O ME alega um acordo de confidencialidade com a OCDE para não libertar informação sobre as escolas envolvidas nos testes PISA 2009.
Ora bem… esse acordo não se aplica nestes casos?
PISA 2009
A Escola Secundária Dr. João de Araújo Correia – Peso da Régua participou, este ano, no ciclo de estudos PISA 2009.
O estudo PISA (Programme for International Student Assessment) foi lançado pela OCDE (Organização para o Desenvolvimento e Cooperação Económico), em 1997. Os resultados obtidos nesse estudo permitem monitorizar, de uma forma regular, os sistemas educativos em termos do desempenho dos alunos, no contexto de um enquadramento conceptual aceite internacionalmente.
(…)
Na Escola Secundária Dr. João de Araújo Correia existiam 169 alunos que preenchiam os requisitos solicitados para a intervenção nestes estudos. O Ministério da Educação, através do seu Gabinete de Avaliação Educacional, seleccionou aleatoriamente 40. Estes alunos estão matriculados em turmas do ensino regular do 8.º ao 10.º ano e em turmas de Cursos de Educação e Formação de nível 2 e 3. Alunos e Pais/Encarregados de Educação foram contactados e sensibilizados pela Coordenadora de Escola, professora Teresa Silva Soares, para a importância deste projecto a nível nacional e internacional, já que os alunos seleccionados representam todos os alunos portugueses e é desejável a melhor prestação possível para uma boa classificação de Portugal nas tabelas dos estudos internacionais de proficiência.
A prova de avaliação decorreu dia 27 de Abril, e foi aplicada por um elemento externo à escola, designado pelo Ministério da Educação. Os resultados serão conhecidos em 2010 a nível mundial.A nossa escola vai participar no Estudo PISA 2009
O teste PISA 2009, na nossa escola, irá realizar-se no dia 18 de Maio de 2009, pelas 9h00.
Vou ter de andar a googlar por aí? Eu não tenho nenhuma teoria da conspiração a defender, já o disse e repito. Apenas acho que a transparência de métodos é o caminho mais directo para o afastamento de suspeições. Em especial se forem infundadas. Porque não nos deixam comparar as escolas envolvidas nos testes, por exemplo, em 2003, 2006 e 2009, se nada há a esconder?
Dezembro 11, 2010 at 5:21 pm
Ligeiramente ao lado da Pisa, eis alguns erros, que acabei de ver, de alunos do 10º ano: “aquebem”, por “acabem”; “molodes”, por “moldes”; “mais aquivas”, por “mais ativas” …
Com os govrenos socras o ensino medra.
Dezembro 11, 2010 at 5:25 pm
Que se quer esconder?
Ninguém está interessado em descobrir?
Jornalistas, onde andam a inquietação para desvendar este mistério??
Dezembro 11, 2010 at 5:29 pm
A questão é simples e objectiva.
Num estudo científico a credibilidade advém do rigor da metodologia aplicada.
Para além do carácter da própria avaliação, que é contestável nos termos dos propósitos essenciais – as “competências funcionais” são meros indicadores marginais ao sistema de educação de um país – a confidencialidade quanto à metodologia e à escolha da amostra revelam que existe algo a ocultar.
Isto para não falar de outro aspecto que se prende com a falta de independência, e naturalmente de objectividade, quando a condução da prova de avaliação é entregue a alguém nomeado pelo próprio ME.
Isto é uma aldrabice pegada, para juntar à licenciatura do PM e outras tantas histórias indignas que se acumulam no guarda-eventos deste governo socialista.
Dezembro 11, 2010 at 5:43 pm
“A Escola Básica Integrada D. Carlos I, em Sintra, foi dispensada de sujeitar os seus alunos de 15 anos a testes para o relatório PISA da OCDE, depois de ter argumentado que o grupo de estudantes a avaliar tinha uma taxa muito elevada de casos de insucesso, não correspondendo à realidade do estabelecimento”.
Por este exemplo dá para perceber como se pode manipular.
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1218095
Dezembro 11, 2010 at 5:49 pm
Eu destacaria:
“Alunos e Pais/Encarregados de Educação foram contactados e sensibilizados pela Coordenadora de Escola[…] para a importância deste projecto a nível nacional e internacional[…] e é desejável a melhor prestação possível para uma boa classificação de Portugal.”
Dezembro 11, 2010 at 5:50 pm
DÉSCULPEM A INTÉLIGÊNCIA DO “MACACO” … más como se sélécciona, nesté caso, aliétoriamennnte?!… Alguém mi explica … como se éu fosse burro???!!!… Por favôr.
ou
Ex.mo(a) Senhor(a) Director(a)
Queira, por favor e se não for muita maçada, seleccionar no universo dos 169 alunos da Escola, alietoriamente, 40 que possam prestar provas DIGNAS para o PISA.
Ficaremos gratos pela atenção que possa dispensar a assunto importante para a confirmação das medidas encetdas pelo ME nos últimos cinco anos.
Com elevada consideração.
Dezembro 11, 2010 at 6:06 pm
http://aeiou.expresso.pt/novas-oportunidades-fico-chocado-com-criticas-sobre-facilitismo=f620537
Dezembro 11, 2010 at 6:07 pm
É um documento longo, mas pareceu-me bem estruturado sobre a importância e as ambiguidades do PISA em França.
http://www.knowandpol.eu/fileadmin/KaP/content/Scientific_reports/Orientation3/PISA.WP12.France.pdf
Dezembro 11, 2010 at 6:16 pm
Eu explico
A força negra está a trabalhá-los convenientemente. Assim que estiverem prontos serão injectados no circuito de propaganda.
Dezembro 11, 2010 at 6:17 pm
Como é que uma amostra de 212 escolas “aleatoriamente” escolhidas, com 40 alunos também “aleatoriamente” escolhidos em cada escola, deu origem, em Portugal, a uma participação de apenas 6298 alunos nesta avaliação PISA 2009? É que nem todas as escolas “escolhidas” responderam, e, nas escolas que responderam,nem todos os alunos “escolhidos” participaram. Em Inglaterra foi assim:
“2. PISA IN ENGLAND
2.1 PISA 2009 is the fourth PISA cycle in which England has participated.
2.2 In England, 165 schools and 4081 pupils participated in PISA 2009. This represented 87 per cent of sampled schools and 87 per cent of sampled pupils.
2.3 The school response for the combined UK sample fell slightly below the target
participation rate. As a result, the NFER [National Foundation for Educational Research] was asked to provide some analysis of the characteristics of responding and non-responding schools in England. The PISA sampling referee was satisfied that there was no evidence of any potential bias in the UK results.
2.4 The pupil response in the UK exceeded the PISA requirement for participation of at least 80 per cent of sampled pupils. The final weighted response rate was 87 per cent.”
Dezembro 11, 2010 at 6:18 pm
http://www.tvi24.iol.pt/politica/isabel-alcada-tvi24-novas-oportunidades-universidade-acesso/1217241-4072.html
Dezembro 11, 2010 at 6:20 pm
O Ensino está uma maravilha; os alunos são excepcionais, os professores são uns heróis…desde que saiu o malfadado relatório. Não há pachorra!
Dezembro 11, 2010 at 6:22 pm
Devido a toda esta excelência, os professores serão brindados com o corte no ordenado, o congelamento e a impossibilidade, nos próximos anos, de progredirem na carreira.
HAJA FELICIDADE!!!!
Dezembro 11, 2010 at 6:25 pm
#4,
Bingo…
Dezembro 11, 2010 at 6:26 pm
E a malta preocupada com a avaliação que lhe irá permitir, daqui a uns bons anos, recuperarem aquilo que vai ser roubado já a partir do próximo mês.
HAJA FELICIDADE e TOCA A TRABALHAR PARA RECEBER MAIS UNS ELOGIOS DO 1º E COMPANHIA!
Dezembro 11, 2010 at 6:28 pm
Em relação ao relatório ninguém (partidos, OCS, maioria do Povo…) quer saber nem se preocupa em desmontar o processo.
Dezembro 11, 2010 at 6:40 pm
#8
É excelente. Ainda não tive tempo de ler tudo, mas já dá para perceber como a ignorância dos jornalistas e sindicalistas faz parte de um jogo viciado.
Dezembro 11, 2010 at 7:08 pm
Quanto tempo decorreu entre a selecção dos alunos e a realização da prova?
Dezembro 11, 2010 at 7:46 pm
#18
Eu sei pouco…mas, sei que entre a informação às escolas e a aplicação dos testes decorreram, no mínimo, 3 meses.E também gostava muito de conhecer as provas, porque tive alunos que fizeram os testes e quando de lá regressaram, às minhas insistentes perguntas, sobre o tipo de provas e da sua dificuldade, eles, que para mim eram alunos muito fracos, no domínio das competências da língua, respondiam-me que as provas tinham sido muito fáceis!?
Mais: parece-me que houve um pacto de silêncio(encomendado?) na escola, sobre os ditos testes. Ninguém disse nada!
Dezembro 11, 2010 at 7:59 pm
#19
Digamos que houve tempo para condicionar a amostra no sentido de um reforço positivo de motivação. Seria mais rigoroso que não se tivessem tratado os elementos da amostra de forma especial. resta saber se no fundo no resto da amostra(internacional) também se passou assim.
De qualquer modo o que os testes Pisa medem é pura e simples-mente o que medem: medem testes de Pisa.
Dezembro 11, 2010 at 8:05 pm
Tomando 2006 e 2009 como referência, os resultados nacionais globais melhoram mais ou menos que o Pisa?
Dezembro 11, 2010 at 8:08 pm
Pelo menos um sindicato diz coisas interessantes.
Se uma pessoa leva os restos para casa é despedida. Agora dizem que organizaram um serviço para fazer chegar os restos aos mais carenciados. Mas há restos?
Dezembro 11, 2010 at 8:28 pm
#4
h5n1!!
Mereces um Pulitzer por essa descoberta!
Dezembro 11, 2010 at 8:35 pm
E se nós, aqueles em cujas escolas foram aplicados Pisa ( e que tenhamos conhecimento disso, porque foi, de facto, tudo muito secreto) enviássemos mail ao Paulo apenas com o nome da escola?
Quem sabe, talvez descubramos o mistério das 212. 🙂
Mais difícil é descobrir o mistério dos 40 alunos “aleatoriamente” escolhidos…
Dezembro 11, 2010 at 8:35 pm
Bah já tinha feito um post sobre essa noticia que tinha descoberta na quinta feira julgo eu…
http://bulimunda.wordpress.com/2010/12/08/pisa-a-portuguesa-quantas-mais-escolas-terao-feito-o-mesmo/
Dezembro 11, 2010 at 8:39 pm
#25
Pronto, vai o prémio para os 2. 😛
Dezembro 11, 2010 at 9:11 pm
#0
O que o texto apresentado prova é que a afinal também houve alunos dos cursos CEF envolvidos na amostra. Será que não repararam nisso? Ou isso deixou de ser importante para aqueles que andaram por aqui a anunciar, com todas as certezas, que os alunos CEF não tinham participado nestes testes?
“Estes alunos estão matriculados em turmas do ensino regular do 8.º ao 10.º ano e em turmas de Cursos de Educação e Formação de nível 2 e 3.”
#4 #25
Pelo que se reproduz nesse texto podemos concluir que a escolha das escolas foi mesmo aleatória e que não houve nenhum cuidado em “selecionar” a amostra, pois só assim se explica que uma escola tão má tenha sido “escollhida” para os testes pisa. Ou acham que se a amostra estivesse “enviezada” que teriam escolhida essa escola?
* Já agr convém que se saiba que, segundo o ME, esse caso e pedido foi único.
Dezembro 11, 2010 at 9:12 pm
#25, sim, o Buli já aqui colocou esse link diversas vezes.
Dezembro 11, 2010 at 9:16 pm
#28
Não tinha reparado. Nem sempre vejo todos os links…
Dezembro 11, 2010 at 9:18 pm
Já agora convém que se saiba que, segundo o ME, esse caso e pedido foi único.
Claro e o Pai Natal existe…ok os tótós acreditam em tudo..ou melhor acreditam que devem acreditar sem por em questão nada …by your command…já agora veja
o que está aqui….
http://bulimunda.wordpress.com/2010/12/11/oucam-esta-senhora-city-talk-diane-ravitch-part-1-of-2/
Dezembro 11, 2010 at 9:26 pm
Desvio estava a reinar..quero lá saber que tenha sido o 1º o último..desde que se saiba..isso é que importa…bem vou volto mais logo…
Victor Hugo disse:
As revoluções, como os vulcões, têm os seus dias de chamas e os seus anos de fumaça ..estamos no tempo da fumaça…
Dezembro 11, 2010 at 9:28 pm
Já dizia o Parafuso e aqui tabém se aplica: “Cada um é como cada qual e ninguém [nada] é como evidentemente.”
Estude-se o estudo em si e a sua aplicação no terreno, compare-se com os anteriores, desmistifiquem-se as relações causa-efeito.
E atomizem-se as fadas azuis de inteligências artificiais!
Dezembro 11, 2010 at 10:07 pm
É óbvio que o PISA trabalhou com a mesma amostra de escolas ao longo dos vários anos.
Tem de ser um estudo diacrónico com os jovens do mesmo grupo socioeconómico, geográfico, cultural…
Dezembro 11, 2010 at 10:22 pm
Ora tal confidencialidade pode ser mantida se no Parlamento for solicitada informação ao Governo…
Eu espero ver se algum deputado ou grupo parlamentar tem a dignidade para requerer algumas informações.
Ou será que aceitam todos terem sido enganados pelo (des)Governo em mais um processo de face muito oculta…
Dezembro 11, 2010 at 10:53 pm
“Mais difícil é descobrir o mistério dos 40 alunos “aleatoriamente” escolhidos…”
Talvez não. Existe uma base de dados (MISI) através da qual as escolas exportam para o ME os resultados dos alunos, turma a turma, por ano de escolaridade…
Dezembro 11, 2010 at 10:59 pm
O essencial nem é se foram as mesmas escolas. É o nível dos alunos.
Repito o que já antes escrevi: todos sabemos, no nosso sistema educativo, quem são os alunos com 15 anos que ainda frequentam o 3º cilo do EB. Incluir menos alunos desse nível faz, obviamente, toda a diferença, bem como, no secundário, incluir ou não alunos dos cursos profissionais.
Por outro lado, no secundário é mais fácil seleccionar os melhores alunos, nem que seja apenas através da sua motivação para participar neste tipo de estudo.
O estudo só seria válido, como espelho do país, se a seleção de alunos fosse aleatória e representativa do universo estudado, o que não me parece.
A comparação com os resultados anteriores só seria válida se fossem mantidos os critérios, ou devidamente actualizados para manter a representatividade.
Isto não significa que o último estudo seja o menos válido, pode até estar mais próximo da realidade que os anteriores. Não pode é ser comparado como está a ser.
E muito menos podem concluir-se relações com políticas recentes. Primeiro, porque isso não foi estudado. Segundo, porque se o estudo foi diferente, está por provar que tenha havido evolução.
Dezembro 11, 2010 at 11:40 pm
Sócrates e Obama: com papas e bolos…
“No group had greater hopes for President Obama and his promise of change than the nation’s teachers.
…
The real winners here are the edu-entrepreneurs who are running President Obama’s so-called “Race to the Top” fund and distributing the billions to other edu-entrepreneurs, who will manage the thousands of new charter schools and make mega-bucks selling test-prep programs to the schools”.
http://www.huffingtonpost.com/diane-ravitch/obamas-awful-education-pl_b_266412.html
Dezembro 12, 2010 at 1:45 am
#0
“Porque não nos deixam comparar as escolas envolvidas nos testes, por exemplo, em 2003, 2006 e 2009, se nada há a esconder?”
É irrelevante, em termos de comparação de resultados, sabermos quais foram as escolas que forneceram alunos para o estudo, bem sabemos que em todas as escolas há alunos bons razoáveis e maus e estamos a falar de uma amostra de 40 (ou menos) num universo de uns 150 (ou mais), caso a escola tenha Ensino Secundário.
No Básico também é irrelevante sabermos se são alunos do ensino regular ou de cursos CEF, porque a esmagadora maioria dos alunos que tem 15 anos e 3 meses (ou mais) e ainda não concluiu o Básico, é repetente.
O que releva para determinação do grau de manipulação destes estudos (sim, um Governo como o de Sócrates não se sujeita a estudos se não puder manipular as conclusões, o mesmo se aplica à OCDE ou à União Europeia) está bem patente numa tabela que publicou ontem, a qual demonstra que o n.º de alunos, participantes no PISA, que frequentam o 10.º ano (alunos sem reprovações no percurso escolar) subiu 20%, do estudo de 2006 para o de 2009, enquanto o n.º de alunos, participantes no PISA, que frequentam o 7.º ano (alunos com 2 ou 3 reprovações durante a escolaridade) diminuiu 65%, de 2006 para 2009. Recordo que as escolas informam o GAVE do nome, do ano e do curso que os alunos frequentam, para que este possa escolher “aleatoriamente” como mais lhe convém.
Dezembro 12, 2010 at 10:55 am
A Reb tirou-me as palavras dos dedos: Já que os dados custam a ser libertados, quem, de entre nós, souber das escolas que participaram (não há-de ser difícil: nós estamos nelas)podia ir enumerando. Assim que souber mais um pormenor, mandarei mail ao Paulo.