A sério. E digo mais: há quem deveria estar de baixa permanente que fazia melhor aos alunos do que estar a trabalhar sem condições.
70 mil atestados passados em 4 meses a professores
(…)
Entre outubro de 2010 e janeiro deste ano foram passados 70 031 atestados a professores, o equivalente a 514 mil dias de baixa.
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Dá um pouco mais de 7 dias de baixa por cada atestado. Como doença parece-me pouco preocupante. Seria interessante conhecer os pretextos e quantos professores recorreram a atestados porque não foram 70.000. O mais certo é ter muitos professores que renovaram mensalmente atestados devido a doenças prolongadas, por não lhes ter sido concedida redução da componente lectiva.
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Já agora, vamos voltar a estas habilidezas de spin?
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Igualmente interessante: para quando um estudo sobre a maravilhosa ausência de faltas por parte de quem tem por missão validar as faltas alheias (e as próprias)?
Setembro 26, 2011 at 3:03 pm
Só estranho serem todos os atestado da mesma médica, o nº de dias de faltas por professor não é relevante…
Setembro 26, 2011 at 3:10 pm
Pois é, gostava de saber quantos directores têm faltas marcadas? Como quase nenhum dá aulas, detêm poderes de autoridade majestática sobre as secretarias e não há efectivo controlo interno ou externo – presumo que poucos terão faltas marcadas nos registos biográficos e efectivo desconto de subsídio de refeição e vencimento de exercício. E ainda usufruiam daqueles 30 dias anuais de bonificação para a aposentação na redacção anterior do ECD, por não terem faltas!
Conheço uma que estava doente em casa mas não punha atestado médico. A chefe de secretaria ia a casa dela “a despacho”…
Setembro 26, 2011 at 3:42 pm
Estas coisas colocadas assim não ajudam nada.
A opinião pública continua a ser (des)informada com noticias de 1ª página de um jornal (logo o DN) e claro pensa logo que esta malta quer emprego para não trabalhar…
Na minha escola as coisas não são assim e felizmente 90 e muitos por cento dos professores não deram faltas no ano lectivo anterior, por isso vamos descobrir de ode vem a informação, para que serve e como chegaram ao número de 70013…
Continuam a querer achincalhar-nos… e os nossos sindicatos deixam.
Setembro 26, 2011 at 3:44 pm
onde andarão as minhas faltas?
Setembro 26, 2011 at 3:59 pm
#1
Essa médica não devia fazer mais nada para passar 70 mil atestados médicos a professores…
Nem dormia!
Setembro 26, 2011 at 4:04 pm
Estas notícias passadas assim até podem não ajudar muito, porque quem as lê nem sempre tenta perceber o conteúdo da notícia.
Mas já que este número veio a público, realmente seria interessante perceber as razões, o número de professores e, já agora, a sua idade…
Ou pensam que isto de aumentar a idade da reforma é pera doce para quem trabalha com crianças e jovens?
Setembro 26, 2011 at 4:06 pm
#2
É pura verdade. E desaparecem dias e dias da escola. O que não aconteceu só nos últimos tempos, pois na minha escola já lá vão 10 anos de vida boa, fazendo cursos e viagens, compras.
E as faltas que tapam aos amigos que lhes redigem as teses, ajudam nas traduções de inglês, e nao só …!?
Setembro 26, 2011 at 4:09 pm
3,
“Continuam a querer achincalhar-nos… e os nossos sindicatos deixam.”
olha que não! (esta treta, aqui, já nem sequer me chateia) vê abaixo, a partir dos 26 minutos
http://www.tvi24.iol.pt/aa—videos—sociedade/professores-baixas-educacao-ministerio-publico/1283534-5795.html
Setembro 26, 2011 at 4:16 pm
2,
“E ainda usufruiam daqueles 30 dias anuais de bonificação para a aposentação na redacção anterior do ECD, por não terem faltas!”
qqr professor (não só diretores), mediante requerimento, podia gozar deste bónus (1 mês por cada ano sem faltas), até ao máximo de 12 meses, mas tinha que pagar à CGA o respectivo desconto calculado pelo praticado no ano do requerimento
Setembro 26, 2011 at 4:35 pm
Há 2 anos fui operada, estive de atestado uns dias e também de férias no período de doença já que não tem sido possível gozar as férias a que tenho direito.
Conhecem casos desses ( #2,#7) por favor denunciem-nos, interroguem quem de direito.
É o mesmo que dizer que a notícia amola todos os professores.
Setembro 26, 2011 at 4:47 pm
Fantasia. Vejamos: 70 000 atestados em 4 meses, isto é, 17 500 atestados por mês ou 583 atestados por dia. Se os professores/educadores são 150 000 (?), isto quer dizer que, considerando um dia de trabalho, apenas 0,388% dos professores faltaram nesse dia. Outras contas: o valor médio de duração de cada atestado rondou os 7 dias (514 000 dias de baixa / 70 000 atestados), o que corresponde, mais ou menos, ao tempo necessário para curar uma gripe. Nada de novo na frente ocidental. Pois!
Setembro 26, 2011 at 4:53 pm
#2 Ó Pedro, vai-me desculpar, o que diz é um disparate pegado. Com esse raciocínio pode-se juntar à restante opinião pública que diz que os professores se fartam de ter férias, se fartam de faltar e, mesmo assim, estão sempre descontentes. Não querem perder as regalias…
Por favor, até pode conhecer uma aventesma que só mande fazer e nem apareça à escola. O que eu conheço de diretores e quejandos é que passam praticamente o tempo todo na escola… férias é brincadeirinhas, duas semanas é um luxo! e no ano todo. Que natal e páscoa não são férias…
Não brinquemos… e aprendamos a valorizar a nossa classe. Como diz o anúncio “se não o fizermos nós, quem o fará?”
@ Paulo… pois eu também gostaria de saber quantos são os professores!… assim dito, é mais de metade da classe! que baixeza!…. e eles que contem quantos desses professores não estão a léguas da família – olha, também eu os metia!
E é claro que conheço, até na minha escola, quem se faça aos atestados… todos conhecemos. Mas isso faz regra? ou é como ali o amigo Pedro?…
Setembro 26, 2011 at 4:57 pm
# 7 – imagino que essa pessoa terá um nome. Poderia até ser objectiva. Ou tem medo da avaliação? Por outro… a personagem está nessa vidinha há 10 anos???? então deve ser muito amigo da maioria dos professores da escola, para ninguém o ter posto fora enquanto era tempo…
Setembro 26, 2011 at 5:06 pm
# 2 e 7
Os directores têm isenção de horário, logo …
Setembro 26, 2011 at 5:10 pm
tambem há profs que fazem pequenas intervençoes(operaçoes) e vão trabalhar no dia seguinte(nao entregaram atestado)
o tempo conta para avaliaçao da assiduidade.pensava-se…
mas,como o que conta acima de tudo é a cunha,foram reconduzidos os faltosos e os outros que se esmifraram viram o horario que lhe tinha sido distribuido entregue aos afilhados.
há de tudo,haja trabalho e saude.
Setembro 26, 2011 at 5:17 pm
O escrutínio da sociedade sobre a escola é cada vez mais apertado, atribuindo-se a esta os problemas que aquela não consegue resolver, pedindo-se-lhe uma dedicação a tempo inteiro em relação aos jovens que a sociedade se dispensa de educar e disciplinar, transformando os docentes em terapêutas ocupacionais, papel que é um desafio aos limites humanos e profissionais destes – o que, infelizmente, além de ser pouco reconhecido, ainda é muitas vezes devalorizado, quando não achincalhado (lembrem-se alguns comentadeiros).
O estatuto profissional e social dos professores está, deste modo, sujeito a uma pressão ambivalente e paradoxal: exigem-se-lhe cada vez mais e maiores responsabilidades e reconhece-se cada vez menos a importância desse esforço e a nobreza dessa missão.
Por outro lado, o nosso ensino trouxe-nos um modelo de escola desumanizado, a escola-empresa, em que cada vez se pede menos aos professores que sejam educadores
e mais que sejam técnicos para adestrar mão-de-obra. O papel originário do professor-educador foi desvirtuado, encontrando-se hoje os docentes compelidos à submissão a padrões de desempenho e a objectivos de rendibililidade – a que a ADD vem acrescentar factores perversos de competitividade e conflitualidade interpares.
O professor está assim sujeito a uma terrível pressão diária, de todos os lados, que põe em causa a sua integridade pessoal e familiar e a sua estabilidade emocional e profissional. Nesta situação, realmente até admira como os professores não precisam de mais atestados…
Setembro 26, 2011 at 5:52 pm
Ora bem, façamos umas contas.
Um número significativo de professores está de baixa médica prolongada, uns internamento ou doença, outros por falta de condições físicas ou psicológicas para leccionar. Uns aguardam a reforma que já devia ter vindo, outros viram ser-lhes negada a redução da componente lectiva ou a reforma por invalidez, mas isso não os torna capazes de trabalhar numa profissão exigente como é a de professor.
Imaginando que há 2000 professores nesta situação em todo o país (provavelmente serão mais, em quase todas as escolas conhecemos um ou mais casos destes), 120 dias de faltas a multiplicar pelos 2000, dá-nos 240 mil dias de baixa. Quase metade das 514 mil faltas apontadas.
O resto serão situações normais, doenças de menor duração, em que os professores optaram por fazer uma coisa que qualquer dia também será elevada à categoria de privilégio intolerável: recusarem-se a ir trabalhar doentes, irem ao médico (que além de atestados também examina e diagnostica os doentes e prescreve o tratamento!) e ficarem em casa a recuperar.
Setembro 26, 2011 at 7:21 pm
Os professores são iguais aos outros, só que argumentam mais e melhor ( nem sempre) em relação às suas fraquezas humanas, escudando-se nos psicodramas (gosto deste termo) vividos pela classe.
Setembro 26, 2011 at 7:25 pm
#12 – Claro que qualquer professor podia usufruir dessa bonificação e pagando o respectivo desconto (não lhes acabou por servir de grande coisas com as recentes alterações ao Estatuto da Aposentação); mas não se esqueça que a esmagadora maioria dos directores – desde o DL115-A/98 – não dá aulas e, portanto, não lhes é marcada qualquer falta em grande parte das escolas;
# 14 – A isenção de horário dos directores não os isenta do cumprimento dos deveres de assiduidade; é o que diz a lei.
Setembro 26, 2011 at 7:39 pm
#18
O problema não está em reconhecer que “os professores são iguais aos outros”, com as mesmas “fraquezas humanas”, mas em reconhecer que a sua profissão não é igual às outras (não terá exigências e características específicas, senão únicas?), não é apenas uma entre tantas outras…
A questão central é a de saber qual o papel que a sociedade reserva à educação (que revela a imagem que ela tem de si e do homem) e, concomitantemente, o estatuto que reconhece aos seus agentes. Educar como e para quê?
Setembro 26, 2011 at 8:22 pm
#20
É inútil argumentar que a profissão docente tem exigências e características específicas.
Eu já desisti de o fazer. As pessoas não querem saber das exigências que o ensino faz ao professor.
Pior do que isso, as pessoas não se querem dar ao trabalho de tentar compreender que exigências são essas e quais as suas consequências.
Já tive um trabalhador de um hipermercado (em cujas funções se contava fazer entrevistas para contratar pessoas), que, depois de eu explicar as exigências da nossa profissão e exemplificar com algumas situações, me respondeu que também ele tinha um grande desgaste emocional e não era por isso que tinha regalias.
Nunca tendo posto em causa o trabalho desta pessoa, fiquei parvo com o desdém que revelou para com as nossas dificuldades, reduzindo-as a nada e referindo apenas que achava bem todas as medidas que andavam a ser tomadas.
Há que dizer que a pessoa em causa ganha mais que muitos professores em início de carreira e ainda tem carro da empresa (que usa também para fins pessoas).
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Portanto, sendo este apenas um de entre tantos exemplos, confesso que já não me dou ao trabalho de explicar o que quer que seja e respondo só e apenas:
Se a vida de professor é assim tão boa, porque não vais dar aulas?
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Porque, muito sinceramente, já não há paciência para o desprezo que dão ao nosso esforço e ao nosso trabalho.
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Setembro 26, 2011 at 8:26 pm
#21
Permita-me que, a este propósito, o reenvie para o meu comentário nos post acima “Entre o psicodrama…”.
Setembro 26, 2011 at 8:32 pm
#22
Li. Mas…
Alguém tem dúvidas de que o cansaço psicológico, a fadiga mental, são bem piores do que o cansaço físico?
Raras são as pessoas que reconhecem isto.
Setembro 26, 2011 at 9:36 pm
No próximo sábado, o MST vai escrever mais uma crónica sobre as faltas dos professores.
Ao menos o Emídio Rangel foi calado..
Setembro 26, 2011 at 9:49 pm
Estamos a sofrer muito nas escolas. Horários sobrelotados turmas sobrelotadas, falta de professores, excesso de aulas de substituição… Alguns não aguentam… e penso que vai piorar. Isto de colocarem os mais velhos a trabalhar até cada vez mais tarde e os jovens licenciados estarem no desemprego… Não é uma solução inteligente.
Setembro 26, 2011 at 9:51 pm
A isenção de horário dos directores significa que não têm hora de entrada nem de saída da escola, até nas ditas interrupções lectivas… E ainda há quem tenha inveja.
Setembro 26, 2011 at 10:17 pm
“Igualmente interessante: para quando um estudo sobre a maravilhosa ausência de faltas por parte de quem tem por missão validar as faltas alheias (e as próprias)?”
Ora aí está o cerne da questão…
E mais para cima? Quem pede responsabilidades a quem levou o País a este estado?
“uhhhu…o vento lá fora!
[fim de excitação]
Setembro 26, 2011 at 10:25 pm
meus amigos a depressão vai ser a doença do século XXI e vai ser pior do que o h5n1…AS CONSEQUÊNCIAS VÃO SER ATROZES..ETA DOENÇA É EXTREMAMENTE COMPLICADA DE TRATAR…PIOR AS ENDÓGENAS UM POUQUINHO MELHOR AS EXÓGENAS…VAMOS PARECER ZOMBIES COM A MEDICAMENTAÇÃO…TUDO A BEM DA PRODUTIVIDADE CLARO…
Setembro 26, 2011 at 11:04 pm
Que engraçados… ainda não perceberam a razão dos atestados? irra! Simples, venham as aposentações pedidas em Dezembro e “acabaram-se” uns bons milhares de atestados
Setembro 26, 2011 at 11:05 pm
A culpa é dos diretores……………………….
Setembro 26, 2011 at 11:10 pm
No ano passado, na minha escola, uma colega esteve o ano inteiro de atestado médico (via junta médica) à espera da aposentação. Só ela deu uma carrada de faltas. Pelo país há muitos professores na mesma circunstância – sem capacidades para aguentar a pressão (e a depressão) resta-lhes esperar , da maneira possível, a chegada da reforma. A notícia é falaciosa e tendenciosa.
Setembro 27, 2011 at 1:10 am
Alguém sabe como marcar “consulta” com a tal médica?
Setembro 27, 2011 at 9:28 am
#9
E não eram 12 meses: eram 24
Setembro 28, 2011 at 7:55 pm
#27
MUITO PERTINENTE!!!
SUBSCREVO!!!
P.S. NÃO DESCUREM A VERDADE!!!
A TODOS PODE TOCAR…