É tão evidente que nem sequer vou desenvolver muito a contra-argumentação.
O ministro reconheceu que existem entre 20 a 40 mil professores que não vão ser avaliados.
Só dois detalhes: há quem entre formalmente na carreira, já com 10 anos de exercício ou ainda mais; entre quem está no topo de carreira e quem está a meio dela haveria muito a dizer como à forma como foi feita a sua formação e tudo o mais.
Repito: não é nada comigo, pois a proposta contempla a obrigatoriedade de aulas apenas para os 2º e 4º escalão (estou naquele mini-escalão da treta, o 5º, criado só para empatar). Não posso é aceitar que se apresente como natural algo que não o é.
E que é: ausência de avaliação – qualquer avaliação – para um terço ou um quarto dos docentes. Só porque?
Há quem goste de fazer comparações com outras profissões, a começar pelos médicos. Certamente é por falta de conhecimento que o dirão, pois nas especialidades mais complicadas o trabalho é cooperativo ou pelo menos colaborativo (vários médicos colaboram na mesma operação ou consultam-se em casos mais complicados) e não é raro que até médicos mais jovens assistam à prática dos médicos mais experientes, para assim aprenderem.
Agosto 15, 2011 at 4:20 pm
A propósito: Se a experiência acumulada é que faz o bom professor como parece acreditar Nuno Crato, porque é que os cerca de 1100 professores contratados com mais de 20 anos de serviço não hão-de ser isentados?
Bem sei, bem sei, é perguntar alí ao de Boston… 🙂
Agosto 15, 2011 at 4:22 pm
Continuamos com a falsa questão dos que não vão ser avaliados COM ESTE MODELO. Enquanto isso, não se fala no principal: quotas e modelo de gestão.
Agosto 15, 2011 at 4:28 pm
Agora que o tecnocrata populista removeu o monstro kafkiano da ADD, regressa a motivação para fazer mais e melhor com menos meios:
“Escolas precisam mais de empenho do que computadores — ministro da Educação
De Joaquim Miranda (LUSA) – há 18 minutos
Gouveia, 15 ago (Lusa) – O ministro da Educação e da Ciência (MEC), Nuno Crato, defendeu hoje, em Gouveia, que “mais que computadores ou quadros interativos, o que mais falta faz nas escolas é empenho”.
Nuno Crato afirmou que é “necessário fazer melhor com menos meios” e que isso obriga ao “empenho” de todos, professores, alunos e pais.”
Tag: deixa-me rir
Agosto 15, 2011 at 4:30 pm
<A verdade é que já conto com 20 anos de exercício da profissão docente e não é por isso que vou ser dispensado da avaliação nem vou entrar no quadro nem vou receber o mesmo que outros colegas com menos tempo de serviço!
Será que esta questão da avaliação é a mais importante neste momento em que milhares de docentes vão ficar no desemprego?
Agosto 15, 2011 at 4:31 pm
Fiquemos com o anterior modelo, então. Foi validado na noite de Janeiro de 2010 em acordo sorridente, celebrado pelos nossos mais representativos representantes.
Melhor: há bloguistas-guerreiros, candidatos a representantes, que se disponibilizaram a aplicá-lo. Amigos do “tal”. Amigos de Peniche. Peniche, não, que me faz lembrar o assessor da CM que aceitou ser capo em Santo Onofre.
Agosto 15, 2011 at 4:33 pm
#4,
Há espaços, momentos, posts, para discutir tudo.
misturar tudo ao mesmo tempo é que não dá.
E se na discussão sobre os contratados, alguém irromper a dizer que o verdadeiro problema é o da fome na Somália (com as devidas distâncias)?
O que me parece é que cada um quer discutir APENAS os seus problemas em todos os posts.
Agosto 15, 2011 at 4:35 pm
#3
e acrescento eu: se o empenho é proporcional ao aumento de alunos por turma e à diminuição do número de professores (tudo com menos tecnologia) vamos ter um ano “empenhadíssimo”…
Isto sim é para rir (de tristeza)…
Agosto 15, 2011 at 4:40 pm
Realmente, nem vale a pena gastar muito paleio com isto.
Esta “isenção” da avaliação fica a dever-se, no essencial, a razões político-ideológicas (como o Ramiro bem explicou) e, depois, de ordem financeira ou, vá lá, logística.
E já agora… Quando estava em estágio, o meu orientador convidou-me para assistir a uma aula dele, “para ver como ele fazia”. Realmente, foi uma experiência proveitosa: aprendi que devia fazer… como ele não fazia.
Ao longo desse ano, fiquei bem elucidado sobre o “grande valor pedagógico” das AO. Uma lição que ficou – e se consolidou – para o resto da carreira…
Agosto 15, 2011 at 4:44 pm
Quanto à parte de que os computadores e quadros interactivos não são o nec plus ultra das escolas estamos de acordo (atenção, não sou Ludita e até sou responsável pela quinquilharia lá no burgo 😀 ). A parte de ser necessário mais empenho ficou mal ao Sr. Ministro e parece que voltámos ao tempo da Miluzinha no zurzir nos zecos, agora como gentalha pouco empenhada. Ó Sr. Ministro, mas se a malta não fosse empenhada (há excepções, é verdade) o sistema já estaria num buraco que rivalizaria com a Fossa das Marianas (isto é, tinha conseguido aquilo que o cidadão Nuno Crato dizia querer antes de se tornar Ministro da Educação e Cultura: a implosão do Ministério).
De qualquer forma, gostava de perceber melhor o que é para o Sr. Ministro “mais empenho” e “fazer mais com menos”.
Agosto 15, 2011 at 4:46 pm
..no próximo ano vou ter 7 turmas ou 8, todas com 29 alunos, no 7º ano, com hormonas aos pulos!!!!
..perdi os meus 8º e 9º ano devido às “brincadeiras dos horários” e descobri que a continuidade é uma falácia que às vezes interessa e outras não!!!
….além do mais estou congelada no malfadado 4º escalão com o mundinho à beira de uma recessão colossal e querem empenho!!!! Claro que sim, no 1º mês porque no 2º já devo ter os neurónios fritos!!!!
……no 3º mês devo enviar os filhos para a casa do ministro…. pode ser que os possa educar com mais qualidade do que eu!
Empenho…..só faltava este incentivo…mais alunos, ganhar menos e mais empenho…. sem horas para estudar, meditar e preparar novos e diversificados materiais!!!
Agosto 15, 2011 at 4:47 pm
Quer pôr ADD (insetida barato) na ordem do dia à força?
Não estranhe que o desemprego, o aumento de alunos por turma a ele ligado venham à tona… essa a verdadeira preocupação dos prodessores de férias mas que não vão à praia.
Sindicatos esta conversa é também para vocês!
Agosto 15, 2011 at 4:50 pm
Mas afinal vamos lá a esclarecer uma coisa:
Se o outro tem aulas assistidas eu também tenho de ter? Se o outro está dispensado eu também tenho de estar? Se o outro dá aulas a tocar violino eu também tenho de o fazer?…
Não vi/li ninguém protestar contra o anterior modelo simplex em que as quotas de excelente e MB foram distribuídas/atribuídas a grupos de docentes só porque desempenhavam determinados cargos (até nem precisavam de aulas assistidas).
Nestes modelos (inventados/introduzidos pela de má memória) há sempre um “espacito” para as excepções o que inquina logo todo o processo.
Voltemos então ao modelo anterior pois parece que, mesmo com todas as falhas apontadas, era o mais consensual. Façam-lhe alguns ajustes (sobretudo na formação contínua) e pronto. Acabem é com esta discussão de putos do “se tu tens eu também quero” e comecemos a falar de coisas sérias como a revisão do ECD, …
Agosto 15, 2011 at 4:50 pm
Depois de ler o comentário da angelica acho que descobri o que significa fazer mais com menos: mais alunos nas turmas, menos professores nas escolas 😆
Agosto 15, 2011 at 4:50 pm
insecticida
Agosto 15, 2011 at 4:51 pm
#8 É tudo uma questão de saber tirar as devidas ilações.
Agosto 15, 2011 at 4:55 pm
#11,
Eu?
E que tal discutirmos coisas MESMO A SÉRIO?
Por exemplo… porque é que em certas zonas do país, onde cada escola/agrupamento é uma ilha sem concorrência, se faqz de tudo e mais um pouco, porque as pessoas não tem alternativas?
E porque, em outras, onde a concorrência é forte, há truques oficiais ou subreptícios, para tramar certas escolas ou, dentro delas, para beneficiar uns grupos disciplinares em detrimento de outros?
Já agora, quem andou pelo Parlamento a defender uma Petição a defender a redução do número máximo de alunos por turma, incluindo o 1º ciclo, iniciativa do MEP?
Quem foi lá justificar essa proposta à Comissão de Educação?
Tenho uma vaga ideia.
Mas também me lembro que, quando fiz posts sobre isso, havia quem estivesse mais preocupado com a ADD.
Quando protestei com 75/2008 e os poderes acrescidos e discricionários que atribuía aos Directores e o facto do Conselho Geral ter uma composição inconstitucional, quantos preferiram assobiar para o lado, contratados e não contratados?
Na “ordem do dia” eu não coloco nada.
A blogosfera é larguíssima e a comunicação social também.
Agosto 15, 2011 at 4:57 pm
#12,
vamos lá ver se percebo: o modelo de ADD anterior era execrável, este é só mau pelo que não devemos protestar muito. É isto? Eu estou no 8º escalão e estou naquela situação de não precisar de fazer a ponta de um corno para além da auto-avaliação e, portanto, podia ficar caladinho e deixar os outros suarem as estopinhas do Algarve. Mas é só pensarmos um pouco: se o 8º e 9º escalões não são avaliados como é que progridem? Alguém que me explique porque ainda não percebi.
Agosto 15, 2011 at 4:57 pm
#13,
Adoro súbitas “iluminações”.
Por acaso houve quem protestasse com isso… mas nessa altura havia quem se estivesse ainda a “ajustar”.
Há que optar por uma coisa: ou há democracia ou comem todos. Podem comer de forma diferente (defendo que devem existir avaliações diferenciadas conforme certas situações profissionais), mas discordo que alguém esteja isento de avaliação, só porque sai caro.
Claro que percebo que a muita gente dê o seu jeitinho…
Agosto 15, 2011 at 4:57 pm
O Ramiro não só quer evitar a luta dos zecos como dá a receita para calar a revolta das forças de segurança! O homem ainda vai a ministro!
Agosto 15, 2011 at 4:59 pm
Meus amigos, digo isto com muita tristeza: o MEC, Nuno Crato, é um verdadeiro flop! Não só é traidor das próprias ideias, que chegou a defender em livro publicado, como agora lhe deu para fazer afirmações de uma vacuidade alarmante. Então o critério para se isentar um terço dos professores de avaliação é o factor “experiência”? Não tem nada a ver com o facto do processo ficar muito caro? Nem com os cortes orçamentais? Ora, valha-nos a santa, que já não há paciência para tais dislates.
Agosto 15, 2011 at 4:59 pm
#17,
Há perguntas chatas… só se lembrarão disso, quando se aplicar.
Exemplo: tanto lutador do antigo 10º escalão, que ia às manifs pela barra da saia das colegas (eu sei, estou a lembrar-me de casos concretos), que mal passou para o novo 9º e lhe mostraram adiante um 10º quis logo saber quanto tempo precisava para lá chegar.
Isso também importaria discutir, só para avaliar da firmeza das convicções.
Agosto 15, 2011 at 5:00 pm
A questão dos professores do 9º escalão é que no contexto da actual proposta não têm ninguém para os avaliar pois estão no topo. No 10º escalão ainda não há ninguém nem se sabe se alguma vez haverá…
Quanto aos do 8º não percebo mas os inteligentes devem ter alguma na manga…
Agosto 15, 2011 at 5:09 pm
#22,
Haveria formas de o fazer.
Por exemplo: um Director no actual 5º ou 6º escalão da carreira vai poder avaliar coordenadores no 7º.
Portantosss…..
Agosto 15, 2011 at 5:13 pm
#16
Gostei do que escreveu… sei que luta com paixão pela melhoria das condições de trabalho e desempenho da classe.
O seu blogue é onde ainda podemos socializar preocupações em tempo de férias.
Este tempo sempre serviu para agravar as nossas condições de trabalho mesmo em tempo de grande austeridade não imaginava que esta equipa MEC pudesse ter ido tão longe.
Agosto 15, 2011 at 5:13 pm
E na famosa secção podem estar docentes de escalões bem mais abaixo, oh se vão, e são eles que vão avaliar!
Mas isso já não importa, porque os princípios eram para entreter!!!
Agosto 15, 2011 at 5:18 pm
#23,
Isso é verdade…
Mas para que serve uma avaliação que não terá consequências nomeadamente na mudança de escalão pois não há quotas para estes escalões. Penso que no actual momento se deve aligeirar o processo e pensar que os professores do actual 9º estão quase de saída.
Sabemos também que com os congelamentos a esmagadora maioria dos professores do actual 5º escalão para baixo nunca vão chegar ao topo, infelizmente…
Agosto 15, 2011 at 5:23 pm
Rui
Um colaborador habitual do blog defendia que ae podia pedir (facultativo) para ter a hipotese muito remota de progredir antes da reforma!
Agosto 15, 2011 at 5:28 pm
admirável!… a precisão:
“entre 20 a 40 mil”
Agosto 15, 2011 at 5:31 pm
Contas à Guterres
Por isso o País está como está!
Agosto 15, 2011 at 5:34 pm
Neste blogue sempre foi mais ou menos consensual que quase todos ( a sua grande maioria, portanto (sublinho quase todos) eram bons ou muito bons. Haveria um ou outro mau mas isso era uma excepção. Isto sempre foi aqqui defendido pela maioria dos comentadores, a ponto de considerarem a avaliação não faz muito ou mesmo qualquer sentido. Nuno Crato defendeu hoje isso, mas apenas para os dos últimos escalões. Porquê tanto alarido com isso?
Agosto 15, 2011 at 5:43 pm
Qualquer dia volto à minha tese de existência de categorias hierarquizadas na função docente para os cargos de coordenação de departamento (que implicaria também a avaliação de desempenho dos docentes do agrupamento) e de director.
Mas sem a nomeação dos coordenadores pelo director.
Agosto 15, 2011 at 5:44 pm
#30,
Não é essa a minha posição.
#31,
Em tempos, achei que deveria existir uma espécie de diferenciação funcional na carreira, não necessariamente hierarquizada.
Agosto 15, 2011 at 5:45 pm
#30
É prof. do 1º ciclo e vai ter mais dois alunos fica com 26… um dele é um destabilizador de toda a turma e dá-lhe cabo do juizo… ainda louvava o Crato mesmo sendo do PSD… dúvido.
Agosto 15, 2011 at 5:59 pm
#17
O modelo anterior a que me refiro é o “pré-lurditas” aquele que todos dizem não avaliar coisa nenhuma. Ainda me hão-de explicar a inutilidade de centenas de horas de FORMAÇÃO (sim, formação para melhorar a minha prática pedagógica, não porque “creditèsse oblige”) que fiz sempre a deshoras (com muito prejuizo para a família, cheguei a vir para casa com os dois filhos pequenos às duas da manhã).
Também eu estou no actual 8º escalão e não estou nada ralada se vou ou não ser avaliada, 1º porque esta avaliação é uma “treta” (daí fazer o mínimo no RAAD, apenas o suficiente para ter Bom e garantir o meu ganha pão) e 2º porque há já bastante tempo concluí que esta fantochada toda é apenas um meio de nos impedir a progressão na carreira e poupar uns cobres ao estado.
Acrescento que fui a todas as manisf’s/concentrações que achei serem justas e significativas. Estive com os colegas mais velhos quando, no início da minha carreira, tentaram dividir-nos (1º ciclo) através da habilitação na formação inicial (com 5º ano/com 7º ano/com licenciatura), estive ao lado dos professores de expressão quando quiseram dividir-nos pela habilitação inicial, estive/estou ao lado dos contratados quando lhes querem tirar direitos que são do regime geral (licenças, férias, remunerações,…).
Acredito que seja difícil aos sindicatos negociar quando o argumento que a tutela põe em cima da mesa seja o económico/financeiro, mas também acredito que a nossa união/determinação vai ser mais forte que qualquer empecilho (seja ADD ou outro) que nos ponham à frente. Os sindicatos somos nós e se não gostamos das negociatas que fazem temos é de os substituir (aos nossos representantes) e colocar lá outros que façam melhor trabalho porque isto de falar muito “não faz mossa”.
Agosto 15, 2011 at 6:19 pm
#32. Não disse que era a sua posição e sei que não escolhe os seguidores do blogue.
#33 “É prof. do 1º ciclo e vai ter mais dois alunos fica com 26… um dele é um destabilizador de toda a turma e dá-lhe cabo do juizo… ainda louvava o Crato mesmo sendo do PSD… dúvido.”
O que eu duvido (não dúvido), é que um professor que permite que um aluno (ainda por cima do 1º ciclo) lhe dê cabo do juízo e prejudique todos os outros possa ser considerado competente.
Agosto 15, 2011 at 6:31 pm
#31
O que se esperava do Delegado (actual Coordenador de Departamento) era que fosse um prfessor competente, mais experiente, capaz de orientar o mais novos e de ajudar a resolver os problemas que estes não soubessem resolver. Teria portanto mais responsabilidade e isso justificaria estar num escalão mais alto e ganhar mais. Era isso que estava na legislação e recorrer à rotatividade na escolha do Delegado era simplesmente perverter a legislação e só servia para alguns fugirem às responsabilidades.
Agosto 15, 2011 at 7:29 pm
#36
Durante o ano lectivo transacto fui coordenadora de uma escola do 1º ciclo (a leccionar turma), não fui remunerada à semelhança das minhas congéneres (dispensadas de turma) porque a minha escola tinha menos de 100 alunos. Mesmo com menos de 100 alunos fiz todo o trabalho de coordenação que me competia (exactamente o mesmo que os meus pares), se achei justo?, claro que não (tendo dois cargos, professora e coordenadora apenas usufruí de um ordenado ao passo que as outras coordenadoras, com “dois ordenados”, apenas tinham um (en)cargo), no entanto nunca me recusei a fazer qualquer tarefa que me era solicitada e encarei este ano de coordenadora como “serviço público”.
Isto tudo porque penso ser errado pagar-se mais pela responsabilidade, responsáveis somos todos nós (se não somos devíamos de o ser), exercer qualquer cargo deveria ser uma “obrigação” de todos (todos precisamos de aprender) e para todos. Sou PROFUNDAMENTE contra os cargos vitalícios. Qualquer projecto ao fim de 2 ou 4 anos está de pé (se não está é porque é um mau projecto) esse é o tempo máximo que dou a qualquer um para mostrar o que vale, depois que venha outro, e outro, e outro.
Finalizo acrescentando que acredito no trabalho de grupo/em equipa, daí que quando o coordenador/director/… sai haverá sempre quem seja capaz de o substituir e posteriormente ser substituído.
Agosto 15, 2011 at 7:45 pm
Havia um sr. que dizia que quando queria resolver um problema nomeava um responsável, quando não queria nomeava um grupo/equipa de trabalho. Quando são todos responsáveis significa que não se pode apontar responsáveis…
(À margem: deduzo que é muito nova).
Agosto 15, 2011 at 7:57 pm
Pois é, a partir de agora fica tudo em Sargento. Acabaram-se os oficiais.
Agosto 15, 2011 at 8:20 pm
Uma ADD deveria servir para melhorar o ensino. Pelo que vi durante estes anos, tal não aconteceu. Os professores não trabalharam mais em conjunto dentro da escola e gastaram energias a tentarem descodificar a legislação e a ver o que tinham de fazer para poderem evidenciar no relatório. Imagino o tempo roubado à preparação das aulas, à reflexão e sobretudo a indisponibilidade psicológica para se dedicarem aos alunos.As intrigas de corredor cresceram, para além de sorrisos nas salas de professores. Actividades, clubes e projectos foram até mais não poder. Enfim,um monstro foi criado e não saímos dele. Cada vez acho mais que um professor devia ter uma sólida formação académica e um bom estágio no início da carreira e depois era na escola que se desenvolveria. Também acho bem acções de formação e de actualização ao longo da vida. De um modo geral creio que a maioria dos professores iria melhorando ao longo da carreira. Excepções e baldas haveria e haverá sempre. O que sinto é que a classe docente está cada vez mais dividida e menos cooperativa, os assuntos são debatidos na praça pública, muitas vezes por pessoas completamente ignorantes e os professores vistos como uns parasitas.
Agosto 15, 2011 at 9:27 pm
#38
Se com o “muito nova” quer dizer ingénua (=estúpida) já o não sou, são muitos anos a levar no lombo e a aprender amassando. Se quer dizer pouca idade, isso depende do ponto de vista, pois, embora já tenha ultrapassado o meio século, a minha querida mãe continua a achar-me menina e os meus queridos filhos há já muitos anos (sempre) me acham “cota”. 😉
Essa história de, para se resolver um problema, precisar de um responsável tem muito que se lhe diga pois não há ninguém que resolva coisa nenhuma sozinho. Acredito que seja mais conveniente/prático haver o “tal responsável” tanto para a repreensão/penalização como para o prémio/elogio (é como nos prémios Nobel científicos).
#40
Infelizmente tem toda a razão.
Agosto 15, 2011 at 9:34 pm
#39
Desculpa lá mas essa é a analogia que o Sócrates usou e não podia estar mais errada, só fala assim quem não percebe nada de tropa… Mas desde quando é que as funções/tarefas de um sargento são iguais ou se equiparam às de um oficial?
Na nossa profissão somos todos professores e fazemos (ou devíamos fazer) o mesmo, que é ensinar aos alunos (de modo que eles aprendam) o que está no Currículo Nacional. A nossa profissão é horizontal por mais que haja quem defenda uma hierarquização vertical, se somos avaliados como professores temos de ser avaliados como iguais.
Agosto 15, 2011 at 10:41 pm
#38
“são muitos anos a levar no lombo e a aprender amassando”
????!
Espero que não tente ensinar os seus alunos dessa maneira. Embora eles pudessem aprender o mesmo que outros lhe ensinaram assim… a experiência, embora importante, não é tudo…
____
Dicionário (actualizado para a 2ª década do séc. XXI):
Cota (muito velho): pessoa que pensa que os jovens ainda tratam os pais por “cotas”.
Agosto 16, 2011 at 12:28 am
#43
🙂
Sentido figurado…sentido figurado…
Como a maioria dos professores do 1º ciclo do meu tempo, fui colocada em escolas em que era preciso levantar-me às 4h da matina e regressava por volta das 18h, não era que fosse longe mas no meu tempo andávamos de transporte público (que ter carro próprio era um luxo) e para lá chegar (dava aulas das 8h às 13h) tinha de fazer três “transbordos” mais uma caminhada de 20 minutos. No ano em que a minha filha entrou para o 1º ano fui colocada a 100km de casa (tive sorte que nesse ano havia uma carreira rápida que me deixava à porta da escola, num monte no Alentejo, às 9h e me recolhia por volta das 17h), havia uma única turma de 16 alunos, com os quatro anos de escolaridade e alunos entre os 6 e os 15 anos de idade. Nesse ano via os meus filhos quando os ia deitar. Mas não me queixo, houve quem estivesse MUITO pior (sem conseguir ir a casa) eu, ao menos só não podia ir ao wc (ainda eram aqueles buracos no chão das escolas do Plano dos Centenários) e não tinha refeições (levava umas sandes). Os colegas esquecem que a maioria das escolas do 1º ciclo não ficava nos centros urbanos (cidades, vilas e/ou aldeias) e nós tínhamos de ir para lá. Enfim… tempos passados que, felizmente, já não se repetem. Por isso ,quando alguns contratados se queixam , eu ainda consigo sorrir e pensar que eles, mesmo assim, estão melhor (e ainda bem) do que a minha geração.
Nota: os meus filhos são da 2ª metade do século passado, ainda usam o dicionário pré acordo. 😉
Agosto 16, 2011 at 1:32 am
A obrigatoriedade de aulas assistidas (excepto para docentes em período probatório) é a parte mais hilariante da “macacada”.
Agosto 16, 2011 at 9:59 pm
não poderia estar mais de acordo contigo relativamente ao Ramiro.
Agosto 16, 2011 at 10:05 pm
Meu caro amigo Paulo Guinote. Devo dizer que fui cilindrado por uma série de governos que mais não soube que congelar todo o meu ser por mais de 7 anos e meio. devo dizer que já estaria a esta hora no almejado 8º escalão da era actual. com este ministro ainda não sei que raio de grelha salarial tem em vista. se calhar ainda está à espera de negociar o inegociável com mais icebergs a chegar ao litoral português. Presume-se o estado oferece o paraíso. Porém como estes diabos não o merecem resumam-se ao seu pecado: existir!