Exmos. Srs.: Jornalistas:
Cansada de ouvir elogios aos resultados do PISA 2009, transcrevo abaixo carta com aviso de recepção enviada aos serviços centrais do PISA em Bruxelas, que questiona a seleção aleatória de alunos que deveria ter acontecido, e que nunca mereceu qualquer resposta. Na altura tentei também fazer chegar esta minha preocupação aos media, sem sucesso.
Confrontada com os resultados agora divulgados estou firmemente convencida que houve manipulação dos alunos selecionados, ou seja, estando o Ministério da Educação na posse informatizada das classificações anteriores dos alunos, selecionou os que entendeu por melhor. Desafio os srs. jornalistas a ir junto das turmas e dos alunos selecionados no 10º ano, na Escola ****************, em ************, confirmarem que as amostras escolhidas para serem analisadas estão longe de aleatórias; e junto do Secretariado do PISA confirmar se alguma medida de fiscalização foi tomada.
Possuo ainda o aviso de recepção.
Obrigada pela vossa atenção
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Eis a carta:
“Lisbon, May 25, 2009
Subject: Portugal students selection for Pisa 2009
Dear Sir/Madam:
Having sent the email below on May 7th, and getting no answer, I’ve decided to write you to make sure that some checking procedures were taken to evaluate whether or not, students were chosen by chance, on the 10th grade, to perform Pisa tests 2009 in Portugal.
The reason why I’m writing directly to you, and not through any Portuguese authorities, is that the person chosen to lead Pisa process in Portugal is the same which is been widely criticized, by teachers organizations in subjects such as maths, physics, and Portuguese, over the last two or three years, because of lack of quality – specially scientific level of questions asked (too low) – of Portuguese internal nacional tests performed by GAVE (the organism this person represents).
This organism has actively manipulated internal tests results, and might be preparing to do the same to external tests, such as Pisa. Although this might improve Portugal image externally, it’s irresponsible and leads to disaster in productivity results and general achievements of future generations.
Kind regards,********************************
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From: ***********************
Sent: Thursday, May 07, 2009 4:00 PM
To: edu.pisa@oecd.org
Subject: Portugal students selection for Pisa 2009Dear Sir/Madam:
My name is ******************** and I’m a teacher in a secondary level scholl in Portugal, in a city called ******************. The scholl name is *****************************
I teach to three of the six 10th grade classes where students where pick to do the Pisa test on April 29th. When I was consulting the list of students invited to do the test, I was surprised by the fact that none of the students where low level students, and more, in fact best students in each of the three classes where always invited. This made me wonder wether or not portuguese autorities where in fact respecting the instructions and procedures regardind students selection.Considering Pisa is the only precious external evaluation of its type taken by portuguese school system, I would appreciate if the Secretariat could check that in fact random criteria where taken, and not, for instance, school results in the last school year.
Kind regards
Dezembro 14, 2010 at 2:48 pm
Colaboremos nesta pesquisa.
Pode ser que outros se cheguem à frente.
Não há que ter medo. Somos anónimos!
Dezembro 14, 2010 at 3:25 pm
Ligeira melhoria no inglês, do primeiro para o segundo e-mail.
Dezembro 14, 2010 at 3:42 pm
Como o outro “papão”: olhem o dever de confidencialidade!
Dezembro 14, 2010 at 4:24 pm
Qual confidencialidade?
Tudo o que é confindencial cheira mal á distância.
A dita cuja só serve para esconder o óbvio.
Dezembro 14, 2010 at 4:45 pm
Boa!
Finalmente alguém põe reticências até que…
Dezembro 14, 2010 at 6:28 pm
Sim porque..
http://bulimunda.wordpress.com/2010/12/14/a-liberdade-intelectual-e-essencial-a-sociedade/
Dezembro 14, 2010 at 6:28 pm
http://bulimunda.wordpress.com/2010/12/14/o-filme-que-inspirou-o-pisa-pink-floyd-the-wall-full-video/
Dezembro 14, 2010 at 7:14 pm
Pessoal o Paulo G sabe quem eu sou, eu estive numa Direcção Regional de Educação e escrevam o que eu vou dizer:
Existiu fraude na escolha das escolas – a amostra foi tudo menos aleatória…
Mais: depois foram escolhidos os “melhorzinhos” de cada escola…
Mais ainda:
Depois dos testes realizados as piores notas ficaram pelo caminho para não baixaram a “média”…
Existiu escolas inclusive que andaram a preparar alunos para o PISA…
Fraude!
Dezembro 14, 2010 at 7:14 pm
TCHÉÉÉ!!! A nossa sorte (azar deles) é que somos muitos e enquanto uns depõem as armas e outras descansam momentaneamente para renovar as energias, há sempre alguém que se chega à frente. BOA!
Dezembro 14, 2010 at 7:18 pm
A menina dos blogs do Sapo anda por aí?
Dezembro 14, 2010 at 7:32 pm
O que é que isto tem a ver com o PISA?
Tudo!
O país está a saque, qualquer dia nem morrer se pode…
Esta gente só corrida a pontapé…
Perguntem a este idiota chapado se ele sabe o que são testas de ferro – vai fazer de parvo a tua mãe!
É como quando foi a liberalização do preço da gasolina…
Governo nega existência de monopólio no sector funerário
14 de Dezembro, 2010
O secretário de Estado do Comércio, Fernando Serrasqueiro, negou hoje a existência de um monopólio no sector funerário e garantiu total transparência na exploração privada de cemitérios, que, sublinhou, já existia antes da entrada em vigor da nova legislação.
O Parlamento discutiu hoje o decreto-lei 109/2010, que entrou em vigor esta segunda-feira, a pedido do PCP, que afirmou recear que o diploma reforce as posições das grandes empresas no sector, «com possível agravamento» do abuso de posição dominante e de dependência económica, prejudicando as pequenas empresas.
A nova legislação permite a gestão e exploração privada de cemitérios mediante concessão pública, assim como a gestão e exploração de capelas e centros funerários.
Perante as dúvidas manifestadas por toda a oposição em relação a esta lei, o secretário de Estado do Comércio afirmou aos jornalistas, no final do debate, que a legislação actual não altera a situação existente: «Já existem cemitérios privados e concessões, há muito tempo, não vem acrescentar nada nessa matéria».
«Não conhecemos nenhuma agência funerária que tenha mais que cinco, seis por cento de quota de mercado. Nos casos em que tem um complexo funerário, não é a principal agência de promoção de funerárias», afirmou Serrasqueiro, acrescentando que «os fenómenos de concentração são dirimidos pela Autoridade da Concorrência».
O secretário de Estado afirmou que «não há diferença entre Rio de Mouro, Póvoa de Santa Iria [onde a Servilusa está presente na gestão do cemitério e crematório, respectivamente] e Sesimbra, que por acaso é do PCP» – onde a autarquia concessionou o forno crematório.
O governante afirmou que estas concessões decorreram de «concursos públicos e com controlo democrático das respectivas câmaras», declarando que «existem todas as garantias de que o processo seja claro e transparente».
Para Serrasqueiro, o problema do sector é o excesso de oferta e não é a nova legislação, garantindo que «todas as cautelas foram seguidas neste decreto-lei».
«É um mercado muito polarizado, são 1300 agências, o problema aqui é de excesso de oferta. Há 100 mil funerais», o que, pelas suas contas, representa uma média de um funeral semanal por empresa.
O diploma também prevê o alargamento da actividade funerária às associações mutualistas, medida que decorreu de acórdãos do Tribunal Constitucional nesse sentido, indicou o governante.
«A situação é má para a generalidade das empresas e do sector e o Governo acha que é necessário pô-la pior»,criticou o comunista Agostinho Lopes, enquanto Pedro Filipe Soares (Bloco de Esquerda) considerou que o diploma introduz «desigualdades» e poderá levar «a uma concentração e destruição de pequenas empresas e de postos de trabalho».
Pelo PSD, Carlos Sá Martinho questionou «a validade da abertura de algumas possibilidades que este decreto-lei apresenta» e defendeu que «a equidade de acesso às oportunidades tem de ser uma realidade». Do CDS, Raul Almeida sustentou que «mais que proteger uns ou outros atores deste sector, interessa que funcione da forma mais transparente possível».
PCP e Bloco de Esquerda apresentaram propostas de alteração à legislação, que serão discutidas em sede de especialidade, na comissão parlamentar de Assuntos Económicos, Inovação e Energia.
Lusa / SOL
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=6962
Dezembro 14, 2010 at 8:56 pm
#8
Acredito…
Dezembro 14, 2010 at 11:04 pm
São necessárias muitas pessoas assim… não se acomodam, não deixam passar e exigem, exigem, exigem
Dá muito trabalho e cansa muito mas se muitos mais houvessem …as coisas seriam diferentes!
Dezembro 14, 2010 at 11:48 pm
É provável que a selecção da amostra em 2009, controlada por gente do GAVE (Gabinete de Avaliação Educacional do nosso Ministério da Educação, dirigido na altura por Carlos Pinto Ferreira), tenha sido mais “atenta” que em 2006, no sentido de inflacionar um tanto as médias nacionais nas três literacias em análise (Leitura, Matemática e Ciências). Mas não terá sido essa a única medida “esperta” para melhorar artificialmente os resultados. É um facto que muitos dos alunos incluídos na amostra efectivamente não prestaram provas (ou, se as prestaram, os respectivos resultados não foram contabilizados): efectivamente, segundo os dados oficiais, só foram apurados os resultados de 6298 dos alunos de uma amostra que envolvia 212(escolas)x40(alunos por escola)=8480 alunos, ou seja, só participaram 74% dos alunos da amostra. Não era obrigatória uma taxa de participação de 100% (já
verifiquei que na Inglaterra foi de 87%), mas conviria apurar os motivos que levaram 8480-6298=2182 dos alunos “seleccionados” (26% do total) a ficar de fora. Será que foi por haver um sério risco de esses alunos, os mais fracos, “borrarem francamente a pintura”, apesar dos cuidados postos na selecção da amostra? Neste sentido, o que sucedeu com a Escola Básica Integrada D. Carlos I, em Sintra (relatado no DN de 1 de Maio de 2009), é exemplar: como QUASE TODOS os alunos dessa escola com idade para participar na prova eram notoriamente muito fracos, o GAVE, alertado pela direcção da escola, optou por retirá-la da amostra…
Dezembro 15, 2010 at 10:52 am
Em continuação do meu comentário anterior (#14), posso acrescentar o caso da Escola Secundária de Casquilhos, no Barreiro, que motivou uma professora desta escola a enviar uma denúncia à OCDE. Poderiam participar nos testes “PISA 2009” muitos alunos do 10º ano da escola, distribuídos por 6 turmas. Sendo professora de 3 das 6 turmas, a professora verificou que, em cada uma delas, apenas tinham participado efectivamente nas provas 5 alunos, e que (segundo declarou ao jornal “Público”) esses 5 alunos “Eram os três melhores e dois médios, nenhum era fraco. Isto contribui para uma amostra francamente acima da média, pois numa turma de 25 a 30 alunos só dois ou três são de facto bastante bons, e cerca de metade são fracos”. Note-se que 5(alunos por turma)x6(turmas)=30 alunos nessa escola do Barreiro, e não os 40 teoricamente presentes na amostra respeitante a cada escola; note-se ainda que (30/40)x100%=75%, o que bate certo com a taxa de participação média no país, assinalada no meu comentário anterior (#14), que foi de (6298/8480)x100%. É completamente irrelevante que Juliet Evans e outros responsáveis da OCDE nos “garantam” que Portugal (leia-se: “O Governo Sócrates”) “obedeceu a todos os critérios para a constituição da amostra” e que “os estudantes foram seleccionados pelo consórcio” PISA: é que o representante de Portugal no “Governing Board” do PISA, Carlos Pinto Ferreira, era director do GAVE em 2009, e a encarregada “oficial” de gerir o PISA 2009 entre nós foi uma das suas subordinadas (a propósito, Pinto Ferreira foi recentemente nomeado para dirigir o GEPE, “gabinete de estatística e planeamento” do Ministério da Educação).