Nem dá muito trabalho, mas permite realçar preguiças alheias. Ou o desinteresse. A tabela (demasiado grande para incluir como imagem no post) é a seguinte:
Private expenditure on education as % of GDP
Expenditure on educational institutions from private sources as % of GDP, for all levels of education combined (%)
.
A mistura de todos os níveis de ensino baralha as coisas, assim como os dados só chegam até 2007. Mas há uma coisa que se destaca à vista desarmada: o salto enorme no peso do sector privado a partir de 2005. O peso relativo no PIB quintuplica entre 2004 e 2007.
Em 2007 ainda abaixo da média da UE, mas é interessante reparar que os países com maior peso do privado não são os mais óbvios e, no caso dos países escandinavos (Finlândia, Suécia), esse peso é um terço do que existe em Portugal.
Porque será?
Neste caso, deverão ser os responsáveis pela degradação da imagem do sector público a responder…
Janeiro 30, 2011 at 10:30 pm
Será porque nesses países o ensino nas escolas públicas é de boa qualidade ?
Janeiro 30, 2011 at 10:34 pm
#1,
A sua argumentação vai refinando em qualidade.
Não demonstra nada, apenas descarrega chavões,
Eu tento debater com alguns dados, mas é impossível fazê-lo com quem só debita lugares-comuns.
Nesse aspecto, Isabel Alçada encontrou um terreno ao seu nível.
Que me esculpe, mas ainda não lhe li uma linha objectiva em nada.
Pior, pela forma como tem exposto a sua forma de ver as coisas, conseguiu convencer-me que:
a) Não sabe exactamente do que fala.
b) Apenas defende uma situação, porque agora lhe tocou à porta.
Janeiro 30, 2011 at 10:40 pm
Até mesmo os países escandinavos estão a repensar os serviços públicos.
“Neste caso, deverão ser os responsáveis pela degradação da imagem do sector público a responder…”
E não é possível comparar o tipo de sociedade escandinava com a portuguesa, nem o conceito de estado e, sobretudo, não há comparação nos índices de corrupção.
Veja-se, por exemplo, que nas sociedades escandinavas um jovem sai muito cedo da casa dos pais e faz-se à vida, assumindo todas as suas responsabilidades de adulto; em Portugal, aos trinta e tal ainda estão alapados em casa dos pais e não têm vontade nenhuma de ser responsáveis. Mais tarde, quando vão trabalhar, consideram que os patrões são uma extensão dos papás e que têm o dever de os sustentar sem que tenham que fazer grande esforço.
Culturas…
Janeiro 30, 2011 at 10:42 pm
Ora vejam lá este video.
É americano, carago.
Tudo o que é americano é b…
Janeiro 30, 2011 at 10:45 pm
Janeiro 30, 2011 at 10:46 pm
E em itália não?
Janeiro 30, 2011 at 10:49 pm
#2
Não é chavão dizer que a escola publica na Escandinávia é de boa qualidade.
Já agora, o seu post não explica nada sobre a questão das escolas associadas.
Pelo contrário, o facto do sector privado independente ser maior que a média europeia, só reforça os meus argumentos.
É pena que neste tema, os preconceitos sobre como pode ser um sistema de ensino universal misto se sobreponha á análise racional, como costuma fazer noutros assuntos.
O meu interesse é meramente como pagador de impostos, irritado por mais uma asneira feita por este governo.
Insinuar outros interesses é despropositado, bem como dizer que não sei nada.
Só sei alguma coisa, porque leio este blog há muitos anos.
Janeiro 30, 2011 at 10:51 pm
Agora, com o País em farrapos voltaram a andar em campanha a gozarem com o Povo. Este fim de semana andaram mais de vinte mamões a gastarem o dinheiro subtraído ao salário dos professores. Muito brando foi Cavaco na noite da vitória.
Janeiro 30, 2011 at 10:55 pm
“Mas há uma coisa que se destaca à vista desarmada: o salto enorme no peso do sector privado a partir de 2005.”
Tb vi Paulo e acho que teremos de chamar o Zandinga (?) para percebermos porque é que tal fenómeno aconteceu 😆
Estes interesses privados metem-me nojo.
Escolas com condições óptimas, com apoios superiores ao Público, com entradas controladas e no fim ainda entram em estatísticas de qualidade com quem não devia ser comparado.
Aquilo que agora for (des)feito sê-lo-á apenas porque a corja não tem dinheiro, não é por DEFENDEREM A ESCOLA PÚBLICA.
Janeiro 30, 2011 at 10:59 pm
Vejam bem se esta gente não anda a snifar…
PS diz que eleitores votaram pela manutenção do PR e do Governo
http://www.publico.pt/Política/ps-diz-que-eleitores-votaram-pela-manutencao-do-pr-e-do-governo_1477803
Janeiro 30, 2011 at 11:11 pm
Consta que na Suécia já se lamentam as reformas (privatizadoras) feitas. Desceram no PISA.
Quanto às escolas de qualidade há em Portugal um grande obstáculo, ao contrário da maioria dos países com melhores índices educativos que têm escolas especializadas, as nossas são generalistas (exceptuando as 2 Artísticas e uma dúzia de escolas profissionais), têm todo o tipo de cursos… o que complica em muito gestão e a identidade das escolas.
Os Finlandeses têm Liceus, com exames de acesso.
Alemanha, o mesmo…
Dinamarca, o mesmo…
…
A excelência desta forma é bem mais simples.
Janeiro 30, 2011 at 11:18 pm
Consta que na Suécia aumentam todos os anos o numero de escolas associadas e que estão com as vagas todas ocupadas.
Janeiro 30, 2011 at 11:23 pm
Paulo
O que se passa na letónia (Latvia, em inglês) é também muito interessante para perceber os encavalitados nacionais. É sabido que este país é um case-study nos planos da OCDE/FMI/Banco Mundial. Fica registado que os clientes do ensino privado na “Latvia” fugiram para o ensino público. Lá se vai o negócio. O mundo não é mesmo a preto e branco.
Janeiro 30, 2011 at 11:24 pm
Deve ser porque o ensino público é melhor ou mais barato que o privado.
Janeiro 30, 2011 at 11:36 pm
Belo trabalho, Paulo.
Já há aqui muito material para alguma malta poder estudar e amanhã à noite não dizer disparates.
…
Janeiro 30, 2011 at 11:55 pm
PMP,
Não adiantarei respostas, enquanto não me der mais do que a vulgata mais básica do seu ponto de vista.
Há que elaborar um pouco mais.
Há que não se limitar a ser reactivo de uma forma muito elementar.
Para isso, tenho os do costume, do outro lado da “barricada”.
Nem tudo público, nem tudo privado.
As virtudes não estão apenas de um lado.
Trabalhei – pouco – no privado e há muito tempo, mas sei de mais coisas do que o decoro me permite aqui expor.
Janeiro 31, 2011 at 12:15 am
#16
Aqui a questão é essencialmente politica: de como poderá um serviço público como o ensino universal ser organizado da melhor forma.
Nem tudo público nem tudo privado, como diz e bem.
A confusão que existe em Portugal, é não se entender que o ensino universal pode ser prestado, como tem sido, por entidades públicas e por entidades privadas.
A vantagem imediata é a que a diversidade da gestão, métodos de ensino e concorrência terá tendência a melhorar o sistema no seu todo, com vantagens para a sociedade.
Isso é a teoria, mas ainda temos a prática dos últimos anos, que confirma que as escolas associadas prestam um serviço aparentemente melhor que as escolas públicas (por culpa da gestão não dos professores) senão não estariam quase sempre lotadas.
Mas claro que as escolas associadas poderiam ser melhores, com melhor fiscalização.
Janeiro 31, 2011 at 12:07 pm
Leio estes comentários e vejo apenas medo. Muito medo de se perder o emprego público
Janeiro 31, 2011 at 12:08 pm
Leio o que acima se diz e vejo apenas medo. muito medo de perder o tacho público
Janeiro 31, 2011 at 7:28 pm
Eu também tinha feito uma postagem sobre a evolução da despesa pública e privada, em Setembro passado:
http://beijokense.blogspot.com/2010/09/o-relatorio-da-ocde-1.html
Janeiro 31, 2011 at 8:18 pm
Mas já agora, Paulo, o facto de a despesa ser pública não significa que o serviço não possa ser prestado por privados – é ver qual a % dedicada a subsídios a entidades privadas.