Eu não gosto dos blues porque são tristes
Eu não gosto dos reds porque são vermelhos
Eu não gosto dos pinks porque são punks
Eu não gosto dos oranges porque são amargosos
Eu não gosto dos greens porque são ainda mais vermelhos
Eu não gosto dos browns porque cheiram mal
Eu não gosto dos blacks porque são pretos
Eu não gosto dos whites porque são manchados
Eu não gosto dos transparentes porque são opacos
Eu não gosto dos que gostam de cores porque são gays
[eu]
Julho 30, 2012 at 12:48 pm
Ainda bem que o amarelo quase escapou!
Julho 30, 2012 at 12:52 pm
Os Gostos
A palavra «gosto» tem vários significados e é fácil o engano. Há uma diferença entre aquele gosto que nos leva a escolher coisas e aquele que nos leva a conhecer e discernir as qualidades quando se segue as regras. Podemos gostar de comédias sem ter um gosto tão apurado e delicado que nos permita ajuizar do seu valor, como podemos ter o bom gosto para emitir juízos sobre as comédias, sem gostar desse género dramático. Existe um tipo de gosto que nos aproxima imperceptivelmente do que temos à nossa frente, há outros que nos prendem pela sua força e duração.
Também há pessoas que têm mau gosto em tudo, outras só nalgumas coisas, mas ambos os casos têm esse direito, no que toca ao alcance que cada um tem. Outros ainda têm gostos particulares, que sabem que são maus, sem deixarem de segui-los. Há aqueles que têm gostos imprecisos e estes deixam que o acaso decida por eles. Mudam com ligeireza e ficam contentes ou maçam-se com o que os seus amigos dizem. Outros são sempre previstos, sendo escravos de todos os seus gostos, respeitando-os em todas as matérias. Há quem seja sensível ao bem e que se choque com o que é mau. Os pontos de vista destas pessoas são claros e justos e encontram a razão de ser dos seus gostos no seu espírito e no seu discernimento.
Há também aqueles que, por uma espécie de instinto, cuja causa lhes é desconhecida, decidem sobre quem lhes aparece e tomam sempre o bom partido. Estes terão mais gosto do que encanto, porque o seu amor-próprio e temperamento não prevalecem sobre as suas qualidades inatas. Nestas pessoas tudo está em sintonia, o que as faz julgar ponderadamente sobre os assuntos, formando nelas ideias firmes. Porém, se falarmos de um modo geral, há poucas pessoas com um gosto firme e independente do gosto dos outros, seguindo o exemplo e os hábitos da moda, copiando quase tudo o que diz respeito ao gosto.
Em todas estas diferenças de gosto que relatámos, é raríssimo, quase impossível, encontrar aquele bom gosto que sabe avaliar o preço de cada coisa, que conhece todo o seu valor e que aprecia todo o género. Os nossos conhecimentos são demasiado limitados e o equilíbrio das qualidades que são necessárias para bem ajuizar das coisas não ultrapassa normalmente o que não nos diz directamente respeito. Quando se trata de nós, o nosso gosto não tem esse equilíbrio tão necessário, porque as nossas preocupações intervêm. Tudo o que nos diz respeito aparece-nos de outra forma. Ninguém é capaz de ver com os mesmos olhos aquilo que o toca e aquilo que não lhe diz respeito. No primeiro caso, o nosso gosto é guiado então pelo peso do amor-próprio e do temperamento, os quais nos fornecem novos pontos de vista e sujeitam-nos a um número quase infinito de mudanças e de incertezas. Então, nesse caso, o nosso gosto já não nos pertence, não temos poder sobre ele, muda sem que queiramos e os mesmos objectos aparecem-nos de tantas formas diferentes que chegamos a desconhecer o que já vimos e o que já sentimos.
La Rochefoucauld, in ‘Reflexões’
Julho 30, 2012 at 1:50 pm
Eu gosto dos gays, logo gosto de cores.
Julho 30, 2012 at 2:56 pm
olha, eu gosto dos meu olhos, e por ti vou comprar uns ólicus que isto custou a deslindar, de lindar mesmo.
Pesca lá umas giestas amarelas para dar cor ao cinzento (não gosto de cinza, não é nuvem nem alcatrão).
vou por os ólicus…..
Julho 30, 2012 at 3:56 pm
Louve-se a sinceridade do skinhead (cabeça rapada por fora e por dentro). Não gosta de diferenças e proclama-o. Outra coisa são os seguidores acéfalos do umbigóide-mor que fingem achar piada ao idiota fascista que lhe serve de lugar-tenente e não ousam emitir opinião para não desagradar ao chefe. Uns tristes. Bah…
Julho 30, 2012 at 4:33 pm
Que pena seres tão homofóbico. Alguma coisa escondes.
Julho 30, 2012 at 6:47 pm
J. S Bach exauriu o seu tempo em actos de amor para deleite dos inúmeros filhos e várias mulheres. Não lhe bastou a esfera familiar para verter o amor que em si cabia. Toda a vida procurou amar o outro, o diferente. E de uma forma que não permite objeções: aprendeu a amar os outros não como a si mesmo mas como eles próprios se amavam. Aprendeu a gostar daquilo que os outros gostavam e fez disso o seu próprio estilo. Gostou de ingleses, franceses, alemães ou italianos. Praticou a religião em música como os católicos ou os luteranos. Não o demoveram os ódios e guerras que separavam as partes europeias mas antes as colocou em concerto, em harmonia, no meio de uma música que vive porque deixa viver no seu seio as diferenças e as complementaridades. Sendo profundamente alemão, ensinou latim. Sendo um músico de craveira ímpar, quis assemelhar-se aos que estavam abaixo dele. Obedeceu e foi sepultado, ressuscitando ao centésimo ano, para gáudio dos narcisísticos românticos que com ele reaprenderam. Sobrou-lhe ainda espaço para amar Deus acima de todas as coisas da Terra, porque sabia que não tinha negligenciado nenhuma delas.
Julho 30, 2012 at 6:48 pm
Julho 30, 2012 at 6:52 pm
Julho 30, 2012 at 6:53 pm
Julho 30, 2012 at 6:53 pm
Julho 30, 2012 at 6:55 pm
Julho 30, 2012 at 6:56 pm
13
Julho 30, 2012 at 6:59 pm
E porque Bach “salva”, acreditemos que melhores dias virão. Mesmo que não sejam para nós.
Julho 30, 2012 at 8:12 pm
Statement of Being
I am a grave poetic hen
That lays poetic eggs
And to enhance my temperament
A little quiet begs.
We make the yolk philosophy,
True beauty the albumen.
And then gum on a shell of form
To make the screed sound human.
E. P.
Julho 30, 2012 at 8:18 pm
O Fafe tem destas coisas giras, é um provocador e um brincalhão e só é compreendido por alguns. O sentido de humor de certos comentadores deve ter sido engolido pelas actas e grelhas sucessivas… coitaditos.
Julho 30, 2012 at 8:35 pm
O Bach também tinha. Depois ia desculpar-se perante o patrão e voltava a dar pão aos filhos. Quanto a liberdade artística não funcionava no éter os artistas pensavam duas vezes antes de provocar. Depois qualquer provocador passou a poder considerar-se artista.
Julho 31, 2012 at 1:35 am
Eu não gosto dos yellows porque esses não se gostam
Julho 31, 2012 at 1:51 am
Direito ao contraditório:
Julho 31, 2012 at 1:54 am
Julho 31, 2012 at 1:57 am
Julho 31, 2012 at 2:02 am
Julho 31, 2012 at 2:03 am