Ouvem-se rumores. Com a escolta que o MEC anda a ter já nada me espanta que ainda o declarem universal, que é a forma mais eficaz para acentuar desigualdades em nome do contrário. Já o expliquei várias vezes e por escrito. Não carece de repetição para já.
Outubro 20, 2012
Cheque-Ensino A Partir De 2013-14?
Posted by Paulo Guinote under Cheques-Ensino, Futurologia Retrospectiva[52] Comments
Outubro 20, 2012 at 9:14 pm
E pilim?
Sim, porque menos alunos nas escolas públicas não significa redução proporcional da despesa. Onde se vai buscar o dinheiro para pagar aos privados?
Outubro 20, 2012 at 9:26 pm
#1,
A sério que não sei…
Mas que eles “andem” por aí…
Pode sempre passar tudo por financiamentos “racionados” das escolas públicas com base no número de alunos.
Outubro 20, 2012 at 9:43 pm
O MEC através do cheque ensino passa a ter uma despesa orçamental fixa e depois remete para as escolas com autonomia, públicas ou privadas o cumprimento integral dos programas e das metas curriculares.
Não lhes interessa se o ensino melhora ou piora, pois vai sempre justificar que gasta xxxeuros por aluno.
Mas se avançarem para este sistema podem fechar todas as direçoes, implodir mesmo toda a estrutura do MEC pois não vai mais ser precisa.
Somos um país de copistas, asnos e analfabetos 😦
Copistas, daqueles do copy / paste e mesmo assim copiam mal.
Outubro 20, 2012 at 9:47 pm
Boa noite Dr. Paulo
Importa desde já saudar a oportunidade da abordagem, mas peca pela superficialidade.
É importante ser sério, não basta parecer.
Explique ao povo, o que é o “cheque-ensino”.
Explique ao povo, o que é a “liberdade de escolha”.
Explique ao povo, o que é o “custo por aluno/ano”.
Explique ao povo, para que serve cruzar o “custo por aluno/ano” em determinada Escola com os níveis de desempenho dessa mesma Escola.
Explique ao povo, quanto é BOM poder decidir onde adquirimos determinado Serviço (Educação, Saúde…).
Explique ao povo que, quando necessita, utiliza um cartão de saúde (da ADSE) que lhe permite ter “liberdade de escolha”.
Explique ao povo…
Outubro 20, 2012 at 9:51 pm
Explique ao povo.Aparece aqui cada nababo com intencioes@de ser um intelectual tipo sopeira.
A tal Emilia sabera mesmo quem e o povo ?Trate_se
Outubro 20, 2012 at 9:57 pm
#5
Está com algum problema?
Qual é o receio?
Quem tem medo compra um cão.
Outubro 20, 2012 at 10:15 pm
Emilia
O povo está-se nas tintas para isso e na primeira oportunidade é capaz de defenestrar uns quantos por essa Europa fora. Portanto, se era esse o móbil, o melhor é passar ao lado. Acho que ainda não percebeu uma coisa: o pessoal do alto continua a pensar que tem as coisas sob controle. Mas não tem. É lamentável mas mais uma vez se prova que não aprendemos nada com os nossos erros e muito menos com os dos outros. Quer acabar com o Estado? Muito bem. Mas comece então por reinicializar o sistema e pôr as contas todas a zero.
Outubro 20, 2012 at 10:17 pm
Olha, esta tocou-se com o comentario que lhe fizeram.Nao me diga que e daquelas tias que tem um cao para as necessidades!
Outubro 20, 2012 at 10:17 pm
Há gente que nem lhes enfiando as coisas pelos olhos dentro…
Pirralhos.
Petizes.
Não direi picolhos, mas…
https://www.ffms.pt/evento/285/ate-que-ponto-ha-liberdade-na-liberdade-de-escolha
Outubro 20, 2012 at 10:19 pm
http://www.usnews.com/education/blogs/on-education/2009/06/17/charter-schools-might-not-be-better
Outubro 20, 2012 at 10:19 pm
Os alegados neo-liberais na verdade são os neocons de Bush pai com pele de ovelha.
Outubro 20, 2012 at 10:20 pm
Devia cobrar por lições online…
Repito: deveria notar como Alexandre Homem Cristo anda a “modular” as intervenções públicas.
Aguardemos por Novembro…
😆
Outubro 20, 2012 at 10:47 pm
#9
Retive:
“Quando os defensores da liberdade de escolha afirmam que a sua existência é em si mesma um bem para os cidadãos, têm razão. Mas… falta depois tudo o resto que permite que essa liberdade de escolha seja exercida de forma consciente e livre, na verdadeira e completa acepção do conceito.” Paulo Guinote, 29 de Novembro de 2011
Irei reler. Obrigada.
Outubro 20, 2012 at 10:51 pm
É. O período de queda anunciada é sempre o mais perigoso para a democracia. Os fanatismos inebriam-se com a “derradeira oportunidade”.
Outubro 20, 2012 at 11:00 pm
#4:
Explique ao povo, explique ao povo…
Só papagueas.
O povo quer é que tu te lixes…
Outubro 20, 2012 at 11:03 pm
É o que dá no poder uma extrema-direita ressabiada constituida por retornados que lidam com isto como se estivessem a mandar nos antigos criados.
Outubro 20, 2012 at 11:03 pm
A acontecer isso como é possível o concurso de vinculação extraordinária…é que juro que não entendo…..então querem reduzir e vão vincular mais? è que não consegui ainda perceber isto!
Outubro 20, 2012 at 11:04 pm
Pode ser que se f*d@m antes do tempo…
Outubro 20, 2012 at 11:05 pm
#17:
És governado por burros mafiosos e ressabiados, queres perceber o quê?
Outubro 20, 2012 at 11:06 pm
Mas o cheque-ensino cobre o quê? Os transportes para outra escola noutra vila / cidade? A alimentação? A habitação?
Porque uma coisa são as grandes cidades e outra são as pequenas vilas e cidades deste país.
Seja como for, a introdução da coisa vai acentuar as desigualdades. Wait and see!
Outubro 20, 2012 at 11:09 pm
Este país é uma palhaçada…
“até «fica bem na fotografia»”?!
Um PM como deve ser marcava reunião e fazia uma “acta”.
No link a palhaçada em vídeo:
Escuta a Passos sem relevância criminal
Fontes judiciais garantem à TVI que PM defendeu interesse do Estado. José Maria Ricciardi foi o alvo da escuta e contou à TVI o que disse ao telefone
Pedro Passos Coelho até «fica bem na fotografia», garantiram à TVI todas as fontes contactadas e que conhecem o teor da conversa telefónica que, por acaso, foi gravada pela Polícia Judiciária.
Como aconteceu a José Sócrates, no processo Face Oculta, Passos Coelho não era o alvo da escuta, mas sim o seu interlocutor: José Maria Ricciardi, presidente do Banco Espírito Santo Investimento (BESI).
As privatizações da REN e sobretudo da EDP foram o tema da conversa. Solicitado pela TVI, o banqueiro, numa resposta escrita, assume tudo o que disse ao telefone a «vários membros do Governo».
O inquérito-crime às privatizações levou já o Departamento Central de Investigação e Acção Penal a realizar buscas nas sedes do BESI, da Caixa Banco de Investimento e na Parpública, sociedade de gestão das participações do Estado.
A investigação destina-se a apurar se houve crimes de tráfico de influências e abuso de informação de mercado privilegiada («inside trading») nas grandes operações de privatização realizadas já por este Governo. No âmbito desse inquérito, José Maria Ricciardi e Ricardo Salgado, presidente do Banco Espírito Santo, foram colocados sob escuta por proposta do procurador Rosário Teixeira, autorizada pelo juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal, mas nenhum deles foi constituído arguido.
As escutas ao primeiro-ministro, nos termos da reforma penal que resultou do acordo PS / PSD para a Justiça, em 2006, têm todas de ser enviadas ao presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha Nascimento, que decide se as valida ou manda destruir. Foi o que fez Pinto Monteiro, no último dia de mandato como procurador-geral da República.
Leia na íntegra a resposta escrita de José Maria Ricciardi à TVI:
(…)
http://www.tvi24.iol.pt/politica/escutas-passos-coelho-ricciardi-primeiro-ministro-besi-tvi24/1385382-4072.html
Por: tvi24 / Carlos Enes | 20- 10- 2012 21: 24
Outubro 20, 2012 at 11:13 pm
Somos governados por doid0s.
Um governo que privatiza deve viver só com papéis reforçados de controlo. É quase uma missão patriótica tirar o Estado de algumas empresas
Alguém regule este Estado
19/10/2012 | 10:16 | Dinheiro Vivo
Eça tinha razão. O Estado é um ladrão fiscal. Tratado como um inimigo, motor da ruína económica. Com ele “o comércio definha, a indústria enfraquece, o salário diminui.” A renda diminui”, escrevia na sua campanha alegre.
Pior: vive em tentação. Forte, funda e incompreensível. De meter a mão e de puxar os amigos. De atirar ideias e cargos a granel, justificando-se depois com ideologias imperfeitas. O socialismo moderado, por exemplo, sempre teve como lógica intervir na economia para estimular o crescimento, mas nunca percebeu que tudo acabava no umbigo humano. Já o liberalismo democrático, mais ausente, prefere uma postura de regulação e vai intervindo a espaços. Acredita no mercado, na iniciativa privada, mas é incapaz de compensar as imperfeições do mercado ou de fugir aos amigos.
Em Portugal, e pegando em nomes, Sócrates estava melhor para o primeiro modelo, Passos para o segundo. Um intervinha, o outro regula. Um acrescentava, o outro prefere sai. Há seis meses, quando as Finanças quiseram migrar o Estado para uma regulação mais artilhada, este guia de marcha fazia sentido. Um governo que privatiza e que se propõe a gastar menos, deve viver apenas com papéis reforçados de controlo. É quase uma missão patriótica tirar o Estado de algumas empresas, sabendo que os recursos são escassos.
O problema é a tentação para voltar atrás e distorcer os mercados que se desejam livres e privados. Foi o que aconteceu com a TSU. É o que está a acontecer agora com a gasolina. Entre o aumenta-para-trabalhadores-desce-para-empresas, o Estado propunha-se a controlar (inédito) a forma como as últimas (incrédulas) distribuíam essa margem. Um escândalo. A proposta não avançou mas esta semana tivemos nova dose, agora com a ideia (peregrina) de criar um rácio nas bombas de gasolinas.
A conta é simples: para cada seis mangueiras normais, uma será low-cost. Com isso baixam-se preços, desconcentra-se a procura, acaba-se com monopólios, Certo? Certíssimo, se o mercado funcionasse sem distorções e as empresas fossem papões para um Estado redentor. Só que com 51% de carga fiscal nos combustíveis, há anos que o fisco é o pior inimigo neste mercado. Fazer campanha com preços baixos e mangueiras espalhadas para depois ameaçar com sanções não é apenas pouco sério – chega a ser ridículo. Eça tinha razão e o Estado é mesmo ladrão. De postos, de mangueiras, de todo o comércio que definha, de toda a indústria que desaparece.
http://www.dinheirovivo.pt/Artigo/CIECO065675.html?page=0
Outubro 20, 2012 at 11:14 pm
Só doidos é que podem pensar no Cheque-Ensino.
E o Nuninho é homem para isso…faltam-lhe 2 ou 3 parafusos…na cabeça.
Outubro 20, 2012 at 11:16 pm
O Umbigo abriu um centro de explicações??
Outubro 20, 2012 at 11:16 pm
«O cheque-ensino coloca o poder de decisão sobre o destino dos fundos públicos de educação nas mãos dos pais dos alunos. Esta devolução de poder constitui uma forma de redistribuir equitativamente o poder actualmente detido por professores, burocratas e pelas populações com maior poder reivindicativo. Na posse desse poder, os pais podem decidir qual a melhor escola para o seu filho. Num sistema em que vigora o cheque-ensino, as escolas públicas têm o cheque como única fonte de financiamento. Têm de melhorar para competir com as outras escolas pelos alunos. As escolas que não se adaptam são forçadas a fechar por falta de financiamento. As primeiras escolas em risco de fechar são as escolas públicas situadas nos bairros mais pobres. Essas são actualmente as escolas com os piores professores, as piores condições e os piores resultados. Com o cheque-ensino, se não forem capazes de melhorar os seus serviços essas escolas correm o risco de ver fugir os seus alunos para escolas melhores. A solução do cheque-ensino consegue assim combinar as vantagens dos sistemas públicos com as dos sistemas privados. Sem deixar de garantir a educação para todos, esta solução dá liberdade de escolha aos pais, devolve impostos aos contribuintes, introduz mecanismos de concorrência entre escolas, reduz o desperdício e redistribui poder pelos que actualmente têm menor poder reivindicativo.»
Outubro 20, 2012 at 11:19 pm
Sabem o que mais me irrita nesta extrema direita que nos (des) governa:
SÃO BURROS QUE NEM PORTAS PORQUE O PAPEL ONDE LHE IMPRIMIRAM OS DIPLOMAS DAS LICENCIATURAS NEM PARA LIMPAR O CU SERVE!
Outubro 20, 2012 at 11:20 pm
Metam o cheque-ensino no fofo.
Fui.
Outubro 20, 2012 at 11:23 pm
Será que eu tenho de votar no Seguro?
.
Quando é que o Agnelo entra em cena a defender a medida? Ele tem muitos alunos, mas é provável que veja os melhores a tentar fugir para a Alves Martins, em Viseu.
.
E ele sabe que, no espaço de 5 ou 10 anos, Mangualde vai perder uma brutalidade de alunos.
Outubro 20, 2012 at 11:24 pm
17 Janeiro 2011
as escolas privadas e a demagogia do cheque-ensino
Nuno Serra
Público, 16 de Janeiro de 2011
A divulgação dos resultados dos exames nacionais (ranking de escolas) e a publicação do rela-tório da OCDE relativo às com-petências dos alunos (PISA), bem como a questão da reno-vação dos contratos de asso-ciação entre o Ministério da Educação e as escolas particulares, recolocaram no espaço de debate mediático a discussão sobre o papel do ensino privado em Portugal.
Nos últimos tempos, de facto, têm-se multiplicado os artigos de opinião favoráveis quer à integração das escolas privadas no sistema público, como à adopção do cheque-ensino, que se traduz na entrega anual de um envelope financeiro às famílias e aos estudantes, para que estes possam passar a escolher o estabelecimento de ensino que desejam frequentar.
Estas propostas, que assumem um recorte ideológico claro, raramen-te reconhecido pelos seus próprios autores, partem de uma convicção que merece ser discutida: a ideia de que o ensino privado é, por natureza, superior ao ensino público, possibilitando a obtenção de melhores resultados escolares.
Contudo, se convertermos as escalas de classificação dos exames nacionais do ensino básico (de 0 a 5) e do ensino secundário (de 0 a 20) em valores percentuais ponderados, constatamos que a diferença entre o valor médio obtido pelas escolas privadas face às escolas públicas é menor do que se poderia esperar face à tão propalada diferença. De facto, a partir dos resultados de 2010, as escolas privadas atingem uma classificação média de 69,5%, sendo de 53,7% o valor médio obtido pelas escolas do sistema público. A circunstân-cia de a larga maioria dos alunos que frequentam as escolas privadas ser proveniente das classes alta e média-alta, com um background familiar e de conhecimentos muito superior ao da generalidade dos alunos das escolas públicas, obriga pois a relativizar a diferença encontrada.
Por outro lado, e ao contrário do que pressupõem os defensores dos rankings das escolas, que os encaram como uma tradução directa da avaliação do seu desempenho, se agregarmos territorialmente os valores obtidos pelos diferentes estabelecimentos de ensino verifi-camos que os melhores resultados têm uma leitura espacial clara. Nas áreas da faixa litoral Norte, (entre Minho Lima e Grande Lisboa), os valores obtidos nunca são inferiores a 54%, apresentando no conjunto uma média de 57% (que se situa, nas restantes áreas do país, em torno dos 53%). O que significa, portanto, que os rankings nos dão sobretudo um retrato social e económico de Portugal, dos seus diferentes níveis de desenvolvimento, e não um retrato linear e directo do desempenho das escolas. Concelhos com maiores níveis de urbanização, poder de compra e taxas de escolarização mais eleva-das (entre outras variáveis que traduzem as diferenças de desenvol-vimento social) permitem a obtenção de melhores posições das suas escolas nos rankings de resultados.
Assim, quando analisamos a distribuição territorial dos estabeleci-mentos de ensino, verificamos que a larga maioria das escolas privadas (78%) se situa justamente nesta faixa litoral, com maiores índices de desenvolvimento, beneficiando portanto – para além da selecção social anteriormente referida – da sua localização em terri-tórios com “melhores alunos”. No caso do ensino público, a distribui-ção das escolas entre o litoral Norte e o resto do país é comparati-vamente mais equilibrada (com 52 e 48%, respectivamente), re-flectindo o princípio de cobertura territorial inerente ao sistema pú-blico de educação.
Isto não significa, porém, que não existam diferenças entre as escolas privadas e as escolas públicas. Uma parte da explicação para os distintos resultados escolares médios obtidos dever-se-á também ao facto de os estabelecimentos de ensino privado serem em regra de menor dimensão, muitos deles com turmas constituídas com um menor número de alunos e a um funcionamento orgânico mais definido e consolidado. Nada disto, todavia, é intrínseco a uma suposto “código genético” das escolas privadas, antes sugerindo ao sistema público alguns caminhos de mudança que é urgente percorrer, e que se revelam incompatíveis com o desinvestimento a que este tem sido sujeito nos últimos anos (nomeadamente com a redução do pessoal auxiliar e docente e com uma agregação cega das escolas em “mega-estabelecimentos” de ensino).
Carece pois de fundamento a tese da supremacia do ensino particular sobre o ensino público, bem como a necessidade de transfigurar a rede pública de educação em benefício dos privados, incorporando-os no sistema. Tal como importa assinalar a forma leviana, demagógica e superficial com que tem sido discutida, entre nós, a proposta do cheque ensino. De facto, se todos os alunos de uma localidade, munidos do respectivo vale entregue pelo Estado, pretendessem frequentar a melhor escola que têm ao seu dispor, como ficaria a tão aclamada “liberdade de escolha”? Quem acabaria por escolher quem?
Não custa imaginar que, perante um aumento da procura superior à capacidade de oferta, as melhores escolas privadas (que pretendem legitimamente manter a sua reputação nos rankings), escolheriam os melhores alunos. Ao mesmo tempo que, com a transferência de fundos para o ensino privado, a pauperização e degradação das condições de financiamento e funcionamento das escolas da rede pública se veriam ainda mais agravadas, generalizando um sistema dual, que hoje – apesar de todas as desigualdades económicas conhecidas – o sistema público tem, em certa medida, impedido.
publicada por Nuno Serra às 03:36
http://estante-passosperdidos.blogspot.pt/2011/01/as-escolas-privadas-e-demagogia-do.html
Outubro 20, 2012 at 11:25 pm
Metam o cheque-ensino no fofo.
Outubro 20, 2012 at 11:28 pm
Recordando:
O Artigo Todo
Posted by Paulo Guinote under Educação, Liberdade De Escolha
[29] Comments
Liberdade para escolher uma escola vai inspirar-se nos EUA e Reino Unido
(…)
Ler mais:https://educar.wordpress.com/2011/10/02/o-artigo-todo/
Outubro 20, 2012 at 11:29 pm
Thursday, June 23, 2011
Perfil
Não percebo o entusiasmo à volta da ideia do cheque ensino. Quem põe os filhos num colégio, não procura apenas a excelência do ensino, o rigor e a exigência. Procura, sobretudo, a segurança da segregação social. É a segregação social que dá garantias de sucesso. Quem opta por certos e determinados colégios fica sossegado por saber que deixa os filhos numa espécie de condomínio privado, onde se ensina a caridade, se cultiva comedidamente a piedade, enobrece sempre o carácter, mas longe de pretos, ciganos, brancos que são como pretos, demais proscritos. É por essa razão, sobretudo por essa, que sujeitam os filhos a avaliações psicológicas, que se sujeitam eles próprios a entrevistas, onde explicam o que fazem e onde moram. Esmiúçam, ansiosos, detalhes e valores familiares, para se enquadrarem no perfil pretendido. O cheque ensino, em abstracto, elimina constrangimentos financeiros, permitindo que famílias mais pobres possam optar por estabelecimentos de ensino privados, mas não apaga o resto. Quem é da Brandoa, da Buraca, de Unhos, do Catujal, será sempre desses lugares. Os pais que escolhem o ensino privado, se, de repente, vissem a prole acompanhada pela prole das suas empregadas, procurariam rapidamente outro colégio onde a selecção se continuasse a fazer. Não condeno as preocupações dos pais que assim agissem. Percebo-os perfeitamente. Se a escola dos meus filhos fosse, assim de repente, por imposição do governo, inundada por camafeus pequenos, tratando-se por você, armados ao pingarelho, também eu correria a tirá-los de lá. Gosto pouco de misturas.
Posted by Ana Cássia Rebelo at 4:43 PM
http://ana-de-amsterdam.blogspot.pt/2011/06/perfil.html
Outubro 20, 2012 at 11:32 pm
Início › Blogues › blogue de Igor Caldeira
Por que sou contra o Cheque-Ensino
Por Igor CaldeiraQuarta, 30/05/2007 – 12:28
Retrato de Igor Caldeira
Esta questão, reconheço, é algo complexa; é, também – aliás, sobretudo – uma questão que costuma ser tratado de forma bastante emotiva. De um lado, há quem afirma que a escola pública é inevitavelmente má; de outro, quem afirma que os privados é que são inevitavelmente maus.
Não quero ir por aí. Quero dividir a minha justificação em duas posições: uma de princípio e outra prática. Faço-o pois, apesar de (ou, mais provavelmente, precisamente por) ter uma posição ética (enquanto moralidade racionalmente fundamentada e não meramente moralista) tenho o dever de submeter essas considerações à confrontação com a praticabilidade ou não da minha posição. Ou seja, eu tenho de ver se a minha posição, para além de convictamente ética, é responsavelmente ética.
No que respeita à convicção, o argumento normalmente utilizado para defender o cheque-ensino parece-me terrivelmente falacioso. A questão não está na liberdade de escolha – essa liberdade já existe. Não há ninguém que seja impedido pelo Estado de frequentar uma escola privada. Este argumento faz-me lembrar a discussão sobre o estado laico. Muitos crentes afirmam-se agredidos na sua crença por o Estado ser laico, ou seja, por o Estado tratar todos os cidadãos como iguais, sem hierarquizar nem conceder privilégios em função da nossa adesão a uma determinada ideologia (neste caso, religiosa). Parece-me uma posição insustentável na perspectiva dos direitos cívicos. Ora, na educação temos o mesmo problema. Será função do Estado então reconhecer o direito aos indivíduos (e em concreto, a uma fatia apenas deles) de ter algo mais do que o que o Estado já fornece a todos os cidadãos por igual?
E aqui chego à questão que para mim é fulcral: qual a função do Estado? Para mim a função do Estado não é zelar pela minha felicidade, subsidiar o meu desejo de comprar um Lamborghini. A função do Estado também não é a de subsidiar o funcionamento de empresas privadas. O Estado Social, segundo o meu entendimento, deve ser um Estado de Justiça – um Estado que dá um mínimo igual para cada um. Não pode ser um Estado de Bem-Estar, preocupado com o que eu posso desejar ou deixar de desejar.
[Gostaria de abrir um parêntesis aqui, apenas para dizer que, apesar do meu discurso, eu não acredito que as escolas privadas sejam realmente melhores que as públicas – o que é determinante não são os meios materiais nem sequer os professores – embora se as condições e os professores forem bons, os resultados naturalmente reflictam essa realidade – mas os alunos. A minha experiência pessoal e os dados que são publicados anualmente sobre os resultados dos exames nacionais provam-no de forma gritante. Quanto melhor o meio social dos alunos, melhores os resultados. Quem tiver dúvidas, compare os resultados das escolas públicas dos melhores bairros da Grande Lisboa e os resultados dos colégios do interior. ]
No que respeita à responsabilidade, vamos a uuma questão muito pragmática: dinheiro. Abaixo coloco as ligações com os documentos que sustentam a minha análise. Atenção, que os números apresentados são algo grosseiros, mas não me interessa ir aos cêntimos, mas apenas ver tendências. Em anexo está o quadro com os dados mais relevantes: os números de alunos nos dois sectores (público e privado) e os gastos do Estado com cada um deles. Excluí alguns gastos como a Acção Social, a Educação de Adultos ou os gastos com a Administração, seja porque dizem respeito a todo o ensino, seja porque se referem a situações muito específicas.
O resultado é surpreendente: apesar de toda a argumentação que existe em torno do cheque-ensino, afinal o Estado ajuda a pagar o ensino privado com valores que proporcionalmente rondam os 40% dos gastos com os alunos do sector público. Ora, se a isto somarmos as propinas – não propriamente baixas – das escolas privadas, eu pergunto-me: onde é que os defensores do cheque-ensino pretendem ir buscar dinheiro para pagar o luxo de quem quer ter o filho num colégio? Vão cobrar mais impostos? Vão aumentar a dívida pública? Vão fechar escolas públicas, despedir professores, cortar nos investimentos e gastos de manutenção de instalações para poupar algum dinheiro para dar o subsídio às classes média-alta e alta?
http://www.giase.min-edu.pt/estat/06_07/xls/I_2_0_1.xls
http://www.giase.min-edu.pt/estat/06_07/xls/I_1_0_1.xls
Anexo Tamanho
despesas educação.JPG 13.52 KB
http://www.speakerscorner.org.pt/por-que-sou-contra-o-cheque-ensino
Outubro 20, 2012 at 11:33 pm
Recordando:
Cheques-Ensino
Entradas Arquivadas nesta Categoria
(…)
https://educar.wordpress.com/category/cheques-ensino/
Outubro 20, 2012 at 11:35 pm
Fui.
Metam o cheque-ensino no fofo.
Idiotas de um raio…
Outubro 20, 2012 at 11:37 pm
http://sol.sapo.pt/inicio/Internacional/Interior.aspx?content_id=61396
Nobel ou Ignobil?
Outubro 20, 2012 at 11:46 pm
Por outro lado, esta m*rda até teria um lado positivo: pôr muito diretor a trabalhar, a sério, na melhoria dos condições gerais de ensino da sua escola / do seu agrupamento.
Falo pelo meu agrupamento, onde agressões verbais e físicas entre alunos, de alunos para funcionários e professores passam sistematicamente impunes; onde, perante os maus resultados escolares dos alunos, apenas se pede naquelas reuniões medíocres de departamento que os professores adotem estratégias; etc.
Seria bom se tal sucedesse, mas não vai acontecer. Em escolas como as minhas, ficarão apenas os mongos e a ciganada (não confundir ciganada com ciganos; o primeiro termo designa os selvagens e criminosos que frequentam a escola, de todas as etnias; o segundo termo designa ciganos que se comportam como «gente normal».
Outubro 20, 2012 at 11:50 pm
P.S. Quem vai ficar com os deficientes???
Outubro 21, 2012 at 1:22 am
Se as contas referidas em #4 resultarem tão acertadas como nas previsões do défice, da execução orçamental, da evolução da taxa de desemprego, da manutenção do consumo das famílias (previsão de receitas do IVA) ….
…então está tudo esclarecido.
Ou irão apenas exigir que outros cumpram objectivos quando os próprios mandantes nunca conseguem atingir?
Outubro 21, 2012 at 11:16 am
#4
A referência à ADSE não deixa de ser curiosa num momento em que no «Documento de Estratégia Orçamental 2012-2016», do Ministério das Finanças, escreve-se que «No âmbito da revisão aos quadros normativos da Administração Pública será ainda promovida a convergência e simplificação dos regimes de proteção social, visando a progressiva integração dos trabalhadores em funções públicas no Regime Geral da Segurança Social.» (p. 55).
Portanto, parece que o Portugal preconizado por estes senhores passa pela liberdade de escolha para alguns (muito poucos) e nenhuma liberdade de escolha para muitos outros.
Precisemos por que razão a liberdade de escolha é para poucos. Mais precisamente, para os donos e accionistas dos actuais e futuros colégios privados. Quando se generalizar a procura, com o cheque-ensino na mão, atrás da publicidade gratuita dos rankings, a solicitude das privadas vai mudar, incorporando os vícios de quem tem a vida assegurada – não nos esqueçamos, estamos no quadrante sociológico menos inteligente da massa cinzenta portuguesa. Vão dar-se ao luxo de não aceitar muitos alunos e, mesmo assim, vão baixar no ranking. As famílias vão ter muita dificuldade em matricular os seus filhos naquilo que eles acreditam ser os melhores colégios, passando a imperar a cunha ainda mais selvagem do que a cunha regulada a medo e encoberta da pública. A assumpção explícita de visões racistas, segregacionistas e outras «istas» julgadas enterradas num Estado de direito democrático vão surgir. Escolas a negar o evolucionismo, mocidades portuguesas mentalmente atrofiadas, a esperar peloo casamento para a primeira experiência genital (a não ser que pratiquem sexo anal como as meninas bem do Estoril nos anos 50 e 60, mantendo-se «intactas» no que importa), separação de escolas por género, etc. – é o recuo civilizacional acelerado e adequado ao recuo económico e à aceitação da desigualdade colossal decorrente.
Não seria melhor apurar as formas de garantir melhores professores na escola pública, depois da sua massificação, assegurando o elemento mais fundamental do acto de ensinar – a independência científica, pedagógica e cívica dos professores?
Outubro 21, 2012 at 11:53 am
#17,
Há uma mistura de “vergonha na cara” e de algo mais complicado.
O desejo de muita gente – não sei se Crato já os domina se é dominado – é financiar as escolas por igual, por cabeça, numa estratégia de socialismo “liberal” em que tudo é igual.
O que não me repugna? Que o dinheiro entregue directamente a certas escolas privadas deixe de o seu e passe para as mãos das “famílias” e que, de acordo com a lógica “liberal” de “co-pagamento” só tenham direito a “cheque-ensino” que receber abaixo do nível que o governo definiu para moderar o esbulho fiscal.
Outubro 21, 2012 at 12:15 pm
Isto e tudo conversa da treta. Há dois modelos de financiamento possíveis:
1- O Estado cobra impostos consoante o nível de rendimentos e patrocina os estudos integralmente.
2- O Estado decide que a educação e outros serviços (alterando a constituição) não são direitos fundamentais e deixa de os pagar. Neste caso cobra infinitamente menos impostos e os cidadãos assumem a solidariedade social se assim o quiserem.
Qualquer outro modelo é incontrolável. Toda a gente sabe isto. Porque se misturam então as coisas?
É muito simples: as prestações sociais são usadas como forma de mascarar a rapina. São o justificativo que se montou quando a sociedade se laicizou no Ocidente. Antigamente bastava o temor a Deus e à espada. Refinou-se a coisa.
Outubro 21, 2012 at 12:15 pm
Acho que a ideia do Crato sempre foi essa…a sua estadia pelos states doutrinou-o bem sobre isso.Money abouve all.
Outubro 21, 2012 at 12:20 pm
O que os neo(cons)”liberais” precisam de demonstrar é simplesmente isto:
que a uma multinacional é uma unidade de gestão mais eficaz a promover o bem-estar dos indivíduos do que um estado.
Enquanto não o fizerem é dispensável qualquer outra discussão. E agradecemos que não nos usem como cobaias.
Outubro 21, 2012 at 12:26 pm
Mas se os neocons estiverem dispostos a partir do zero e a anular todos os registos de propriedade … aí já se pode conversar. Servir-se do monopólio da violência por parte do estado para criar uma sociedade cada vez mais desigual e depois tirar as garantias que o estado supostamente dá aos mais frágeis é que não parece bom negócio.
Outubro 21, 2012 at 12:28 pm
o filme que melhor retratou um possivel futuro basedo nestas premissas dos neocons ou o que seja foi -quanto a mim- Perigo eminente..
Outubro 21, 2012 at 12:38 pm
Tear in the rain..cheira-me que este ano vamos ver mais lagrimas do que chuva…e em 2013 ver coisas que nunca pensariamos alguma vez ver..cheira.me..
Outubro 21, 2012 at 12:41 pm
E a troika nao vai fazer como nesta cena…vai deixar.nos cair..sem sequer falr..talvez sorria…de forma trcista..fui ..bom domingo..
Outubro 21, 2012 at 3:41 pm
Esta é de antologia:
“O desejo de muita gente – não sei se Crato já os domina se é dominado – é financiar as escolas por igual, por cabeça, numa estratégia de socialismo “liberal” em que tudo é igual” Paulo Guinote, 21 de Outubro de 2012
Exactamente porque nem tudo é igual, impõe-se (com urgência) tratar de forma diferente aquilo que é distinto.
O (pseudo)socialismo tem tratado de forma igual aquilo que é diferente. Ao fazê-lo gera desigualdade.
Quem possui meios económicos deve comparticipar nos custos para todos aqueles que os não possuem possam fruir gratuitamente dos mesmos. A isto chama-se “Justiça Social”.
Outubro 21, 2012 at 3:47 pm
# 49
Ó Pestana, «quod erat demonstrandum», pá!
Ou seja, só falta demonstrares como é que o cheque-ensino vai promover essa «Justiça Social».
QUOD ERAT DEMONSTRANDUM!
Outubro 21, 2012 at 4:09 pm
#42,
O facto se só conseguirmos ter duas ideias – controláveis – não quer dizer que todos sejamos obrigados a limitar-nos pela bitoa baixa.
Outubro 21, 2012 at 5:44 pm
Se ler com atenção verá que no segundo ponto cabem todas as ideias do mundo desde que a comunidade assim o deseje e se auto-organize para as levar à prática.
De resto, devido a várias andanças, tenho a certeza que já experimentei uma gama de soluções bastante maior do que a média dos professores portugueses. E em Portugal passei por todos os subsistemas existentes. Alguma coisinha terá ficado, por muito pouco que seja capaz de reter. Mas continuem que vão bem lançados.