Há sempre um detalhe que os apologistas dos rácios tipo-OCDE (é verdade, para quando a retomada pelo actual Governo dessa prática gira dos Governos anteriores?) se esquecem sempre.
Se os alunos diminuíram à farta e os professores aumentaram a rodos, então é de esperar que existam turmas mais pequenas, certo? Porque os alunos estão, dessa forma, mais divididos por turmas mais pequenas, certo?
Seria essa a lógica.
Mas… infelizmente não é assim.
De acordo com a própria OCDE a evolução da dimensão das turmas foi a seguinte entre 2000 e 2009:
Se atentarem nos quadros, mesmo quem tenha poucas sinapses funcionais, percebe que Portugal está na média da amostra e que não houve especial evolução na dimensão das turmas.
Isto deveria fazer os defensores dos rácios pensar na razão porque isso acontece.
As principais são simples e já me cansei de as repetir:
- Muitos professores asseguram nas escolas muitas horas de funções que não a docência, devido à falta de outro pessoal qualificado.
- Aumentou o número de disciplinas e de horas no currículo e, logicamente, isso acarreta que sejam necessários mais professores mesmo que o número de alunos não aumente. E os Conselhos de Turma, no 3º CEB e Secundário, aumentaram por isso mesmo E, já agora, seria útil perceber-se que a criação de algumas dessas disciplinas não foi decretada pelos próprios professores.
Quem quiser analisar a coisa com mais atenção, pode espreitar o ficheiro em Excel que o Maurício me enviou: Average class size in primary education (2000, 2009).
Quando se apresentam quadros com linhas dramaticamente divergentes entre o número de alunos e professores seria interessante que se fizesse a seguinte interrogação: e porque não se reflecte nada disso nas salas de aula?
Mas para isso é preciso andar cá e não em consultas pelo Dubai… ou a olhar apenas para números, estudar variáveis e desconhecer completamente o que elas representam na vida real.
Dezembro 29, 2011 at 4:14 pm
Há turmas mais pequenas, pois há. Na minha escola, e sobretudo em algumas escolas de Lisboa no secundário, há turmas de 20 alunos. Para já não falar de certas disciplinas como as opções de 12º ano, ou Inglês/Espanhol/Economia e outras de 11º ano. A média de alunos esconde a falta de uniformidade…
Dezembro 29, 2011 at 4:26 pm
http://economico.sapo.pt/noticias/directorageral-do-orcamento-demitese-em-desacordo-com-o-governo_134756.html
Dezembro 29, 2011 at 4:43 pm
Este governo já prometeu aumentar as turmas…
Os profs manifestaram uma imaturidade comovente ao mostrarem como acreditam no pai natal… A possibilidade de serem avaliados (que horror!) cegou-os. Foram e vão ser mal avaliados, para além de tudo o resto que perderam (subsídios, credibilidade, horários, etc.). Apenas saíram a ganhar os bloguistas, a única novidade face aos sindicatos. E, descobriu-se agora que, afinal, muitos deles mais não faziam do que militar no PSD. Agora que este está no poder já mostram a sua verdadeira face. Caso do Ramiro Marques que mete nojo.
Dezembro 29, 2011 at 4:44 pm
Desculpem, não as turmas, mas o número de alunos por turma.
Dezembro 29, 2011 at 5:01 pm
[…] por António Fernando Nabais O Paulo Guinote, em quatro textos (aqui, aqui, aqui e aqui), demonstrou que os argumentos demográficos que tornam desnecessários mais professores estão […]
Dezembro 29, 2011 at 5:01 pm
[…] por António Fernando Nabais O Paulo Guinote, em quatro textos (aqui, aqui, aqui e aqui), demonstrou que os argumentos demográficos que tornam desnecessários mais professores estão […]
Dezembro 29, 2011 at 5:09 pm
Mais uma em cheio, Paulo!
Dezembro 29, 2011 at 5:10 pm
Quando a preocupação vai para ser-se “bem comportado” e se esquecem os problemas reais;
Quando salta um prego e logo se martela para que permaneça a uniformidade;
Quando não se investe na escola, nas pessoas para criar oportunidades de transformação do país;
Quando se ignoram as dificuldades de aprendizagem resultantes do contexto familiar ou social;
Quando copiamos os outros em vez de criarmos;
Quando temos oportunidade de mandarmos os nossos filhos para….( onde estão os filhos do ministro da educação?)
Dezembro 29, 2011 at 5:11 pm
Temo que a nossa posição se vá deslocando, progressivamente, em direcção à da China…
Dezembro 29, 2011 at 5:23 pm
Educar para quê? educam-se mortos vivos? talvez num futuro não muito distante venha ser assim…osneoultraliberais vão adorar..
Dezembro 29, 2011 at 5:34 pm
#10 Sempre na “mouche”, Buli! 😉
Dezembro 29, 2011 at 5:39 pm
Bom ano Grelhada fui…
Dezembro 29, 2011 at 5:40 pm
Esta série de posts tem sido muito útil e informativa. A Fernanda 1 e o tal avençado lá acima andam aqui só por distracção?!
Podiam dar um passeio, ir às compras. Há boas séries na TV…
Dezembro 29, 2011 at 5:41 pm
Bom ano, Buli!
Dezembro 29, 2011 at 5:45 pm
Epa, enganei-me , em 13#. Era para o post da ..”inorgânica”! 😛
Dezembro 29, 2011 at 6:01 pm
Os trabalhadores protestavam e a empresa criou um robot para os substituir.
Dezembro 29, 2011 at 6:12 pm
O ministro da saúde quer os ministérios a partilhar helicópteros. Mas as sinergias podem ire mais longe. entre defesa e saúde há muito a partilhar.
Dezembro 29, 2011 at 6:12 pm
ir ir ir ir ir irir rir
Dezembro 29, 2011 at 6:23 pm
2012 vai azedar em todo o lado !!
Dezembro 29, 2011 at 6:31 pm
Para resolver o desequilíbrio Domo-gráfico nalgumas classes profissionais prevê-se o aumento do número de rescisões amigáveis.
Dezembro 29, 2011 at 7:00 pm
Dezembro 29, 2011 at 10:55 pm
Que gerações andamos a destruir!
http://margarida-alegria.blogspot.com/2011/12/its-good-life-if-you-dont-weaken.html
Janeiro 2, 2012 at 4:25 pm
[…] quarto post, refere a dimensão das turmas e como Portugal está na média da OCDE. Mais uma vez, isso é […]
Janeiro 2, 2012 at 11:56 pm
[…] último no quarto artigo não tenho nada a acrescentar à resposta de Miguel Botelho […]