Texto publicado no DN de hoje num pack de três contributos sobre a decisão de suspender o prémio pecuniário do Dia do Diploma, com o mérito duvidoso de ter uma virgulice do pai da Nação na extrema direita da página:
Fui um dos que acolheram com enorme expectativa a nomeação de Nuno Crato para ministro da Educação, fruto de uma admiração pelo seu discurso claro e objectivo contra o que, na opinião de muita gente e atravessando fronteiras ideológicas ou político-partidárias, impossibilitou a nossa Educação de dar o salto da conquista da quantidade para a da qualidade.
Por essa razão me é ingrato constatar como, depois de algumas decisões iniciais prudentes, o novo MEC se foi deixando progressivamente enredar, ou optou de modo voluntário, por um conjunto de opções contraditórias com tudo o que tinha marcado o seu discurso enquanto defensor do reconhecimento do mérito e da excelência no desempenho de todos aqueles que trabalham quotidianamente nas escolas.
A decisão recente de cancelar, de forma mal explicada e com um timing inaceitável, os prémios pecuniários para os melhores alunos do Ensino Secundário, foi apenas mais um acto incongruente com tudo aquilo que se associava a Nuno Crato, o analista da Educação.
Confesso que o prémio em si, associado ao Dia do Diploma, foi algo cuja criação não me entusiasmou muito. Mas, curiosamente, é algo que encaixa com facilidade nos modelos educacionais meritocráticos em que Nuno Crato sempre pareceu inspirar-se. O que torna ainda mais estranha uma decisão que, em troca de uma poupança mínima, tem uma carga simbólica muito negativa, antes parecendo ceder a uma deriva facilitista do MEC, como se o pragmatismo tivesse derrotado em definitivo os ideais de outrora.
Esta deriva já se notara com o acordo acerca da avaliação do desempenho dos professores, da qual ficou ausente qualquer pretensão de verdadeira distinção do mérito. Assim como se notara na forma como foram retomadas, com escassa cosmética, políticas emblemáticas dos governos anteriores, excepção feita aos programas com maiores encargos financeiros. Ou na pré-reforma curricular do Ensino Básico, em que se fez uma preguiçosa operação de corte aqui para colocar ali, que faz temer pelo que venha a ser uma reforma global dos três primeiros ciclos de escolaridade. Ou ainda no modo displicente e auto-desresponsabilizador como se tentaram ultrapassar as anomalias nos concursos para a colocação de professores contratados.
A decisão de cancelar os prémios para os melhores alunos do Ensino Secundário teve, repito-o, a fortíssima carga simbólica negativa de transmitir aos alunos a mensagem de que o mérito não será premiado e de que qualquer compromisso pode ser cancelado a qualquer momento, com as justificações mais esfiapadas. Foi uma decisão infeliz que se esperaria, sem espanto especial, de um qualquer secretário de Estado dos governos anteriores. Nunca de Nuno Crato, o defensor do rigor, do mérito e da excelência na Educação.
Outubro 11, 2011 at 12:06 pm
É triste, mas concordo.
Outubro 11, 2011 at 12:16 pm
Tão previsível que mete dó:
https://educar.wordpress.com/2011/10/11/bom-dia-802/#comment-631851
Outubro 11, 2011 at 12:24 pm
Já está aqui o “resto” todo? Pois é, N Crato conseguiu surpreender demasiado pela negativa. Este homem transfigurou-se completamente? É um fraco? Apenas revelou aquilo que na realidade é? Não tem quaisquer ideias consistentes? Confesso que começo a recear muito o que ainda poderá sair mais daquele MEC. Antes uma implosão…
Já agora: não percebi aquela sobre o pai da Nação…
Outubro 11, 2011 at 12:30 pm
A verdade é esta:
A educação não é a chave do sucesso económico
por Paul Krugman, Publicado em 11 de Março de 2011 | Actualizado há 11 horas in Jornal IOs empregos eliminados pelos computadores não são os manuais, mas os que envolvem rotinas. Estudar, como ter assistência médica, é um direito, mas não resolve o problema do desemprego
A ideia de que a educação é a chave do sucesso económico é aceite por toda a gente; todos concordam que os empregos do futuro vão exigir um maior grau de qualificação. Foi por isso que, numa aparição pública na última sexta-feira com o antigo governador da Florida Jeb Bush, o presidente Barack Obama declarou que, “se quisermos melhores notícias na frente do emprego, temos de investir mais na educação”.
Só que toda a gente está enganada.
No dia a seguir ao do evento Obama-Bush, o “The Times” publicou um artigo acerca do uso crescente de software em pesquisas de natureza jurídica. Acontece que os computadores podem analisar rapidamente milhares de documentos, desempenhando por um custo baixíssimo uma tarefa que antigamente exigia verdadeiros exércitos de advogados.
A investigação jurídica não é um exemplo isolado. Como o artigo indica, o software também está a substituir os engenheiros em tarefas como a concepção de novos chips. De uma maneira mais geral, a ideia de que a tecnologia moderna elimina apenas empregos pouco qualificados, de que as pessoas com formação académica sofisticada não têm nada com que se preocupar, pode dominar a imprensa popular mas é claramente anacrónica – várias décadas.
Outubro 11, 2011 at 12:43 pm
E o mérito é valorizado com o trabalho de alguns professores?
Não é verdade, que ainda que muitos professores tenham desenvolvido um muito bom trabalho, não o irão ver reconhecido pelo ministro??..
Porquê?. Porque lhe custa dinheiro reconhecer esse mérito.
Com os alunos foi a mesma coisa.
Concordo? Claro que não.Há que destinguir quem se esforça de quem não o faz. Simplesmente as prioridades não são a educação. Verdade?
Outubro 11, 2011 at 12:45 pm
“distinguir”
Outubro 11, 2011 at 1:21 pm
Que fofura, caro postador. Que fofura!
Outubro 11, 2011 at 1:29 pm
Só pode ficar desiludido com Nuno Crato (NC) quem se deixou iludir por ele. Li quase tudo o que NC escreveu sobre educação. A minha conclusão é que NC tem uma invulgar capacidade de comunicação, a nível pessoal e escrito, mas no que respeita à educação tem um pequeno conjunto de ideias simplistas que repete até à náusea. É muito bom a criticar o eduquês mas péssimo a propor alternativas. Está muito longe de ter uma visão sustentada e profunda da educação, em geral, e da educação portuguesa, em particular.
Para ser honesto ainda é muito cedo para fazer uma avaliação de um consulado de quem agora está a começar a exercer funções num ministério particularmente difícil, num quadro de uma restrição orçamental de dimensões bíblicas. Mas para mim nunca esperei de NC que ele fosse um reformista que ficasse para a história da educação em Portugal. A minha aposta é que não vai ficar.
Outubro 11, 2011 at 2:08 pm
Numa casa em que não há pão ….
Sem dinheiro não se fazem reformas na educação só se fazem cortes e mais cortes e mais cortes.
Qualquer ideia que possa existir sob o nome de reforma é na realidade mais um corte. Com o memorando da troika não existe margem de manobra pelo que quem espera algo diferente do que o que está no memo e sua sequela desengane-se.
O ME deste período vai ficar par a história como o ME que cortou e cortou, tendo inflacionado o nº de alunos por turma, tendo colocado professores a trabalhar de borla nas escolas, tendo reduzido o nº de professores na lista de pagamento do ME, reduzido o nº de escolas a funcionar, reduzindo as despesas administrativas resultantes da existência de tantas escolas com “meia dúzia de alunos”, quer ainda tiver dúvidas que este será o destino da educação na era da austeridade “troikiana” desiluda-se pois isto tudo já está em marcha e os motores ainda só estão a aquecer.
Outubro 11, 2011 at 2:45 pm
Já tenho por diversas vezes salientado aquilo que me pareciam ser as debilidades que descortinei em NC (de concepções educacionais, (des)conhecimento da realidade do ensino, etc.), que me tornaram céptico perante a sua nomeação.
Agora, vou colocar-me no ponto de vista em que o próprio pretendeu circunscrever programaticamente (ou pragmaticamente) a sua acção enquanto ministro. Ou seja, jogar o seu jogo, no terreno que ele delimitou.
NC declarou que o desfio do MEC era “fazer muito com pouco”. Pretendia significar que, para ultrapassar as adversidades conjunturais, o rigor e a justeza dos critérios e a assertividade na acção teriam de ser apanágio do seu pelouro.
Ora, nas questões da ADD – os adiamentos e ziguezagues sucessivos e a pífia conclusão – dos concursos – a inépcia pura escondida sob a máscara da infalibilidade da tutela – da pré-reforma do básico – na qual apenas se descortina uma indigente e tecnocrática visão do ensino -, em todas elas, onde é que é possível econtrar, mesmo dando toda a latitude da boa vontade, a prossecução do princípio enunciado, a concretização das intenções subjacentes?
Pior ainda, é possível vislumbrar naqueles casos a capacidade, ou pelo menos, a promessa de uma inflexão de atitude e de acção?
O meu cepticismo inicial em relação à nomeação de NC, infelizmente – e digo-o sem o gáudio da hipocrisia fácil -, só tem encontrado motivos para se confirmar.
Para bem de todos, gostaria muito sinceramente vir aqui, no fim do mandato de NC, ter que me penitenciar pelo meu erro de análise…
Outubro 11, 2011 at 2:47 pm
Quando NC foi o “eleito” para exercer as pesadas, árduas e ingratas funções de MEC, admirei-me que tivesse aceitado, nomeadamente pelo contexto em que estávamos (estamos). Disse aqui que até achava que ele poderia ser o homem certo, no lugar certo mas no momento errado. Hoje, infelizmente, começo a achar que pode não ser apenas isso. Se calhar não é também o homem certo para estas funções. Não basta refugiar-se na “crise”, na “dívida” e nos “compromissos externos” para justificar todas as medidas que estão a ser tomadas e estão a conduzir a educação para um beco ainda mais escuro do que já estava. Enfim, espero (receosamente) mais algum tempo…
Outubro 11, 2011 at 2:50 pm
Boa Tarde
Sobre o actual Ministro da Educação falar de “desilusão” é manifestamente insuficiente.
– Desancou o eduquês, mas actualmente é este o dialecto que professa;
– Criticou a Avaliação dos Professores, mas não a suspendeu e a “nova avaliação” pouco difere da que existia;
– Falou da implosão do Ministério, mas fugiu para o Palácio das Laranjeiras.
Os cortes no orçamento não são justificação.
O ângulo do plano inclinado é neste momento tão elevado, que já só faz sentido falar em queda vertical de um grave.
profZe
Outubro 11, 2011 at 2:56 pm
«O que torna ainda mais estranha uma decisão que, em troca de uma poupança mínima, tem uma carga simbólica muito negativa, …»
Isto e outras do género só pode parecer estranho a quem ainda acredita que os ministros estão lá para decidir alguma coisa. Não, estão para cumprir ordens. Disseram-lhe para ele cortar e ele cortou. Não é simples?
Outubro 11, 2011 at 2:57 pm
Não sou tão assertivo como Farpas. Penso que Nuno Crato é uma excelente pessoa, apenas está programado para servo e não príncipe. Em consequência, toda e qualquer afirmação que, mesmo indirectamente, se reporte à sua vontade é desprovida de sentido. Haveria que subir uns tantos degraus: Passos Coelho (tb não conta), Merkel (também não conta), UE/FMI (Olli Rehn e capangas), começa a aquecer.
Outubro 11, 2011 at 3:03 pm
Há casos em que as expectativas são nulas, por ser nulo o potencial (Isabel Alçada), mas há aqueles de quem se pode esperar algo, nem que seja a capacidade de avançar para lá do que atingiram até ao momento.
Elogio todos aqueles que, por Nuno Crato ser “de Direita” ou “anti-eduquês” desde logo o crucificaram.
Só posso dizer que esperei de NC a capacidade de, apesar de algumas ideias muito feitas, ter consciência do que podia representar num sentido reformista positivo e não apenas como “cortador” do sistema.
Mas, pelo menos, não me envergonho de ter esperado algo que não aconteceu, de ter tido expectativas que têm sido goradas e de, mantendo as minhas convicções, poucas esperanças já ter de que NCrato consiga usar da sua notoriedade e autoridade intelectual para conseguir fazer-se notar pela positiva num governo cheio de gente incapaz de pensamento próprio.
Outubro 11, 2011 at 3:08 pm
#13
Responda-me a esta pergunta: o António Ferrão aceitaria o gargo se soubesse que iria vender princípios que estrururam a sua personalidade?
Outubro 11, 2011 at 3:10 pm
Pois eu pego nas palavras do 25sempre25, que foi o primeiro a ir, da forma sucinta e incisiva que lhe é habitual, ao cerne da questão.
Tem-se discutido por aqui a política educativa num tom demasiado providencialista, como se os grandes problemas a resolver e as diferentes opções a tomar fossem questões que se resolvessem a contento desde que ao leme esteja “o homem certo”…
Mas o homem realmente só lá está para cortar não sei quantos milhões, o resto é fogo de vista. Depois de ter mandado umas dezenas de milhares embora, de ter agrupado, privatizado e municipalizado, até poderá dar-se ao luxo de dizer umas coisas engraçadas sobre o “eduquês”…
Outubro 11, 2011 at 3:11 pm
#13,
É nesses casos que os “indivíduos” se distinguem das “massas”.
Outubro 11, 2011 at 3:16 pm
O Sr. P. Guinote já usa lápis azul comentários.
Outubro 11, 2011 at 3:28 pm
A verdade nua e crua! Também tinha enorme expectativa no que viria e, até, alguma esperança. Agora…
É, mais uma, situação MUITO triste!
Outubro 11, 2011 at 3:45 pm
#13 e 17
O esquematismo é sempre tentador e o maniqueísmo o mais fácil.
Porém, entre o homem providencial e o simples títere há um mundo para a acção política; e para a decisão reflectida e consequente.
Nesse mundo cabe aquilo que se chama governação, um desafio sempre difícil – é por isso que não é para todos (quiçá para NC) – entre a necessidade (constrangimentos materiais, administrativos, ideológicos) e a liberdade (a contingência da acção política, com os seus critérios e riscos imanentes).
Outubro 11, 2011 at 4:11 pm
…Vivendo e aprendendo…
…aprender até morrer…
…Ó Buli, ajuda aqui que a vontade de soltar a verborreia é tanta e eu prometi outros 60 dias sem vernáculo sempre que ouço falar em camaleões…
Outubro 11, 2011 at 4:34 pm
O aristocrato:

Outubro 11, 2011 at 4:42 pm
Aplaudo! Concordo em absoluto com o texto do Paulo! Foi isso exactamente que pensei! Na Escola onde anda o meu filho foi-lhes prometido que o prémio viria … de um mecenas qualquer ( pareceu-me que nem que fosse do bolso do director) . O director confessou que se encontrava envergonhado perante aquela situação! Foi muito bem dito!
Outubro 11, 2011 at 4:43 pm
Para mim este ministro nunca me enganou(como ministro). Mas também, conheço uma pessoa que privou com ele no Tagus Park recentemente…e nada me surpreendeu. E o que ainda vier por ai, menos me espantará(and trust me, there’s more on the way).
O pior é que agora, mesmo que ele tente dar a volta à sua “imagem”, já está preso aos ditames e sugestões da carneirada assessora que o rodeia e afoga com a cartilha polític avigente. E isso, é tudo o que a política não precisa.
Outubro 11, 2011 at 4:59 pm
Uma perspectiva do canteiro com usufrutuário a prazo certo:

Outubro 11, 2011 at 5:05 pm
Adoro esse jardim nas Laranjeiras. Relembro uma vez que fui a uma reunião com expertos da OCDE e encontrei nas escadas um antigo “usufrutuário” ainda com um pedaço de massa folhada(presumo que de um Mil-Folhas) junto ao lábio. Pensei para mim: ” Se não fosse pelo jardim à porta, não sei como este gaijo aguentaria vir aqui todos os dias. Passaria os dias a enfartar bolas de Berlim no café ali perto”
Outubro 11, 2011 at 5:09 pm
“Sob o tímpano ostentou em tempos a frase latina: «Hic mores hominum castigantur» («Aqui serão castigados os costumes dos homens»)”

Outubro 11, 2011 at 5:14 pm
#27
Ou no Jardim Zoológico que está perto.
Outubro 11, 2011 at 5:19 pm
Para acabar a exposição, uma possível contemplação da pré e pós sesta:

Até à próxima exposição.
Outubro 11, 2011 at 5:19 pm
Não será mais chouriços de sangue?
Outubro 11, 2011 at 5:21 pm
Sobre o Caminho Nada
nem o branco fogo do trigo
nem as agulhas cravadas na pupila dos pássaros
te dirão a palavra
Não interrogues não perguntes
entre a razão e a turbulência da neve
não há diferença
Não colecciones dejectos o teu destino és tu
Despe-te
não há outro caminho
Eugénio de Andrade
Outubro 11, 2011 at 5:24 pm
Embora não lhe reconhecendo capacidade comunicacional neste momento, conseguiu iludir. Terá ideias avulso, nada consistente. Igualmente acreditei que fosse um homem livre (para poder implementar qq coisa séria).e não um refém.
O disco está riscado. Paira a desilusão.
A propósito…..que é feito dele?
Outubro 11, 2011 at 5:52 pm
#19,
Importa-se de desenvolver e demonstrar?
É verdade que há por aí umas nadas e uns ronrons bloqueados, mas é por causa dos modos canhestros ou do vocabulário limitado.
Enunciar uma baboseira não a torna uma verdade.
Outubro 11, 2011 at 5:53 pm
Estão a tirar-nos o poder de acreditar nas pessoas e nas suas palavras, deste modo a abstenção e a indiferença subirão cada vez mais.
Outubro 11, 2011 at 6:27 pm
Uma enorme desilusão logo a apartir do momento em que não suspendeu a avaliação e fez uns remendos no modelo anterior.
DEIXEI DE ACREDITAR EM POLÍTICOS. Não sei se votarei nas próximas eleições. PROMETEM UMA COISA E FAZEM OUTRA. Assim, não merece a pena ir votar em aldrabões!
Outubro 11, 2011 at 7:05 pm
# 36
Podemos até votar em branco, mas temos a obrigação de ir votar.
A democracia desilude-nos, mas não nos podemos alienar. Há menos de quatro décadas, em Portugal, as mulheres ainda não podiam votar. Há menos de quatro décadas, neste país, havia presos políticos. Não podemos desistir.
Outubro 11, 2011 at 7:12 pm
A democracia é a mais bela das ditaduras…..dá-nos a sensação de poder não o tendo na realidade…
Os homens são atormentados pelo pecado original dos seus instintos anti-sociais, que permanecem mais ou menos uniformes através dos tempos. A tendência para a corrupção está implantada na natureza humana desde o princípio. Alguns homens têm força suficiente para resistir a essa tendência, outros não a têm. Tem havido corrupção sob todo o sistema de governo. A corrupção sob o sistema democrático não é pior, nos casos individuais, do que a corrupção sob a autocracia. Há meramente mais, pela simples razão de que onde o governo é popular, mais gente tem oportunidade para agir corruptamente à custa do Estado do que nos países onde o governo é autocrático. Nos estados autocraticamente organizados, o espólio do governo é compartilhado entre poucos. Nos estados democráticos há muito mais pretendentes, que só podem ser satisfeitos com uma quantidade muito maior de espólio que seria necessário para satisfazer os poucos aristocratas. A experiência demonstrou que o governo democrático é geralmente muito mais dispendioso do que o governo por poucos.
Aldous Huxley, i
Outubro 11, 2011 at 10:49 pm
Parabéns, Paulo:
– Nada como ser independente.
No entanto, e porque considero importante deixar a nota, penso que Nuno Crato foi/é, digamos, o homem certo no momento errado.
E que, apesar de algumas (e bem grandes!) desilusões, ainda é cedo para encomendar a cruz.
– Ainda preciso de ver mais alguns capítulos desta “novela”, apesar do balanço inicial e dos “sinais” evidenciados serem negativos.
Prefiro aguardar e esperar (torcendo sinceramente) que melhores dias virão.
Tenho é pena daqueles que não conseguem libertar-se das suas próprias prisões.
E um certo asco dos abutres armados em pavões.
…
Outubro 11, 2011 at 10:58 pm
ACONSELHO ESTE LIVRO AOS AINDA CRENTES…
http://bulimunda.wordpress.com/2011/10/10/porque-e-preciso-acreditar-mesmo-quando-nao-se-acredita-em-nada-o-instinto-de-acreditar-por-jesse-bering/
Outubro 12, 2011 at 1:43 am
Olá a todos os colegas,
Só gostava de entender como é que 1 prof que faltou (tudo que lhe apeteceu) tem a mesma valorização que outro que nem 1 falta deu?!!!!
Está tudo dito,porque é 1 excelente exemplo de 1 “país modelo com 1 avaliação modelo”.