Globalmente positiva, por ser adequadamente minimal e deixar para mais tarde uma reforma a sério.
Principal discordância: a excessiva concentração de horas na Matemática e Língua Portuguesa não é necessariamente um bem. Mais não significa melhor. Há que alterar algo para além de mais horas.
Até pode ser contraproducente. Uma pessoa tanto morre de uma overdose de medicamentos como de não os tomar. Há é que dar com a posologia certa, nos horários correctos e com o diagnóstico adequadamente feito.
No meu escasso entendimento, o desaparecimento da Área de Projecto deveria ter dado origem a duas horas a distribuir, ano a ano, ao critério das escolas, pelas diversas disciplinas (Inglês e HGP no 5º, Ciências e Musical nº 6º, Geografia e Ed. Física nº 7º, etc, etc).
A manutenção do Estudo Acompanhado em par pedagógico é algo que não esperava. Pensei que o bloco seria partido em duas aulas de 45, confesso.
Não é uma grande reforma que transforme o currículo? Não.
É a reforma possível, nesta altura do ano? Sim.
Quanto aos que, sendo contra as ACND, em especial a AP, agora lamentam que os seus grupos ficam a perder, deixo-lhes uma ligeira pergunta insidiosa: também são dos que clamam contra a ADD publicamente, mas depois vão ao sindicato saber se a coisa acaba ou permanece, para que tanto trabalho que tiveram a fazer os porta-folhas não se perca sem asterisco?
Julho 15, 2011 at 2:45 pm
De acordo contigo e contente por também de lembrares da Educação Musical.
Julho 15, 2011 at 2:48 pm
#1,
Em regra lembro-me de todas as disciplinas, mesmo se as não nomeio.
Como todos sabemos, num Conselho de Turma trabalhamos mais em equipa (ou deveríamos) com os colegas de outros grupos do que com os do nosso.
Julho 15, 2011 at 2:54 pm
: )
Julho 15, 2011 at 3:13 pm
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=24196
Julho 15, 2011 at 3:14 pm
#1
“É a reforma possível, nesta altura do ano? Sim.”
Não posso concordar no “fazer por fazer!”
Nunca acreditei em fugas para a frente. E este tem sido o padrão utilizado no Ensino nos últimos 10 anos.
Seria preferível estudar o problema e decidir como tempo! Pensamos ganhar tempo? Não! Estamos só a adiar o futuro que não o pode ser!
A questão é meramente económica! Os nossos alunos serão lesados, o nosso país perderá com juros altíssimos estes “leilões” da Educação!
Julho 15, 2011 at 3:26 pm
Peço desculpa, porque estou, realmente desiludido com o ministro Crato!
Mas ainda não perceberam que os problemas do país só se resolvem a médio prazo, ATRAVÉS DO ENSINO!!!!!!!!
Não se podem queimar etapas! Temos que as percorrer como os outros países!
Estamos na mesma! Marasmo! Curicculos sem qualidade, ensino tradicional, magistercentrismo, falta de organização, etc. Qual é a reacção do Ministro? Quantitativa, concentrada e fácil!!
Não há pachorra para o facilitismo e falta de exigência que pauta os nossos governantes! Quer ser exigente Ministro Crato? Então seja exigente consigo mesmo primeiro! Esta começa em cada um de nós!
Está-se a responsabilizar duas disciplinas pelo sucesso da Educação? E a mandar os outros continuarem a dar, o termo certo, dar as suas aulitas, para entreter os meninos!
Julho 15, 2011 at 3:26 pm
e o ministro esqueceu-se do essencial na Matemática: turmas reduzidas de alunos é essencial; não sei exactamente qual o numero ideal (15??) mas com certeza não são turmas com 30 alunos como eu vejo no secundário. já sei que as verbas não o permitem mas então o problema vai persistir.
Julho 15, 2011 at 3:31 pm
O ministro da Educação, Nuno Crato, anunciou esta sexta-feira que 266 escolas com menos de 21 alunos vão encerrar imediatamente, continuando no futuro a reavaliação sobre todo o processo de reorganização da rede escolar.
As unidades a encerrar foram identificadas em colaboração com as autarquias e situam-se em locais onde estão concluídos os centros escolares, segundo o ministro.
Nuno Crato afirmou que estão suspensas novas agregações de escolas, exceto “aquelas onde há acordo das respetivas autarquias. O processo voltará a ser reavaliado
Julho 15, 2011 at 3:43 pm
4;8,
… e, interrogado sobre a alteração da ADD, disse que a coisa fica para mais tarde (ouvi eu na TVI)
Julho 15, 2011 at 3:48 pm
Concordo, mais não significa melhor, longe disso. O problema, identificado no produto das provas, está no processo. O “PAM” e o “PNEP” não fazem milagres sendo o processo aquilo que nós sabemos que eles até sabem o que é. Surpreende-me que Ramiro Marques, Castilho & Companhia, não prevejam o Ensino Superior a acompanhar o processo ensino-aprendizagem. Tão empenhados que eles estão na ADD…
Julho 15, 2011 at 3:50 pm
Concordo absolutamente com a reorganização curricular, apresentada como intercalar.
Ninguém sensato pode questionar a importância do domínio da língua portuguesa e da matemática para as aprendizagens de outras disciplinas.
Ora, no estado caótico e perigosamente baixo do nível de conhecimentos dos nossos alunos, há que começar por algum lado e não, como até agora, subordinados aos lobis dos departamentos nas escolas.
O que importa aqui são os alunos.
É certo que alguns contratados vão deixar de ter horário, mas deixá-lo-iam em igual número, porventura até mais elevado, se os tempos lectivos não se concentrassem nas duas disciplinas nucleares.
Apostar a sério no português e na matemática durante, pelo menos, quatro anos, com responsabilização dos professores e das famílias pode ser a viragem que nos faltava.
Um bom domínio da língua portuguesa, da matemática e do Inglês deixa tudo o resto à distância de um clique, exceptuando-se as áreas tecnológicas que, por isso, permanecem com o mesmo número de horas.
Julho 15, 2011 at 3:52 pm
Mal que pergunto: E que tal alguém do Ensino Superior para verter o saber na base e ensinar a ensinar, a classificação e a seriação no pré-escolar, o sentido das operações, e o sistema de númeração na base 10 no 1.º Ciclo?… Muito da matemática que vem depois tem aqui um período privilegiado. Bora lá tratar do assunto?!!
Julho 15, 2011 at 3:53 pm
As minhas impressões acerca da Revisiorçamentação Curricular Cratista Versão 1.0:
1ºCiclo: positivo(aqui, o problema fulcral é a formação de professores)
2ºCiclo: muito positivo(aqui, a questão curricular é um problema e esta primeira atitude para resolvê-la está correcta)
3ºCiclo:fraco(aqui, a questão curricular é o principal problema e o caminho escolhido é um misto entre um plano-sem-ser-plano-para-matemática com a poupança troikista).
Como dizia um comentador lá no blog do Ramiroquai, como é que o Crato um dia descalça a bota de liderar um Ministério de Educação e Ciência, em que a Ciência aparece com uma carga de ciclo um pouco abaixo do que é recomendado pelos seus colegas europeus? 🙂
Julho 15, 2011 at 3:59 pm
Como não estamos ainda (se ou quando haverá um finalmente?…) perante uma reforma a sério dos currículos, podemos conceder-nos a liberdade de pensar numa “a brincar”. Ou se, quisermos, podemos sonhar com uma.
Não foi uma das grandes referências de NC que escreveu “que o sonho comanda a vida”, coisa que alguns não sabem nem sonham….
A começar pelos defensores da “pedagogia romântica”, cujo problema não é “sonharem” demais, mas, pelo contrário, sonharem de menos, porque, no fundo, limitam-se a aceitar as coisas como elas são, a dar assentimento a uma suposta “disposição natural”. A dificuldade está em transformar, em moldar a realidade em conformidade com os sonhos…
«…Não sei se é do calor, se da modorra que ataca depois do almoço, entre o sono e a vigília, mas
entrevejo?, sonho?, não sei dizer, aparecem-me (estranho visão!), em filigrana, as linhas de uma nova organização curricilar, em que é evidente a preocupação fundamental de não se prosseguir uma lógica subordinada à extensão, à quantidade, mas, em apostar uma orientação que privilegia a qualidade (Alucino?)…
…Passa-me, nas brumas do espírito, o fantasma de uma escola(?) em que há menor carga horária, menos aulas, mas mais preocupação em ministrar-se melhores aulas…
…Vislumbro salas e turmas com menos alunos… (Deliro?!)…
…Como se isto não bastasse, um génio maligno sibila-me que os programas escolares foram reformulados e racionalizados…
…Na escola, pequena, arrumadinha, com poucos alunos, parece respirar-se qualquer coisa de humano, de próximo e restituinte, quão diferente dos muros e das chaminés cinzentas das fábricas que se avistam lá ao longe…».
Julho 15, 2011 at 4:03 pm
felizmente a tua opinião vale tanto como a minha, ou seja, nada
Julho 15, 2011 at 4:14 pm
#15,
Assim sendo, que me interessa a tua?
Julho 15, 2011 at 4:20 pm
fica a pensar nisso….
Julho 15, 2011 at 4:20 pm
Há redução na carga semanal dos alunos em algum ciclo?
Se não há, creio que o número de professores será o mesmo, não?
Não compreendo porque dizem que os contratados ficam a perder com esta meia-reforma. A AP e o EA desaparecem, mas as horas não são extintas do currículo, logo o nº de professores é o mesmo. Ou será que entre os professores de português e matemática não há contratados? Eu conheço alguns.
Julho 15, 2011 at 4:21 pm
Reafirmo: Não podemos andar a fazer de sapateiros. Remenda aqui e acolá e pronto! Já dá para mais 10 aninhos!
Evidentemente que todos sabemos a importância da LP e Mat. na formação dos alunos! Mas não um bocadinho estúpido considerar que as outras disciplinas não são tão ou mais importantes na formação de jovens, que se quer de carácter humanista, global, diversificada, crítica, orgânica, de acordo com as necessídades dos alunos, da sociedadade??
O aluno não é cognição a 100%! Nem lp e mat.! Ele é multidimensional! E por mais que se tente, nem a Mat, nem a LP conseguem dar ao alunos espaço para ele se desenvolver de forma multifaceta, orgânica, individual!
Alguns colegas falam, neste espaço, de turmas mais pequenas, mais horas, mais apoios a Mat. e LP, planos etc… Porém, seria muito mais eficaz resolver o problema destas disciplinas se desdobrassem as disciplinas de LP e Mat em blocos! Poderia-se, então, pensar em promover um ensino diferenciado, individualizado, com diferentes metodologias, afastado do magistercentrismo exagerado que existe nas nossas escla! Assim, é fazer mais do mesmo!
Que resultados vão aparecerentão? Mais do mesmo! Pois estas disciplinas, erradamente, já “apanhavam” E.A. e A.P., mais apios e salas de estudo, e planos de Mat. e mais não sei o quê!
3 linhas:
1. Desdobramento das disciplinas de Mat e LP (como se faz nas ciências do 3.º ciclo de forma algo estúpida, pois na maior parte das vezes os meninos tem aulas teóricas na mesma… outros pontos de análise….).
2. Todas as disciplinas tem valor na formação global do aluno, do Homem, da Sociedade.
3. O ser humano é mais do que meramente cognitivismo! Isso é reduzi-lo, instrumentalizá-lo. O ser humano é afectividade, imaginação, responsabilidade, cooperação, solidariedade, espírito critico… Cada um diferente do outro! Dizer que o problema é falta de matemática e LP é tão reducionionista como no passado foi o que aconteceu na 1ª República. Considerou-se que era através da construção de escolas que o analfabetismo ia desaparecer, esquecendo-se da cultura, mentalidade da altura!
Julho 15, 2011 at 4:33 pm
#19
Eu até poderia gostar deste comentário, sinto impelido, do fundo do coração, a concordar com ele, mas..que é um comentário para o mundo do séc XX e não do sec. XXI. Sorry folks. O mundo não está para formar Homens e cidadãos, agora e para os próximos 20 anos. É quem tiver mais e melhor conhecimento científico e tecnológico que irá vencer na vida.
Mas prometo desenvolver isto quando retomar(ou recriar) o meu blogue, assim que deixar de ser prof.univ. a 31 de Agosto de 2011 e ficar livre de um código de conduta auto-imposto em 2006. It’s getting nearer…
Vou-me retirar, está aqui uma aluna minha de mestrado em pãnico por causa da escrita da dita cuja….Boa tarde e boa sorte
Julho 15, 2011 at 4:39 pm
docentes despedidos antes do fim do contrato
(o JN confrontou o gabinete do ministro Nuno Crato, mas o MEC recusa, “neste momento”, comentar as queixas dos professores)
http://www.ver.pt/conteudos/verClipping.aspx?id=7493
Julho 15, 2011 at 4:40 pm
não percebi se a área de projecto também acaba no secundário; alguém me informe se souber pff
Julho 15, 2011 at 4:40 pm
Como não acredito na mudança de mentalidades quando estão em causa coisas como :
– a escola não é um espaço de divertimento;
-a escola não é um espaço de actividades de tempos livres/ armazém onde se guardam meninos;
-na escola os alunos têm de aprender;
– para aprender é preciso : estar atento; ouvir o que o prof diz; trabalhar ; estudar ( na escola e em casa);
– estudar não é divertido;
– estudar exige sacrifício;
– estudar implica maiores ou menores dificuldades;
– as dificuldades não podem ir para debaixo do tapete – têm de ser reconhecidas pelos alunos. profs e pais( os meninos são todos génios apenas para consumo caseiro/familiar);
– O “saber estar” é importante,- sim! No 1º ano que a criança vai à escola tem de aprender a “estar na sala de aula”!
– O ” saber fazer” a partir do 2º ano é fundamental! ( Não é possível continuar a admitir que no 2º ano os meninos ainda não saibam distinguir o que é estar na sala de aula ou estar na esplanada do café aos gritos e aos saltos!!!)
… acredito que só lá vamos com mudança urgente do Estatuto do Aluno no que se refere á disciplina e assiduidade, para começar, obviamente. Para isto não é preciso mais dinheiro! Nem mais um cêntimo!!!! E depois venham as organizações curriculares e articulação dos programas!!!!!
Julho 15, 2011 at 4:50 pm
Uma dúvida: “esta reforma curricular” não é a mesma que o PSD + CDS + BE + PCP votaram contra na anterior legislatura?
Existe aqui alguma coisa que não estou a entender… ou a culpa é da Troika?
Julho 15, 2011 at 4:52 pm
Como concordo contigo, xinfrim!!!!!
Julho 15, 2011 at 4:59 pm
#22,
Isto é só para o Básico, caramba!
#24,
Não. A distracção por vezes é chata para quem quer ter uma opinião sobre aquilo que faz.
Não é mau mantermo-nos informados e não esperarmos que os outros nos digam tudo.
Lamento, mas…
Julho 15, 2011 at 5:23 pm
Nuno Crato, o tecnocrata populista que logrou converter os mais empedernidos pagãos, acaba de evidenciar toda a ligeireza do seu discurso de rigor. Questionado sobre o que irá suceder aos professores de àrea Projecto e Estudo Acompanhado, declarou : “vamos ver o que acontece”.
Entretanto, com a mesma ligeireza e com a mesma argumentação da “socialização” de Isabel Alçada, confirmou o encerramento de 266 escolas. Sobre concursos e sobre ADD, nada de concreto. Mas vai ser obrigado a pronunciar-se, porque o PCP requereu a sua audiçao na A.R.
http://www.publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/pcp-quer-ouvir-ministro-da-educacao-sobre-avaliacao-e-concursos-de-professores_1503122
Julho 15, 2011 at 5:25 pm
#18 alibabá
As horas até podem ser as mesmas, mas estão mais condensadas em matemática e português, logo lucram os professores destas disciplinas perdem os restantes!
Exemplo concreto: na minha escola há professores de várias áreas que vão perder carga horária (vai haver horários incompletos) pois tinham a seu cargo AP e EA e agora deixam de ter. Quem está à frente vai buscar mais turmas para completar o horário (pq perdem horas de EA e AP), os últimos ficam com o que sobra e o que sobra não vai dar horário completo!
Julho 15, 2011 at 5:59 pm
Concordo plenamente com com esta reorganização do currículo, tendo em conta o pouco tempo para a apresentar. O E.A. e a A.P. do 3º ciclo eram uma seca para os alunos e para os professores, por isso acabaram. O Est. Acomp. no 2º ciclo pode ser que vá funcionando. Agora também concordo que o facto de atribuir mais tempo à L. Port. e à Mat. deve ser acompanhado com mais medidas, mais rigor, mais disciplina na sala de aula que isso é o mais importante. E depois criar-se um clima de rigor também entre professores, pois eu detesto ver nas reuniões de avaliação aqueles colegas “baldas” a pressionar para darmos notas a alunos que não fizeram nada o ano inteiro.
Julho 15, 2011 at 6:11 pm
Tb sou de Educação Musical e tb fico contente por uma pessoa como o PG se lembrar desta disciplina. Não pelas minhas horas, ou pelas dos meus colegas, mas porque, ao referi-la está a considerar que é uma disciplina de pleno direito do currículo escolar e com muito para oferecer aos alunos. Eu assim o considero.Percebo que a generalidade das pessoas e mesmo dos professores a considera uma disciplina menor, com dizemos na escola em tom de (semi)brincadeira, daquelas que “não interessam”. Mas a verdade é que a Música é uma das grandes Artes, é uma dimensão fundamental da Cultura Humana e ensiná-la, valorizá-la, é mostrar aos alunos a riqueza do mundo. E mais uma vez pergunto…
Quem consegue conceber o Mundo sem Música?…
Julho 15, 2011 at 6:13 pm
#22
A reorganização curricular de que se fala, neste texto, refere-se ao Ensino Básico. No Secundário, o actual Ministro ainda nada alterou, pelo que, vigoram (com produção de efeitos a 1 de Setembro de 2011) as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 50/2011, de 8 de Abril, que determinam o fim da Área de Projecto no 12.º ano e a criação da Formação Cívica (45 min. Semanais) no 10.º ano.
Julho 15, 2011 at 6:22 pm
Dar “mais do mesmo” aos alunos não os vai conduzir ao sucesso. Há muito que no 3º Ciclo a disciplina de EA estava, globalmente, entregue aos professores de Matemática, mercê da aplicação do famoso PAM… e a AP no 9º Ano aos professores de Português… Resultados? O que se vê. Basta parar um pouco para pensar, algo que os políticos portugueses (mesmo os aprendizes como o Ministro da Educação) não sabem fazer. A reforma curricular é urgente e passa pela actualização dos programas (alguns bem enfadonhos…), pelo upgrade das estratégias utilizadas pelos professores (que se limitaram a substituir o giz pelo PC…, os esquemas pelo Powerpoint) que se encontram atafulhados de trabalho burocrático, por uma nova forma de ver, sentir e viver a escola. Aí sim talvez conseguissemos, a longo parazo, vislumbrar o sucesso.
Julho 15, 2011 at 6:31 pm
Eu sou professor de matemática e acho irónico os restantes colegas criticarem o aumento da carga horária, só porque “são sempre os mesmos”, se fosse a vossa disciplina já era bom?!
Sejamos claros, todas as disciplinas são importantes, mas há disciplinas e disciplinas… isso é evidente aqui e em qualquer parte do mundo, basta ver os currículos de outros países para verificar que por cá temos poucas horas de matemática. Só quem não for sério é que não reconhece esse facto.
Faz sentido existirem 13/14 disciplinas por ano de escolaridade?!
Quando referem que havia o EA para a matemática, relembro que nunca foi fácil convencer os alunos que era um espaço para trabalhar mais matemática. Para os alunos EA sempre foi uma área para nada fazer… logo existiu sempre essa dificuldade. Espero que com mais tempo para trabalhar matemática e com maior exigência, seja possível melhorar os resultados a curto prazo…
Portanto, estou convencido que este aumento da carga horária irá melhorar o ensino da matemática, mas não resolver, porque a matemática sempre foi e será complicada e “inacessível” para todos…
Mas, como foi referido esta revisão curricular foi um remendo de curto prazo, aguardemos pelo que virá para o ano.
Julho 15, 2011 at 6:32 pm
Já fui aluna sou professora e por isso estou aqui completamente de acordo com “Mais não significa melhor”. Pois não senhor, não significa!
Enquanto aluna (30 e tal anos atrás) a maioria dos alunos, meus colegas, era fraco a português e matemática. Na altura criaram-se as “aulas de compensação”…mas os alunos continuaram fracos a essas disciplinas. Hoje o problema mantém-se. E nós vemos os alunos a ter APA e a continuarem fracos a português e matemática. Vemos os alunos a beneficiarem de PAM´s e PNL´s….e continuam com fracos resultados a português e matemática. Mais não significa melhor não senhor!
Quanto a estas duas disciplinas serem importantes para os bons resultados das outras. Concordo. Mas não se iludam porque o inverso também é verdade.
Julho 15, 2011 at 6:41 pm
#0
“A manutenção do Estudo Acompanhado em par pedagógico é algo que não esperava.”
Pois nem eu!
Parecia-me muito mais interessante a utilização desses tempos no apoio ‘cirúrgico’ e compulsivo* dos alunos que apresentam dificuldades e apenas às disciplinas / conteúdos em que tal se verifica.
Felizmente, há alunos que não necessitam de quaisquer apoios extra-aula.
* Julgo existirem ferramentas possíveis para ‘forçar’ a participação dos alunos que apresentam défices de aprendizagem a frequentar apoios específicos…
Julho 15, 2011 at 6:42 pm
Se era possível, simples e sem custos acrescidos transportar as horas de AP para as disciplinas que têm uma carga horária reduzida (como a História, por exemplo), então deveria ter sido feito.
Se não foi, não a posso considerar uma boa reforma, mesmo que seja uma reformazinha.
Julho 15, 2011 at 6:49 pm
#29
“pois eu detesto ver nas reuniões de avaliação aqueles colegas “baldas” a pressionar para darmos notas a alunos que não fizeram nada o ano inteiro.”
Pois. É certo que o ME tem vindo a facilitar as transições de ano para efeitos estatísticos, mas não me lembro de ter alguma vez visto algum ‘delegado do ME’ presente nas (muitas) reuniões em que colegas nossos insistem para alterarmos as classificações de alunos com 4, 5 ou até 7 níveis(!) inferiores a 3 (3º ciclo) para que estes transitem de ano…
Temos de aprender a dizer mais vezes mea culpa, mea culpa!…
Julho 15, 2011 at 6:55 pm
#33,
Sou professor de LP e nem por isso acho que 6 horas por semana mais uma de EA sejam a solução para tudo, se os alunos não tiverem a atitude correcta e trabalho fora da sala.
Mais duas horas por semana não substituem hábitos de leitura em casa, nem que seja meia hora por dia.
Quanto à Matemática, reveja-se a forma como ela está a ser ensinada no 1º CEB, acabem com o mito da “dificuldade” (há profes que adoram sentir que estão na posse de um saber hermético só acessível a iluminados) e ponham-nos a trabalhar e a pensar de outro modo (eu sei, com 28 é difícil), que talvez não sejam necessárias 200 aulas por ano para resolverem aquele problema do recipiente com água do exame de 9º ano (na sala onde estava a vigiar, de uma turma razoável, 10 em 12 falharam por falta de raciocínio, não e horas de aulas).
Julho 15, 2011 at 7:00 pm
Tem dois tipo de reformista nesse planeta: os que reforma hoje e os que reforma amanhã. Esse trem não pára de perseguir sua cauda como cachorro maluco. Quem quer reformar hoje será reformado amanhã.
Aqui no morro tem também gente que só tá esperando evoluir um pouco mais cada dia. Não precisa de reforma não. Precisa apenas dar espaço para evoluír.
Julho 15, 2011 at 7:06 pm
Tou sabendo de uma dúzia de terras e de tantos amigos que não terá esse probleminha da porcentage de sucesso. Inclusivé nem ouviu falar.
Ninguém estuda matéria que sabe que vai acabar. Matemática é um caso. Música é outro. Também ninguém estuda porra nenhuma se pensar que não tem futuro. Tem muito aluno calçando banana sem reencaminhar para outro troço onde possa assentar seu pé. Aí despede esperança e abraça miséria.
Julho 15, 2011 at 7:12 pm
Respostas que tardam:
“FENPROF reúne com Ministério da Educação
A FENPROF reúne na próxima segunda-feira, dia 18, a partir das 17 horas, nas instalações do ME situadas no Palácio das Laranjeiras (instalações do antigo MCTES).
A marcação desta reunião – a primeira com a nova equipa ministerial – apenas peca por tardia (foi proposta pela FENPROF logo após a tomada de posse do Governo) e surge no dia em que o ME anunciou algumas alterações curriculares nos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico. O fim da Área-Projecto e a forte restrição no Estudo Acompanhado são justificados com o aumento da carga horária na Matemática e Língua Portuguesa. Sobre essa matéria, a FENPROF considera indispensáveis uma reflexão mais profunda e medidas mais significativas no domínio curricular. Deixou de haver tempo para alterações avulsas ao sabor de imposições financeiras ou de meras apreciações de senso comum, neste tempo em que a escolaridade obrigatória se alarga para 12 anos.
Para além dessa questão, a FENPROF, nesta reunião, pretende obter respostas sobre outras matérias, nomeadamente a rede escolar, aspecto fundamental para a organização do próximo ano escolar.
Sabe-se agora que, afinal, encerrarão 266 escolas do 1.º Ciclo, mas ainda falta saber qual será, em Setembro, a decisão em relação aos mega-agrupamentos. Esse esclarecimento é fundamental para que as escolas saibam como se organizar em relação ao próximo ano escolar que se inicia dentro de pouco mais de um mês.
Outras questões de resolução urgente serão levadas pela FENPROF à reunião. São disso exemplo, a avaliação de desempenho (que se pretende suspensa), os horários de trabalho dos professores (que se pretendem adequados) e as condições de trabalho nas escolas, nomeadamente ao nível da estabilidade do seu corpo docente.
Na reunião, a FENPROF procurará esclarecer alguns aspectos que estão menos claros no programa do Governo, sendo apresentado ao Ministro da Educação um documento que identifica os problemas que considera fundamentais no sistema, procurando agendar desde já os indispensáveis processos negociais com vista à sua resolução.
O Secretariado Nacional da FENPROF
15/07/2011
http://www.fenprof.pt/?aba=27&mid=115&cat=226&doc=5720
Julho 15, 2011 at 7:15 pm
Já não posso com tanta LP e Mat!!!
Analisei a reorganização curricular referente ao 3º ciclo e, em termos de carga horária semanal, encontrei as seguintes diferenças :
7.º ano 8.º ano 9.º ano
2010/11 LP 2 x 90 min 2 x 90 min 2 x 90 min
2011/12 LP 2,5 x 90 min 2,5 x 90 min 2,5 x 90 min
2010/11 Mat 2 x 90 min 2 x 90 min 2 x 90 min
2011/12 Mat 2,5 x 90 min 2,5 x 90 min 2,5 x 90 min
Ou seja, tanto LP como Matemática passam a ter mais 45 min semanais, o que perfaz 90 min.
Por outro lado,há 90 min “a decidir pela Escola”.
Feitas as contas, a carga horária dos alunos mantém-se.
Quanto aos tais 90 min “a decidir pela Escola”, espero que haja a sensatez de os distribuir por disciplinas que não LP nem Matemática. Já basta estas duas disciplinas terem um acréscimo de 45 min na carga semanal!
Para já, mais não digo.
Julho 15, 2011 at 7:16 pm
Paulo, que dizes de começar a cobrar pela “publicidade”?
Só com o “Mavericas-rapaz-de-recados” ganhavas umas boas massas…
…
…
🙂
Julho 15, 2011 at 7:52 pm
#38
Não é minha intenção passar a ideia que só um aumento da carga resolveria o problema da matemática…
Se não se aumentar a exigência e rigor, em detrimento do facilitismo, desde o 1.º ciclo, continuaremos a ter resultados fracos.
Não sei o caso concreto da LP, mas na matemática do 3.º ciclo, com o programa da disciplina, este aumento de horas lectivas é fundamental para melhorar resultados, disso não tenho dúvidas.
Considerações:
Se analisarem, os resultados da matemática pioram a partir do 3.º ciclo.
Porquê?
Em minha opinião, algumas justificações,
-menor exigência dos programas até ao 6.º ano, acompanhado por défices de formação dos professores na área da matemática ao nível do 1.º ciclo. Só a partir do 7.º ano, começa a parte mais “complicada” da matemática que, em minha opinião, deveria ser trabalhada anteriormente…
-A carga horária é diminuta, matemática exige trabalho e persistência, os professores acabam por ser “obrigados” a leccionarem as matérias à pressa… deixando os tais exercícios de raciocínio, os mais difíceis, de lado.
-Temos também uma enorme dispersão curricular no 3.º ciclo, com um sistema de avaliação que permite aos alunos passarem com negativa “crónica” até ao 9.º ano, acrescido do facto de grande parte de alunos, pais e professores aceitarem a negativa a matemática como “normal”
Juntando tudo isto, temos todos os condimentos para os resultados a matemática serem difíceis de serem melhores…
Daí, que mais horas, mais trabalho, mais exigência é fundamental…
Julho 15, 2011 at 8:18 pm
Duma coisa tenho eu a certeza. Se distribuíssem as horas por outras que não a MAT e a LP os resultados destas não iriam melhorar.
Percebe-se a frustração de muitos que por aqui comentam, porque certmamente também para eles a Matemática foi um tormento e não entendem a sua utilidade.
Se “há profes que adoram sentir que estão na posse de um saber hermético só acessível a iluminados”, como diz o Paulo Guinote, também há muitos e muitos e muitos que se pavoneiam e adoram dizer que nada percebem de Matemática. O triste é que muitos deles nem uma simples percentagem sabem fazer (por exemplo calcular o número de positivas na turma).
Muitos questionam os PAM´s e PNL´s. Então imaginem como isto estaria se não houvesse PAM´s e PNL´s. Eu sei que os outros professores são fantásticos, basta ver as notas às suas disciplinas, quase nunca têm problemas com o excesso de negativas nas suas turmas.
Julho 15, 2011 at 8:26 pm
O aumento da carga horária é óbvio que não vai resolver tudo. Mas é um princípio. Com menos horas é que de certeza que não se ia lá.
Outro dos problemas que se tem que resolver urgentemente é o acesso dos professores aos cursos do 1º Ciclo. Na maioria são alunos que entram nesses cursos com um exame de acesso a LP e destestam Matemática. Sempre fugiram dela e muitos deles acabaram no 9º ano com negativa. Depois vão “ensinar” Matemática aos meninos, numa altura crucial. O início de tudo. Ora se esses professores sempre abominaram a Matemática, o que irão transmitir às crianças?? Pois…. esse é um dos problemas muito graves, que grassa no ensino (da Matemática).
O 1º Ciclo deveria passar por uma reforma profunda. Professores generalistas não faz sentido. Ninguém sabe bem de tudo. Deveria estar particionado em três. Humanindades, Ciências e Expressões. Cada professor para o seu ramo e a estudar para se especializar na sua área. Muito dos problemas passam por aqui. E o 1º Ciclo é logo o início (se excluirmos o pré-escolar…) da formação da pessoa.
Julho 15, 2011 at 8:44 pm
#26,
Paulo, não precisa de lamentar.
No essencial, a reorganização curricular (2º e 3º ciclos) é semelhante. Com a excepção do reforço da LP e da Matemática, da manutenção do par pedagógico em EVT e do EA no 2º ciclo.
Julho 15, 2011 at 8:48 pm
#45,
“Duma coisa tenho eu a certeza. Se distribuíssem as horas por outras que não a MAT e a LP os resultados destas não iriam melhorar.”
Fantástico, Marilu! Dupont e Dupont não fariam melhor.
O problema é que se vê a miséria dos resultados alcançados nestas disciplinas e os dótores das ditas cujas assobiam para o lado, porque a culpa nunca é deles.
Sugiro mesmo que a totalidade da carga lectiva seja integralmente assegurada por dótores de LP e MAT. Talvez saísse daí alguma coisa de jeito, sei lá…
Julho 15, 2011 at 8:54 pm
@Jamé (48) Certamente que os dótóres das outras disciplinas fariam bem melhor com os mesmos meios. Toda a gente sabe que sim. Aliás percebe-se logo isso nas suas diciplinas, com tão pouco tempo, as notas são sempre fantásticas. Número de negativas supeiror a 50% é sempre prós dótóres fraquinhos do costume.
Julho 15, 2011 at 8:55 pm
#48
Porque não pedem exames nacionais a todas as disciplinas?
Talvez porque alguns dos vícios instalados deixassem de existir… entretanto vai-se assobiando para o lado, com o olho no nosso umbigo, deixando de olhar para a realidade tal qual ela é e não como queríamos que fosse.
Julho 15, 2011 at 9:01 pm
#38
Brilhante! Totalmente de acordo. Acrescentaria ainda que, no caso de LP, eu que pela idade fui aluna no tempo agora habitualmente considerado de ensino muito rigoroso, tenho a perfeita noção de que muito do que fui desenvolvendo em mestria e correcção da língua foi no âmbito de outras disciplina e não somente no Português – História, Geografia e até Ciências – com manuais (no época o livro único) com qualidade linguística e professores dessas disciplinas promotores e bons modelos da correcção linguística e da capacidade de análise de texto, síntese etc. Agora… mais não digo!
Julho 15, 2011 at 9:23 pm
#41
O fim da Área-Projecto e a forte restrição no Estudo Acompanhado são justificados com o aumento da carga horária na Matemática e Língua Portuguesa. Sobre essa matéria, a FENPROF considera indispensáveis uma reflexão mais profunda e medidas mais significativas no domínio curricular.
Vai-te catar, ó zémanel.
Forte restrição?
No 2º CEB até sobreviveu o par pedagógico.
Eu sei, um doutor do Secundário não olha para essas coisas.
Nem me lembro de tanto alarido com o fim da AP no Secundário decretado pela equipa (amiga) anterior, ainda antes da troika.
Julho 15, 2011 at 9:33 pm
#50,
“Porque não pedem exames nacionais a todas as disciplinas?”
Quem disse que não pedem? Por mim, já cá deviam estar há muito!!
Julho 15, 2011 at 9:57 pm
Tudo começa no 1º ciclo,a professora da minha dizia-me que os meninos não precisavam de saber a tabuada de cor !!!Pois é ,tive que me chatear muito com a pequena para obrigá-la a saber o que a professora achava dispensável .Depois viu-se no 2º ciclo ,a professora de matemática que não deixava usar máquina,teve um trabalhão para conseguir êxito na turma !
Julho 15, 2011 at 10:49 pm
Mais tempo para a Matemática significa muito, muito melhor! FACTO: O programa foi substancialmente alterado! Alterado em termos de conteúdos e de metodologias! Foi um avanço que começou com um PROBLEMA: a carga horária da disciplina deveria ter sido aumentada, o que não aconteceu! Todos os professores, dentro das escolas, deveriam estar a par!
Afinal não é mais do mesmo e só com mais conseguiremos fazer melhor.
Julho 16, 2011 at 1:14 am
#23 #38 #44 #51
Estou em absoluta sintonia convosco, colegas!
Julho 16, 2011 at 2:11 am
Há algum tempo que em várias escolas se convertia a AP e EA em aulas de português e matemática. Agora assiste-se apenas à formalização da coisa, nada mais. Nas turmas que tenho tido, não foi evidente qualquer reflexo positivo devido ao aumento da carga horária dessas disciplinas.
A mudança de paradigma de cada vez que muda o governo é um absurdo quando se pensa que é pelos programas, currículos ou planos de estudos. Não é por aí. Nessa medida, concordo com o #23, inteiramente.