Quando autarquias anti-troikistas recorrem aos dinheiros da troika (via Programa de Apoio à Economia Local) para regularizarem dividas. Na edição do SemMais que hoje vem com o Expresso fica demonstrado que aqui na margem sul há algo que eu já sabia, uma imensa hipocrisia política. Há os que não vão usar, os que estão a pensar nisso e os que já estão no rateio.
Outubro 5, 2012
Da Coerência
Posted by Paulo Guinote under A Santíssima Troika, Coerências, Hipocrisias[11] Comments
Outubro 5, 2012 at 3:20 pm
deixei de comprar o espesso, ainda bem!!
podia rogar pragas à câmara do Barreiro!!!
Outubro 5, 2012 at 3:28 pm
gostei:
http://expresso.sapo.pt/esta-na-hora-de-revolucao-na-zona-euro=f758145
“Está na hora de uma revolução na zona euro; o tempo para uma discussão educada terminou. O que está em causa não são um ou dois por cento de crescimento económico no Sul, mas, pelo contrário, a diferença entre um futuro de prosperidade e um de depressão”, refere hoje Christopher T. Mahoney, ex-vice presidente da agência de notação Moody’s, num artigo intitulado “Southern Europe Must Revolt Against Price Stability “, publicado no Project Syndicate. Essa “revolução” deve ser “liderada pela França, Itália e Espanha”, com a França à cabeça, e os seus alvos principais são a Alemanha e o Bundesbank. “O tempo é agora, antes que a Espanha e Itália sejam forçadas a capitular à estricnina e ao arsénio da troika”, sublinha.
Mahoney é um veterano de Wall Street que saiu de vice-presidente da Moody’s em 2007. Considera-se um “libertário do mercado livre”.
“Se o Sul continuar a permitir que o Norte administre o remédio envenenado da deflação monetária e da austeridade orçamental, sofrerá, desnecessariamente, anos e anos”, adverte Mahoney, para, depois, apelar à “revolução” do Sul. “A zona euro é uma república multinacional em que cada país, independentemente da sua notação de crédito, pode atuar como um hegemonista. A Alemanha tem apenas dois votos no conselho de governadores do Banco Central Europeu (BCE), não tem controlo e não tem poder de veto. A Alemanha é apenas mais outro membro da união e o Bundesbank apenas mais outra sucursal regional do sistema do euro. O Tratado do BCE não pretendeu ser um pacto de suicídio, e pode ser interpretado de um modo suficientemente aberto para permitir que seja feito o que tem de ser feito. Se o Tribunal Constitucional objetar, então a Alemanha pode sair”. E reforça: “O que advogo é uma rutura pública com o Bundesbank e com os seus satélites ideológicos”.
A finalizar, diz: “Talvez seja mais prudente conduzir esta revolta em privado, mas o que acho é que só funciona como ultimato público”.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/esta-na-hora-de-revolucao-na-zona-euro=f758145#ixzz28R1Y8pl7
Outubro 5, 2012 at 4:01 pm
Então as dívidas não têm de ser pagas?
Então não havia quem garantisse que se não tomássemos o presente envenenado dos troikos não havia dinheiro nem para comer, quanto mais para pagar salários?
Então os da margem sul não têm direito a ser, também, homens sérios?…
Outubro 5, 2012 at 4:13 pm
Ressalvando que não conheço as contas das citadas, mas não especificadas, “autarquias anti-troikistas”, noto que o endividamento tem sido, ao longo das últimas décadas, a solução fácil que tem sido apontada para financiamento dos projectos autárquicos que ultrapassam os recursos das autarquias.
Se o dinheiro para investimento público vem na forma de fundos europeus, obrigações do tesouro, empréstimos a curto ou a longo prazo, emprestado pelos “mercados” ou vindo em financiamentos directos de troikas internacionais ou de governos amigos, obviamente que isso não compete às câmaras decidir. Quem trata dessas coisas é o governo, naturalmente.
Assim sendo, o que uma autarquia responsável deve ponderar é se a despesa é mesmo necessária e prioritária, se existem condições para assumir os compromissos da dívida sem comprometer necessidades futuras, se o que se vai gastar é mesmo “investimento” ou apenas obra de fachada, ou seja, se vai realmente trazer resultados em termos de desenvolvimento económico, bem-estar e qualidade de vida às populações.
Dinheiro é dinheiro, ou seja, não diz de onde veio nem para onde vai…
Outubro 5, 2012 at 4:34 pm
#4,
Quem escreve…
“Dinheiro é dinheiro, ou seja, não diz de onde veio nem para onde vai…”
… perde um bocado a autoridade para criticar os “merceeiros do regime”.
Outubro 5, 2012 at 5:32 pm
Parecem a deputada do PSD, ontem que acusou os deputados de dizerem mal de quem lhes paga os ordenados…
Não li o expresso. Será que entendi bem?
Outubro 5, 2012 at 5:50 pm
#5
A questão não é o dinheiro, mas aquilo que é feito com ele.
Como, julgo, se depreende bem das palavras que escrevi.
Quanto aos merceeiros, continuarei a criticá-los quando entender, não por serem merceeiros, mas por serem do regime. E por o regime existir para os merceeiros, os banqueiros e outras clientelas, em vez de existir para os seus cidadãos…
Outubro 5, 2012 at 5:56 pm
#7,
Depreende-se (ou melhor, explicita-se) bem que não interessa de onde vem.
Isso retira-te alguma credibilidade, por exemplo, quando criticas certos sociólogos por receberem de onde recebem…
Percebes?
Olha… um exemplo prático de como interessa de onde vem o dinheiro.
Concorrerias a uma bolsa da FLAD, dirigida pela MLR?
Outubro 5, 2012 at 6:23 pm
#8
No caso em apreço, e tanto quanto entendi, certas autarquias candidatam-se a verbas que lhes permitam pagar dívidas antigas. Esse dinheiro é obtido junto do Estado central, que por sua vez o vai buscar à troika, assim como poderia vir de banqueiros internacionais, ou de Angola, ou da China, ou doutro lado qualquer que resolvesse emprestar. Não são as câmaras que têm de ajuizar se a fonte do dinheiro é boa ou má; quem trata do financiamento externo, bem ou mal, é o governo. Já as câmaras devem ser responsabilizadas, isso sim, pelo uso que dão ao dinheiro que recebem.
Eu não me imagino a concorrer a uma bolsa da FLAD, mas não critico à partida, e só por esse facto, quem o faça. Primeiro, porque o dinheiro é da instituição, não é da pessoa que a gere; segundo, porque os fundos e rendimentos da FLAD resultam da capitalização de uma parte das verbas obtidas dos EUA como contrapartida pela utilização da base açoriana das Lajes; é portanto dinheiro público, dinheiro de todos nós que em vez de ser gasto em benefício público, vem sendo utilizado para promover determinados interesses políticos e para emprateleirar convenientemente, pelos bons serviços prestados, certos figurões do regime…
Outubro 5, 2012 at 6:39 pm
#9,
Realmente há umas boas diferenças entre a forma como encaramos as coisas…
Outubro 5, 2012 at 7:20 pm
#10
Ainda bem que não pensamos todos da mesma forma e resistimos à tentação dos falsos unanimismos.
Procurei expor com clareza e frontalidade a minha opinião. Já em relação ao teu ponto de vista, fiquei com dúvidas.
Eu sou funcionário do Estado e critiquei o acordo com a troika. Quer dizer que, fazendo fé no que diz a propaganda governamental, que sem as “tranches” que vão chegando não haveria dinheiro para salários, e para ser coerente, eu deveria recusar o meu vencimento mensal, pois ele é pago, também, como o dinheiro da troika?…