentam com a sua própria sorte; satisfazem-se, apenas, com a infelicidade de outros.
Na peça escatológica postada:
– No concurso interno, o Manuel e o Agostinho concorreram na 2ª prioridade e o Francelino na 4ª. Havendo vagas, só não mudaram de lugar porque não quiseram, dado que não haveria qualquer possibilidade de o Francelino ultrapassar os seus dois arqui-inimigos. Foi por isso que só o Francelino não foi colocado.
– Por não ter sido colocado, o Francelino foi para a reserva de recrutamento, listinha para a qual, em nenhuma circunstância, os seus arqui-inimigos poderiam integrar, por terem tido o azar, coitados, de ser colocados em concurso interno.
– Ora, na fase em que o Francelino foi colocado, apenas estava à frente de candidatos a contratação, mas mesmo assim, os seus arqui-inimigos, já colocados, queriam o lugarzito que entretanto ficara vago, já depois de terminada a mobilidade interna. Fantástico!
– Não havendo QZP por colocar, o Francelino, contratado, ficaria no mesmo lugarzito, como há anos e anos tem acontecido, sem que os seus arqui-inimigos jamais tivessem “estilhaçado”.
O que os move, agora, depois de o Francelino ter vinculado extraordinariamente, não é o lugarzito que em qualquer circunstância não ocupariam; o que os move é a mais mesquinha inveja; o desejo de sentir que quem ocupa o lugar ao qual não puderam aceder está numa condição inferior.
Mas move-os mais do que isso, move-os o medo de que o Francelino, finalmente, os possa ensinar a utilizar correctamente o verbo “haver”.
Repare-se como as luminárias autoras deste pedaço de pouca inteligência em forma de mail culpam os putativos vinculados extraordinariamente, mas nunca referem o “magnífico” 132…
Estas “estórias” são sórdidas e perigosas… é melhor não irem por aí!
Fica o aviso aos traficantes do costume.
Novembro 28, 2012 at 6:26 pm
# 4
Muito bem dito tt.
Acertou em tudo. As negociações de “encher pneus” existiram para todos fazerem de conta que se preocupam com os contratados. Só para isso. No entanto, puseram a descoberto muita inveja, e muita hierarquia institucional.
Ainda não satisfeitos com o pedido de anulação da vinculação extraordinária por parte de fne, lançam esta estória para justificar (ir)racionalmente os seus verdadeiros sentimentos mesquinhos e doentios.
Como é pequenina esta “gentinha” que educa 1 país. De facto, o MEC pode congratular-se, porque os profissionais que o criticam estão à sua altura.
Novembro 29, 2012 at 1:02 pm
#4
Na mouche.