Alguém a referiu em comentários, atribuindo a autoria a uma eventual posição da FNE ou ao Ramiro Marques. Não fui verificar, para não ofender directamente ninguém pelo pensamento asinino.
Ao que consta, a ideia seria os professores aceitarem o congelamento salarial em troca da subida nos escalões da carreira. Ou seja, mudaríamos de escalão, mas ficaríamos a ganhar o mesmo.
Parece uma coisa na esteira daquelas do ministro Mota Soares. O espaço é o mesmo, mas leva o dobro das criancinhas.
Portantosssss… o pessoal ficava feliz com o simbolismo da progressão, nada ganhando com isso.
Mais complicado, ao subir, por exemplossssss, do actual 6º para o 7º escalão, manteria o índice salarial 245 e não ascenderia ao 272.
Muito inteligente. Em letra de lei então significaria a regressão salarial dos escalões da carreira.
Isto é o tipo de boa solução que só se aconselha aos outros.
Já agora poderiam oferecer-nos medalhas por cada ano de congelamento, que usaríamos na lapela nos momentos solenes da vida escolar, como conselhos de turma, reuniões gerais, reuniões com EE e idas ao WC.
Brilhante, numa perspectiva miserabilístico-albanesa.
Setembro 7, 2011 at 2:45 pm
uma ideia xalente de um mentecapto qualquer…
Setembro 7, 2011 at 3:05 pm
Atenção que é o que tem acontecido no ensino superior! Assistentes passam a professores auxiliares mantendo o vencimento de assistentes!
Setembro 7, 2011 at 3:17 pm
Uauuuuu….bués de fixeeee :-(((
Setembro 7, 2011 at 4:30 pm
a chamada ideia de m………..
Setembro 7, 2011 at 4:36 pm
#2,
Se ficam satisfeitos com medalhas… até podem passar a titulares-relatores vitalícios.
Setembro 7, 2011 at 4:59 pm
Só para ter um bom termo de comparação, na vizinha Espanha aumentaram a componente lectiva dos professores de 18 para 20 horas semanais e, em contrapartida, aumentam-lhes o vencimento em 75 euros mensais. Claro que é pouco, diria o RM há uns meses atrás. Em Portugal aumenta-se a carga horária e o nº de alunos por turma, congela-se progressões, corta-se o vencimento, aumentam-se os descontos para o IRS e ADSE e aponta-se o dedo aos malvados que não contribuem abnegada e alegremente para o bem da nação. Já estou a ver o RM substituir o berbequim e chamar arruaceiros aos professores(coisa que ele desconhece o que seja)que se lembrarem de fazer manifestações ao sábado.
RM, ponha os olhos na figura que fez em tempos o Rangel, no desprezo governamental que recebeu em troca, e cale-se lá um bocadinho.
Setembro 7, 2011 at 5:01 pm
Embora pareça ser quase “amendoins”, é preciso ver a parte positiva para os docentes se tal acontecesse…
Significaria que, na altura dos descongelamentos dos salários, muitos docentes começariam logo a receber por índice superior, relativo à progressão obtida enquanto do congelamento, e outros estariam muito mais próximos de progredir!
Seria assim tão mau, comparado a estar mais 2 anos e meio congelados, tanto em salário como em tempo de progressão?
Setembro 7, 2011 at 5:05 pm
«Significaria que, na altura dos descongelamentos dos salários»
dream on…
Setembro 7, 2011 at 5:14 pm
# 7
A ideia do congelamento da progressão não é precisamente pagarem menos salários? Se isso acontecesse qual era a diferença entre os custos com os vencimentos actuais e os futuros?
A ideia base (foi) é diminuir o salário dos funcionários públicos não só pela diminuição dos tais 5 a 10% mas, também congelando as progressões.
Setembro 7, 2011 at 5:22 pm
L.: A medida seria a poupança durante apenas estes 3 anos com o não aumento dos salários! Mas também provocaria um aumento significativo da despesa em 2014(???)…
Apenas referi a parte positiva de tal medida… Pois não acredito minimamente que tal venha a acontecer!!! Se tivermos muita sorte, em 2014 descongelam tudo… E mesmo isso, tal como a Pipa disse, o melhor se calhar é “dream on”…
Setembro 7, 2011 at 5:34 pm
#0
Ainda estou constrangido!
– Ou a ideia é tão absurda e envergonho-me que tenha partido de um docente.
– Ou a ideia é brilhante e envergonho-me por não compreender em quê.
Setembro 7, 2011 at 6:01 pm
Qual congelamento? É ROUBO do tempo de serviço! Acham que alguém vai ser reposicionado no escalão a que tem direito? O que é que aconteceu com o anterior congelamento? ROUBO!!!!
Setembro 7, 2011 at 6:33 pm
#11
Vamos ver então a situação. Há algum tempo atrás, o Ministro das Finanças vem afirmar que até 2014 não pode haver aumento de salário. Questionado sobre as progressões, ele afirma que tal poderia acontecer desde que não implicasse aumentos. Isso abriu a especulação, no site do prof. Ramiro, sobre progressões mantendo o congelamento de salários…
Comparemos as 2 situações…
Como as coisas estão de momento, só em 2014 (será mesmo?) será “descongelado” o tempo de serviço, e com ele as progressões e aumentos salariais. Significa, por exemplo para quem fosse progredir em Jan de 2011, que progrediria em Janeiro de 2014, e só passado 4 anos (Jan de 2018) poderia progredir para o escalão seguinte…
Havendo descongelamento do tempo de serviço e progressões, mas mantendo o congelamento salarial (imaginemos que a partir de Jan de 2012), implicaria, no exemplo dado, quem progredia em Jan de 2012, mantendo o índice salarial, em Jan de 2014 (havendo o descongelamento salarial) passaria a ganhar pelo seu novo escalão, e faltaria 2 anos (Jan de 2016) para progredir para o escalão seguinte…
Mas duvido muito que tal seja até possível, sendo certo que estará tudo congelado até 2014 (pelo menos…)!
Setembro 7, 2011 at 6:54 pm
Caros colegas, esqueçam o “descongelamento”! Acho que alguns ainda não perceberam que há um problema estrutural nas finanças públicas, que é uma estrutura de despesa que não é compensada por receitas equivalentes. As despesas públicas, incluindo os encargos com salários, têm de baixar de forma permanente. Diminuindo o número de funcionários e pagando-lhes menos. E isto não é para resolver um problema imediato. É para ficar mesmo assim.
Não havia soluções alternativas? Havia. Mas os Portugueses votaram nesta política, que é a da troika e dos partidos do centrão. 85% dos eleitores, como gostam de nos recordar. Agora, aguentem…
Setembro 7, 2011 at 7:17 pm
A questão não é mesmo essa. Trata-se de saber em que moldes se globaliza a renda e redistribui mais equitativamente. Nesse sentido podemos certamente enunciar que a esmagadora maioria dos habitantes do primeiro mundo verão a sua renda congelada. Com um bocado de sorte isso reverterá a favor de uma larga percentagem dos habitantes do resto do globo. Se tudo correr mal engordarão apenas uns poucos nesses países.
Setembro 7, 2011 at 7:22 pm
Que ideia “fãntástica”! Será mesmo preciso tornar-se acrítico quando o partido do coração está no governo? Ao menos o SM Castilho ainda vai esperneando , embora muito criticado por RM que até lhe enviesa o sentido das palavras.
Setembro 7, 2011 at 7:30 pm
#15
A globalização actual, da forma que está a ser conduzida, agrava as desigualdades em vez de as atenuar.
O efeito da abertura dos mercados e da movimentação livre dos capitais, em linhas gerais, é o seguinte: os ricos dos países pobres tenderão a tornar-se mais ricos, equiparando-se aos ricos dos países mais desenvolvidos. E os pobres dos países ricos, bem como boa parte das classes médias, empobrecerão até um nível próximo dos pobres do 3º mundo.
Se o processo não for travado, é isto que acabará por acontecer. A globalização não está a enriquecer os pobres. Está sim a tornar os ricos ainda mais ricos. Na divisão do rendimento entre capital e trabalho, aquele tem vindo a apropriar-se de uma parcela cada vez maior…
Setembro 7, 2011 at 7:36 pm
Só falta dizerem que é por uma questão de autoestima para que a ideia atinga a perfeição em termos de ridículo.
Setembro 7, 2011 at 7:37 pm
atinja.
Setembro 7, 2011 at 7:56 pm
O problema é que essas ideias asininas muitas vezes chegam a Deus e ganham força de decreto.
Agora algo que nos deixa uma sensação de déjà vu:
Confundir horas lectivas con horas de trabajo no es gratuito, es una manera de contribuir al lugar común de que los profesores trabajan poco. Tampoco es nuevo: siempre que se trata de estrechar los derechos laborales en la enseñanza alguien deja caer, como de manera inocente, que los docentes de la educación pública gozan de más ventajas que el resto de los trabajadores.
http://www.elpais.com/articulo/ultima/Profesores/elpepiult/20110907elpepiult_1/Tes
Setembro 7, 2011 at 8:22 pm
Acho esta ideia espectacular!!!
E ainda mais se aplicada à ADD… Não havia quotas para ninguém, mas também ninguém beneficiaria da avaliação que teve…
Setembro 7, 2011 at 8:37 pm
#17
A sua análise limita-se a apoiar a segunda hipótese que eu levanto. Esquece que há duas hipóteses. Além disso introduz uma premissa errada. Realmente o trabalho está desvalorizado na medida em que muito poucos são necessários (os criativos) após a mecanização e informatização. O problema dos trabalhadores , mesmo na RPC, é que os capitalistas poderão, cada vez mais, prescindir deles. Não se trata de voltar a valorizar o trabalho mas sim de encontrar outro modelo social. Coisa que Marx não podia antever.
Setembro 7, 2011 at 10:14 pm
#22
Essa história de o trabalho estar em vias de extinção com a informatização e a mecanização é, desculpe a expressão, uma treta. Dizem isso e as pessoas acreditam. Mas ninguém satisfaz as suas necessidades básicas a partir de um ecran de telemóvel ou computador. Uma das causas profundas da crise económica que atravessamos resulta precisamente de muitos terem ido nessa conversa, uns por ganância, outros por estupidez, e se ter desmantelado boa parte do aparelho produtivo português. Achavam que iríamos reconquistar o mundo com muita criatividade e muitos computadores…
Ou, se quiser ver de modo mais global, observe o que se está a passar actualmente com a carência de matérias-primas e a carestia generalizada destas e dos alimentos essenciais. A economia real será sempre a base do sistema económico, pois é ela que garante a longo prazo a satisfação das necessidades das populações e o desenvolvimento sustentado das economias nacionais.
O que a economia de casino garante, com os seus produtos financeiros cada vez mais tóxicos, são rentabilidades elevadas a curto prazo, sobretudo para os capitais sem fronteiras que dão a volta ao mundo e aterrando preferencialmente nos paraísos fiscais. Claro que as bolhas de vez em quando estouram, e depois lá vem a conta para toda a gente pagar…
Caro Quimbóio, aprenda a ver para além da paisagem que lhe mostram…
Setembro 7, 2011 at 11:08 pm
#23
A carência de matérias primas só influi no número de seres vivos permitido. Em nada altera as relações de forças. O que as altera é a necessidade as partes têm umas das outras. Se você viajar um bocadinho e falar com os “trabalhadores” verá que a conversa descamba logo para o desemprego causado pela mecanização e informatização. É falso que se possam criar mais empregos, no sentido tradicional do termo, com a mecaninformatização em curso.
No futuro a ocupação do tempo de cada um dependerá muito mais da capacidade de cada um encontrar utilidade para o emprego do tempo na concretização das suas aspirações pessoais e não na satisfação das solicitações dos empregadores.
De resto a crítica marxista envereda pelo mesmo paradigma fundamental que a capitalista. No fundo, o trabalhador que sonha com a manutenção do modelo actual melhorado com a valorização do seu trabalho percebe tão pouco como o especulador que sonha com um mundo de especulação absoluta em que todos ganham e a economia é um jogo perpétuo de soma positiva.
Setembro 7, 2011 at 11:31 pm
#24
A carência de matérias-primas e alimentos é um sintoma de uma economia global cada vez mais orientada para a especulação e para o lucro imediato, descurando a produção, o investimento e o planeamento a longo prazo. Por isso é que as crises económicas se sucedem e o crescimento económico se mantém anémico desde há décadas…
Agora quanto ao trabalho, se me disser que precisamos todos de trabalhar menos para vivermos melhor, com mais tempo livre e dessa forma haver trabalho para todos, inteiramente de acordo!
Também concordo que a mecanização e as tecnologias da informação permitem reduzir a mão-de-obra necessária a certas tarefas, mas nem sempre isso é um bem absoluto. Muito do trabalho criado pela “sociedade da informação” é socialmente inútil e até degradante nas condições em que muitas vezes é exercido.
Setembro 8, 2011 at 12:30 am
Claro que é trabalho inútil. Foi essa a primeira bolha especulativa: a do marketing e do intermediarismo introduzido na cadeia comercial. É mais uma prova de que com a mecaninformatização um paradigma se torna obsoleto mais uma vez na História. Mas a carência de matéria prima é uma variável incontornável e não há volta a dar-lhe. Mesmo que a energia se tornasse de novo barata através de um salto tecnológico, seria mesmo assim necessário resolver o problema da transformação da energia em massa, em bio-massa, para alimentar a população sempre crescente. Se todos os factores forem potenciados (saúde infantil, higiene, água potável, etc.) e os níveis de consumo forem nivelados no planeta, temos uma situação inustentável. Portanto, mesmo que os muito ricos acumulem papel moeda e bens materiais, não é possível suprir a população toda no seu conjunto a níveis sempre crescentes de consumismo.
Esse é o ponto por onde comecei e por onde gostaria de acabar: Não é possível. Os nossos rendimentos terão de congelar. Pode alegar que moralmente deverão também congelar (diminuir até) os dos muito ricos. Isso impedirá a inveja e até a guerra. Mas assim mesmo teremos de encarar o facto de que a América agrícola pode ser exaurida em poucos séculos, coisa que a Europa demorou milénios a conseguir. E a China já não terá hipótese de experimentar o “milagre americano”.
Setembro 8, 2011 at 1:04 am
A questão ecológica, ao nível de matérias-primas, fontes de energia e alimentos, é irresolúvel no quadro de uma economia capitalista desregulada, neoliberal, como os “donos do mundo” a têm querido impor. Estou de acordo que precisamos de consumir menos e melhor, produzir e consumir localmente, fazer um uso mais eficiente da energia, apostar na durabilidade dos bens de consumo, reutilizar e reciclar tudo o que pode ser reaproveitado.
Mas fazer tudo isto implica abandonar o neoliberalismo económico e centrar a economia nas pessoas e na satisfação das necessidades individuais e colectivas. A Terra consegue sustentar as populações actuais e provavelmente também as gerações futuras, se o crescimento demográfico não for demasiado acentuado. Mas não com os padrões de consumo do capitalismo americano, nem com a apropriação privada de recursos naturais como a água e as principais fontes de energia.