Colega e amiga com AVC durante o fim de semana, alguns anos mais nova do que eu e colocada em situação de extrema precariedade laboral.
A causa talvez não seja só essa, mas o stress ajuda muito.
Apetecia-me apontar algumas coisas… mas… enfim. A culpa é do sistema, dizem muitas das pessoas que o fazem mover-se.
Agosto 1, 2011 at 10:06 am
Solidarizo-me.
Vão acontecendo cada vez mais casos destes.
Muitas vezes são os que estão ao nosso lado todos os dias que poderiam evitar (ao menos evitar) que a vida não fosse um inferno!
Mas quem está sujeito ao stress desta profissão viu-o agravar-se muito nos últimos tempos e conta com pouco apoio dos outros. O clima de hostilidade e crispação não ajuda nada!
É esta a sociedade que queremos construir?
Parece que nada disto justifica as “caneladas” pelos MBs e EXs.
Agosto 1, 2011 at 10:12 am
A Didáxis, de Vila Nova de Famalicão, despede 70 Professores (Correio da Manhã).
As razões: Corte no funcionamento, redução da natalidade, saída de alunos pela crise, menos EFA.
Agosto 1, 2011 at 10:12 am
a tua amiga quando se curar (pq se vai curar) pode ler “A chama da Rainha Loana”, de Humberto Eco.
Agosto 1, 2011 at 10:13 am
Perdão: “A misteriosa chama da rainha Loana”. Por acaso tenho uma prima que se chama Luana…
Agosto 1, 2011 at 11:04 am
A notícia deixa-me muito triste pois só nós sabemos o que significa estar na escola de corpo e alma.
Desejo as melhoras da saúde da colega e temos mesmo de encontrar muita força para sobreviver no meio desta selva.
Agosto 1, 2011 at 11:07 am
Também na minha Escola, este ano, uma colega de Matemática teve um AVC. Tinha alunos terríveis e andava muito nervosa com isso. Cada vez mais a nossa é uma profissão de risco.
Agosto 1, 2011 at 11:08 am
Alguém sabe o que se passa com o Ramiro que desde 6ªf não fez qualquer actualização no blogue? Ele que habitualmente faz várias por dia.
E não são férias, porque ele costuma avisar.
Agosto 1, 2011 at 11:11 am
Por aqui e ali houve cinco suicídios. 😦
Coincidências?
Agosto 1, 2011 at 11:23 am
Na minha escola, este ano, duas colegas, uma delas muito jovem, também sofreram avc. Eu quero desaparecer desta selva em que estamos metidos. Ao feitio que tenho, só me posso dar mal.
Os meus votos de rápidas melhoras à colega.
Agosto 1, 2011 at 11:28 am
E pensar que esta profissão era, para mim, um sonho. Hoje parece-me que estou no meio de um pesadelo que nunca mais acaba. Que tristeza…
Agosto 1, 2011 at 11:31 am
Por medo que me acontecesse algo do género é que pedi a aposentação antecipada. A tensão subiu além dos 20 e não mostrava vontade de descer substancialmente mesmo com medicação. Tive de optar: escolhi a saúde. E tenho pena de ter saído sem saudades. Se me tivessem dito há 10, 15 , 20… anos que isso aconteceria, não teria acreditado.
Desejo que a colega recupere de forma rápida e completa.
Agosto 1, 2011 at 11:39 am
Na minha escola estão várias colegas com depressão diagnosticada e baixa médica.
Na minha família ( o pai dos meus filhos) houve, em janeiro, uma caso de AVC grave, não era professor, é advogado. Quando não mata, esta doença pode ser muito incapacitante, se houver recuperação pode ser muito lenta, anos…
Se a nossa vida fosse mais calma, se não tivéssemos que fazer a gestão dos nossos disparates e dos disparates alheios, certamente que os AVCs seriam em nº muito mais reduzido. O corpo vai avisando e, um dia, sem aviso, podemos cair para o lado…
Agosto 1, 2011 at 11:42 am
#7
O Ramiro já não dá as “magníficas” dicas em dez pontos, do tipo: “como ser um excelente professor em 10 passos”! Que pena!!!
Agosto 1, 2011 at 11:46 am
É verdade, a minha solidariedade para com a colega também! desde 2005 que os nossos governantes se têm comportado como autênticos terroristas de (falo da área de educação) fato e gravata.
Agosto 1, 2011 at 11:56 am
#12
Essa é que é. As rápidas melhoras à colega.
Agosto 1, 2011 at 11:57 am
Aqui vai mais um caso real, gerador de AVCs…
É o caso daquela professora da minha escola, já com mais de 64 anos, a seis meses da aposentadoria por atingir a idade legal – 65 – e que foi obrigada a ter aulas assistidas antes de completar em Novembro o tempo para mudança de escalão. Está no 4º esc. (entrou mais tarde na profissão)
Cumpriu todas as exigências; assiduidade – 100% – relatórios, formação, dossier, etc. além de ter mestrado.
As aulas foram avaliadas com MB e Exc em todos os parâmetros (por uma colega licenciada) .
E sabem qual foi o resultado?
Bom!!! 7,9
A nota era bem maior mas foi rebaixada. Motivo?
Deveria ter pedido aulas assistidas também neste ano civil… pois as do 1º período não são consideradas… conforme a explicação dada agora pela relatora por telefone, a posteriori, já durante as férias!!!
O que fazer?
Aposenta-se no mesmo escalão em que está desde 2004… se não tiver um AVC antes…
Agosto 1, 2011 at 12:14 pm
Não bastava a situação que continua connosco,o resto vai muito mal…
esperemos que a colega consiga superar a doença!
Agosto 1, 2011 at 12:55 pm
#16
Isso não pode ser! Com base em quê se diz que as aulas assistidas no 1o período não contam? E, se assim era, por que motivo os interessados não foram informados em devido tempo? Aliás, a informação era exactamente a contrária – quem tinha tido aulas assistidas no 1o período (os que necessitaram de avaliação intercalar e concorriam para escalões sujeitos a quotas) só teria mais se quisesse, mas aquelas bastavam.
Na minha escola, foi isto que foi dito. Essa colega é do quadro, certo? Então como é que já sabe a avaliação que tem? Acho estranho… Ou então estou a ver mal, o que é bem possível, dado o meu extremo cansaço de tudo isto. Um íssimo, íssimo, íssimo cansaço, como diria Álvaro de Campos.
Agosto 1, 2011 at 1:12 pm
As melhoras.
Agosto 1, 2011 at 1:31 pm
É óbvio que a culpa só pode ser do Sócrates e da MLR!
Não entendo como até agora ninguém se tinha lembrado.
Agosto 1, 2011 at 1:40 pm
Eu compreendo ,vou ter seis níveis ,uma DT , sub-coordenação e não sei como vou aguentar !Já este ano foi horrível !
Além disso , a minha escola decidiu que os alunos têm de ter todos Espanhol e estou a ver que para o ano não vou ter horário ,depois de 23 anos de dedicação total à minha escola !O que é revoltante é que muitos alunos pediram Francês mas a Direcção insiste em juntar todos e toca a pô-los todos juntos numa nova e terceira língua ! Conseguiram que um profissional tivesse Alemão mas nem uma turma de Francês!Os meus colegas das básicas que nos enviam alunos juram a pés juntos que os alunos escolheram francês mas como na minha escola não nos deixam entrar na sala das matrículas ,nem isso podemos verificar.O que é surreal é que não sei como é que uma escola ,num período de contenção se pode dar ao luxo de ter professores da casa com horário incompleto e ter de chamar contratados que por vezes só vêm no 2º período! Com estes agradecimentos por tudo o que fiz pela escola, a desilusão é enorme !
Agosto 1, 2011 at 1:40 pm
Eu sofri um AVC em Abril de 2010.
Tive sorte ter sido por volta das 8:30 da manhã e eu ter posto o despertador a tocar às 9, para ir fotografar um monumento. Se não fosse isso talvez não acoedasse…
Quando me deitei a minha preocupação foi uma turma nada boa que tinha…
Claro que investigando sempre se encontra um gene que sofreu mutação…
Mas eu que não fumo, não bebo, não tenho tensão alta, tenho o peso certo, que não tenho empréstimos para pagar, que sou professor do quadro, que não tenho que me preocupar com filhos que não tenho, que tinha 43 anos, ficarei sempre na dúvida…
E apesar de não me queixar da sorte, posso não voltar a dar aulas porque a corda vocal esquerda mal se mexe e a direita não pára de entortar…
Algumas daquelas criancinhas adoráveis possivelmente até se devem tomar, heroicamente, por co-autores da façanha…
A vaga em que estava, por destacamento, era de um professor que morrera com um ataque cardíaco… pouco mais velho do que eu…
Agosto 1, 2011 at 1:59 pm
# 18
Desencantada, agradeço o comentário e respondo às questões:
“Isso não pode ser! Com base em quê se diz que as aulas assistidas no 1º período não contam?”
Com base em arbitrariedades… para beneficiar alguém…
“E, se assim era, por que motivo os interessados não foram informados em devido tempo?”
É fácil imaginar o motivo… grande safadeza…
“Aliás, a informação era exactamente a contrária – quem tinha tido aulas assistidas no 1o período (os que necessitaram de avaliação intercalar e concorriam para escalões sujeitos a quotas) só teria mais se quisesse, mas aquelas bastavam.”
Isso está claríssimo na legislação. Mas a colega prejudicada terá que se chatear, reclamar e isso é mais stress…
“Na minha escola, foi isto que foi dito. Essa colega é do quadro, certo? Então como é que já sabe a avaliação que tem? Acho estranho…”
Sim, é do quadro, mas a relatora avisou-a de que precisava da sua assinatura tomando conhecimento da proposta feita. Também acho estranho…
Agosto 1, 2011 at 2:20 pm
😦
Agosto 1, 2011 at 2:24 pm
#20,
Não propriamente.
Neste caso, a estupidez do comentário é exclusivamente sua.
Agosto 1, 2011 at 2:31 pm
Também há quem se refugie no “é a vida”, expressão que considero particularmente irritante e infeliz, como se “a vida” não fosse em grande medida o que cada um faz dela.
Agosto 1, 2011 at 2:49 pm
#23 CUMÉQUIÉ
Pois, era o que eu pensava – safadeza da grande!
A colega, de uma forma ou doutra, já se chateou. Assim, mais vale fazê-lo com “grande brado”, para que não a tomem por parva. É que isso não pode ser mesmo. Se a colega recorrer, isso cai tudo por terra, só pode.
Agosto 1, 2011 at 3:12 pm
# 27
Desencantada, obrigada pelo conselho.
Vou enviá-lo já à colega para que ela comece a preparar a reclamação em grande estilo…
Mas entre setembro e dezembro é que as escolas vão ferver… como nunca se viu… e o mais certo é que o nº de AVCs vai mesmo crescer…
Agosto 1, 2011 at 3:17 pm
Não tenho dúvidas que o stress “ajuda muito”
As melhoras.
Agosto 1, 2011 at 3:45 pm
Boa sorte colega.
Tive 2 EAM, fiquei debilitado, estou em recuperação.
O stress mata!
Agosto 1, 2011 at 4:26 pm
As melhoras à colega. Eu sei bem o k o stress pode fazer. Tenho um problema que se chama disfagia, dificuldade em engolir, desde os meus 27 anos. Estava nessa altura a dar aulas numa escola algarvia, onde tive os piores alunos de sempre. Foi um ano infernal. Tinha em permanência um prato onde punha água gelada e bolas de algodão para colocar nos olhos antes de ir para as aulas. Foi um ano inteiro de ataques de choro, em casa. Na escola, NUNCA! Era como os cãezinhos de Pavlov: chegar a casa depois das aulas da tarde e ter ataque de choro. Colocar a água gelada nos olhos e preparar para as aulas da noite. Estas, felizmente, com alunos adultos MARAVILHOSOS! Foram o meu porto de abrigo. Lembro-me de um aluno que fazia propaganda médica. Um dia vem ter comigo, preocupado, e eu digo-lhe que nem consigo dormir, que ando à deriva…desabafei com ele. No dia seguinte, chama-me e dá-me uns calmantes e comprimdos para dormir e diz-me: por favor, veja o que faz. Vá ao médico, e traga-me um comprovativo em como foi. E eu fui ao médico. E o médico deu-me os mesmos medicamentos e nas quantidades iguais, às do meu aluno. Devo a esse aluno… nem sei o quê. Daí para cá, não havendo problema físico, mas apenas psicológico, nunca mais me sentei com ninguém a uma mesa para comer uma refeição. Aqueles alunos mudaram a minha vida para sempre. Enfim!!
Agosto 1, 2011 at 4:47 pm
As melhoras da colega.
Agosto 1, 2011 at 8:14 pm
Razão tinha Sartre: «L’enfer c’est les autres».
Elas não matam (logo!), mas vão moendo, desgastando até ao momento em que nos dá, assim, uma macacoa vamos desta para melhor… só então nos compenetramos da inutilidade, da pequenez e do ridículo de tantas m…dinhas que nos têm enfernizado a vida e como esquecemos ou negligenciamos o que é essencial! Todos nós conhecemos histórias idênticas à desta colega. Tenho um colega que sofreu vários enfartes e esteve mesmo em coma… Sobreviveu, mas…
Sinto genuinamente pena da colega e só posso desejar a sua rápida recuperação.
Fiquei feliz por ler tantos posts de solidariedade… Afinal de contas «estes umbiguistas» são do melhor! Não é lamechice, acreditem!
Agosto 1, 2011 at 8:19 pm
Mais uma “coincidência” com este período conturbado, que ainda continua.
As direcções das escolas raras vezes se importam. é como o tiro aos melros. Só mais um que “não aguentou” as exigências.
Não há maneira de os responsáveis, não só pela Educação como pelo mundo laboral em geral (e sim… culpo tb e muito especialmente o Sócras e a ministra Lurdes, que incentivaram e bem todo este Inferno), de entenderem que qualquer trabalhador é mais eficaz se estiver feliz no seu trabalho e nele for tratado com respeito e justiça. Se tiver direito a um horário humanamente razoável e livre da parte do stress que é inútil e apenas para torturar física e psicologicamente.
Só lamento ainda mais é que pessoas dentro do sistema ( professores, dirigentes de escola …) em muito contribuam por vezes para agudizar estas situações.
Estes casos têm vindo a multiplicar-se! O trabalho deve servir io Homem e não o contrário.
As melhoras à colega. Que recupere bem, sem ter de ser enxotada para o caixote de lixo de professores desperdiçados de Portugal.
Agosto 1, 2011 at 11:53 pm
Melhoras à colega .Estes casos ,infelizmente estão a tornar-se comuns .Tive um colega com 35 anos que morreu ao entrar na sala ,andava farto e revoltado com isto tudo .Deixou dois filhos muito pequenos.
O pior é que as Direcções realmente pensam :« Mais um que não aguentou o stress… »
Agosto 2, 2011 at 12:50 am
As melhoras da colega.