O pessoal já só pensa nas férias. Quando voltarem em Setembro, o mal está feito e não penso que haja retrocesso, quer nos agrupamentos, quer no nº de alunos por turma, quer na reforma curricular, motivos que causaram este tsunami.
Quem o poderia fazer, seriam os Directores, seguindo uma proposta que o Paulo aqui deixou de bloqueio ao início do ano lectivo. Mas não acredito que os Directores o façam.
Toda a contestação deveria ter sido pensada com cabeça, antes, muito antes, logo quando começaram os “ajuntamentos”. Mas não houve coragem, nem de sindicatos, nem de professores, nem de directores, nem das autarquias.
Ontem deixei uma proposta num comentário a um post e retomo aqui a ideia porque gostava de ouvir a opinião de mais colegas:
Proponho que os professores façam aprovar nos seus respetivos conselhos pedagógicos, um plano de atividades anual vazio. Que não se realize uma única visita de estudo, que não se monte uma exposição, que não se organizem campanhas, conferências, concursos, enfim, que não se faça nada para além das obrigações letivas e funções não letivas claramente indicadas no horário do professor.
Compreendo que para muitos professores isto seria um enorme sacrifício, pois é nestas atividades que que “recarregam as pilhas” para a rotina das aulas, mas não me parece que possa haver luta sem dor.
Também àqueles que dirão que isto só afetaria os alunos e que em circunstância alguma os devemos prejudicar, eu pergunto se os alunos não são mais prejudicados por professores incapazes de resistir a quem manifestamente o deseja quebrar.
Não sei se esta ideia já surgiu neste blog ou noutros meios de reunião de professores.
Pela minha parte, hei de fazer chegar ao pedagógico lá do ajuntamento, uma proposta destas e espero que ela venha a ser aprovada.
Tem razão Paulo, estes pequenos surtos de contestação ainda não serviram de nada, aliás, talvez tenham servido para lançar uma pequena semente de revolta e indignação, talvez tenha servido para alertar os mais distraídos para o problema… mas precisamos de ideias e quando refere “Podemos passar a alguma coisa mais a sério, fora das agendas partidárias?” tem alguma coisa em mente? Greves?!? movimentos armados?!? Urge que nos mobilizemos em torno de uma causa comum e infelizmente os sindicatos (quem mais podia fazer) em nada têm contribuído, a causa deles têm aliás, a manutenção dos seus próprios umbigo (passo o pleonasmo)! Paulo, dê-nos algumas orientações, estamos a ficar desesperados!
#0 Bem sei que não vale grande coisa, mas é o tipo de coisas que irrita os políticos… Por isso, insisto:
O DE está a fazer uma sondagem online para se escolher qual o pior ministro do governo:
Assembleia Geral Quem é o pior ministro do governo?
Aqui fica o link: http://economico.sapo.pt/
A minha sugestão é que o pessoal lá vá votar para ajudar o crato a passar à frente do relvas.
Sei que a tarefa é árdua pois o relvas vai muito bem lançado, por isso…
Nas escolas e nas ruas, professores admitem radicalizar os protestos.
Muito haveria a dizer sobre o comportamento de certos agentes políticos e sindicais na “gestão” dos interesses dos professores. Mas não vamos por aí; o que quero hoje dizer não assenta em visões particulares de problemas específicos, é algo bastante mais geral.
Se tivesse que identificar aquela que emerge como a principal característica social das democracias ocidentais nestas décadas mais recentes não teria dúvidas em dar-lhe este nome: precarização. Somos todos precários, o sistema vive de nos tornar todos precários, é a precariedade que nos controla e neutraliza como cidadãos.
Pode dizer-se que antes da precariedade veio a atomização. Convenceram-nos de que a máxima liberdade é a máxima individualidade (um certo anarquismo ingénuo perpassa hoje pelo discurso popular mais à direita e mais à esquerda no sistema de coordenadas tradicionais) e isso tornou-nos cúmplices contentes da destruição das pertenças. Todas as pertenças são ridicularizadas num ou noutro momento, em nome do “eu quero” do indivíduo que se pensa como átomo de uma sociedade reduzida a colecção de partículas.
Mas a atomização seria (em abstracto) compatível com um leque de direitos que fossem reconhecidos a cada indivíduo. O problema é que isto é puramente teórico, porque os direitos não caem do céu e não se vê por que carga de água átomos isolados alcançariam direitos, quando historicamente isso só acontece quando grupos humanos em movimento são capazes de os conquistar. E a realidade veio mostrar que a atomização não era o fim da história: ela criou a relação de forças que tornou toda a gente vítima possível da precarização. E é isso que temos hoje.
Precarização é estar sempre no olho do furacão. Tenho de estar sempre alerta: não para cuidar dos meus planos de vida, dos meus filhos, dos meus pais, do meu bairro, dos meus colegas, da minha terra, mas para satisfazer todos os desejos de quem paga, muito ou pouco, pelo meu trabalho. Eu já não vendo apenas a minha força de trabalho, vendo a minha dedicação total, todo o meu tempo, toda a escala dos meus interesses. A condição de proletário (com quatro anos de escolaridade ou com doutoramento) toma conta de toda a minha vida – e, cereja em cima do bolo, tenho de ser dedicado, em todo o tempo e em toda a parte, acordado ou a dormir. Como se consegue isso? Tornando curtos todos os ciclos: sou escrutinado cada ano, cada mês, cada dia, cada hora. Não posso ter projectos a quatro anos, porque não sou livre de gerir a minha vida a quatro anos. Só o patrão (aliás, só alguns patrões) podem pensar a quatro anos, todos os outros podem morrer amanhã. E em ciclos destes, de um dia para o outro, a conformidade é o melhor seguro.
Precarização é estar sempre na iminência. A iminência do desequilíbrio, a eminência da ruptura, a eminência do fim de um mundo. Estar sempre na presença da iminência é o roubo do tempo: não há margem de manobra para ninguém, tudo pode acontecer instantaneamente. Os humanos criaram instituições para gerir a sua pertença ao tempo: nascemos e crescemos nos edifícios (institucionais) que os outros criaram, mais tarde podemos dar o nosso contributo para mudar esses edifícios (mas não se muda tudo ao mesmo tempo se queremos continuar a habitar), deixamos aos seguintes uma base onde eles possam continuar a obra, que é humana ao máximo (essa arte de continuar). As instituições permitem que não cheguemos de cada vez ao mundo despidos como se fossemos os primeiros, que nos apoiemos no que outros conquistaram antes de nós. Ora, a precarização é a negação da instituição como forma humana de viver: como estamos sempre ameaçados de que tudo pode ruir, não há maneira de confiar numa certa continuidade que nos poderia dar algum conforto, o que nos dizem é que não podemos deixar nada. Só podemos entregar tudo, incondicionalmente: e para isso temos de estar completamente desprotegidos.
A nossa desprotecção é o seguro de vida de uma tirania mais ou menos impessoal que destrói a nossa participação cidadã. Um precário tem de pensar na sobrevivência, não pode pensar na vivência. Um precário está sempre sob chantagem, se não está a ser triturado está a caminho de ser triturado. Essa é a condição de suspensão de todos os direitos, o imposto revolucionário que o capitalismo actual nos cobra de armas na mão. A precarização é a selva absoluta, a redução das instituições (essa marca das sociedades humanas) à inoperância ou à mera componente repressiva, a transformação da pessoa numa peça descartável. Mais úteis do que as peças descartáveis, que não têm consciência de serem descartáveis, são as pessoas descartáveis, porque têm consciência de o serem. A precarização, espalhando-se como mancha de óleo, é a negação da humanidade e a redução das pessoas à condição de animais à solta entre outros animais numa selva pós-contemporânea.
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1 comment
Anónimo ✪ 17 Julho, 2012
Pouco tenho a acrescentar. Apenas lamento que muitos dos nossos concidadãos continuem a ignorar/ minimizar/aceitar o facto de estarem na/a caminho da precariedade, contentando-se com o pouco que ainda lhes resta (sobretudo materialmente)e deixando escapar a possibilidade de existirem enquanto cidadãos. O governo e a Europa sabem o que fazem, não é?
Ontem, alguém com muita experIência e sabedoria, do sector privado, explicou-me que é a “técnica do pulmão” das organizações quando a coisa está má: pinta-se o pior dos cenários e semeia-se o caos. Depois, tudo o que ficar aquèm do caos é bem vindo e bem visto. Finalmente, se o caos se concretizar, já tinha havido o aviso e a preparação do terreno e entra-se no “já se sabia” e “já se estava à espera desde”.
“(…)A nossa desprotecção é o seguro de vida de uma tirania mais ou menos impessoal que destrói a nossa participação cidadã. Um precário tem de pensar na sobrevivência, não pode pensar na vivência. Um precário está sempre sob chantagem, se não está a ser triturado está a caminho de ser triturado. Essa é a condição de suspensão de todos os direitos, o imposto revolucionário que o capitalismo actual nos cobra de armas na mão. A precarização é a selva absoluta, a redução das instituições (essa marca das sociedades humanas) à inoperância ou à mera componente repressiva, a transformação da pessoa numa peça descartável. Mais úteis do que as peças descartáveis, que não têm consciência de serem descartáveis, são as pessoas descartáveis, porque têm consciência de o serem. A precarização, espalhando-se como mancha de óleo, é a negação da humanidade e a redução das pessoas à condição de animais à solta entre outros animais numa selva pós-contemporânea.
Terça-feira, 17 DE Julho DE 2012
Professores..não se iludam.
Se Crato pensava assim:
“ Crato garantiu que os docentes com horário zero poderão ser retirados do concurso demobilidade para desenvolverem actividades de apoio ao sucesso educativo, quecontarão como componente lectiva, com vista “à integração completa detodos estes professores”. Os directores serão informados já na quarta-feira. ”
Então porque atua assim:
” A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) considerou hoje que “a situação nas escolas é gravíssima e muito preocupante” devido à eliminação de horários, que vai deixar milhares de professores, contratados e efectivos, sem colocação.”
Andam a brincar com a vida de milhares de pessoas. Se dizem que os professores são todos precisos, então porque não deixaram as coisas como estavam!. É preciso preocupar as pessoas, dando origem a doenças de foro psicológico irreversíveis, para depois dizerem não se preocupem porque vão ser todos precisos e não haverá despedimentos.
Isto não é brincar com as pessoas! Que respeito têm estes senhores pela vida humana? Como podemos levar a sério estes senhores que fazem coisas e depois dizem que o que fazem não é preciso.
Esta voz (declarações do ministro) que se levanta não será para acalmar a onda gigantesca de protestos que se avizinham. O descontentamento é geral e há muitíssimas razões que o justificam.
Ficar sem trabalho, com filhos, família e casa para sustentar, não é nenhum prazer que ajude a melhorar qualquer doença. E se juntarmos a tudo isto ser atraiçoado por aqueles que acreditava, tendo votado, é ainda mais terrível e difícil de curar.
Vem isto a propósito das declarações de um colega, que hoje concorreu a DACL, que sempre disse que o governo de Sócrates era o pior inimigo dos professores e do sistema público de ensino, acreditando que, com este governo as coisas iam mudar, atualmente está desiludido e doente. Estou a falar de alguém que foi apanhado nesta onda dos “sem componente letiva” que tem quase 60 anos, há muitos anos que não concorria e foi mandado para concorrer a DACL.
Por mim, também não acredito no que o ministro diz e tudo o que faz tem um objetivo, reduzir ao máximo os professores nas escolas por causa do deficit em linha com os cortes de milhões que estão programados na educação. A qualidade do ensino vai-se degradando mas isso pouco importa de acordo com o objetivo economicista traçado.
O Guinote é um criativo. Inventou o sindicalês e agora, noutro rasgo imaginativo, acaba de inventar as manifestações arménias. O sindicalês durou dois ou três dias. Não era um conceito operativo, nem para tótós umbiguistas:
Sobre as manifestações arménias, são por enquanto uma private joke e aguarda-se que o ilustre pensador partilhe com o auditório mais este brilhante conceito. Para analisar devidamente, caso não seja bloqueado, nem spamado.
#0 Bem sei que não vale grande coisa, mas é o tipo de coisas que irrita os políticos… Por isso, volto a insistir vamos deixar o crato pior que o relvas:
O DE está a fazer uma sondagem online para se escolher qual o pior ministro do governo:
Assembleia Geral Quem é o pior ministro do governo?
Aqui fica o link: http://economico.sapo.pt/
A minha sugestão é que o pessoal lá vá votar para ajudar o crato a passar à frente do relvas.
Sei que a tarefa é árdua pois o relvas vai muito bem lançado, por isso…
Caro Leitor
Por um lado, vai ouvindo de Passos Coelho que não há alternativa às medidas impopulares de hoje, devendo a responsabilidade ser asscada ao Partido Socialista. Por outro lado, vai ouvindo, do Partido Socialista, que não é razoável responsabilizá-lo por tudo o que acontece, dado que a Espanha e a Itália também se aproximam da nossa situação. O Leitor fica na dúvida.
Há um elemento comum nestas duas acusações: ambas centram os governos – os poderes públicos – na origem dos problemas actuais. E se nem Passos Coelho/Vitor Gaspar (com Paulo Portas a apanhar as canas da festa), nem o Partido Socialista tiverem razão? SE estiverem todos enganados? É uma hipótese em aberto, defendida por este economista do Centro de Estudos Políticos Europeus. Assim, enquanto os políticos domésticos – e domesticados pela Merkel – nos vão distraindo com acusações mútuas, os verdadeiros responsáveis vão-se rindo de uns e de outros, assim como do povo
AF
__________________________
Um mecanismo de auto-destruição da eurona …O mecanismo [de incumprimento da dívida soberana na eurozona] baseia-se no pressuposto de que as dívidas resultam de comportamentos irresponsáveis de governos que legadamente procuram tirar proveito de garantias de salvamentos, e numa suposta falta de incentivo dos investidores privados para disciplinar os governos. Esta interpretação das causas das dívidas tornou-se muito popular, principalmente devido à crise na Grécia. Porém, não pode ser extrapolada para outros países da eurona, onde pode ser identificada na raíz da dívida a acumulação insustentável da dívida no sector privado.
De 1998 a 2008, quando a crise financeira irrompeu, os proprietários de casa na eurozona fizeram a dívida subir de 50% a 70%. A explosão da dívida bancária na eurozona foi ainda mais espectacular, superior a 250% do Produto Nacional Bruto em 2008. Surpreendentemente, o único sector que não sofreu uma subida do nível de dívida foi o público, que teve um decínio de 72% para 68% do Produto Nacional Bruto. A Irlanda e a Espanha, dois dos países com problemas mais sérios de dívida hoje, foram os que tiveram maior declínio da dívida antes da crise. Também foram os que experimentaram a mais forte acumulação da dívida privada. DEpois do crash de 2008, o nível da dívida do sector privado na eurozona forçou os governos a permitir um aumento o nível da dívida pública. Isto foi feito de duas maneiras. A primeira consistiu em os governos assumirem directamente as responsabilidades das dívidas privadas (maioritariamente, dívidas dos bancos). A segunda operou via um mecanismo de estabilização automática montado para combater a recessão provocada pela escassez de receitas dos estados. Disso resultou que a razão dívida/PIB tivesse começado a crescer rapidamente, após a eclosão da crise financeira. Este crescimento devu-se à necessidade de salvar largos segmentos do sector privado. Nada tem a ver com governos irresponsáveis que tivessem fugido à alegada disciplina dos mercados financeiros. O contrário é onde está a verdade. Os mercados financeiros foram indisciplinados e os governos chamaram a si a responsabilidade de os salvar.
Um mecanismo de incumprimento da dívida pública na eurozona não pode constituir a resposta adequada à dívida porque se baseia num diagnóstico errado da sua origem. Pior do que isso, torna a eurozona mais susceptível a crises financeiras. Permitam-me desenvolver este ponto… Paul De Grauwe Leuve
Não era o que ontem se dizia por aqui a respeito das vigílias anunciadas…
Adiante.
Estive na da Praça da República em Coimbra. Estariam pouco mais de 100 pessoas pelas 10:30/11 horas, quando me vim embora.
Muitas caras conhecidas das “manifestações arménias” como agora desdenhosamente se designam por aqui as manifestações da Fenprof, filiada na CGTP.
O que me leva a colocar outra questão: o problema são os “arménios” e as velinhas a arder? É o formato da contestação o importante, ou é a resignação das pessoas que estão a ser atacadas no seu direito ao trabalho e na sua dignidade profissional e aceitam passivamente a sua situação?
Declaração de interesses: continuo a ter emprego, não terei – ainda – horário-zero e não sou propriamente apreciador de vigílias e manifestações.
#28, António..
“o problema são os “arménios” e as velinhas a arder? É o formato da contestação o importante, ou é a resignação das pessoas que estão a ser atacadas no seu direito ao trabalho e na sua dignidade profissional e aceitam passivamente a sua situação?”
R: Ambas.
É uma pescada de rabo na boca. Um ciclo vicioso. E muita falta de corporativismo (daquele que os médicos têm). E depois, há as origens que explicam muita coisa também,porque uma evolução na cidadania e no domínio intelectual não aconteceu. E o pior é que não continua a acontecer.
Infelizmente creio que é tarde demais. A típica atitude portuguesa do deixa andar comodista e depois logo se vê mais o a desunião incurável dos professores deu no que se vê… A luta nunca deveria ter abrandado após a grande manif de 2008. Agora não tenhamos ilusões. Está tudo demasiado desiludido e esgotado para fazer seja lá o que for. Só mesmo os que perderam a colocação é que talvez ainda lutem, mas nem esse me parecem muito empenhados…
Também passei por um local de vigília.
Vi, sobretudo, professores de carreira com horário zero. Ouvi muitos dos seus justos lamentos. Percebi que consideram a sua situação muito mais grave do que a dos seus colegas contratados com tempo de serviço equivalente.
Nada que espante, enquanto os contratados não tratarem de provar que, legalmente, são tão efectivos como os professores de carreira.
Os sindicatos não estavam presentes, ao que parece contrariados, mas estavam muitos delegados sindicais e alguns poucos operacionais.
O que é estranho nisto tudo é que nem os próprios professores que se queixam de ficar sem lugar estão para se chatear.
Não aparecem em lugar nenhum!
Vivem resignados! ..
Também não serei eu que me farto de dizer que estarei na primeira linha de uma ação de luta que lá vou estar..
É desmotivador ver como um grupo de profissionais com formação superior se comporta numa situação destas.
Não querem ouvir falar nos sindicatos, porque se sentem enganados..
Não querem manifestações onde haja gente ligada a partidos de esquerda…
Não querem sair à rua porque está calor e é incómodo..
Então não se queixem, fiquem em casa, vão para as férias descansados, e quando chegar setembro logo se vê…
Quem sabe se não irá haver mesmo um milagre em que tantos, pelos vistos acreditam?…
Podia-se fazer o que eu já tentei fazer há anos: ir à Assembleia da República. Dois ou três colegas levam uma faixa de pano enrolada à volta da barriga que a segurança da AR não revista o corpo (só metais via máquina). Os restantes com máscaras pretas tipo KKK previamente escondidas nos bolsos. No meio de uma sessão do hemiciclo os “enrolados” desenrolam-se e protestam silenciosamente mas com aparato (escalando as estátuas? Pior?). Com todas os canais de TV aproveitam o directo e dão entrevistas a elas e às rádios. Depois os organizadores ou líderes da coisa facultam todo o apoio jurídico e ajuda para os tirar da esquadra de polícia onde foram parar… 😐
Na apresentação da CAP de uma nova “unidade orgânica” (até se me revolta o organismo) a presidente apelou ao empenho e trabalho articulado entre docentes e escolas porque “agora vamos ter os olhos de todos postos em nós… vamos ter a IGE a avaliar-nos permanentemente…” depreendendo-se daqui o seguinte: ora então vamos lá provar que isto dos giga foi uma óptima ideia e estes funcionam de forma exemplar, como podem observar!
Nuno Crato conclui na perfeição a tarefa iniciada por Lurdes Rodrigues: completa destruição da escola pública.
E o medo instalou-se entre os professores…
“Um exércíto que combata sem um líder respeitado, nunca ganhará nenhuma batalha.” E acrescento: um exército exausto, no final de um ano de trabalho tão cansativo, ainda cheio de trabalho com exames e reuniões…, não tem força para ir à luta.
O melhor é descansar nas férias e recuperar forças para agir em setembro.
As formas de luta recorrentes – manifestações, concentrações, marchas, etc. – já mostraram a sua pouca ou nula eficácia.
Em alternativa, a título de sugestão – e porque há sempre gente a reclamar por “alternativas concretas” -, poder-se-ia pensar numa FORMA DE LUTA que deveria assumir os contornos de uma espécie de “greve de zelo”, mas com estas características (para contornar constrangimentos legais): no início das actividades escolares, os professores compareceriam às actividades/tarefas apenas quando fossem explicitamente solicitados/convocados, mas afirmariam a sua posição de que lhes será muito difícil, senão impossível, poder dar uma colaboração profícua à escola, ter completa disponibilidade para as tarefas, planificar as suas actividades ou apresentar iniciativas, por não estarem reunidas condições objectivas e subjectivas para tanto (menos recursos humanos e materiais nas escolas, maiores turmas, maiores dificuldades dos docentes para poderem cumprir cabalmente as suas obrigações profissionais e com dificuldades crescentes a nível pessoal, económico e social, desarticulação de programas e metas, colegas – mormente em DACL – a ter que desempenhar tarefas, pedagógicas ou outras, para as quais não lhes foi dada oportunidade de preparação ou adaptação, e por aí fora), pelo que cumprirão as tarefas que lhe forem hierarquicamente atribuídas, mas de forma manifestamente lenta e arrastada, processo que pode ser ainda reforçado pela colocação de dúvidas ou pedidos de esclarecimento constantes e fazendo o “jogo do empurra”…
Se, ou quando, for período de aulas, os docentes assinariam então os livros de ponto, mas dando as matérias ou cumprindo as tarefas também ostensivamente “ao ralenti”, tendo sempre a preocupação de explicar claramente aos alunos e EE que não há condições objectivas e subjectivas (como sejam as que apontei) para desenvolver o trabalho pedagógico que eles, no fundo, pretendiam e que, também, os alunos necessitavam e mereciam.
Aqui pode também incluir-se a hipótese de esta espécie de “greve de zelo” ser assegurada rotativamente pelos diversos professores na escola (por áreas, departamentos ou turnos, por exemplo).
Note-se que, com a actual política de ensino que privilegia os exames, esta forma de luta – sobretudo em tempo de aulas – pode ter mais impacto e êxito, já que porá efectivamente em causa a preparação daqueles, pressionando o MEC e os EE, agudizando os conflitos e exibindo as contradições desta política. (Relembre-se que representantes dos pais já começaram a protestar contra a má organização do processo dos exames e a sua severidade, um caminho que pode ser desenvolvido e melhor explorado…).
E, evidentemente, deve ainda dar-se, o mais possível, conhecimento desta luta e das razões que a motivam – salientando sempre a causa primeira da qualidade do ensino e da escola pública – na comunicação social e na blogosfera.
Para ser sincero, tenho que confessar que escrevi este comentário com algumas reservas por não me ver, minimamente, no papel de “orientador das lutas docentes”, nem querer dar azo a que me confundam com tal.
Mas é apenas uma proposta que é lançada para suscitar a reflexão e o debate, para levantar pistas ou vias que poderão ser por outros reformuladas, melhoradas ou, claro, rejeitadas.
#10,
Mas não são 70.000 os inscritos no centro das quotas?
Não conseguiram mobilizar um terço?
E não fiz uma comparação, apresentei uma sequência
És de Letras… penso que percebeste o post à primeira…
#28,
Sim, a culpa é sempre dos outros.
Que bem me lembre, eu ontem respondi ao facto de serem anónimas ou não. Quanto à “matriz” acho que nos comentário à intervenção do colega na TVI24 disse logo o que me parecia.
Podemos passar a alguma coisa mais a sério, fora das agendas partidárias?
——————————
Nas sabia que as vigílias eram à la bloque.
Organize uma, sr. Paulo, ou tem medo?
Não foi você que escreveu um post a dizer “o que a malta quer é praia” !
Eu desconfio que o sr gosta é dos shares, elevados, no seu blogue e faz tudo para isso.
Todas as manifestações são óptimas se não tiverem três “assassinos” da classe docente pelo que a dividem, dividiram: Sindicatos, Guinote e Ramiro Marques.
Qualquer proposta que saia destes pobres actores pseudo representantes da classe docente, Nada! Recuso, como recusarão milhares de docentes livres e independentes.
Quanto ao títullo do post: idiota, de alguém que sempre andou em parte incerta, sempre!
#42,
Caro “Dominguin”… tenha vergonha… agora já tem vergonha de ser quem é?
Vá lá beijar o que lhe interessar ao seu representante específico. O alvo.
Pensava que eu não descobria quem era?
Sócrates! Sócrates!! Sócrates!!!
😆
😆
Alguém viu os médicos com umas violas, umas telas e uns poemas? Viram? Eu não vi. Para a próxima incluam cuspidores de fogo que passa melhor na TV. Quem não se dá ao respeito espera o quê?
#46,
josévargamurcha… como ninguém ligou ao #20, vem aqui chamar a atenção de novo.
Então eu acrescento algo… o “sindicalês” (sindicalismo eduquês) tem um óptimo nicho na Universidade… LUSÒFONA!
Onde o grande líder das Ciências da Educação é um grande ex-líder da representação docente.
E onde se abrigou o antecessor do arménio enquanto não arranca a campanha presidencial.
O “sindicalês” está vivo e recomenda-se!
Já as manifestações arménias existem, mas não revelam grande vida.
As formas de luta que escapem ao figurino tradicional, ao modelo instituído, perturbam notoriamente os lutadores oficiais.
Até porque se elas se mostrarem eficazes, além de acentuarem a inoperância e ineficácia dos lutadores, ainda lhes retiram a margem de manobra: eles vivem e alimentam-se do status quo que supostamente combatem…
O grande problema reside aí: a força de conservação, inerente ao sistema, pela sua atracção centrípeta, envolve e captura as suas “margens”, apanhando no mesmo processo dialéctico os “situacionistas” e os seus “opositores oficiais”, que se completam e complementam como duas faces de uma só moeda (a “síntese”: o pântano situacionista, dominado pelo centro de gravidade, o “Centrão”).
É uma pena que este espaço esteja a ser usado para beliscões no rabo de uns e de outros. Muitas bocas, alguma teoria, mas ações concretas ou opiniões sobre propostas, nada. Assim mais vale ficar no conforto do primeiro lugar do quadro e gozar com os papalvos.
[…] a acordar demasiado tarde, despertados pelo seu horário-zero ou pelo seu provável desemprego? As manifestações têm um aspecto demasiado arménio? As vigílias fazem lembrar demasiado algum fo… A Vigília pela Educação devia ter tido mais adesão? Responderia que sim a todas as perguntas, […]
#50,
É sempre melhor criticar os beliscões e chamar papalvos aos outros?
È que quando eu proponho, concretamente, que aquela “plataforma” Fenprof/ANDE/ANDAEP/COFAP/CNIPE, etc estude o bloqueio do ano lectivo, com a não divulgação de horários, embora aceitando os alunos na escola em espaço de actividades… associam para o lado.
#54
Já li econcordo, aliás o comentário #4 é meu.
Paulo, não não é melhor, é triste muito triste.
Continuo a dizer que em vez de andar a ver quem é o mais lutador é preciso dar mais atenção ao que nos une.
Continuo a quer saber se a ideia de planos anuais de atividades vazios pode ter adesão. Gostava que nos cps de setembro entrasse uma proposta do tipo para obrigar os diretores e oscoordenadores a definirem-se.
Julho 19, 2012 at 8:39 am
Não estou com esperança, Paulo.
O pessoal já só pensa nas férias. Quando voltarem em Setembro, o mal está feito e não penso que haja retrocesso, quer nos agrupamentos, quer no nº de alunos por turma, quer na reforma curricular, motivos que causaram este tsunami.
Quem o poderia fazer, seriam os Directores, seguindo uma proposta que o Paulo aqui deixou de bloqueio ao início do ano lectivo. Mas não acredito que os Directores o façam.
Toda a contestação deveria ter sido pensada com cabeça, antes, muito antes, logo quando começaram os “ajuntamentos”. Mas não houve coragem, nem de sindicatos, nem de professores, nem de directores, nem das autarquias.
Estou desanimada . Oxalá esteja enganada.
Julho 19, 2012 at 8:47 am
O quê, por exemplo?!
Julho 19, 2012 at 8:48 am
Com as temperaturas dos últimos dias, alguma coisa mais a sério, se calhar só umas imperiais, digo eu…
Julho 19, 2012 at 8:51 am
Ontem deixei uma proposta num comentário a um post e retomo aqui a ideia porque gostava de ouvir a opinião de mais colegas:
Proponho que os professores façam aprovar nos seus respetivos conselhos pedagógicos, um plano de atividades anual vazio. Que não se realize uma única visita de estudo, que não se monte uma exposição, que não se organizem campanhas, conferências, concursos, enfim, que não se faça nada para além das obrigações letivas e funções não letivas claramente indicadas no horário do professor.
Compreendo que para muitos professores isto seria um enorme sacrifício, pois é nestas atividades que que “recarregam as pilhas” para a rotina das aulas, mas não me parece que possa haver luta sem dor.
Também àqueles que dirão que isto só afetaria os alunos e que em circunstância alguma os devemos prejudicar, eu pergunto se os alunos não são mais prejudicados por professores incapazes de resistir a quem manifestamente o deseja quebrar.
Não sei se esta ideia já surgiu neste blog ou noutros meios de reunião de professores.
Pela minha parte, hei de fazer chegar ao pedagógico lá do ajuntamento, uma proposta destas e espero que ela venha a ser aprovada.
Julho 19, 2012 at 8:59 am
#4,
E aqueles professores que simplesmente não sobrevivem sem as ditas cujas actividades? O que seria deles, coitados.
Julho 19, 2012 at 9:02 am
Tem razão Paulo, estes pequenos surtos de contestação ainda não serviram de nada, aliás, talvez tenham servido para lançar uma pequena semente de revolta e indignação, talvez tenha servido para alertar os mais distraídos para o problema… mas precisamos de ideias e quando refere “Podemos passar a alguma coisa mais a sério, fora das agendas partidárias?” tem alguma coisa em mente? Greves?!? movimentos armados?!? Urge que nos mobilizemos em torno de uma causa comum e infelizmente os sindicatos (quem mais podia fazer) em nada têm contribuído, a causa deles têm aliás, a manutenção dos seus próprios umbigo (passo o pleonasmo)! Paulo, dê-nos algumas orientações, estamos a ficar desesperados!
Julho 19, 2012 at 9:10 am
No facebook corre uma convocatória para o Porto no dia 27 às 18h. Não sei quem teve a iniciativa.
Julho 19, 2012 at 9:19 am
Ouvi dizer que vão ser convocadas manifestações para a próxima semana. Pelo menos aqui pelo centro.
Julho 19, 2012 at 9:36 am
Enquanto isto, são 80 as manifestações marcadas para hoje em Espanha, contra as medidas de austeridade.
Nós?
Entretemo-nos a dizer mal de tudo e à espera que as coisas por um toque de mágica se resolvam.
Triste povo este!!
Julho 19, 2012 at 9:42 am
#0
“arménia”, “arménia”, mas estiveram 20 000 professores na manif do dia 12 /07, nada que se parecesse com o cenário de ontem. Mal comparado.
Mas prometo continuar a pensar em coisas sérias.
Julho 19, 2012 at 9:50 am
#0 Bem sei que não vale grande coisa, mas é o tipo de coisas que irrita os políticos… Por isso, insisto:
O DE está a fazer uma sondagem online para se escolher qual o pior ministro do governo:
Assembleia Geral Quem é o pior ministro do governo?
Aqui fica o link: http://economico.sapo.pt/
A minha sugestão é que o pessoal lá vá votar para ajudar o crato a passar à frente do relvas.
Sei que a tarefa é árdua pois o relvas vai muito bem lançado, por isso…
Passem a notícia!
Julho 19, 2012 at 9:53 am
Nas escolas e nas ruas, professores admitem radicalizar os protestos.
Muito haveria a dizer sobre o comportamento de certos agentes políticos e sindicais na “gestão” dos interesses dos professores. Mas não vamos por aí; o que quero hoje dizer não assenta em visões particulares de problemas específicos, é algo bastante mais geral.
Se tivesse que identificar aquela que emerge como a principal característica social das democracias ocidentais nestas décadas mais recentes não teria dúvidas em dar-lhe este nome: precarização. Somos todos precários, o sistema vive de nos tornar todos precários, é a precariedade que nos controla e neutraliza como cidadãos.
Pode dizer-se que antes da precariedade veio a atomização. Convenceram-nos de que a máxima liberdade é a máxima individualidade (um certo anarquismo ingénuo perpassa hoje pelo discurso popular mais à direita e mais à esquerda no sistema de coordenadas tradicionais) e isso tornou-nos cúmplices contentes da destruição das pertenças. Todas as pertenças são ridicularizadas num ou noutro momento, em nome do “eu quero” do indivíduo que se pensa como átomo de uma sociedade reduzida a colecção de partículas.
Mas a atomização seria (em abstracto) compatível com um leque de direitos que fossem reconhecidos a cada indivíduo. O problema é que isto é puramente teórico, porque os direitos não caem do céu e não se vê por que carga de água átomos isolados alcançariam direitos, quando historicamente isso só acontece quando grupos humanos em movimento são capazes de os conquistar. E a realidade veio mostrar que a atomização não era o fim da história: ela criou a relação de forças que tornou toda a gente vítima possível da precarização. E é isso que temos hoje.
Precarização é estar sempre no olho do furacão. Tenho de estar sempre alerta: não para cuidar dos meus planos de vida, dos meus filhos, dos meus pais, do meu bairro, dos meus colegas, da minha terra, mas para satisfazer todos os desejos de quem paga, muito ou pouco, pelo meu trabalho. Eu já não vendo apenas a minha força de trabalho, vendo a minha dedicação total, todo o meu tempo, toda a escala dos meus interesses. A condição de proletário (com quatro anos de escolaridade ou com doutoramento) toma conta de toda a minha vida – e, cereja em cima do bolo, tenho de ser dedicado, em todo o tempo e em toda a parte, acordado ou a dormir. Como se consegue isso? Tornando curtos todos os ciclos: sou escrutinado cada ano, cada mês, cada dia, cada hora. Não posso ter projectos a quatro anos, porque não sou livre de gerir a minha vida a quatro anos. Só o patrão (aliás, só alguns patrões) podem pensar a quatro anos, todos os outros podem morrer amanhã. E em ciclos destes, de um dia para o outro, a conformidade é o melhor seguro.
Precarização é estar sempre na iminência. A iminência do desequilíbrio, a eminência da ruptura, a eminência do fim de um mundo. Estar sempre na presença da iminência é o roubo do tempo: não há margem de manobra para ninguém, tudo pode acontecer instantaneamente. Os humanos criaram instituições para gerir a sua pertença ao tempo: nascemos e crescemos nos edifícios (institucionais) que os outros criaram, mais tarde podemos dar o nosso contributo para mudar esses edifícios (mas não se muda tudo ao mesmo tempo se queremos continuar a habitar), deixamos aos seguintes uma base onde eles possam continuar a obra, que é humana ao máximo (essa arte de continuar). As instituições permitem que não cheguemos de cada vez ao mundo despidos como se fossemos os primeiros, que nos apoiemos no que outros conquistaram antes de nós. Ora, a precarização é a negação da instituição como forma humana de viver: como estamos sempre ameaçados de que tudo pode ruir, não há maneira de confiar numa certa continuidade que nos poderia dar algum conforto, o que nos dizem é que não podemos deixar nada. Só podemos entregar tudo, incondicionalmente: e para isso temos de estar completamente desprotegidos.
A nossa desprotecção é o seguro de vida de uma tirania mais ou menos impessoal que destrói a nossa participação cidadã. Um precário tem de pensar na sobrevivência, não pode pensar na vivência. Um precário está sempre sob chantagem, se não está a ser triturado está a caminho de ser triturado. Essa é a condição de suspensão de todos os direitos, o imposto revolucionário que o capitalismo actual nos cobra de armas na mão. A precarização é a selva absoluta, a redução das instituições (essa marca das sociedades humanas) à inoperância ou à mera componente repressiva, a transformação da pessoa numa peça descartável. Mais úteis do que as peças descartáveis, que não têm consciência de serem descartáveis, são as pessoas descartáveis, porque têm consciência de o serem. A precarização, espalhando-se como mancha de óleo, é a negação da humanidade e a redução das pessoas à condição de animais à solta entre outros animais numa selva pós-contemporânea.
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1 comment
Anónimo ✪ 17 Julho, 2012
Pouco tenho a acrescentar. Apenas lamento que muitos dos nossos concidadãos continuem a ignorar/ minimizar/aceitar o facto de estarem na/a caminho da precariedade, contentando-se com o pouco que ainda lhes resta (sobretudo materialmente)e deixando escapar a possibilidade de existirem enquanto cidadãos. O governo e a Europa sabem o que fazem, não é?
Cumprimentos,
Daniela Ormonde
LER MAIS:http://maquinaespeculativa.blogspot.pt/2012/07/os-professores.html
Julho 19, 2012 at 9:57 am
Ontem, alguém com muita experIência e sabedoria, do sector privado, explicou-me que é a “técnica do pulmão” das organizações quando a coisa está má: pinta-se o pior dos cenários e semeia-se o caos. Depois, tudo o que ficar aquèm do caos é bem vindo e bem visto. Finalmente, se o caos se concretizar, já tinha havido o aviso e a preparação do terreno e entra-se no “já se sabia” e “já se estava à espera desde”.
Julho 19, 2012 at 9:58 am
os professores. | Machina Speculatrix – http://maquinaespeculativa.blogspot.pt/2012/07/os-professores.html
Professores..não se iludam. – Arte por um Canudo 2..(Agostinho NSilva) – http://arteagostinho.blogs.sapo.pt/477682.html
os professores movem-se – correntes – http://correntes.blogs.sapo.pt/1460376.html
Julho 19, 2012 at 9:59 am
Anabela Magalhães: Vigília – Porto – http://anabelapmatias.blogspot.pt/2012/07/vigilia-porto.html
Anabela Magalhães: Em Luta e de Luto – http://anabelapmatias.blogspot.pt/2012/07/em-luta-e-de-luto.html
o estado da educação e do resto: Vigília em Lisboa – http://oestadodaeducacao.blogspot.pt/2012/07/vigilia-em-lisboa.html
vigília em Santa Maria da Feira / Não fiquei em casa – Aventar – http://aventar.eu/2012/07/19/nao-fiquei-em-casa/
Julho 19, 2012 at 10:01 am
“(…)A nossa desprotecção é o seguro de vida de uma tirania mais ou menos impessoal que destrói a nossa participação cidadã. Um precário tem de pensar na sobrevivência, não pode pensar na vivência. Um precário está sempre sob chantagem, se não está a ser triturado está a caminho de ser triturado. Essa é a condição de suspensão de todos os direitos, o imposto revolucionário que o capitalismo actual nos cobra de armas na mão. A precarização é a selva absoluta, a redução das instituições (essa marca das sociedades humanas) à inoperância ou à mera componente repressiva, a transformação da pessoa numa peça descartável. Mais úteis do que as peças descartáveis, que não têm consciência de serem descartáveis, são as pessoas descartáveis, porque têm consciência de o serem. A precarização, espalhando-se como mancha de óleo, é a negação da humanidade e a redução das pessoas à condição de animais à solta entre outros animais numa selva pós-contemporânea.
LER MAIS:http://maquinaespeculativa.blogspot.pt/2012/07/os-professores.html
Julho 19, 2012 at 10:03 am
#0
recurso à violência, fechar os portões das escolas a cadeado…?
Julho 19, 2012 at 10:03 am
Terça-feira, 17 DE Julho DE 2012
Professores..não se iludam.
Se Crato pensava assim:
“ Crato garantiu que os docentes com horário zero poderão ser retirados do concurso demobilidade para desenvolverem actividades de apoio ao sucesso educativo, quecontarão como componente lectiva, com vista “à integração completa detodos estes professores”. Os directores serão informados já na quarta-feira. ”
Então porque atua assim:
” A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) considerou hoje que “a situação nas escolas é gravíssima e muito preocupante” devido à eliminação de horários, que vai deixar milhares de professores, contratados e efectivos, sem colocação.”
Andam a brincar com a vida de milhares de pessoas. Se dizem que os professores são todos precisos, então porque não deixaram as coisas como estavam!. É preciso preocupar as pessoas, dando origem a doenças de foro psicológico irreversíveis, para depois dizerem não se preocupem porque vão ser todos precisos e não haverá despedimentos.
Isto não é brincar com as pessoas! Que respeito têm estes senhores pela vida humana? Como podemos levar a sério estes senhores que fazem coisas e depois dizem que o que fazem não é preciso.
Esta voz (declarações do ministro) que se levanta não será para acalmar a onda gigantesca de protestos que se avizinham. O descontentamento é geral e há muitíssimas razões que o justificam.
Ficar sem trabalho, com filhos, família e casa para sustentar, não é nenhum prazer que ajude a melhorar qualquer doença. E se juntarmos a tudo isto ser atraiçoado por aqueles que acreditava, tendo votado, é ainda mais terrível e difícil de curar.
Vem isto a propósito das declarações de um colega, que hoje concorreu a DACL, que sempre disse que o governo de Sócrates era o pior inimigo dos professores e do sistema público de ensino, acreditando que, com este governo as coisas iam mudar, atualmente está desiludido e doente. Estou a falar de alguém que foi apanhado nesta onda dos “sem componente letiva” que tem quase 60 anos, há muitos anos que não concorria e foi mandado para concorrer a DACL.
Por mim, também não acredito no que o ministro diz e tudo o que faz tem um objetivo, reduzir ao máximo os professores nas escolas por causa do deficit em linha com os cortes de milhões que estão programados na educação. A qualidade do ensino vai-se degradando mas isso pouco importa de acordo com o objetivo economicista traçado.
Professores não adormeçam..
LER MAIS:http://arteagostinho.blogs.sapo.pt/477682.html
Julho 19, 2012 at 10:05 am
E como isto anda tudo relacionado:
<i< Quarta-feira, 18 de Julho de 2012
De boca aberta
(…)
LER MAIS:http://doportugalprofundo.blogspot.pt/2012/07/de-boca-aberta.html
Julho 19, 2012 at 10:23 am
O Guinote é um criativo. Inventou o sindicalês e agora, noutro rasgo imaginativo, acaba de inventar as manifestações arménias. O sindicalês durou dois ou três dias. Não era um conceito operativo, nem para tótós umbiguistas:
Sobre as manifestações arménias, são por enquanto uma private joke e aguarda-se que o ilustre pensador partilhe com o auditório mais este brilhante conceito. Para analisar devidamente, caso não seja bloqueado, nem spamado.
Julho 19, 2012 at 10:44 am
O OUT OFF THE BOX TEM OUTRA BOX OU É MESMO SEM BOX NENHUMA???FUI..
Julho 19, 2012 at 10:48 am
Eu estive numa vigília, pouca gente, é verdade, mas como se costuma dizer, poucos mas bons.
Já há muito que deixei de contar com os “colegas”. 😦
Julho 19, 2012 at 10:53 am
#0 Bem sei que não vale grande coisa, mas é o tipo de coisas que irrita os políticos… Por isso, volto a insistir vamos deixar o crato pior que o relvas:
O DE está a fazer uma sondagem online para se escolher qual o pior ministro do governo:
Assembleia Geral Quem é o pior ministro do governo?
Aqui fica o link: http://economico.sapo.pt/
A minha sugestão é que o pessoal lá vá votar para ajudar o crato a passar à frente do relvas.
Sei que a tarefa é árdua pois o relvas vai muito bem lançado, por isso…
Passem a notícia!
Julho 19, 2012 at 10:53 am
https://encrypted-tbn2.google.com/images?q=tbn%3AANd9GcQrZNQO17UdIPV_akBYn4KLkmXzm4XMMv5dYOWxiZyjagtGKaz8HA
Julho 19, 2012 at 10:57 am
pedes o impossível quink.vê este..fui mesmo..
http://zebedeudor.blogspot.pt/2012/07/cartaz-arrelvado.html
Julho 19, 2012 at 11:19 am
Caro Leitor
Por um lado, vai ouvindo de Passos Coelho que não há alternativa às medidas impopulares de hoje, devendo a responsabilidade ser asscada ao Partido Socialista. Por outro lado, vai ouvindo, do Partido Socialista, que não é razoável responsabilizá-lo por tudo o que acontece, dado que a Espanha e a Itália também se aproximam da nossa situação. O Leitor fica na dúvida.
Há um elemento comum nestas duas acusações: ambas centram os governos – os poderes públicos – na origem dos problemas actuais. E se nem Passos Coelho/Vitor Gaspar (com Paulo Portas a apanhar as canas da festa), nem o Partido Socialista tiverem razão? SE estiverem todos enganados? É uma hipótese em aberto, defendida por este economista do Centro de Estudos Políticos Europeus. Assim, enquanto os políticos domésticos – e domesticados pela Merkel – nos vão distraindo com acusações mútuas, os verdadeiros responsáveis vão-se rindo de uns e de outros, assim como do povo
AF
__________________________
Um mecanismo de auto-destruição da eurona
…O mecanismo [de incumprimento da dívida soberana na eurozona] baseia-se no pressuposto de que as dívidas resultam de comportamentos irresponsáveis de governos que legadamente procuram tirar proveito de garantias de salvamentos, e numa suposta falta de incentivo dos investidores privados para disciplinar os governos. Esta interpretação das causas das dívidas tornou-se muito popular, principalmente devido à crise na Grécia. Porém, não pode ser extrapolada para outros países da eurona, onde pode ser identificada na raíz da dívida a acumulação insustentável da dívida no sector privado.
De 1998 a 2008, quando a crise financeira irrompeu, os proprietários de casa na eurozona fizeram a dívida subir de 50% a 70%. A explosão da dívida bancária na eurozona foi ainda mais espectacular, superior a 250% do Produto Nacional Bruto em 2008. Surpreendentemente, o único sector que não sofreu uma subida do nível de dívida foi o público, que teve um decínio de 72% para 68% do Produto Nacional Bruto. A Irlanda e a Espanha, dois dos países com problemas mais sérios de dívida hoje, foram os que tiveram maior declínio da dívida antes da crise. Também foram os que experimentaram a mais forte acumulação da dívida privada. DEpois do crash de 2008, o nível da dívida do sector privado na eurozona forçou os governos a permitir um aumento o nível da dívida pública. Isto foi feito de duas maneiras. A primeira consistiu em os governos assumirem directamente as responsabilidades das dívidas privadas (maioritariamente, dívidas dos bancos). A segunda operou via um mecanismo de estabilização automática montado para combater a recessão provocada pela escassez de receitas dos estados. Disso resultou que a razão dívida/PIB tivesse começado a crescer rapidamente, após a eclosão da crise financeira. Este crescimento devu-se à necessidade de salvar largos segmentos do sector privado. Nada tem a ver com governos irresponsáveis que tivessem fugido à alegada disciplina dos mercados financeiros. O contrário é onde está a verdade. Os mercados financeiros foram indisciplinados e os governos chamaram a si a responsabilidade de os salvar.
Um mecanismo de incumprimento da dívida pública na eurozona não pode constituir a resposta adequada à dívida porque se baseia num diagnóstico errado da sua origem. Pior do que isso, torna a eurozona mais susceptível a crises financeiras. Permitam-me desenvolver este ponto…
Paul De Grauwe Leuve
Julho 19, 2012 at 11:59 am
Excelente texto . Mas a carneirada prefere correr direitinha ao abismo sem pensar.
Julho 19, 2012 at 12:06 pm
“vigílias à la bloque”?
“agendas” partidárias”?
Não era o que ontem se dizia por aqui a respeito das vigílias anunciadas…
Adiante.
Estive na da Praça da República em Coimbra. Estariam pouco mais de 100 pessoas pelas 10:30/11 horas, quando me vim embora.
Muitas caras conhecidas das “manifestações arménias” como agora desdenhosamente se designam por aqui as manifestações da Fenprof, filiada na CGTP.
O que me leva a colocar outra questão: o problema são os “arménios” e as velinhas a arder? É o formato da contestação o importante, ou é a resignação das pessoas que estão a ser atacadas no seu direito ao trabalho e na sua dignidade profissional e aceitam passivamente a sua situação?
Declaração de interesses: continuo a ter emprego, não terei – ainda – horário-zero e não sou propriamente apreciador de vigílias e manifestações.
Julho 19, 2012 at 12:18 pm
#28, António..
“o problema são os “arménios” e as velinhas a arder? É o formato da contestação o importante, ou é a resignação das pessoas que estão a ser atacadas no seu direito ao trabalho e na sua dignidade profissional e aceitam passivamente a sua situação?”
R: Ambas.
É uma pescada de rabo na boca. Um ciclo vicioso. E muita falta de corporativismo (daquele que os médicos têm). E depois, há as origens que explicam muita coisa também,porque uma evolução na cidadania e no domínio intelectual não aconteceu. E o pior é que não continua a acontecer.
Julho 19, 2012 at 12:18 pm
Infelizmente creio que é tarde demais. A típica atitude portuguesa do deixa andar comodista e depois logo se vê mais o a desunião incurável dos professores deu no que se vê… A luta nunca deveria ter abrandado após a grande manif de 2008. Agora não tenhamos ilusões. Está tudo demasiado desiludido e esgotado para fazer seja lá o que for. Só mesmo os que perderam a colocação é que talvez ainda lutem, mas nem esse me parecem muito empenhados…
Julho 19, 2012 at 12:18 pm
errata: continua a não acontecer.
Julho 19, 2012 at 12:21 pm
Também passei por um local de vigília.
Vi, sobretudo, professores de carreira com horário zero. Ouvi muitos dos seus justos lamentos. Percebi que consideram a sua situação muito mais grave do que a dos seus colegas contratados com tempo de serviço equivalente.
Nada que espante, enquanto os contratados não tratarem de provar que, legalmente, são tão efectivos como os professores de carreira.
Os sindicatos não estavam presentes, ao que parece contrariados, mas estavam muitos delegados sindicais e alguns poucos operacionais.
Julho 19, 2012 at 12:28 pm
O que é estranho nisto tudo é que nem os próprios professores que se queixam de ficar sem lugar estão para se chatear.
Não aparecem em lugar nenhum!
Vivem resignados! ..
Também não serei eu que me farto de dizer que estarei na primeira linha de uma ação de luta que lá vou estar..
É desmotivador ver como um grupo de profissionais com formação superior se comporta numa situação destas.
Não querem ouvir falar nos sindicatos, porque se sentem enganados..
Não querem manifestações onde haja gente ligada a partidos de esquerda…
Não querem sair à rua porque está calor e é incómodo..
Então não se queixem, fiquem em casa, vão para as férias descansados, e quando chegar setembro logo se vê…
Quem sabe se não irá haver mesmo um milagre em que tantos, pelos vistos acreditam?…
Julho 19, 2012 at 12:47 pm
Um exercíto que combata sem um líder respeitado, nunca ganhará nenhuma batalha.
Julho 19, 2012 at 12:49 pm
Podia-se fazer o que eu já tentei fazer há anos: ir à Assembleia da República. Dois ou três colegas levam uma faixa de pano enrolada à volta da barriga que a segurança da AR não revista o corpo (só metais via máquina). Os restantes com máscaras pretas tipo KKK previamente escondidas nos bolsos. No meio de uma sessão do hemiciclo os “enrolados” desenrolam-se e protestam silenciosamente mas com aparato (escalando as estátuas? Pior?). Com todas os canais de TV aproveitam o directo e dão entrevistas a elas e às rádios. Depois os organizadores ou líderes da coisa facultam todo o apoio jurídico e ajuda para os tirar da esquadra de polícia onde foram parar… 😐
Julho 19, 2012 at 12:50 pm
Na apresentação da CAP de uma nova “unidade orgânica” (até se me revolta o organismo) a presidente apelou ao empenho e trabalho articulado entre docentes e escolas porque “agora vamos ter os olhos de todos postos em nós… vamos ter a IGE a avaliar-nos permanentemente…” depreendendo-se daqui o seguinte: ora então vamos lá provar que isto dos giga foi uma óptima ideia e estes funcionam de forma exemplar, como podem observar!
Nuno Crato conclui na perfeição a tarefa iniciada por Lurdes Rodrigues: completa destruição da escola pública.
E o medo instalou-se entre os professores…
Julho 19, 2012 at 1:05 pm
“Um exércíto que combata sem um líder respeitado, nunca ganhará nenhuma batalha.” E acrescento: um exército exausto, no final de um ano de trabalho tão cansativo, ainda cheio de trabalho com exames e reuniões…, não tem força para ir à luta.
O melhor é descansar nas férias e recuperar forças para agir em setembro.
Julho 19, 2012 at 1:12 pm
As formas de luta recorrentes – manifestações, concentrações, marchas, etc. – já mostraram a sua pouca ou nula eficácia.
Em alternativa, a título de sugestão – e porque há sempre gente a reclamar por “alternativas concretas” -, poder-se-ia pensar numa FORMA DE LUTA que deveria assumir os contornos de uma espécie de “greve de zelo”, mas com estas características (para contornar constrangimentos legais): no início das actividades escolares, os professores compareceriam às actividades/tarefas apenas quando fossem explicitamente solicitados/convocados, mas afirmariam a sua posição de que lhes será muito difícil, senão impossível, poder dar uma colaboração profícua à escola, ter completa disponibilidade para as tarefas, planificar as suas actividades ou apresentar iniciativas, por não estarem reunidas condições objectivas e subjectivas para tanto (menos recursos humanos e materiais nas escolas, maiores turmas, maiores dificuldades dos docentes para poderem cumprir cabalmente as suas obrigações profissionais e com dificuldades crescentes a nível pessoal, económico e social, desarticulação de programas e metas, colegas – mormente em DACL – a ter que desempenhar tarefas, pedagógicas ou outras, para as quais não lhes foi dada oportunidade de preparação ou adaptação, e por aí fora), pelo que cumprirão as tarefas que lhe forem hierarquicamente atribuídas, mas de forma manifestamente lenta e arrastada, processo que pode ser ainda reforçado pela colocação de dúvidas ou pedidos de esclarecimento constantes e fazendo o “jogo do empurra”…
Se, ou quando, for período de aulas, os docentes assinariam então os livros de ponto, mas dando as matérias ou cumprindo as tarefas também ostensivamente “ao ralenti”, tendo sempre a preocupação de explicar claramente aos alunos e EE que não há condições objectivas e subjectivas (como sejam as que apontei) para desenvolver o trabalho pedagógico que eles, no fundo, pretendiam e que, também, os alunos necessitavam e mereciam.
Aqui pode também incluir-se a hipótese de esta espécie de “greve de zelo” ser assegurada rotativamente pelos diversos professores na escola (por áreas, departamentos ou turnos, por exemplo).
Note-se que, com a actual política de ensino que privilegia os exames, esta forma de luta – sobretudo em tempo de aulas – pode ter mais impacto e êxito, já que porá efectivamente em causa a preparação daqueles, pressionando o MEC e os EE, agudizando os conflitos e exibindo as contradições desta política. (Relembre-se que representantes dos pais já começaram a protestar contra a má organização do processo dos exames e a sua severidade, um caminho que pode ser desenvolvido e melhor explorado…).
E, evidentemente, deve ainda dar-se, o mais possível, conhecimento desta luta e das razões que a motivam – salientando sempre a causa primeira da qualidade do ensino e da escola pública – na comunicação social e na blogosfera.
Para ser sincero, tenho que confessar que escrevi este comentário com algumas reservas por não me ver, minimamente, no papel de “orientador das lutas docentes”, nem querer dar azo a que me confundam com tal.
Mas é apenas uma proposta que é lançada para suscitar a reflexão e o debate, para levantar pistas ou vias que poderão ser por outros reformuladas, melhoradas ou, claro, rejeitadas.
Julho 19, 2012 at 1:13 pm
#10,
Mas não são 70.000 os inscritos no centro das quotas?
Não conseguiram mobilizar um terço?
E não fiz uma comparação, apresentei uma sequência
És de Letras… penso que percebeste o post à primeira…
#28,
Sim, a culpa é sempre dos outros.
Que bem me lembre, eu ontem respondi ao facto de serem anónimas ou não. Quanto à “matriz” acho que nos comentário à intervenção do colega na TVI24 disse logo o que me parecia.
Julho 19, 2012 at 1:14 pm
Concordo com Farpas, é uma ideia a debater e a desenvolver pelos blogues e pelo facebook.
Julho 19, 2012 at 1:19 pm
á foi realizada a manifestação arménia.
Já se testaram as vigílias à la bloque.
Podemos passar a alguma coisa mais a sério, fora das agendas partidárias?
——————————
Nas sabia que as vigílias eram à la bloque.
Organize uma, sr. Paulo, ou tem medo?
Não foi você que escreveu um post a dizer “o que a malta quer é praia” !
Eu desconfio que o sr gosta é dos shares, elevados, no seu blogue e faz tudo para isso.
Julho 19, 2012 at 1:19 pm
Todas as manifestações são óptimas se não tiverem três “assassinos” da classe docente pelo que a dividem, dividiram: Sindicatos, Guinote e Ramiro Marques.
Qualquer proposta que saia destes pobres actores pseudo representantes da classe docente, Nada! Recuso, como recusarão milhares de docentes livres e independentes.
Quanto ao títullo do post: idiota, de alguém que sempre andou em parte incerta, sempre!
Julho 19, 2012 at 1:19 pm
Facebook…nem serão mais superbooks? e no sofá????
Julho 19, 2012 at 1:29 pm
#42,
Caro “Dominguin”… tenha vergonha… agora já tem vergonha de ser quem é?
Vá lá beijar o que lhe interessar ao seu representante específico. O alvo.
Pensava que eu não descobria quem era?
Sócrates! Sócrates!! Sócrates!!!
😆
😆
Julho 19, 2012 at 1:29 pm
#41,
Boa tarde!!!
Julho 19, 2012 at 1:35 pm
Aviso:
Ler rapidamente o comentário #20, antes que o democrata administrador do blogue o apague.
Julho 19, 2012 at 1:41 pm
Alguém viu os médicos com umas violas, umas telas e uns poemas? Viram? Eu não vi. Para a próxima incluam cuspidores de fogo que passa melhor na TV. Quem não se dá ao respeito espera o quê?
Julho 19, 2012 at 1:48 pm
#46,
josévargamurcha… como ninguém ligou ao #20, vem aqui chamar a atenção de novo.
Então eu acrescento algo… o “sindicalês” (sindicalismo eduquês) tem um óptimo nicho na Universidade… LUSÒFONA!
Onde o grande líder das Ciências da Educação é um grande ex-líder da representação docente.
E onde se abrigou o antecessor do arménio enquanto não arranca a campanha presidencial.
O “sindicalês” está vivo e recomenda-se!
Já as manifestações arménias existem, mas não revelam grande vida.
😆
Julho 19, 2012 at 1:56 pm
As formas de luta que escapem ao figurino tradicional, ao modelo instituído, perturbam notoriamente os lutadores oficiais.
Até porque se elas se mostrarem eficazes, além de acentuarem a inoperância e ineficácia dos lutadores, ainda lhes retiram a margem de manobra: eles vivem e alimentam-se do status quo que supostamente combatem…
O grande problema reside aí: a força de conservação, inerente ao sistema, pela sua atracção centrípeta, envolve e captura as suas “margens”, apanhando no mesmo processo dialéctico os “situacionistas” e os seus “opositores oficiais”, que se completam e complementam como duas faces de uma só moeda (a “síntese”: o pântano situacionista, dominado pelo centro de gravidade, o “Centrão”).
Julho 19, 2012 at 2:07 pm
É uma pena que este espaço esteja a ser usado para beliscões no rabo de uns e de outros. Muitas bocas, alguma teoria, mas ações concretas ou opiniões sobre propostas, nada. Assim mais vale ficar no conforto do primeiro lugar do quadro e gozar com os papalvos.
Julho 19, 2012 at 2:08 pm
[…] a acordar demasiado tarde, despertados pelo seu horário-zero ou pelo seu provável desemprego? As manifestações têm um aspecto demasiado arménio? As vigílias fazem lembrar demasiado algum fo… A Vigília pela Educação devia ter tido mais adesão? Responderia que sim a todas as perguntas, […]
Julho 19, 2012 at 2:33 pm
A minha mãe é prostituta, mas eu tenho roupa de marca! (reportagem na TV)
O meu sindicato é acompanhante de luxo, mas o que ganho eu com isso? (pensamento popular)
Julho 19, 2012 at 2:39 pm
#50,
É sempre melhor criticar os beliscões e chamar papalvos aos outros?
È que quando eu proponho, concretamente, que aquela “plataforma” Fenprof/ANDE/ANDAEP/COFAP/CNIPE, etc estude o bloqueio do ano lectivo, com a não divulgação de horários, embora aceitando os alunos na escola em espaço de actividades… associam para o lado.
Mais concreto?
Sou eu que posso tratar disso, sozinho?
Julho 19, 2012 at 2:48 pm
#50
LEIA o #38.
Julho 19, 2012 at 2:59 pm
O Paulo já aqui propos “A união faz a força!”
Mas poucos o levaram a sério.
Julho 19, 2012 at 3:08 pm
#54
Já li econcordo, aliás o comentário #4 é meu.
Paulo, não não é melhor, é triste muito triste.
Continuo a dizer que em vez de andar a ver quem é o mais lutador é preciso dar mais atenção ao que nos une.
Continuo a quer saber se a ideia de planos anuais de atividades vazios pode ter adesão. Gostava que nos cps de setembro entrasse uma proposta do tipo para obrigar os diretores e oscoordenadores a definirem-se.
Julho 19, 2012 at 5:45 pm
E onde está a liderança ?
Temperaturas elevadas,final de ano ,tudo estoirado e já com os ” bofes de fora ” , “temos cabedal para quê ?
Vigílias com dezenas ?
Manifs com centenas ?
É só perder !
Assim não vamos a lado nenhum.
Só perdemos !
Anda tudo farto de problemas,querem lá as pessoas saber de nós !
Só a DOER !!!
Julho 19, 2012 at 5:49 pm
#48,
Quando são as próximas eleições em que concorrem o Kaganovich-Vargas e o Francisco (Vari)ações?
É que quero já encomendar as faixas para a outra lista e …
..
.
Julho 19, 2012 at 6:26 pm
Bom… respondendo ao que PG pediu, propostas concretas, umas melhores que outras, só em:
#4,
#17,
#35,
#38 e
#53
O resto é o costume… 😦