Ainda não percebi se os ataquei se me vitimizei. Deve ser da minha falta de sinapses funcionais. Ou de ser um menino no regaço de uma mamã que partiu há um quarto de século.

O que tenho a certeza é que grande parte do núcleo que rodeia este governo preferiria ter Maria de Lurdes Rodrigues como MEC e o Valter Lemos como seu enviado para os trabalhos mais pesados de ataque aos professores.

Muitos dos insurgentes levaram anos a desancar o engenheiro e as suas práticas, mas rapidamente as adoptaram, em particular contra os professores. Vai de spinar números. Depois de dizerem que o número de alunos diminui, sendo demonstrado o contrário, explicam que aumentaram porque a rede do pré-escolar é maior e porque a escolaridade de 12 anos aumenta administrativamente os número de alunos. Aumento de escolaridade que PSD e CDS aprovaram quando aqui era criticada por ser demagógica e eleitoralista.

Mas… alunos são alunos. Se aumentaram em resultado aumento de relações sexuais abençoadas pela procriação ou por combate ao abandono escolar, não deixaram de aumentar, correcto?

E se não estivessem em CEF mas em turmas regulares um aluno passava a contar apenas como meio aluno? Podemos criticar a qualidade pedagógica de alguns cursos profissionais, mas os alunos não se evaporariam caso estivesse numa turma regular.

Realmente, os spin doctors blogosféricos deste Governo começam a parecer-se muito com os corporativos e jugulares na defesa do Poder que está (como antes estava).

Mas como a História não chegou ao fim, é melhor guardarem os prognósticos para essa altura.

Entretanto, o catavento, desculpem, o Ramiro, na ausência de coragem própria, aplaude os outros. Nem percebe (será?) que agora defende o contrário do que já defendeu, que por sua vez tinha mudado em relação ao que antes defendera que, por seu turno, invertera o que pensara inicialmente.

E que todos já percebemos isso.

Uma coisa é esperar que o novo poder traga um rumo que se espera e depois perceber que não é assim. Outra dizer-se que se espera esse novo rumo mas, quando esse não aparece, aceitar-se o antigo e dizer que tudo mudou. Uma coisa é estarmos convictos de uma coisa, outra estarmos apenas convictos de uma (nova) fidelidade conveniente.

Se eu podia fingir que ao Ramiro falta frontalidade e coerência? Podia! Mas estaria a trair-me. Afinal não sou eu que mando mails a gozar com o salário dos outros.

Quanto aos insurgentes… mesmo com 90 anos, muitos não passarão de meninos de coro convencidos de terem direitos adquiridos sobre o país.