É que eu ando pelo 3º ano consecutivo a ter reuniões e formação sobre o novo programa de Português e já estou a ficar chateado. Hoje à tarde, por exemplo…
E o que fazemos à treta da papelada toda que andámos a fazer para arrancar este ano com a coisa? Tudo para o lixo? Ou depuramos após a depuração?
O que fazer se, num ciclo de dois anos, ao fim de um ano, nos disserem que, afinal, o que era para ser já não é bem assim? Work in progress permanente?
Se isto mata? Não! Mas mói!!!
Só mais um pensamento: não é que corrigir eventuais erros faça mal, mas a burocracia também se combate não exigindo mais papelada para substituir a papelada que se considerava desnecessária!
Matemática e Português mudam no próximo ano
(…)
O ministro da Educação anuncia, em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença, que está a trabalhar para que “já no próximo ano lectivo haja metas curriculares mais bem organizadas a Português e a Matemática”.
Segundo Nuno Crato, num futuro próximo o mesmo deverá ser feito com os programas das outras disciplinas.
“Estamos a constituir um grupo que vai fazer uma depuração dos programas. Vai olhar para o que é essencial dos programas, vai organizar o que é essencial dos programas de forma hierarquizada expressando ano a ano o que os alunos devem saber e em que níveis devem dominar as matérias.”
Viram como eu não usei o vídeo da rapariga a rebolar-se, para não distrair a discussão e a levar apenas para os afectos?
Fevereiro 1, 2012 at 11:03 am
Chamar o Gregório, perdão, o Arménio.
Fevereiro 1, 2012 at 11:35 am
Vale mais ficar sentadinho num canto e deixá-los trabalhar por uma vez.
Quando houver “luz”, saída daquelas cabecinhas, fazem-se novas reuniões.
Tudo isto é violento para os próprios miúdos.
Fevereiro 1, 2012 at 11:47 am
Indignação em call-center na Noruega
Funcionários só com oito minutos para ir ao WC:
http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=2276724&seccao=Europa
E os professores? Quanto tempo gastam (ou podem gastar), em média, numa ida aos lavabos?
Uma sondagenzita esclarecia.
Fevereiro 1, 2012 at 1:52 pm
Que papelada?
Os manuais são caros e a malta tem de os aproveitar.
Espero, sinceramente, que Crato enterre o «método único» que estes programas estipulam. Tudo, não, porque há coisas muito interessantes que resultam, mas a ideia da unicidade é bosta. Tal como a de as competências terem um peso igual. Yes, I know…
Fevereiro 1, 2012 at 2:19 pm
Coverdale, hein ? Bom gosto, aí por essa província com vista para a serra.
Fevereiro 1, 2012 at 7:11 pm
Não me posso pronunciar quanto às outras áreas, mas, no caso das línguas, a aposta nos conteúdos é um claro prémio à preguiça e à falta de rigor.
Não há qualquer enquadramento científico para se sustentar que há sucesso na aprendizagem das línguas num ensino que não seja orientado para o desenvolvimento de competências.
Os professores de português deveriam bombardear a tutela com questões…
– Têm de se alterar as planificações?
– Têm de se convocar os Encarregados de Educação para explicar que a avaliação será feita em moldes diferentes? Só interessam as notas dos testes?
– Qual é a bibliografia de cariz científico de apoio a este tipo de opção?
– O que é um ensino da escrita assente em conteúdos e temas?
– A oralidade tem conteúdos? Ou não interessa nada desenvolver essa competência do oral formal, já que muitos ocupam altos cargos a falar de “boca cheia” e, para a maioria, as ocupações que se almejam são as de pedreiro, carpinteiro e outras semelhantes?
– Voltamos a ensinar gramática por definições? Não acredito nisso, pois o sr. ministro é um homem das ciências e deve aprovar o método experimental.
Mas, se assim é, menos trabalho para nós, professores, pois essas fichas que temos de construir dão muito trabalho e, para além do mais, muitos de nós ainda não o fazem muito bem e também já não precisam de aprender. Só temos de verificar se os alunos sabem conjugar o Conjuntivo e o passado, presente e futuro. Era mais difícil fazê-los distinguir uma ação anterior a outra!
– No 8.º e 9.º ano, tudo deve partir do programa de 91. Nesse caso, já não se ensina gramática?
– O oral formal só se encontrava previsto no currículo. Este despacho prevê que se favoreça, de novo, o lúdico na aula de português?
Enfim… Haja paciência para quem nos desgoverna.
Fevereiro 1, 2012 at 7:42 pm
Ainda chamam a essa coisa “novo programa”? Coitado! Já com três anitos…
Fevereiro 1, 2012 at 9:57 pm
Já deixei de os levar a sério, por isso nem antes me preocupei em excesso com essa invenção das anualizações, nem agora quero saber do que já estão a inventar.