Joaquim Azevedo, com António Nóvoa, João Barroso, João Formosinho ou os mais históricos Rogério Fernandes, Áurea Adão e outros, são autores de referência para o estudo da Educação em Portugal.
Podemos concordar o discordar deles e das suas opiniões quando se debruçam sobre soluções concretas, mas as suas obras são consistentes, apresentam argumentos e ideias, baseadas em factos, demonstrados e devidamente referenciados. é possível acompanhar o seu raciocínio, ver as suas fontes e influências. Não surgem do nada, como se nada devessem a ninguém. Podem achar que isto é um certo elitismo meu mas uma obra destinada a ser uma reflexão séria sobre o nosso sistema educativo deve demonstrar claramente no que se baseia. Uma bibliografia ajuda. Para textos de circunstância temos os blogues e os artigos de jornal, coisas passageiras.
Isto para dizer que a última obra de Joaquim Azevedo é de leitura essencial, porque não envereda pelo facilitismo ou aproveitamento demagógico de chavões. Mesmo quando, a páginas 268, se escreve:
Uma instituição de educação escolar, na sequência do que atrás dissemos só pode, sobretudo nos dias de hoje, seguir três prioridades. Primeira: trabalho. Segunda: trabalho. Terceira: trabalho.
Entretanto, lamento que a Wook tivesse demorado oito dias úteis depois de eu fazer o pagamento, a deixar-me um aviso para ir recolher a encomenda que fiz à estação, não de correios que fica a vários km da minha casa, quando existe um posto mesmo no prédio ao lado. pelo que, embora desfolhado com rapidez na Fnac, continuo sem poder analisar o livro mais recente de Santana Castilho, outro autor na área do PSD.
Maio 21, 2011 at 2:52 pm
Trabalho????
Então e a parte lúdica?
Então e a escola lugar de prazer?
Então e o aprender a aprender?
Então e os Objectivos mínimos, as competências, as metas e o “rqp” que são o must do eduquês?
Querem ver que os eduqueses vão ter de se reciclar?
Maio 21, 2011 at 2:55 pm
Os teóricos eduqueses e os inspectores eduqueses, os profs eduqueses… Reciclem-se, pois já basta de tanto disparate.
Maio 21, 2011 at 3:07 pm
A VERDADEIRA escola deve ter como lema Arbeit Mach Frei…
Maio 21, 2011 at 3:18 pm
Concordo com o Paulo Guinote na sua caracterização e lamento que venham logo os apologistas da “terra queimada” criticar o J.Azevedo. Goste-se ou não, trata-se de uma obra consistente e séria ao contrário de muita treta publicada nos últimos anos e outra com “meia dúzia” de páginas que ainda recentemente teve honras de prefácio e foi dos momentos mais ridículos que já assisti.
Maio 21, 2011 at 3:24 pm
Isso do trabalho tem muito que se lhe diga.
Nunca se “trabalhou” tanto nas escolas, nunca os professores cumpriram tantas horas de permanência, nunca se fizeram tantas reuniões ou elaborou tanto documento como hoje se faz. (É verdade que os computadores e as fotocopiadoras ajudam, e muitas vezes só custa fazer o primeiro…)
E daqui, conclui-se que os alunos sabem mais, que a escola funciona melhor, que melhorou o relacionamento entre as pessoas?
Lamento, mas o autor está enganado. Em relação a trabalho, a escola precisa do mesmo que as nossas sociedades doentes requerem: menos trabalho e trabalho para todos!…
Maio 21, 2011 at 3:28 pm
Sempre que alguém manda trabalhar os outros, manda a defesa da sanidade mental de todos os envolvidos que se coloque a questão: para que serve esse trabalho em concreto? Que benefícios traz, e a quem?…
O maior cancro da escola actual é o trabalho inútil que se realiza. O trabalho que se destina a alimentar burocracias, a cumprir procedimentos sem razão de ser, a cimentar relações de poder, a ocupar pessoas em vez de as pôr a conversar ou a pensar…
Maio 21, 2011 at 3:31 pm
Dedicado ao Joaquim Azevedo, à sinistra de má memória, à serigaita da perna alçada e a todos os outros que defendem “mais trabalho”… para os outros, que da parte deles, já estão servidos!…
Maio 21, 2011 at 3:40 pm
Há qualquer coisa de Octávio Machado na obra do Joaquim Azevedo…
Maio 21, 2011 at 3:47 pm
Não perdoas uma. Não te chegava gabar o livro de um escritor do regime, de todos, precisavas de zurzir no Santana Castilho:
“…continuo sem poder analisar o livro mais recente de Santana Castilho, outro autor na área do PSD”.
Não é que ele não mereça, mas… nem ele nem o Joaquim Azevedo são do PSD.
Até parece que te convém que sejam 😉
Maio 21, 2011 at 4:36 pm
Gosto do autor pelas ideias, não me preocupo se é do PSD ou do PS. A primeira obra que li dele Avenidas da Liberdade – Reflexões sobre Política Educativa, fez-me equacionar algumas questões relativas, não só ao sistema educativo, mas também às minhas próprias práticas, pelo que considero que a leitura da obra me tornou melhor profisional.
Maio 21, 2011 at 4:41 pm
# 10 – subscrevo na integra
Maio 21, 2011 at 4:50 pm
# 6
Concordo inteiramente. A maior praga da escola actual é o trabalho inútil que nos tira tempo e energia para nos ocuparmos de coisas realmente importantes.Um exemplo? A quantidade de papelada que se preenche num Conselho de Turma.
Maio 21, 2011 at 6:06 pm
Fora do post mas algo que me está a fazer confusão.
Qual a razão pela qual o Ramiro anda a postar sobre Boston e a América e nem uma palavra para o debate de ontem ou para a política nacional?
Alguém sabe?
Maio 21, 2011 at 6:16 pm
#13,
Acho que o Reitor do comentário 9 saberá melhor.
#9,
Agora o Reitor… com recorrentes problemas de compreensão da escrita, quando lhe convém.
Escrevi que são “autores da área do PSD”, não que são militantes do PSD.
Porque direi eu tamanha maldade?
Sei lá!!!
Será porque desempenharam funções governativas em governos do PSD?
Será porque um afirmou publicament ser a alma-mater do programa eleitoral do PSD para a Educação, antes de descobrir que não fora?
Realmente… one irei eu buscar ideias destas!!!
Silly me…
(já agora, é bastante conveniente quanto a equipa reitoral e outros gostam de me apontar como isto ou aquilo, ao ponto de um quase mandar um contacto comum inquirir-me se eu ia votar BE e poderia responder a uma perguntas enquanto prof bloquista… 😆 )
Maio 21, 2011 at 6:17 pm
#6,
António, por caridade… isso nem é um argumento!
isso é conversa fiada!
Compra o livro e lês o resto, que explica qual o trabalho.
Eu sei que não são poucas páginas, que até tem notas de rodapé e os slogans não aparecem destacados a cor de laranja, mas acredita que é uma leitura útil, mesmo que seja para discordarmos.
Maio 21, 2011 at 6:27 pm
#0
Nos autores “históricos” de referência acrescentaria José Salvado Sampaio.
Seria interessante elaborar uma lista de todos os ministros da Educação desde 1974 com as obras publicadas sobre Educação.
Maio 21, 2011 at 6:28 pm
# 13
Está a passar por uma fase de nostalgia!!
Maio 21, 2011 at 6:48 pm
# 13 está a pensar em que “asa” do tacho vai pegar…fala sempre dos professores do ensino secundário, raramente da “matilha” do superior, quererá desviar atenções? anda a tramar alguma….
Maio 21, 2011 at 7:04 pm
#15
Pois, não li o livro…
Mas fiz uma analogia com o discurso de outros “autores”. É que essa conversa do “mais trabalho nas escolas” já serviu para muita coisa. Para justificar as pseudo-substituições. Para impor todo o tipo de trabalho burocrático. Para obrigar a frequentar a escola alunos reprovados por faltas e outros que não querem lá andar nem que a vaca tussa. Para impor uma avaliação do desempenho punitiva e congelar carreiras…
Por agora, e deixando a promessa de, quando tiver tempo, ir lá ver o que o pedagogo dos 7 ofícios nos propõe, faço também a minha proposta: que em vez de serem sempre os mesmos a mandar trabalhar, possa haver neste país, e na educação em particular, uma divisão mais justa do trabalho.
Que os mandadores em vez de me mandarem trabalhar me dêem mais autonomia para realizar melhor o meu trabalho.
E que os que gostam de mandar o comecem a fazer melhor, pois a verdade é que as nossas elites políticas e económicas são muito fraquinhas, como o demonstram o estado do país e a evolução negativa e divergente do resto da Europa que caracterizou as últimas décadas.
Maio 21, 2011 at 8:17 pm
Como tu, também eu tenho de me desfazer do verbo ‘desfolhar’, sempre que me refira a livros.
http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=Desfolhar
Maio 21, 2011 at 8:20 pm
Mais trabalho. Estou de acordo. Mas para quem?
Para os colegas que não elaboram uma ficha de trabalho durante todo o ano lectivo? Para os professores que não mandam os alunos escrever um só texto ao longo do ano lectivo? Para os professores (estes que «citei») que requerem aulas observadas e, nesse momento, apresentam a primeira ficha de trabalho do ano, em plena segunda quinzena de Maio? Estou de acordo.
Para alguns alunos? Absolutamente.
Para alguns pais serem pais efectivamente? também.
Para todos aqueles que se desunham e trabalham muito mais do que as 35 horas semanais e desanimam quando lidam com alunos que se borrifam e não há resultados? NÃO!
P.S. – Tb não li o livro.
Maio 21, 2011 at 11:05 pm
Conheci parte das suas ideias neste seminário realizado pela FNE.
http://www.fne.pt/content/item/show/id/4515
Tenho a certeza que o Joaquim Azevedo pode ser o homem certo para a pasta da educação.
A sua experiência e a sua maturidade são pontos a favor em detrimento do Canavarro.
Maio 21, 2011 at 11:09 pm
#20,
Sei disso… é como o “despoletar”, mas… deixa estar.
Maio 21, 2011 at 11:56 pm