O costume. O governo anuncia o fecho de serviços ou uma transferência qualquer de competências. Alarido generalizado. protestos. Ameaças. Promessas de contestação até à morte da ideia. Uma nova Maria da Fonte em ceroulas. Uma Patuleia Louboutin.
Que não, que não, que não. Não há dinheiro, é um abuso e etc. Na imprensa regional fazem-se juras de derramar sangue em defesa das populações. Até se começar a falar em envelope financeiro. O tom baixa um pouco, fazem-se reuniões, há algum espaço nos noticiários televisivos e imprensa nacional. Um ministro ardido ou com pouca vontade de se queimar propõe uma qualquer coisa que aparenta salvar a face de todos.
E tudo se aquieta. Como se fosse por artes mágicas de memorandos e entendimentos.
Em especial se os desvarios financeiros, com, pouco ou nada a ver com a prestação de serviços básicos aos munícipes, forem pagos com o aumento de derramas municipais e outras fontes de receita legitimadas pelo Estado central, ainda anteontem um malandro inveterado.
Desta ver é por causa dos Tribunais. Como antes foi em relação aos Centros de Saúde, às portagens, às escolas, etc, etc.
Já não me comovo… pensando bem… já antes me comovia muito pouco.
Já sei que é tudo uma questão de contrapartidas. Aos indignados certos.
Maio 31, 2012 at 10:47 am
Caros colegas acordem!, agora é que deveriamos realizar uma mega-manifestação com 100 mil professores na rua.
Pelas medidas tomadas pelo actual governo (não tem nada haver com o socas e a milu). Não criem ilusões, para as empresas dos amigos e para a banca hà sempre muito dinheiro, estes neo-liberais é que estão a acabar com o que pouco sobrava. As estimativas é que haverá nos agrupamentos actuais uma redução entre 1/4 a 1/3 dos horários. É assustador não é?, muitos professores do quadro irão ter horário zero, não me refiro apenas a EVT.
” together we stand – divided we will fall ! “
Maio 31, 2012 at 11:06 am
Gostava que me esclarecessem. De 6ª feira dia 25 para 4ª feira dia 30 de maio houve aleração nas matrizes curriculares que estavam na DGIDC. Atentem na alínea b) do 3º ciclo. A educação visual passou de um minimo de 90 minutos no 7º e 8º para um minimo de 100 minutos. No 9º ano passou de um minimo de 135 para um minimo de 150 minutos. Está muito vento lateral ou é impressão.
Maio 31, 2012 at 11:08 am
Altere-se a ortografia, desvirtuando completamente a língua, e ninguém se mexe; tente-se mudar um estojo de enfermagem, mesmo com vantagem para quem precisa de um curativo, da paróquia A para a paróquia B, e há uma revolução. Ingovernáveis? Oxalá fosse apenas isso…
Maio 31, 2012 at 11:13 am
#0
Se virmos bem as coisas, isto no fundo é o desgoverno grego, ou seja, a mesma incapacidade persistente de mexer nas disfuncionalidades e nas “gorduras” do sistema, só que aqui na modalidade de “português suave”. O povo é sereno e as “coreografias”, como gostas de dizer, são mais mansas…
#1
Claro que há dinheiro, e pretende-se que continue a haver, mas está quase todo reservado para os novos e para os velhos donos de Portugal. O que encolheu bastante foram as sobras…
Maio 31, 2012 at 11:30 am
Análise muito boa. Como sempre! Que fazer? Quando os que mais perdem, cada vez mais se silenciam na esperança que não lhe tirem mais!
Maio 31, 2012 at 1:07 pm
O exemplo dos Tribunais é mais um que nos permite distinguir bem as coisas.
O padrão de actuação, de facto, já está bem identificado.
Uma coisa é ter uma estratégia reformista, que implica uma visão, uma avaliação e uma capacidade de intervenção de conjunto, principalmente para poder atacar eficazmente os bloqueios sistémicos, poderes fácticos que vão bem para lá dos “papões corporativos” que é costume agitar (os das profissões que sustêm e articulam o Estado Social – e não é por acaso…), outra coisa, bem diferente, é ter apenas uma vaga agenda de contornos economicistas e ideológicos que, no fundo, se destina a salvaguarda do núcleo de interesses que medram à sombra do regime, tendo para isso que punir o grosso da população, sob o véu da racionalidade e da necessidade económicas (que evidenciam aqui o seu carácter ideológico-instrumental).
Maio 31, 2012 at 1:40 pm
Belo post,
E realista. infelizmente.
Maio 31, 2012 at 2:54 pm
Entretanto, as agências de Rating movem mais uma peça no xadrez:
http://margarida-alegria.blogspot.pt/2012/05/do-it-rover-cmon-good-dog.html
Maio 31, 2012 at 3:13 pm
O problema é mesmo esse, a mentalidade do “português suave”. Porém, um destes dias o maço acaba e só teremos dinheiro para cheirar cola UHU (ou melhor Pica-pau é mais barata), persistindo na postura do belo e adormecido povo.
Maio 31, 2012 at 4:15 pm
É óbvio que não me referia apenas a EV ou EVT, não sou de Artes, nem penso que as reformas se devam fazer para os professores, – mas o aumento de alunos por turma – é tudo menos pensar nos alunos.
Identicamente, não cometeria o erro CRATO de como sou de Ciências e matemática, agora reforço estas disciplinas. Esquecendo que é nas artes visuais que mais se desenvolve o raciocínio abstrato e se aplica a matemática, por exemplo, para fazer uma margem com legenda, quantos cálculos têm de ser efetuadas?
Daqui a uns anos temos um professor de Ed. Física como ministro e a disciplina passa a ter 6 horas semanais? que tal?
Maio 31, 2012 at 5:20 pm
mais uma treta (rotunda) para os contribuintes pagarem!!!!!
dasssssssssssssssss