A partir de meio da passada semana foi aqui sendo dado conhecimento das irregularidades e desconformidades entre diversas indicações para o arranque do próximo ano lectivo, desde o caso dos EFA ao das instruções todas baralhadas da DGIDC, que até remetem para legislação revogada.
O Público chegou ao tema na 6º feira, o JN no domingo e o I apenas hoje. Eu sei que aquilo parecia brincadeira e que ao fim de semana é difícil obter confirmações, muito menos em on.
De qualquer modo, ficou documentada por aqui a evolução da situação, entre posts e comentários. Sendo que tudo dá a sensação de cada serviço do ME estar entregue a si mesmo ou, em alternativa, estar a fazer os possíveis por confundir as escolas ao máximo.
Em qualquer dos casos temos o que eu tenho chamado uma espécie de feudalismo nesta matéria, sendo que é um modelo de feudalismo em que cada senhor(a) faz o que bem entende e só mantém uma obediência vaga e simbólica ao topo da pirâmide.
Ao mesmo tempo, nas escolas começa a campear alguma confusão, por vezes resolvida na base da incompetência ou do atropelo dos direitos dos docentes. Os poderes intermédios (DRE) funcionam em regime estival, mas tentam dar alguma coerência regional ao que se vai fazendo. Mas tão só isso.
Começa a ser tempo de transmitir algum sentido a tudo isto. Ao que parece a SE para o Ensino Básico e Secundário inexiste na prática ou despacha tarde e a más horas, a reboque da situação, ajudando à confusão.
Mau começo, muito mau começo. A impreparação para lidar com as situações concretas do arranque de um ano lectivo e os labirintos dos serviços ministeriais e respectivas (in)competências começa a dar demasiado nas vistas.
Agosto 1, 2011 at 2:51 pm
CP dá carros de luxo a gestores e aumenta-lhes os ordenados (e despede pessoal)
http://psicanalises.blogspot.com/
Agosto 1, 2011 at 3:12 pm
#0
É isso mesmo.
Isto que se tem passado, se não fosse tão trágico para tanta gente, far-me-ia lembrar aquelas óperas cómicas, creio que se chamam Bufas. Como diz o outro, o que vale é que não cheira!
Agosto 1, 2011 at 3:28 pm
Olá Paulo,
há algum tempo que não passava pelas caixas de comentários do Umbigo. Fartei-me e tal deveu-se à falta de discussão e ao “cordeirismo” que aqui se instalou desde a saída de alguns comentadores (lembro-me do Mat e do Kafkazul, por exemplo) que acrescentavam algo de diferente e inteligente, por muito que não concordasse.
Hoje, aproveitando a pausa que a chuva me concedeu, decidi passar por aqui de novo. Li alguns posts e fiquei com a impressão que alguma discussão voltou. Agora só falta a inteligência dos argumentos para isto se tornar novamente num bom espaço de discussão de ideias.
Eu nunca fui muita activa nos comentários mas hoje deixe-me dizer que, por tudo o que li do que Paulo escreveu, fiquei com a impressão que só a estima pessoal que deve ter Nuno Crato o tem impedido de ter uma posição mais assertiva e, desculpe, coerente com o que escreveu há uns tempos atrás. Tenho a certeza que se estes princípios de ADD tivessem sido apresentados pela a antiga ministra que o Paulo não pouparia nas críticas e nos argumentos. Tal como nesta confusão que parece instalada no MEC que o Paulo insiste, benevolamente para o novo ministro, em desculpar com teorias de boicote e assim. Acha mesmo?
Na minha escola está uma confusão pegada: professores de mecânica a dar matemática, EFA’s parados, horas da Oferta de Escola dadas às ciências e a grupos carentes… Enfim tem-se feito o que se pode, mesmo contra as indicações do MEC, para poupar nos DACL. Mas será inevitável e para muitos uma catástrofe. Afinal não é isto a redução da despesa que todos exigem?
Agosto 1, 2011 at 3:39 pm
A Escola Pública ainda tem hipóteses de ser recuperada, em duas fases, se:
– o próximo ano lectivo abrir como o de 2003/2004
– o ano lectivo seguinte como o de 1972/1973
… e começar tudo de novo!
Agosto 1, 2011 at 4:11 pm
Pode parecer estúpido- mas mais valia suspender a ADD e os seus efeitos para já, manter tudo o resto na mesma e tinham uns bons meses para prepara as mudanças que se entendessem por necessárias. Mas não, querem logo começar a mostrar os dentes… e depois dá asneira e lá começam os remendos.
Agosto 1, 2011 at 4:29 pm
#1: Inadmissível quando ainda hoje uma porta voz da Cp, a propósito dos protestos dos utentes da linha de Sintra, contra os aumentos dos bilhetes, contra argumentava que a CP não dava lucros, porque além de praticar passes sociais, oferecia outros serviços. Se não dá lucros e precisa de aumentar preços, como é que se entende que premeie os gestores dessa forma?
Agosto 1, 2011 at 4:42 pm
Parece-me, cada vez mais, que O sr. Ministro não estava à espera de o ser! Talvez, estivesse mais à espera de uma secretaria de estado da agricultura ou das pescas… Para um ícone da exigência, da transformação, deixa muiiiiito a desejar!!!
Lembro-me de um programa, ao qual assisti com verdadeiro prazer, em que estava o Medina, o Paulo e o actual sr. Ministro. Discorreram sobre Educação (e bem), via-se um semblante paternalista na cara do Sr. Ministro e um certo gozo sanguinário na do Medina e do Futuro ministro… (eu tinha a mesma cara do que eles, pois tão evidente era o que diziam!!!!)
O futuro ministro falava como se estivesse a falar de deficientes mentais…eu acenava com a cabeça e pensava: “Que belo ministro este sr. daria!”
Passado alguns meses, o que aconteceu? O sr. Ministro atira cá para fora uma revisão curricular apressada, sem sentido objectivo, sem um fio de condução que se consiga vislumbrar no seu programa! Qual o grande projecto, as ideias mestras????? Nada! Confusões! Inseguranças!
A avaliação docente, bem cá está… Os EFAS…. enfim!!! Os CNOs ?????? Enfim… o que terá acontecido ao iluminado ministro Crato?
Alguns ainda o vão desculpando, tentando “arranjar” um estado de graça que este nunca teve, nem poderia ter, tal é a situação da Educação do país!
Passado este tempo todo (para a Educação é muito tempo) temos o ano lectivo comprometido, uma reforma curricular tão ridícula quão populista, (o povo aplaudiu de pé! “Assim, está bem!” disseram muitos )
Enfim… Parece, o sr. ministro, aquele sargento durão, exigente durante a recruta, berrando para todos frases feitas, “EXIGÊNCIA!”; “MATEMÁTICA!”; “LÍNGUA PORTUGUESA!”; “EXAMES!” e que agora que entrou no campo de batalha, logo que ouviu o som dos primeiros tiros, atirou-se para um buraco acagassado… os tropas olham para ele, à espera de indicações, ordens, e este, de calças urinadas, continua a bramar “EXAMES”; “MATEMÁTICA” …
Agosto 1, 2011 at 4:42 pm
#3
Tem toda a razão, Maria. O Paulo anda todo manso com o novo ministro, numa espécie de Ramiro em versão subliminar para não dar tanto nas vistas.
Desde quando é que o Paulo foi tolerante com as Quotas? E com os OI? E com a avaliação Inter-pares? E com os constrangimentos na carreira? E com o princípio de que a ADD melhora a prática docente? E com a avaliação por colegas escolhidos pelo escalão?
Afinal, se noutros tempos foram os sindicatos a amochar, parece que agora a história repete-se com outros protagonistas e conveniências…
Agosto 1, 2011 at 5:49 pm
#3, 8
O Dr. Guinote só dá troco a tipos dos sindicatos que dizem sempre o mesmo e que não dão trabalho nenhum a ridicularizar. Os verdadeiros incómodos ele faz questão de os afastar… Dão muito trabalho e são inconvenientes…
Agosto 1, 2011 at 6:13 pm
realmente nao se percebe tanto … “yes sir”
Agosto 1, 2011 at 6:57 pm
Como se diz na Tropa: “Está o granel instalado”!…
E como nada acontece por acaso, o Senhor ministro foi à entrevista com o Professor Marcelo, dar uma imagem de que tudo vai bem…
Ele queria implodir o ministério.
Acho que a implosão está em curso, para o tramarem… e continuar tudo na mesma…
A máquina está infestada de xuxas e comunas.
Não queria estar naquele lugar…
Deveriam ter vendido o edifício da 5 de Outubro ao BIC, por um euro, com a condição de demolirem o edifício, desinfestarem o local e construírem a futura sede. Para o futuro do País era um negócio bastante mais lucrativo do que a venda do BPN…
A primeira medida que a Trika deveria exigir a Portugal era acabar com aquilo…
Agosto 1, 2011 at 8:16 pm
#3 e 8,
Cruzei-me pessoalmente com o actual MEC menos de meia dúzia de vezes.
Se há a impressão de alguma benevolência da minha parte é porque, objectivamente, tenho alguma afinidade com certas posições que NCrato apresentou ao longo dos tempos (o que não acontecia com as antecessoras).
Não sou profissional do contra.
Ao menos um crédito terei: com ou sem explicações, tenho aqui divulgado as salganhadas (exames, efa e dgidc) bem antes de quaisquer outros.
Dito isto, sigo adiante e ignoro a parte em que alguns comentadores avaliam da inteligência e intenções alheias.
Agosto 1, 2011 at 9:57 pm
#12
compreendo a sua benevolência e nem acho mal. Eu também tenho simpatia pelo Nuno crato apesar de sempre ter achado que o que dizia estava um pouco distante da realidade das nossas escolas. Afinal quem não é pela exigência, pelo empenho, pela excelência, pela disciplina? O problema é que as coisas são bem mais complexas e não se resolvem com palavras cheias e discursos redondos…
Quero acreditar que o novo ministro ainda está a ajustar-se ao cargo e que rapidamente vai tomar o rumo certo, ou seja, secundarizar o nojo da ADD e apostar na melhoria das aprendizagens dos alunos.
Agosto 1, 2011 at 10:11 pm
As ovelhas falsas sao bem mais perigosas que os lobos pois estas sendo na sua origem lobos esperam pelo momento certo para abocanharem a sua presa de preferencia quando estas estiverem desprevinidas .
Agosto 1, 2011 at 11:22 pm
O Crato mudou depois de ter ido para o Tagus… se não acreditam, paciência.
Para mim só duas pessoas podem ser ministro da educação: Santana Castilho ou Manuel Maria Carrilho.