Rumoreja de novo por aí aquele discurso anti-professores, achando que são uma malandragem que trabalha pouco e ganha mais do que devia. O problema é que os números não são bens esses e numa recente publicação da OCDE sobre a necessidade de manter a docência como uma actividade de topo, em termos de qualidade, o ranking está longe de ser favorável aos professores portugueses, nomeadamente àqueles a que o MEC e as estruturas sindicais consideram mais adequado impor os padrões de ADD mais exigentes.
O que é objectivo é que um professor com 15 anos de carreira (com os congelamentos, é alguém agora na casa dos 40 anos ou mesmo mais), ganha em média cerca de 75% de um outro licenciado, sendo que o professor até tem formação adicional. Em 27 países, Portugal fica em 17º lugar. A vizinha Espanha encabeça a lista, com os professores a ganharem comparativamente mais do que os outros licenciados.
O resto, aquela propaganda agressiva do costume durante o consulado socrático que tanto seduz muitos elementos do PSD e alguns tarefeiros da imprensa, em tempos seduzidos com bolachinhas e chá quando aparentam ar de outros gostos, é apenas o que se sabe: ruído sem grande fundamentação empírica a que se agarrarem.
Setembro 4, 2011 at 4:53 pm
Aviso: O título deve ser traduzido para que não restem dúvidas que se trata de um a comparação do vencimento de um professor (licenciado) com o vencimento médio de outro qualquer licenciado. Caso contrário, haverá por aí ainda muitos opinadores que são capazes de dizer que um professor português ganha mais que um norueguês!!!
Setembro 4, 2011 at 4:54 pm
#1,
Há Inglês desde o 1º CEB. Certmamente temos uma literacia imensa em línguas estrangeiras.
Se em tempos até nos entendemos com a malta toda daqui até Tanegashima…
Setembro 4, 2011 at 4:59 pm
Acho estranho (ou estarei a ver mal ?) é a Norway aparecer 2 vezes. Está a escapar-me algo?
Setembro 4, 2011 at 5:05 pm
Mas isso tb não interessa nada.
Gostei daquela dos «tarefeiros de imprensa», caezinhos amestrados ao serviço do consulado socratino…
Setembro 4, 2011 at 5:12 pm
#2
🙂
Setembro 4, 2011 at 5:58 pm
afinal bem me parecia que era possível detectar os offshores……apesar de eles não terem um edifício físico que os corporize têm sempre alguém que vai ao balcão do banco e que tem la dentro alguém de confiança
Fraude
Três milhões apreendidos a João Pinto
Procurador Rosário Teixeira reteve dinheiro que estava numa conta offshore e abriu um inquérito.
Conheça todos os pormenores deste caso na edição papel do jornal ‘Correio da Manhã’.
Fonte:http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/exclusivo-cm/tres-milhoes-apreendidos-a-joao-pinto-014050243
Setembro 4, 2011 at 6:04 pm
domingo, 4 de Setembro de 2011 | 14:54
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MP apreende três milhões de euros a João Vieira Pinto
O Ministério Público (MP) apreendeu três milhões de euros a João Vieira Pinto, antigo jogador do Benfica e Sporting, noticia este domingo o Correio da Manhã.
Segundo o jornal, a ordem partiu do procurador do MP Rosário Teixeira e refere-se a dinheiro transferido há alguns meses de uma conta offshore para Portugal.
As autoridades pretendem esclarecer se este montante tem origem ilícita, suspeitando-se que o dinheiro poderá ser parte da verba recebida por João Vieira Pinto quando se transferiu para o Sporting e nunca declarada, o que originou um processo por fraude fiscal.
Caso seja determinado que o dinheiro está de facto relacionado com a transferência, o antigo jogador terá de pagar ao fisco os 700 mil euros de impostos em falta, acrescidos de uma coima.
http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_digital/news.asp?section_id=13&id_news=165268
Setembro 4, 2011 at 6:11 pm
Ainda vão falar no per capita and so on…para essas pessoas nós não somos mais NADA DO QUE NÚMERO E DADOS..COMO PARA OS NAZIS ERAM OS JUDEUS…
Setembro 4, 2011 at 6:26 pm
Os zecos devem ter plena noção de que tudo aquilo que possa constituir uma forma de pressão sobre a sua profissão – estatuto social, cultural e remuneratório, ADD… – constitui uma tentação demasiado forte para o Poder, que jamais desistirá de controlar administrativamente e integrar ideologicamente os professores.
Estes têm sido sujeitos a um cerrado escrutínio social (numa profissão escrutinada diariamente, pela sua própria natureza…), que encontrou na ADD um pretexto para a sua legitimação ideológica na rua da democracia.
A avaliação dos zecos transporta consigo uma inquestionável carga política e simbólica de imposição colocada ao corpo docente – afirmação do primado do poder político sobre a “vontade corporativa” – e, simultaneamente, é a face procedimental/operatória (classifica, i.e, distingue e hierarquiza) de uma ideologia tecno-social destinada a condicionar uma classe charneira – perceptível pela estrutura discricionária e intrinsecamente polémica de modelos de ADD forjados para dividir “pares” -, ou não fosse a Educação a questão central das sociedades humanas (queiram-no ou saibam-no elas ou não…), imenso e perigoso poder que está nas mão dos zecos sem que a maior parte deles tenha disso consciência.
Setembro 4, 2011 at 6:28 pm
Tão ou mais importante do que as condições económicas a que estão sujeitos os professores, seria interessante abordar a função que os mesmos desempenham.
Se lermos um livrinho acabado de sair, “Democracia imposta”, podemos perceber melhor aquilo que muitos teimam em ignorar:
os professores são um instrumento ao serviço da dominação do Capital e servem basicamente os propósitos de domesticação dos cidadãos, incutindo a ideologia dominante que sustenta o mercado e a acumulação de capital.
Nada que não tenha já sido afirmado, nomeadamenta por Althusser. O curioso é que agora é Chomsky que o repete, denunciando a colaboração dos professores neste processo de doutrinamento e anestesia social. Porquê?
Simplesmente porque os professores actuam e pensam enquanto funcionários do Estado, preocupados em manter o seu posto de trabalho e alienados em relação ao que realmente ensinam e às finalidades do mesmo.
A entrevista de Chomsky é muito interessante, porque nela é abordado o caso de uma aluno de 12 anos que foi preso precisamente por ter demonstrado a coragem e a consciência política que está a faltar aos professores.
A ler com interesse, sobretudo para acordar os zombies do PCP e do BE para a estratégia falhada(?) que têm seguido.
Setembro 4, 2011 at 6:31 pm
Claro H5n1 nós devíamos era fazer com os da Alpeida.. incutir nos alunos que se deviam fazer implodir nos centros de poder….
Em África os sortudos que vivem em cabanas não têm esse problema….
MEU AMIGO NÃO EXISTEM FINALIDADES ALGUMAS APENAS FINS EM SI MESMO..MESMO NO SEU DISCURSO..FUI…
Setembro 4, 2011 at 6:34 pm
MUITO ELUCIDATIVO..E O RESTO SÃO TRETAS…
É difícil, senão impossível, determinar os limites dos nossos desejos razoáveis em relação à posse. Pois o contentamento de cada pessoa, a esse respeito, não repousa numa quantidade absoluta, mas meramente relativa, a saber, na relação entre as suas pretensões e a sua posse. Por isso, esta última, considerada nela mesma, é tão vazia de sentido quanto o numerador de uma fração sem denominador. Um homem que nunca alimentou a aspiração a certos bens, não sente de modo algum a sua falta e está completamente satisfeito sem eles; enquanto um outro, que possui cem vezes mais do que o primeiro, sente-se infeliz, porque lhe falta uma só coisa à qual aspira.
A esse respeito, cada um tem um horizonte próprio daquilo que pode alcançar, e as suas pretensões vão até onde vai esse horizonte. Quando algum objecto se apresenta a ele nos limites desse horizonte, de modo que possa ter confiança em alcançá-lo, sente-se feliz; pelo contrário, sente-se infeliz quando dificuldades advindas o privam de semelhante perspectiva. Aquilo que reside além desse horizonte não faz efeito sobre ele. Eis por que as grandes posses do rico não inquietam o pobre, e, por outro lado, o muito que já possui, se as intenções são malogradas, não consola o rico. A riqueza é como a água do mar: quanto mais a bebemos, mais sede sentimos. O mesmo vale para a glória. O que explica a pouca diferença entre a nossa disposição habitual e a anterior, após a perda da riqueza ou do conforto e tão logo a primeira dor é superada, é o facto de nós mesmos reduzirmos em igual extensão o factor das nossas pretensões, depois de a sorte ter diminuído o fator da nossa posse. Num caso de desgraça, essa operação é propriamente o que há de doloroso. Uma vez consumada essa operação, a dor torna-se cada vez menor e, por fim, deixa de ser sentida; a ferida cicatriza-se. Pelo contrário, num caso de felicidade, o compressor das nossas pretensões recua, e estas dilatam-se. Nisso reside a alegria, que dura apenas até o momento em que essa operação for totalmente consumada. Nós acostumamo-nos à escala ampliada das pretensões e tornamo-nos indiferentes à posse correspondente a elas.
Arthur Schopenhauer
Setembro 4, 2011 at 6:40 pm
#9
Não tinha lido o comentário do Farpas, mas a minha intervenção vai precisamente no mesmo sentido.
Apenas considero que a ADD não altera o essencial do mal que já está feito: os professores vivem, na sua maioria, alienados em relação ao seu próprio papel.
Os sindicatos e os partidos, ao insistirem sempre na mesma tecla do pseudo-cidadão-consumidor-com-direitos, remeteram a política para os “especialistas”.
O divórcio dos cidadãos com a política é fruto da propaganda e da escolarização dos últimos 30 anos.
Setembro 4, 2011 at 6:43 pm
CLARO O ANALFABETISMO ERA MELHOR ..PARA OS PASTORES LEVAREM O SE REBANHO…
Setembro 4, 2011 at 6:44 pm
…….Para simplificar, no debate que se segue, chamo “trabalhadores” a todos aqueles que não partilham a posse dos meios de produção – embora isto não corresponda exactamente à utilização habitual do termo. O detentor dos meios de produção está em posição de comprar a mão-de-obra. Ao utilizar os meios de produção, o trabalhador produz novos bens que se tornam propriedade do capitalista. A questão essencial deste processo é a relação entre o que o trabalhador produz e o que recebe, ambos medidos em termos de valor real. Na medida em que o contrato de trabalho é “livre”, o que o trabalhador recebe é determinado não pelo valor real dos bens que produz, mas pelas suas necessidades mínimas e pelas exigências dos capitalistas para a mão-de-obra em relação ao número de trabalhadores que concorrem aos empregos. É importante compreender que, mesmo em teoria, o pagamento do trabalhador não é determinado pelo valor do seu produto.
O capital privado tende a concentrar-se em poucas mãos, em parte por causa da concorrência entre os capitalistas e em parte porque o desenvolvimento tecnológico e a crescente divisão do trabalho encorajam a formação de unidades de produção maiores à custa de outras mais pequenas. O resultado destes desenvolvimentos é uma oligarquia de capital privado cujo enorme poder não pode ser eficazmente controlado mesmo por uma sociedade política democraticamente organizada. Isto é verdade, uma vez que os membros dos órgãos legislativos são escolhidos pelos partidos políticos, largamente financiados ou influenciados pelos capitalistas privados que, para todos os efeitos práticos, separam o eleitorado da legislatura. A consequência é que os representantes do povo não protegem suficientemente os interesses das secções sub-privilegidas da população. Além disso, nas condições existentes, os capitalistas privados controlam inevitavelmente, directa ou indirectamente, as principais fontes de informação (imprensa, rádio, educação). É assim extremamente difícil e mesmo, na maior parte dos casos, completamente impossível, para o cidadão individual, chegar a conclusões objectivas e utilizar inteligentemente os seus direitos políticos.
…………
Einstein
Setembro 4, 2011 at 7:00 pm
Leram o “editorial” do jornal “i” que aparece linkado no post? Eu li e fiquei abismado com o despropósito. Já sabia que o homem era tendencioso, não sabia é que o mau jornalismo que faz o tinha promovido a director de jornal, nem que continuava a lançar as mentiras e o veneno sobre a classe docente mesmo após o estertor do socratismo.
Setembro 4, 2011 at 7:01 pm
Vamos ter aumento salarial?!
Setembro 4, 2011 at 7:02 pm
Não li tudo direitinho, mais uma vez, mas parece-me que o pessoal já é doce com os profs, o ministro acha que somos o máximo, portanto só falta o aumento e o reposicionamente + descongelamento e tá tudo esquecido…
Setembro 4, 2011 at 7:04 pm
Só temos uma alternativa, António Duarte, vamos dizer mal dos jornalistas.
Manipuladores que dão informações não verificadas e ganham um dinheirão…
Setembro 4, 2011 at 7:08 pm
De quem é a culpa desta insegurança social?
R: Dos jornalistas porque se dessem as notícias com verdade e isenção, ficaria a opinião pública informada e saberia que a ruína se deve à má gestão dos bancos e dos políticos e, também, dos ordenados dos jornalistas.
Setembro 4, 2011 at 7:32 pm
daqui a pouco o joao pintinho vem á tv dizer que vai sair deste país de m3rd@ 🙂
ps- os jornalistas deviam publicar tb este grafico nos jornais
Setembro 4, 2011 at 7:53 pm
Os dados da OCDE são indesmentíveis. Todavia, também devia haver um gráfico assim para trabalhadores com 30 anos de actividade. Sempre ficávamos com uma visão mais completa.
Setembro 4, 2011 at 8:12 pm
[…] See original article: Professores, Salários, Rankings […]
Setembro 4, 2011 at 9:26 pm
#16,
O homem é bestial.
(ai, que ainda levo outro processo em cima…)
Setembro 4, 2011 at 9:29 pm
#22,
Não o encontrei na obra em causa. Mas posso procurar.
Setembro 4, 2011 at 9:44 pm
O homem a falar o tal do I parece um lama…..
Setembro 5, 2011 at 1:14 am
para as horas que fazem até ganham demais
Setembro 5, 2011 at 1:19 pm
Vendo a coisa noutro prisma, ainda temos umas posições para descer. É só esperarmos pelo que aí vem
😦
Setembro 5, 2011 at 3:10 pm
E tu nem para obrar o fazes sozinho ron.
Setembro 5, 2011 at 4:48 pm
Devo esperar ouvir algum eco deste estudo nos noticiários da TV portugtuesa!?