Sobre a reforma curricular do Ensino Básico e, ao que parece, também do próprio Secundário?
Para sabermos exactamente o que lá se diz e não ficarmos apenas com farrapinhos de informação, disponibilizados à la carte, conforme as conveniências das fontes.
Ao contrário das forças sindicais, não acho que «as opções educativas não podem continuar condicionadas por cada mudança de ministro e por cada mudança de governo».
Por mim, devem mudar as opções educativas erradas. Manter-se as correctas. Será que Dias da Silva e Mário Nogueira defendem a continuidade das medidas tomadas em matéria de carreira e avaliação, mesmo tendo assinado o famigerado acordo?
Penso que não. Portanto… Repensem lá o princípio que enunciaram…
Eu acho que as ACND não estavam a funcionar correctamente e que era mais útil que essa carga horária fosse atribuída às disciplinas sacrificadas quando elas foram criadas, não desaparecendo apenas essas horas ou sendo transformadas em horas de frequência facultativa, logo, transitando para a componente não-lectiva dos docentes.
Não concordo com as opções anunciadas pelo Governo. Mas discordo delas porque representam um empobrecimento da oferta educativa. Não porque devam ser continuadas políticas de governo para governo, quando as opções estão erradas.
Dezembro 22, 2010 at 12:09 pm
Por exemplo, as horas de EA e AP deviam ser atribuídas a História e Geografia
Dezembro 22, 2010 at 12:14 pm
Não! Essas disciplinas aparentemente não fazem sentido em Portugal!!!!!! A nossa História não merece nem tem lugar no ensino! Esquecer o passado, perde-se a identidade e governa quem quiser! Plano perfeito para acaar com este país!
Enfim…
Dezembro 22, 2010 at 12:24 pm
Quando foram introduzidas as ACND Ed. Musical e EVT perderam 2 horas, quanto às outras disciplinas,já não me lembr, mas penso que as hoas deviam ser repostas.
Dezembro 22, 2010 at 12:35 pm
Para esclarecer:
– O Ministério das Finanças apoderou-se do Ministério da Educação.
– Não existem “opções educativas” do Ministério da Educação para 2011.
Conforme JDS disse, acho bem que se pense na criação de uma nova lei de bases, “no quadro de uma amplo consenso nacional que obrigue os diferentes partidos a manter pressupostos básicos na sua acção governativa”.
Já chega de maus remendos.
A carga horária das ACND vão parar directamente ao bolso do Teixeira dos Santos.
Dezembro 22, 2010 at 12:37 pm
#$ Claro. E pelos vistos,Em EVT ficamos pela metade.
Dezembro 22, 2010 at 12:44 pm
Na minha escola, o Inglês também perdeu.
Como, no 2º ciclo, os cinco meios blocos (3 de EA+2de AP)nunca serão, na totalidade, repostos no desenho curricular, levando ao consequente desemprego e perda de horas de trabalho, na escola, por parte dos alunos, sou absolutamente contra esta medida.
Penso que as escolas têm sabido muito bem gerir esses tempos (olhe-se para os resultados do PISA… 🙂 )e que vai notar-se um retrocesso no aproveitamento escolar dos nossos alunos.
Vou deixar uma sugestão, uma alternativa de “nem tanto ao mar, nem tanto à terra”: deixe-se ficar o que tem dado bons frutos (pelo menos nas escolas que conheço), reduzindo-se um professor em AP.
Dezembro 22, 2010 at 12:48 pm
Já faltava a ladainha do costume.
Quem é que perdeu horas e ainda não se acusou?
Será que não somos capazes de pensar nos horários dos alunos, apenas nos dos professores?
Dezembro 22, 2010 at 12:58 pm
O Conselho Nacional de Educação diz não a muitas medidas da proposta de revisão curricular do Ensino Básico. http://www.ensinobasico.com/blogue/953-cne-reprova-a-revisao-curricular-do-ensino-basico-proposta-pelo-governo
Dezembro 22, 2010 at 1:21 pm
Já aqui apresentei um proposta de matriz curricular. Foi bastante criticada, mas como referi tratava-se deum proposta (mais um pensamento que partilhei, pois quem sou eu para fazer propostas :-)).
Julgo que o Ensino Básico deve ser isso mesmo: básico;
Julgo que os alunos lucrariam mais com aulas de 60 mn do que blocos de 45/90;
Julgo que a Língua Materna e a Matemática têm pouco tempo para aulas práticas;
Julgo que a Formação Cívica deveria ter 2 tempos lectivos;
Julgo outras coisas, mas não agora…
Dezembro 22, 2010 at 1:30 pm
Já agora metam as Ciências porque senão fico zangada.
Dezembro 22, 2010 at 1:38 pm
(fora de assunto)
cuidado com alguns assuntos nas aulas 🙂
http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1739307&seccao=Europa
Dezembro 22, 2010 at 1:38 pm
As aulas de 60 minutos deveriam ser de novo implementadas.
Dezembro 22, 2010 at 1:42 pm
“Será que não somos capazes de pensar nos horários dos alunos, apenas nos dos professores?”
É do INTERESSE DOS ALUNOS E DOS SEUS PAIS (E, JÁ AGORA, DA SOCIEDADE EM GERAL, EXCEPTO DOS EXPLICADORES E CENTROS DE ESTUDO) que a escola seja a TEMPO INTEIRO…
Dezembro 22, 2010 at 1:48 pm
#7,
Não me parece que eu tenha reclamado isso.
O que acho é que reduzir a carga horária dos alunos em 10% não pode acontecer assim, caindo do céu.
Dezembro 22, 2010 at 1:49 pm
O reforço das aulas de História e HGP está relacionado com o facto do EA AP e FC terem ROUBADO tempo a estas disciplinas.
Dezembro 22, 2010 at 2:15 pm
# 0
http://www.fenprof.pt/?aba=27&mid=115&cat=226&doc=5244
Na margem direira estão os 2 pareceres.
Dezembro 22, 2010 at 2:16 pm
Sobre o parecer do Conselho Nacional de Eduquês não convém alimentar grandes expectativas ou ilusões.
Já deram, mais do que uma vez, mostras de terem sobre a Educação uma visão eduquesmente corrigida e alinhada.
As propostas que de lá saírem não conseguirão fugir muito daquelas traçadas “a régua e esquadro”, que nós estamos habitudos a ver serem “cozinhadas” nos gabinetes donde há muito a realidade e a capacidade de a pensar se evaporou.
Dezembro 22, 2010 at 2:19 pm
#13
Depende…há alunos que preferem ir para casa depois das aulas. E que podem , porque têm ambiente para isso. E ter 30 e tal horas de aulas não é necessariamente o que mais fomenta a autonomia e a responsabilidade. Os alunos precisam de tempo para estarem sós ou com alguns colegas e/ou amigos, para estudarem ou para fazer outras coisas. A disponibilidade da escola a tempo inteiro é diferente da obrigatoriedade da escola a tempo inteiro.
Dezembro 22, 2010 at 3:00 pm
18,
Em teoria, está correcto o seu raciocínio…
Na prática, os alunos não podem estar sós…
Dezembro 22, 2010 at 3:02 pm
– Um dia, disseram-me que iam despedir os professores provisórios.
* Não quis saber, não era comigo. *
– Depois, contaram-me que iam pôr não sei quantos funcionários das escolas no desemprego. * Não quis saber, não era comigo. *
– Um dia, disseram-me que iam reduzir às aulas de História.
* Não quis saber, não era comigo. *
– Depois, soube que iam despedir professores de EMRC, Educação Musical, Educação Física, devido ao fim do Estudo Acompanhado e Área de Projecto.
* Não quis saber, não era comigo. *
– Mais tarde, disseram-me que iam pôr 15.000 professores de EVT no desemprego.
* Não quis saber, não era comigo. *
A seguir, soube que chegara a vez dos professores de Português e indicaram-me a porta de saída. Senti-me mal e resolvi pedir ajuda aos colegas.
Mas não tinha ninguém a quem pedir ajuda e lutar ao meu lado. Tinham sido despedidos 30.000, debaixo da minha indiferença…
> Parece-me que a situação da nossa classe está bem pior do que estava no tempo da D. Lurdes. Andamos anestesiados.
Não sei o que vamos fazer, mas temos de fazer algo.
Temos que começar a conversar e a agir.
Bora lá melhorar (tornar mais preciso) este “manifesto” e divulgá-lo!…
Dezembro 22, 2010 at 3:06 pm
Nem políticos nem eduqueses querem uma Educação de qualidade para Portugal.
O interesse desta gente é formar analfabetos funcionais que façam o que eles querem para poderem governar à vontade, sem oposição.
Portugal está condenado à morte.
E quem assassinou este país foram estas mentes gananciosas, ignorantes e reles.
Dezembro 22, 2010 at 3:50 pm
Como dizia a outra, até dói…
Mas é quando se colocam os problemas da escola na perspectiva enviesada de um colectivo que reduz os interesses dos alunos a interesse programáticos obscuros.
A escola a “tempo inteiro” é uma exigência de quem pretende continuar a esticar os horários dos trabalhadores até ao limite, é uma barbaridade em termos pedagógicos e um atentado à responsabilidade parental.
Defender cegamente a escola armazém, tipo centro assistencial 365 dias por ano, é contribuir para a destruição do que resta do tecido familiar, em benefício da máquina de exploração capitalista e da progressiva desumanização da sociedade civil.
Porque não retiramos então as crianças aos progenitores e as entregamos ao Estado para cuidar delas? Estaria assim assegurado o emprego dos professores e todo e qualquer recém-nascido seria imediatamente integrado numa nova dimensão da escola a “tempo inteiro”.
Dezembro 22, 2010 at 4:47 pm
Isto de reduzir horas ou de cortar 50 % na EVT,acabar com a AP e EA vai traduzir-se em desemprego,que outra coisa coisa seria de esperar,mas como diz a Serena…
Dezembro 22, 2010 at 4:50 pm
#22
Perfeitamente de acordo: o próprio conceito de “escola a tempo inteiro” é absurdo e apenas justifica a desresponsabilização dos pais, armazenando as criancinhas na escola.
Isto não se passa lá fora, no 1º mundo, onde a escola habitualmente é só de manhã.
Só mesmo uma mentalidade 3º mundista para conceber este absurdo.
Quando este absurdo foi proposto, com a introdução das AEC’s no primeiro ciclo, promovi um abaixo assinado na escola em que os meus filhos andavam e recebemos uma resposta da DREN “chapa 5”, com o paleio habitual.
Dezembro 22, 2010 at 4:54 pm
Nos países desenvolvidos a escola é grátis,por cá querem fazer da transmissão do conhecimento um acto gratuito
Dezembro 22, 2010 at 4:57 pm
O péssimo desenho curricular e a falta de horas em algumas áreas é depois o que dá origem a “planos de salvação”, como o plano da Matemática, para tentar colmatar o que foi mal feito à partida.
No #24, o abaixo assinado foi contra as AEC’s, como é evidente…
Dezembro 22, 2010 at 6:13 pm
Realmente as nossas lutas tornam-se difíceis.
Para os mais velhos, é fácil reconhecer que a “escola a tempo inteiro” é um conceito absurdo, desumano e que só traz maus resultados. As crianças precisam mais da família, da casa, do que da escola.
Para os mais novos,o conceito (ETI) é positivo porque lhes permite terem emprego.
E nenhum dos grupos pode atirar pedras ao outro…
Acresce que os mais velhos, em geral, têm filhos e não suportam a doideira de os obrigar a passar 8 horas por dia na escola. ( falamos dos filhos de professores).
Os mais novos, em geral, ainda não têm filhos…
Dezembro 22, 2010 at 6:17 pm
Aos professores de música que frequentam este espaço, eu pergunto: vocês tiraram um curso de instrumento onde? Em quanto tempo? Estudando quantas horas por dia? Só professores das ESES que nunca tiraram curso de instrumento podem defender a escola a tempo inteiro.
Os alunos (e os seus pais) devem poder optar se querem a escola a tempo inteiro ou não.
Ainda hoje estive num conselho de turma onde alunos foram propostos para aulas de apoio no total de sete tempos lectivos, repito, SETE TEMPOS LECTIVOS.
Se isto não é violência…
Dezembro 22, 2010 at 7:30 pm
Tanta utopia que até dói…
Ponham os pés no chão e olhem o que vos rodeia:
-Os pais não estão em casa (nem os que são professores) durante o dia e não têm capacidade de o reivindicar às respectivas entidades patronais. Ponto.
– As nossas crianças e pré-adolescentes não podem ficar abandonados ao-deus-dará.
– Portugal não é um país nórdico.
– Lute-se por uma sociedade diferente que a escola/reflexo será diferente.
– Não enterrem a cabeça na areia!
– Não justifiquem o injustificáve(o despedimento de professores)!
Dezembro 22, 2010 at 7:40 pm
As nossas crianças e pré-adolescentes não podem ficar abandonados ao-deus-dará.
Claro que não…mas a escola ao substituir tanto os pais não os estará a desresponsabilizar tanto que mais tarde já nem pais SAIBAM SER?
Ficarão como este….
O ministro da Administração Pública da Itália, Renato Brunetta, propôs que seja criada uma nova lei para forçar filhos adultos a sair da casa dos pais.
A sugestão foi uma reação a uma decisão de um tribunal da cidade de Bergamo, que obrigou um pai – Giancarlo Casagrande, 60 anos – a contribuir para as despesas da filha de 32 anos que ainda mora com a família, embora ela tenha concluído um curso universitário há oito anos.
Segundo Brunetta, os filhos deveriam ser obrigados a deixar a casa dos pais aos 18 anos de idade, mesmo que por força de lei.
Na Europa, os italianos estão entre aqueles que demoram mais tempo para sair da casa dos pais.
Uma pesquisa feita no ano passado pelo instituto nacional de estatísticas da Itália indica que mais de sete entre dez italianos com idades entre 18 e 39 anos ainda vivem com a família.
Dezembro 22, 2010 at 9:17 pm
#29
Enquanto a população continuar a dizer amén a tudo e não reclamar de nada, pois pode crer que os pais destes país não vão conseguir nada.
E agora pergunto:
Qual é o problema de uma criaça ficar em casa sozinha a partir dos 11/12 anos??
É que eu sempre fiquei e não morri por causa disso.
O problema das crianças de hoje em dia é que são superprotegidas de tudo e por isso não se sabem adaptar a nada nem viver a realidade normalmente.
Tanta redoma de vidro em volta das crianças até dói!
Deixem-nas crescer e viver!
Dezembro 22, 2010 at 10:19 pm
Os alunos perderam horas de História, de Geografia, de Língua Estrangeira… e bem se nota!
Dezembro 22, 2010 at 10:20 pm
#7
Os alunos perderam horas de História, de Geografia, de Língua Estrangeira… e bem se nota!
Dezembro 22, 2010 at 10:27 pm
“Qual é o problema de uma criaça ficar em casa sozinha a partir dos 11/12 anos??
É que eu sempre fiquei e não morri por causa disso.”
E também fazia o caminho casa-escola a pé, brincava na rua e…
É preciso continuar a fazer o desenho? Não se apercebeu da diferença, a sério?
Tem ou teve, recentemente, filhos com esta idade?
Dezembro 22, 2010 at 10:30 pm
Não há nada como lançar certas questões para abanar as consciências…
#34
Apesar da diferença dos tempos, caiu-se no exagero e hoje em dia atrofiam-se as crianças a todos os níveis.
E isto não é gostar. Quem gosta não prejudica.
Dezembro 22, 2010 at 10:53 pm
35,
Bem, sempre têm o computador para lhes abrir a porta do mundo, não os deixando atrofiar-se…
🙂
Dezembro 23, 2010 at 12:03 am
O computador não substitui outras coisas.
Outro erro no qual se cai, pelo menos é o que eu penso.