Hoje estou cansado. Muito cansado. Estou cansadíssimo, sócio.
Agosto 20, 2011
Paz De Espírito
Posted by Fafe under Estou Que Nem Me Posso.... | Etiquetas: Eco-Fafe |[27] Comments
Agosto 20, 2011
Hoje estou cansado. Muito cansado. Estou cansadíssimo, sócio.
Agosto 20, 2011 at 7:25 pm
Ohhhh!!!!
Agosto 20, 2011 at 7:26 pm
Finalmente percebo uma frase tua. Vai p’á caminha e deita-te mas antes bebe um chá de tília ou um copo de pé alto de vinho tinto, do bom, tu sabes.
Agosto 20, 2011 at 7:27 pm
também podes tomar um banhinho de emersão com umas pétalas da tua roseira …
Agosto 20, 2011 at 7:29 pm
Eu disse emersão?! Pois…
Agosto 20, 2011 at 7:30 pm
É que tamb+em estou que nem posso…
Agosto 20, 2011 at 7:30 pm
Ai!
Também…
Agosto 20, 2011 at 7:38 pm
Descansa Lusitano…
Agosto 20, 2011 at 7:39 pm
Estou cá com uma paciência para este RAA que não te digo nada…
Agosto 20, 2011 at 7:41 pm
Imagino. livresco, eu, joje estava para começar a ler os 3 relatórios mas…
Agosto 20, 2011 at 7:41 pm
joje?! Hoje.
Agosto 20, 2011 at 7:43 pm
A pensar que passo mais de um terço da minha carreira congelado, fritado, quecado e roubado…
Agosto 20, 2011 at 8:00 pm
Bem, vocês estão mesmo em ponto rebuçado! Pudera… a pensar em RAA em pleno Agosto… o único mês de férias dos professores! Então não era suposto estarem absolutamente e totalmente afastados de tudo quanto é escola?
Agosto 20, 2011 at 8:05 pm
Olá, Caneta! Regressei! Tenho de descansar… 2ª, regresso ao batente….
Ainda tens vontade de ler Foucault???
Agosto 20, 2011 at 8:17 pm
#13
Pois tenho e ainda não consegui encontrá-lo.
Hoje li A Morte da MFM e tenho andado com 2 livros do valter hugo mãe.
Agosto 20, 2011 at 8:25 pm
« Estou cansado, é claro,
Porque, a certa altura, a gente tem que estar cansado.
De que estou cansado, não sei:
De nada me serviria sabê-lo,
Pois o cansaço fica na mesma.
(…)
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço…»
Álvaro de Campos
Agosto 20, 2011 at 8:43 pm
#0,
Não te preocupes. Eu estou quase na retoma.
Agosto 20, 2011 at 9:23 pm
Talvez falta de mar. Mar de água verdadeira, não da fluorescente, há dias, inventada.
Agosto 20, 2011 at 9:28 pm
Limpezas de verão!!!
Agosto 20, 2011 at 9:54 pm
Paulo, seria possível enviar-me o mail da Caneta? Grata!
Agosto 20, 2011 at 10:29 pm
Também sinto um cansaço doentio. Acho que as férias já não são suficientes para recuperar.
Agosto 20, 2011 at 10:33 pm
O que há em mim é sobretudo cansaço
O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas –
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada –
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser…
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto…
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço…
Álvaro de Campos
Agosto 20, 2011 at 10:41 pm
Para que não me entendam mal, é um cansaço sereníssimo.
Agosto 20, 2011 at 10:47 pm
#22
Tanto melhor.
Já eu, depois de ter lido o que hoje se escreveu por aqui e por se repisarem (obsessivamente) as mesmas coisas (e.g. ADD), sinto-me tal qua Álvaro de Campos…
Agosto 20, 2011 at 10:48 pm
Tal é o cansaço que me esqueci do l em qual.
Agosto 20, 2011 at 11:07 pm
Dedicado ao estado de espírito do Fafe, que é bom rapaz… com a cabeça debaixo de água.
Não tens vergonha de quereres ser um descendente do Viriato e estares cansado? Pffff….
BRANCO E VERMELHO
A dor, forte e imprevista,
Ferindo-me, imprevista,
De branca e de imprevista
Foi um deslumbramento,
Que me endoidou a vista,
Fez-me perder a vista,
Fez-me fugir a vista,
Num doce esvaimento.
Como um deserto imenso,
Branco deserto imenso,
Resplandecente e imenso,
Fez-se em redor de mim.
Todo o meu ser, suspenso,
Não sinto já, não penso,
Pairo na luz, suspenso…
Que delícia sem fim!
Na inundação da luz
Banhando os céus a flux,
No êxtase da luz,
Vejo passar, desfila
(Seus pobres corpos nus
Que a distância reduz,
Amesquinha e reduz
No fundo da pupila).
Na areia imensa e plana
Ao longe a caravana
Sem fim, a caravana
Na linha do horizonte
Da enorme dor humana,
Da insigne dor humana…
A inútil dor humana!
Marcha curvada a fonte.
Até o chão, curvados,
Exaustos e curvados,
Vão um a um, curvados,
Os seus magros perfis;
Escravos condenados,
No poente recortados,
Em negro recortados,
Magros, mesquinhos, vis.
A cada golpe tremem
Os que de medo tremem,
E as pálpebras me tremem
Quando o açoite vibra.
Estala! e apenas gemem,
Palidamente gemem,
A cada golpe gemem,
Que os desequilibra.
Sob o açoite caem,
A cada golpe caem,
Erguem-se logo.
Caem, Soergue-os o terror…
Até que enfim desmaiem!
Por uma vez desmaiem!
Ei-los que enfim se esvaem,
Vencida, enfim, a dor…
E ali fiquem serenos,
De costas e serenos.
Beije-os a luz, serenos,
Nas amplas fontes calmas.
Ó céus claros e amenos,
Doces jardins amenos,
Onde se sofre menos,
Onde dormem as almas!
A dor, deserto imenso,
Branco deserto imenso,
Resplandecente e imenso,
Foi um deslumbramento.
Todo o meu ser suspenso,
Não sinto já, não penso,
Pairo na luz, suspenso
Num doce esvaimento.
Ó morte, vem depressa,
Acorda, vem depressa,
Acode-me depressa,
Vem-me enxugar o suor,
Que o estertor começa.
É cumprir a promessa.
Já o sonho começa…
Tudo vermelho em flor…
Camilo Pessanha
Agosto 20, 2011 at 11:11 pm
#25,
Lindíssimo poema de Pessanha.
Uma boa escolha até pelo dia que hoje esteve.
Agosto 20, 2011 at 11:46 pm
Vida
Choveu! E logo da terra humosa
Irrompe o campo das liliáceas.
Foi bem fecunda, a estação pluviosa!
Que vigor no campo das liliáceas!
Calquem. Recalquem, não o afogam.
Deixem. Não calquem. Que tudo invadam.
Não as extinguem. Porque as degradam?
Para que as calcam? Não as afogam.
Olhem o fogo que anda na serra.
É a queimada… Que lumaréu!
Podem calcá-lo, deitar-lhe terra,
Que não apagam o lumaréu.
Deixem! Não calquem! Deixem arder.
Se aqui o pisam, rebenta além.
– E se arde tudo? – Isso que tem?
Deitam-lhe fogo, é para arder…
Camilo Pessanha
Clepsidra
e outros poemas
Colecção Poesia
Edições Ática
1973