O problema reside no sentido das alterações! Por mim bastavam-me duas: a eleição pelos directamente interessados dos coordenadores de departamento e eleição directa do Director. A eleição dos coordenadores parece ter entrado na ordem do dia, talvez possamos ter esperanças. Já a do Director …
A culpa é do Ministério, não, é dos sindicatos, não, é dos contratados, ou talvez dos mais velhos, ou dos DACL, será dos alunos?
A culpa é daqueles que nas últimas décadas têm negado a complexidade da profissão docente, tendo contribuído irremediavelmente para o seu descrédito. Negar essa complexidade é negar a necessidade de uma sólida formação científica aliada a uma não menos sólida formação pedagógica e didática.
Agora até já há quem defenda que os licenciados e os doutorados com habilitação própria (com a diversidade de formações de base que estas habilitações englobam) possam voltar a dar aulas, fazendo a profissionalização em serviço algures no futuro. Defender isto é negar a profissionalidade docente e acabar definitivamente com o seu (já pouco) poder reivindicativo.
Vejam-se outras profissões: médicos- porque são eles que sabem praticar medicina; maquinistas da CP- porque são eles que sabem conduzir a máquina. Ambos são detentores de um saber especializado. A profissão docente não é menos complexa e necessita igualmente de um saber especializado.
Para se destruir esta profissionalidade, defende-se agora a revisão do DL nº 43/2007, o único diploma legal que trouxe alguma credibilidade à formação de professores nos últimos anos.
Eu fiz a profissionalização em serviço e tive um colega que terminou um mestrado em ensino regulado por aquele DL. Contra mim falo. O mestrado em ensino é um jogo da 1ª liga; a profissionalização em serviço é um treino da 3º divisão distrital.
A culpa é dos PROFESSORES, que não necessitam do contributo de ninguém para destruírem a sua própria profissão.
Tem toda a razão. Menos num pormenor. Diz-lhe quem já analisou, de A a Z, grande parte dos cursos de formação de professores: cientificamente deixam tudo a desejar. Poderiam ter aprendido o “como” mas não aprenderam o “quê”. Para além de que, podemos questionar se primeiro se aprende a fazer e só depois se ensina.
2 – É ainda objetivo deste Ministério dar maior autonomia às Escolas;
3 – Vão ser implementadas grandes alterações na organização da Administração Escolar, no DL 75, no Estatuto do Aluno, durante o ano letivo.
Estes dois pontos devem ser lidos conjuntamente. As alterações são para dar mais “autonomia” às escolas e não para aumentar a gestão participativa como alguns estão à espera.
Quando mais autonomia das escolas, menos democracia nas escolas. ESTA É A VERDADE que não pode ser negada.
Com mais autonomia os docentes estarão dependentes (ainda mais) de grupos de pressão como os pais/encarregados de educação, da boa ou má vontade de diretores e sua corte.
Vai chover forte e feio. Infelizmente, a minha quota de esperança há muito que se esgotou. Cada um que vem, faz pior que o outro.
Quando a minha avó dizia “atrás dde mim virá, quem de mim bom fará” eu achava que era apenas o cepticismo lusitano que falava. Erro meu…
Estou a achar curioso que, assim como a CONFAP do sempiterno pai da nação se entendeu às mil maravilhas com os governos socratinos, apareçam agora estes pais da CNIPE a relatar os encontros ministeriais que “superaram as suas melhores expectativas”.
Quando se aponta o dedo aos reais ou eventuais alinhamentos político-partidários das organizações sindicais, nada haverá a dizer em relação aos supostos representantes dos encarregados de educação?…
#9
“Com mais autonomia os docentes estarão dependentes (ainda mais) de grupos de pressão como os pais/encarregados de educação, da boa ou má vontade de diretores e sua corte.”
Pois, é ver quantos dos milhares de professores obrigados a concorrer a DACL estão nesta situação não por serem os menos graduados mas apenas porque foi necessário garantir lugar na escola aos elementos da “corte”…
Profissionalizar a gestão administrativa dos agrupamentos (e as arbitragens no futebol), e dar ao presidente do Conselho Pedagógico eleição directa e poderes acrescidos.
Venha o que vier, o que é de lamentar é que pouco depois mais virá, isto é e tal diarreia legislativa, fedorenta como a tal, se isto é uma democracia eu quero ser chinesa. Quantas vezes mexeram no EA nos últimos anos? Tanta lei e nunca ou mal aplicada: isto não terá fim?
Não se poderá fazer uma “limpeza” legislativa a nível da educação e deixar três ou quatro diplomas, entretanto elaborados, que condensem e definam com objectividade o que realmente interessa? Uma pessoa perde-se no meio da tal “diarreia” legislativa…
Oh, lembro-me agora! Não era esta a tarefa do advogado Pedroso, pela qual foi principescamente pago? Ok, ok…
Já escrevi aqui: a autonomia, neste país, seja ela qual for, tal como a reginalização, assusta-me! Caciquismo, amiguismo e coiso e tal. Bah!
Agosto 27, 2011 at 10:05 am
Tomé, o Gémeo.
Agosto 27, 2011 at 10:06 am
Nem vale a pena esperar.
Vai ser mais do mesmo mas para pior com umas cosméticas no EA.
Agosto 27, 2011 at 10:07 am
Bom dia.
Já agora que sejam para melhor… É o que todos esperamos.
Agosto 27, 2011 at 10:14 am
Arqui-esperar.
Agosto 27, 2011 at 10:45 am
Olá Paulo
O problema reside no sentido das alterações! Por mim bastavam-me duas: a eleição pelos directamente interessados dos coordenadores de departamento e eleição directa do Director. A eleição dos coordenadores parece ter entrado na ordem do dia, talvez possamos ter esperanças. Já a do Director …
Um abraço
Agosto 27, 2011 at 11:22 am
Desconfio que já sabem o que deviam fazer para melhorar e vão fazer exactamente o oposto.
Agosto 27, 2011 at 11:24 am
A culpa é do Ministério, não, é dos sindicatos, não, é dos contratados, ou talvez dos mais velhos, ou dos DACL, será dos alunos?
A culpa é daqueles que nas últimas décadas têm negado a complexidade da profissão docente, tendo contribuído irremediavelmente para o seu descrédito. Negar essa complexidade é negar a necessidade de uma sólida formação científica aliada a uma não menos sólida formação pedagógica e didática.
Agora até já há quem defenda que os licenciados e os doutorados com habilitação própria (com a diversidade de formações de base que estas habilitações englobam) possam voltar a dar aulas, fazendo a profissionalização em serviço algures no futuro. Defender isto é negar a profissionalidade docente e acabar definitivamente com o seu (já pouco) poder reivindicativo.
Vejam-se outras profissões: médicos- porque são eles que sabem praticar medicina; maquinistas da CP- porque são eles que sabem conduzir a máquina. Ambos são detentores de um saber especializado. A profissão docente não é menos complexa e necessita igualmente de um saber especializado.
Para se destruir esta profissionalidade, defende-se agora a revisão do DL nº 43/2007, o único diploma legal que trouxe alguma credibilidade à formação de professores nos últimos anos.
Eu fiz a profissionalização em serviço e tive um colega que terminou um mestrado em ensino regulado por aquele DL. Contra mim falo. O mestrado em ensino é um jogo da 1ª liga; a profissionalização em serviço é um treino da 3º divisão distrital.
A culpa é dos PROFESSORES, que não necessitam do contributo de ninguém para destruírem a sua própria profissão.
Agosto 27, 2011 at 11:40 am
Tem toda a razão. Menos num pormenor. Diz-lhe quem já analisou, de A a Z, grande parte dos cursos de formação de professores: cientificamente deixam tudo a desejar. Poderiam ter aprendido o “como” mas não aprenderam o “quê”. Para além de que, podemos questionar se primeiro se aprende a fazer e só depois se ensina.
Agosto 27, 2011 at 11:41 am
2 – É ainda objetivo deste Ministério dar maior autonomia às Escolas;
3 – Vão ser implementadas grandes alterações na organização da Administração Escolar, no DL 75, no Estatuto do Aluno, durante o ano letivo.
Estes dois pontos devem ser lidos conjuntamente. As alterações são para dar mais “autonomia” às escolas e não para aumentar a gestão participativa como alguns estão à espera.
Quando mais autonomia das escolas, menos democracia nas escolas. ESTA É A VERDADE que não pode ser negada.
Com mais autonomia os docentes estarão dependentes (ainda mais) de grupos de pressão como os pais/encarregados de educação, da boa ou má vontade de diretores e sua corte.
Agosto 27, 2011 at 11:42 am
Vai chover forte e feio. Infelizmente, a minha quota de esperança há muito que se esgotou. Cada um que vem, faz pior que o outro.
Quando a minha avó dizia “atrás dde mim virá, quem de mim bom fará” eu achava que era apenas o cepticismo lusitano que falava. Erro meu…
Agosto 27, 2011 at 11:45 am
Em relação à gestão das escolas, não sei se esse caminho da maior autonomia não passa pelo defendido há muito sobre a gestão “profissionalizada” .
Agosto 27, 2011 at 11:46 am
Os directores ainda não são nomeados pelo ME. Há muito a fazer no domínio de luta de classes a nível local. Parem de choramingar.
Agosto 27, 2011 at 11:49 am
Estou a achar curioso que, assim como a CONFAP do sempiterno pai da nação se entendeu às mil maravilhas com os governos socratinos, apareçam agora estes pais da CNIPE a relatar os encontros ministeriais que “superaram as suas melhores expectativas”.
Quando se aponta o dedo aos reais ou eventuais alinhamentos político-partidários das organizações sindicais, nada haverá a dizer em relação aos supostos representantes dos encarregados de educação?…
Agosto 27, 2011 at 11:52 am
#9
“Com mais autonomia os docentes estarão dependentes (ainda mais) de grupos de pressão como os pais/encarregados de educação, da boa ou má vontade de diretores e sua corte.”
Pois, é ver quantos dos milhares de professores obrigados a concorrer a DACL estão nesta situação não por serem os menos graduados mas apenas porque foi necessário garantir lugar na escola aos elementos da “corte”…
Agosto 27, 2011 at 11:53 am
#8
Dai a necessidade de uma sólida formação científica. Com o DL 43/2007 quem não a tem terá que a adquirir.
Agosto 27, 2011 at 12:04 pm
A grande alteração anunciada será a criação da carreira de Director.
Agosto 27, 2011 at 12:10 pm
#16
Ora nem mais.
Agosto 27, 2011 at 12:14 pm
Profissionalizar a gestão administrativa dos agrupamentos (e as arbitragens no futebol), e dar ao presidente do Conselho Pedagógico eleição directa e poderes acrescidos.
Agosto 27, 2011 at 2:09 pm
Na minha Escola, Os Coordenadores de Departamento e os representantes de grupo foram sempre eleitos pelos colegas. Nunca foram nomeados.
Agosto 27, 2011 at 2:17 pm
a tua escola é especial
Agosto 27, 2011 at 3:13 pm
#19,
Em outras prometeram-se consultas aos grupos e departamentos, antes das nomeações.. Chegou a ser proposto para RI.
Mas…
Agosto 27, 2011 at 3:43 pm
#13
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/ensino/refeicoes-escolares-garantidas
Agosto 27, 2011 at 3:59 pm
Melhor mesmo é ser o ministério a nomear.-..
Agosto 27, 2011 at 4:08 pm
VEM AÍ…EM, SETEMBRO OUTUBRO…FUI DE FACTO…
Agosto 27, 2011 at 4:20 pm
#13
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/ultima-hora/ministerio-garante-que-nao-havera-fome-nas-escolas
Agosto 27, 2011 at 4:34 pm
Venha o que vier, o que é de lamentar é que pouco depois mais virá, isto é e tal diarreia legislativa, fedorenta como a tal, se isto é uma democracia eu quero ser chinesa. Quantas vezes mexeram no EA nos últimos anos? Tanta lei e nunca ou mal aplicada: isto não terá fim?
Agosto 27, 2011 at 6:35 pm
pffffffffffffffffffffffff
fartinha de tanta pulga (lei) amestrada!!!
Agosto 27, 2011 at 7:48 pm
Só espero que as alterações não sejam para pior.
Agosto 27, 2011 at 8:33 pm
Não se poderá fazer uma “limpeza” legislativa a nível da educação e deixar três ou quatro diplomas, entretanto elaborados, que condensem e definam com objectividade o que realmente interessa? Uma pessoa perde-se no meio da tal “diarreia” legislativa…
Oh, lembro-me agora! Não era esta a tarefa do advogado Pedroso, pela qual foi principescamente pago? Ok, ok…
Já escrevi aqui: a autonomia, neste país, seja ela qual for, tal como a reginalização, assusta-me! Caciquismo, amiguismo e coiso e tal. Bah!
Agosto 27, 2011 at 11:59 pm
Na minha escola o diretor nomeou todos os coordenadores inclusivé sua esposa que tambem foi convidada para sua adjunta.Viva a escola democrática!