… as movimentações que preparam as negociações da próxima semana, é possível confirmar certas futurologias, pois correspondem a revisitações do passado. E entender como a cartografia em torno do MEC foi evoluindo nos últimos tempos. Os que se prepararam para concordar em troca das cascas dos amendoins e os que se prepararam para desacordar aquilo com que já concordaram no passado (pois, enquanto cruzavam os dedos atrás das costas, eu sei…).
Quanto à questão dos avaliadores externos, já aqui afirmei com clareza que acho que a IGE não tem meios para assumir essa função mas, talvez reaproveitando que foi aqui ficando escrito nos pontos 4 e 5 por José Calçada, presidente do SIEE, acho que não seria descabido – numa perspectiva integradora dos mecanismosm de avaliação das escolas e docentes – colocar a IGE a coordenar a formação dos avaliadores das aulas assistidas.
Pelo menos, acho uma hipótese bem mais válida – afinal é pessoal já com formação na área e com experiência de contacto com as escolas, ao contrários dos especialistas superiores – do que de atribuir essa formação a instituições apenas com base no seu estatuto universitário ou politécnico e muito pior se isso for feito na base do ajuste directo.
Disclaimer: já muitas vezes aqui afirmei que estou no 5º escalão (terei apenas 3 folhinhas para preencher anualmente, de acordo com o simplex proposto pelo MEC, não carecendo de ter aulas assistidas) e que não pretendo avaliar, observar ou classificar seja quem for, para além dos meus alunos.
Agosto 21, 2011 at 5:51 pm
A IGE não tem meios para, então não se fala mais nisso.
Os professores nas escolas também não têm meios, mas obriga-se a fazer ou a fingir que fazem, e os gajos que se desenrasquem.
Duas atitudes substancialmente diferentes, numa lógica que vem muito detrás…
Agosto 21, 2011 at 5:55 pm
#1,
Vieste com capacidades de leitura reduzidas ou com capacidades de ataque, sem olhar a meios, sobredimensionadas.
Lê o raio do post, antes de escreveres “duas atitudes substancialmente diferentes”.
Queres “molhada”? Então toma lá esta: foi o teu sindicato que validou (e a federação a que pertence, tal como outras) que os professores fizessem tudo e mais alguma coisa na escola. Aponta-me uma tomada de posição clara de recusa dos docentes em alinharem na ADD e quantos pareceres favoráveis deram a professores que quisessem recusar ser relatores.
Queres o PPT do SPRC a elogiar o “Memorando”? Posso enviar por mail, mas está online.
Agosto 21, 2011 at 6:04 pm
#2
Não te estou a atacar a ti. Percebi bem o sentido do post e para quem eram as alfinetadas, que não se dirigiam nem aos professor(zecos) nem aos inspectores.
Mas quis dar um outro âmbito à discussão. Porque é que uns nem precisam de levantar a voz, basta dizer que não querem e ninguém os chateia e os outros fazem barulho, manifestam-se e no fim levam mesmo com a pastilha?… Vai-se a ver e no fim alguns até gostaram e querem repetir a dose…
Agosto 21, 2011 at 6:09 pm
#3,
Não foste nada explícito!
Até porque a IGE queria… como se percebe pelo texto que linkei.
Agosto 21, 2011 at 6:10 pm
#2
“…foi o teu sindicato que validou (e a federação a que pertence, tal como outras) que os professores fizessem tudo e mais alguma coisa na escola…”
Esta parece-me excessiva. Tudo, é muita coisa… Ainda para mais porque o SPRC é talvez o sindicato que, ao longo dos anos, e de forma sistemática, mais tem denunciado situações de abuso e exploração do trabalho dos professores.
Agosto 21, 2011 at 6:23 pm
mas alguém tem dúvidas do que se pretende com esta treta toda?!
O Crato qualquer dia faz-nos um desenho.
Agosto 21, 2011 at 6:27 pm
#5 Pois. Denúncia fazem. lá isso é verdade. Mas, no fim, vão assinando. Há já demasiados anos.
Concordo com o post. Não nos obriguem a ser relatores, avaliadores ou seja lá o que for. Não têm dinheiro? Tem piada, porque nós também não. E queremos dar aulas e ter tempo para dedicar aos alunos.
Agosto 21, 2011 at 6:37 pm
#7
Também gostei!
Agosto 21, 2011 at 6:39 pm
Estas denúncias dos sindicatos são feitas com voz muito débil. Eu na verdade nem dou por elas. Pelo contrário, vejam a gritaria que faz o Umbigo.
Agosto 21, 2011 at 6:51 pm
“Concordo com o post. Não nos obriguem a ser relatores, avaliadores ou seja lá o que for. Não têm dinheiro? Tem piada, porque nós também não. E queremos dar aulas e ter tempo para dedicar aos alunos.”
Sobre o artigo de JC, eu sei que ele pensa que a inspecção, no momento, não tem hipótese de.
Agosto 21, 2011 at 6:54 pm
De facto, tive conhecimento que professores relatores solicitaram a dispensa da avaliação dos colegas, apelando alguns para o Código do Procedimento Administrativo, mas quanto aos pareceres favoráveis ou não nada sei. Alguém sabe?
Agosto 21, 2011 at 7:07 pm
#11
Eu!!!
Solicitei 3 vezes. 3. A directora já nem podia comigo. Não deu em nada, sou COMPLETAMENTE objectora de consciência. Mencionei isso no meu RAA.
Comecei por dizer que fazia parte de um conjunto de profissionais que criticava esta add e a forma arbitrária como estava a ser feita.
Agosto 21, 2011 at 7:08 pm
Tive (arrastadinha) que ir fazer 6 OAs, todas as minhas colegas, aparentemente, estavam/estão contra as OAs mas eram obrigadas por mudança de escalão.
Agosto 21, 2011 at 7:11 pm
EU FUI RELATORA OBRIGADA. Tenho-me esforçado por não ser consumida pela raiva, é-me penoso falar deste assunto e admiro os colegas que continuam a consumir-se com esta praga.
Agosto 21, 2011 at 7:13 pm
Se não fosse o Umbigo éramos enrolados pelo Mec e pelos sindicatos, como tem acontecido….em tanta coisa
caneta estou no 4º e não pedi aulas assistidas!!! Achas que me vão bater em vez de aumentar o ordenado???? Já estou fartinha…. amanha começo o malfadado RAAAaaaa que até fico afónica!!!
Agosto 21, 2011 at 7:14 pm
E vou dizer uma coisa: acredito mais na sensatez do NC do que na dos sindicatos. isto é horrível mas é verdade.
Só espero não cair de vez porque tenho levado cada vergastada qual actriz de filme porno em cenas de sadomasoquismo.
Agosto 21, 2011 at 7:15 pm
#5
O SPRC é também o sindicato que mais defende os que não cumprem… Ao longo de muitos anos de profissão, alguns de sindicalizado aí mesmo vi os cumpridores a serem abandonados e o sindicato a defender sindicalices. Até dá gosto ser delegado sindical (mesmo sem ninguém votar), pertencer a direcções sindicais para se exigirem horários com determinadas regalias. O SPRC contribuiu para que os licenciados fossem relegados e esquecidos e os complementos de formação e aquisições de licenciaturas a contar quase desde que nasceram, and so on, and so on…
Agosto 21, 2011 at 7:18 pm
#12,13,14
Pois, estou a ver que provavelmente aconteceu o mesmo a muitos outros colegas…
Agosto 21, 2011 at 8:01 pm
nada a opor ao post: continuemos a encanar a perna à rã. E já agora não esquecer que não está na altura de pôr o frigorífico a descongelar ainda que a camada de gelo possa ser grande. Pensando bem, acho que deve estar na hora de comprar um novo frigorífico pois este já não tem como se lhe tirar o gelo e qualquer dia a porta pode já nem abrir.
Agosto 21, 2011 at 9:43 pm
Sem dúvida que tanto o actual modelo de ADD como o que foi proposto pelo ministro são imperfeitos. Já todos sabemos. Mas a realidade é esta: existe um melhor? Já defendi aqui que talvez fosse boa ideia inspirarem-se no que se faz por essa Europa fora e adaptarem à nossa realidade!
Melhor ou pior, temos que ter um modelo de avaliação. Muitos de nós, professores, já não têm paciência para esta discussão, quanto mais a opinião pública! Todos sabemos que não há sistemas de avaliação perfeitos, a começar pelo dos alunos, continuando pelo da Função Pública e acabando nos privados! Há sempre dúvidas, simpatias, antipatias que geram insatisfação e injustiça! Bem, somos humanos, não é? E no caso da educação, em que o nosso trabalho é tão condicionado por múltiplos factores, ainda pior!
Portanto, decidam-se, a miríade de sindicatos que existe para aí que faça o melhor possível. Eu sei o que considero inaceitável e passo a explicitar:
– Uma avaliação feita por pessoas fora do sistema, sem experiência de leccionação no básico/secundário nos últimos anos;
– Os resultados escolares dos alunos pesarem na avaliação dos professores;
– O processo de avaliação ter uma periodicidade inferior a três anos.
Por outro lado, e tendo em conta a minha experiência e a forma como, de um modo geral,o processo tem decorrido na minha escola, em que a grande maioria dos colegas não entrou em paranóia, ou seja, não tem havido receios absurdos por parte dos avaliados nem crise aguda de poder por parte dos avaliadores, incluindo a Direcção, considero aceitável o seguinte:
– Responsabilidade do(a) director(a), dos Coordenadores e de alguns professores com muita experiência no processo de avaliação dos docentes;
– Todos eles deverão receber alguma formação para uma correcta apreciação das aulas assistidas, concordando, no entanto, que estas têm muito que se lhe diga e estão longe de provar que um professor é bom ou mau!
– Deverá existir sempre possibilidade de recurso, obviamente.
Em tudo isto, terá que prevalecer o bom senso, o sentido de justiça e a dignidade profissional. Se tal não acontecer, então não estamos à altura de contribuir para a educação seja de quem for e não merecemos o salário que recebemos. Aí, sim, somos apenas os “zecos” com que os outros nos mimosearam!
E toca a despachar, temos coisas igualmente (ou mais) importantes a ponderar e decidir, como, por exemplo, a resolução dos problemas de indisciplina, falta de concentração e desinteresse dos nossos alunos. Esses, sim, são problemas gravíssimos que urge, pelo menos, minimizar. Ou será normal haver tantos jovens analfabetos funcionais ao fim de nove anos de escolaridade? Senhor ministro Nuno Crato, medidas inspiradas precisam-se!
Agosto 21, 2011 at 10:14 pm
Gostava de saber porque é que os do 4º escalão têm de ter aulas assistidas? Nuno Crato falou que seria para aqueles em início de carreira.
TENHO 20 ANOS DE SERVIÇO!!!! Vão passear!
Agosto 21, 2011 at 10:46 pm
https://educar.wordpress.com/2011/08/21/observando/#comments
Agosto 22, 2011 at 9:55 am
#21
Eu nem percebo para que querem as aulas assistidas em geral. MLR introduziu-as para humilhar e dividir. Agora este MEC (que não considero preverso) usa-as por questões coreográficas. Dá um ar de que estão muito avaliadores.
Preferia que em vez de estarmos a tentar resolver o problema do MEC, que não tem dinheiro nem pessoas capacitadas, estivessemos a demonstrar por que razão as aulas assistidas, com intuito classificativo, não melhoram coisíssima nenhuma.
Disclaimer: eu sou daquelas professoras que estão no escalão em que estão os professores com 20 anos de serviço, mas que, de acordo com o MEC, ainda são verdinhos, a precisarem de ser observados por outros de um nadinha menos verde. Não tenho problema nenhum em que me vejam o raio das aulas. É o princípio, bolas!