… em especial a parte destacada:
Prós e contras de uma greve
(…)
Apesar de, em termos genéricos, a adesão às greves “tenha vindo a declinar”, António Dornelas diz-se curioso para ver se o mesmo “também se confirma numa greve geral”, convocada pelas duas centrais sindicais, a primeira desde 1988.
Quanto aos baixo grau de participação dos portugueses em acções colectivas de protesto, Dornelas invoca, como uma das razões, o paradoxo da acção colectiva, desenvolvido pelo cientista social americano Mancur Olson (1971): mesmo que todos os indivíduos de um determinado grupo sejam racionais e estejam concentrados nos seus próprios interesses, mesmo que todos saiam a ganhar, atingindo os seus objectivos comuns, se agirem em grupo, ainda assim eles não vão agir voluntariamente para promover esses interesses comuns e grupais.
“Ou sejam, o mais inteligente é não fazer greve, mas fazendo com que os outros a façam. O que significa que, se cada um dos indivíduos tomar este decisão racional, não há greve”, especifica António Dornelas.
Jorge Vala acrescenta a questão da ausência de eficácia política. “A adesão a uma greve tem custos muito grandes. O trabalhador perde a remuneração correspondente a esse dia e sente que a eficácia política da sua acção é reduzida. Há um sentimento de que não consegue influenciar/mudar a acção política”, afirma.
Este é, porém, um princípio geral. “Em grupos profissionais mais politizados, com maior compreensão sobre o funcionamento do mundo político e em que há uma experiência positiva do resultado na acção política, a mobilização tende a ser maior”, refere o mesmo investigador. “Veja-se o caso dos professores”.
Novembro 21, 2010 at 12:25 pm
Mas os professores saíram a ganhar??
Olha-me outro com miopia…
…
Novembro 21, 2010 at 12:32 pm
Os professores poderiam ter saído a ganhar caso os Sindicatos não fossem geridos por gente com interesses completamente diferentes dos interesses dos professores propriamente ditos. O analista esqueceu-se de incluir na sua análise o factor institucional e politizado do sindicalismo que altera completamente os efeitos dos grupos profissionais mais, não diria politizados, mas sim informados e auto pensantes.
Novembro 21, 2010 at 12:33 pm
As pessoas não têm noção de que os professores foram ludibriados pelos entendimentos e acordos.
Novembro 21, 2010 at 1:31 pm
em termos pragmaticos o jorge dornelas é que sai a ganhar porque tu lhe compras-te o livro! pelos vistos é assim que as coisas funcionam. Por outro lado, eu estou a perder tempo ( poque tempo é dinheiro) a fazer este comentário!
Novembro 21, 2010 at 1:31 pm
Participarei em manifestações de todo o género, desde que isso não signifique “UM TOSTÃO” para este governo! Nem mais UM TOSTÃO para a crise´à minha custa!
Querem ir para a rua denunciar o que se passa com a FLSA APRENDIZAGEM, bora lá!
Querem ir para a rua denunciar o que se passa com a FALSA DISCIPLINA, bora lá!
Querem ir para a rua denunciar o que se passa com os FALSOS APOIOS AOS ALUNOS COM NECESSIDADES, bora lá!
Querem ir para a rua denunciar o que se passa com o FALSO SUCESSO, bora lá!
Novembro 21, 2010 at 1:45 pm
5#
e com o dinheiro sempre podes comprar um “telele tactil”!!!!, ou bom anti-virus; uma boa camisola de malha…uma maravilha esta sociedade de consumo!!!
Novembro 21, 2010 at 1:47 pm
nokia x2 so 89,90 na tmn com acesso as refes sociais!!!!!
Novembro 21, 2010 at 1:47 pm
correcçao
nokia x2 so 89,90 na tmn com acesso as redes sociais!!!!!
Novembro 21, 2010 at 1:59 pm
Aprendi há pouco tempo que ” racionais” significa “egoístas”, na linguagem do economês e, pelos vistos, também na dos cientistas sociais.
Novembro 21, 2010 at 2:02 pm
Correcção: digo
Aprendi há pouco tempo que, na linguagem do economês e, pelos vistos, também na dos cientistas sociais, ”racionais” significa “egoístas”.
Novembro 21, 2010 at 2:05 pm
Ou sejam, o mais inteligente é não fazer greve, mas fazendo com que os outros a façam.
QUE ANIMAL É ESTE???
Novembro 21, 2010 at 2:07 pm
se o tempo é dinheiro porque não trabalham os mortos?
Para eles o tempo não é infinito?
BOM DOMINGO..
Novembro 21, 2010 at 2:47 pm
Neste blog só pode haver uma mensagem:
“Dia 24 é dia de Greve Geral”
Se é “Geral” é para todos fazerem Greve…
e mais nada!
Até o Dr. Paulo Guinote tem de fazer Greve!!!
Geral é Geral!
Só quem não é trabalhador é que tem desculpa para não fazer Greve!
bom resto de Domingo!
Novembro 21, 2010 at 2:51 pm
Um grupo é um conjunto de pessoas…
Cada pessoa tem a sua forma de ser,mesmo que partilhe interesses comuns …
É um erro considerar-se que o “Eu” é igual ao “Nós”
Novembro 21, 2010 at 3:02 pm
Não li o livro do senhor, mas que argumento apresenta ele para achar que
«mesmo que todos os indivíduos de um determinado grupo sejam racionais e estejam concentrados nos seus próprios interesses, mesmo que todos saiam a ganhar, atingindo os seus objectivos comuns, se agirem em grupo, ainda assim eles não vão agir voluntariamente para promover esses interesses comuns e grupais.»?
É que se forem racionais, cuidarão dos seus interesses. E a tese do senhor pressupõe imaginarmos que seríamos plenamente racionais. Como conclui, então, que agiríamos contra os nossos interesses?
Assim sem mais, há algo de errado neste argumento.
Novembro 21, 2010 at 4:05 pm
#13,
O “só pode” nem eu imponho a ninguém, portanto, se não se incomoda… experimente mandar no seu blog, caso o tenha..
Abraço de tolerância para com a intolerância…
Novembro 21, 2010 at 4:06 pm
#15,
O link para o livro está noutro post.
Esta formulação/tradução não e a mais correcta de todas e parece-me decalque de algo da net, sem leitura do original.
Novembro 21, 2010 at 4:19 pm
Apetece dizer, olhando para o último parágrafo:
Vamos fazer os possíveis para que este Varela tenha, afinal, razão…
Novembro 21, 2010 at 4:30 pm
não dou para o estado nem mais um tostão sem ser obrigado e
não dou nem mais nada para o peditirio sindicalista.
Novembro 21, 2010 at 4:30 pm
peditório
Novembro 21, 2010 at 5:01 pm
GREVE? – tinha um dilema que já resolvi:
1º Não faço greve e não dou mais do que aquilo que me “roubam” à entidade patronal.
2º Entrego o montante do meu vencimento, como donativo, a instituição local que fornece UMA refeição quente diária a quem espera na fila…
3º Passei a ter um desprezo tal por certas pessoas/grupos que até a mim mesmo me incomoda. Começo a entender porque há gente que se explode por esse Mundo .
Novembro 21, 2010 at 5:04 pm
#15
Se forem racionais (descodificando, egoístas), cuidarão dos seus interesses, como diz. Mas para que os interesses de cada um possam ser cuidados, há que não tornar a vida em comum possível, ou seja, tem de haver sempre uma certa colaboração, não será? Veja-se o dilema do prisioneiro. Qual a estratégia que maximiza os ganhos individuais? É a comporta um actuação mista: egoísta e cooperativa.
«Dois suspeitos, A e B, são presos pela polícia. A polícia tem provas insuficientes para os condenar, mas, separando os prisioneiros, oferece a ambos o mesmo acordo: se um dos prisioneiros, confessando, testemunhar contra o outro e esse outro permanecer em silêncio, o que confessou sai livre enquanto o cúmplice silencioso cumpre 10 anos de sentença. Se ambos ficarem em silêncio, a polícia só pode condená-los a 6 meses de cadeia cada um. Se ambos traírem o comparsa, cada um leva 5 anos de cadeia. Cada prisioneiro faz a sua decisão sem saber que decisão o outro vai tomar, e nenhum tem certeza da decisão do outro. A questão que o dilema propõe é: o que vai acontecer? Como o prisioneiro vai reagir?»
de
Novembro 21, 2010 at 5:06 pm
#15
Se forem racionais (descodificando, egoístas), cuidarão dos seus interesses, como diz. Mas para que os interesses de cada um possam ser cuidados, há que não tornar a vida em comum possível, ou seja, tem de haver sempre uma certa colaboração, não será? Veja-se o dilema do prisioneiro. Qual a estratégia que maximiza os ganhos individuais? É a comporta um actuação mista: egoísta e cooperativa.
«Dois suspeitos, A e B, são presos pela polícia. A polícia tem provas insuficientes para os condenar, mas, separando os prisioneiros, oferece a ambos o mesmo acordo: se um dos prisioneiros, confessando, testemunhar contra o outro e esse outro permanecer em silêncio, o que confessou sai livre enquanto o cúmplice silencioso cumpre 10 anos de sentença. Se ambos ficarem em silêncio, a polícia só pode condená-los a 6 meses de cadeia cada um. Se ambos traírem o comparsa, cada um leva 5 anos de cadeia. Cada prisioneiro faz a sua decisão sem saber que decisão o outro vai tomar, e nenhum tem certeza da decisão do outro. A questão que o dilema propõe é: o que vai acontecer? Como o prisioneiro vai reagir?»
de http://pt.wikipedia.org/wiki/Dilema_do_prisioneiro
Novembro 21, 2010 at 5:07 pm
Corrcecção: (impossível em vez de possível)
Mas para que os interesses de cada um possam ser cuidados, há que não tornar a vida em comum impossível, ou seja, tem de haver sempre uma certa colaboração, não será?
Novembro 21, 2010 at 5:20 pm
#6
Com o meu dinheiro faço, de facto, o que eu quiser!
Nisso tem toda a razão!
Obrigado pelas sugestões, mas… tenho outras prioridades!
Novembro 21, 2010 at 6:08 pm
# 15 # 17 e #22
Votar ou não votar, fazer greve, ou não fazer greve, têm motivações idênticas. Para uma leitura mais recente da teoria de Olson, ou para uma melhor interpretação da lógica por detrás desta decisão leia-se:
Harford, Tim, (2008) A Lógica Oculta da Vida, Editorial Presença, (pp. 220 a 222)
Novembro 21, 2010 at 6:39 pm
“Apesar de, em termos genéricos, a adesão às greves “tenha vindo a declinar(…)”
Esta afirmação resulta de quê? Quais foram os estudos? Ou tirou a conclusão à noite, no bar, após 5 cervejas?
Novembro 21, 2010 at 6:42 pm
“Jorge Vala acrescenta a questão da ausência de eficácia política. “A adesão a uma greve tem custos muito grandes. O trabalhador perde a remuneração correspondente a esse dia e sente que a eficácia política da sua acção é reduzida. Há um sentimento de que não consegue influenciar/mudar a acção política”, afirma.”
E este? Sobre os “sentimentos” dos trabalhadores? Foi na bicha/fila do supermercado que chegou a esta conclusão?
Novembro 21, 2010 at 6:46 pm
“(…)mesmo que todos os indivíduos de um determinado grupo sejam racionais e estejam concentrados nos seus próprios interesses(…)”
Ser racional é estar concentrado nos seus próprios interesses. Na vidinha, portanto. A vida em conjunto ao estilo americano.
Novembro 21, 2010 at 9:05 pm
«Há um sentimento de que não consegue influenciar/mudar a acção política”, afirma.»
Mas é só um sentimento. De facto, é talvez a forma mais eficaz de provocar as mudanças.
A “novidade” é que o poder usa uma estratégia também ela “nova”, superiormente analisada por José Gil:
“Ausentando-se da contenda, tornando-se ausente, o poder torna a realidade ausente e pendura o adversário num limbo irreal.
Deixando intactos os meios da contestação mas fazendo desaparecer o seu alvo, desincreve-os do real. É uma técnica de não-inscrição. Ao separar os meios do alvo, faz-se do protesto uma brincadeira de crianças, faz-se do protesto uma não-acção, uma acção não performativa.»
José Gil, “A domesticação da sociedade”
Fica claro que o “novo” poder usa “uma técnica”, não se limitando a gerir o tempo e a remediar os danos. Actua directamente sobre os factos. Foi este “modus operandi” que usou MLRodrigues e que a manteve no poder 4 anos, e não a desmotivação dos professores.
A resposta tem de estar à altura desta nova realidade.
Novembro 21, 2010 at 9:13 pm
«O “só pode” nem eu imponho a ninguém (…)»
Quem não fizer greve não se livra da fama de comprar um telelé novo com o dinheiro do dia…
Novembro 21, 2010 at 10:05 pm
#26
Obrigado pela informação.
Novembro 21, 2010 at 10:34 pm
Claro que me permito discordar de toda esta matéria “cientifica”. Pois para mim e não só, uma greve com esta finalidade “lava a alma, ño need SPA ou psiquiatras” fica-se como novo e dá-nos a liberdade para (permitam-me a expressão) roncar alto e berrar aos sete ventos a nossa alegria de tudo termos feito para acabar com esta fobia…eeehhhh
Novembro 22, 2010 at 9:05 am
#22
Américo: é justamente por isso que acho que o argumento, tal como aparece, não faz sentido.
Novembro 22, 2010 at 11:22 am
#34
Teresa, eu também acho que não.