Guilherme da Fonseca, jurista, ex-conselheiro do Tribunal Constitucional e ex-dirigente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, recentemente proposto pelo PCP para Provedor da Justiça, terá feito declarações ao Público sobre a redução salarial na admionistração pública que julgo roçarem o caricato.
Terá afirmado ele (cf. . 22 do Público de hoje) que não há inconstitucionalidade na medida, porque isso só aconteceria se a medida pusesse em causa a sobrevivência das pessoas.
O que eu questiono, acho que de forma óbvia, é como poderemos então definir, nos termos apresentados, o limiar da constitucionalidade de uma medida de redução salarial?
A partir de que valor uma redução salarial é ou não constitucional?
Mil euros? Quinhentos? Qual é o limiar da sobrevivência? Por que padrões nos regemos? Cabaz de compras em que grande ou média superfície?
Para mim, leigo em leis e com simplérrima formação em História, considero estas declarações – se assim o foram mesmo – um tremendo disparate e quero mesmo acreditar que são fruto de um qualquer erro de comunicação entre o juiz-conselheiro jubilado e a jornalista, porque a serem o fiel retrato do pensamento de Guiherme da Fonseca seriam de uma confrangedora curteza de vistas, coisa que nem a um travestido intelectual vital do regime ficaria bem.
Novembro 6, 2010 at 4:16 pm
Já comentei noutro post este disparate. Se vão ouvir um senhor doutor na qualidade de jurista, é enquanto tal, usando a metodologia e os conceitos próprios da sua especialidade, que ele se deve pronunciar. Não é para ouvir o sapateiro tocar rabecão.
Por outro lado, seguindo a lógica do douto jurista, poderíamos talvez afirmar que a redução do vencimento de um juiz-conselheiro para 1/5 daquilo que ganha, em nome do valor supremo da redução da despesa pública, seria perfeitamente razoável, uma vez que não poria em causa a sobrevivência do digno magistrado.
Novembro 6, 2010 at 4:19 pm
http://bulimunda.wordpress.com/2010/11/06/lcd-soundsystem-i-can-change/
Novembro 6, 2010 at 4:22 pm
Portanto, a dar crédito ao jubilado, o governo pode subtrair-nos o ordenadito até ao rendimento mínimo. Certo? Tá doido!
Novembro 6, 2010 at 4:25 pm
Registe-se ainda que ao fim de milénios de evolução histórica, diversas revoluções, regimes políticos e sistemas económicos, depois de se terem afirmado, à custa de muito sangue, suor e lágrimas, valores como a democracia ou os direitos humanos, ainda há um troglodita que resume tudo a uma palavra: sobrevivência.
Para este senhor, os seus concidadãos andam por cá para lutar pela sobrevivência, exactamente como qualquer Autralopiteco faria no seu tempo. Viver com dignidade e com direitos é só para gente de qualidade. Talvez de juiz-conselheiro para cima. Quanto aos outros, desde que recebam para a ração de sobrevivência, estará sempre tudo bem.
Novembro 6, 2010 at 4:29 pm
Qual será o artigo da Constituição que regulamenta a “sobrevivência das pessoas”?
E qual a sebenta de Direito onde tal matéria se estuda?…
Novembro 6, 2010 at 4:33 pm
Pois..é por isso que pata mim a justiça e quem nela trabalha,com raras excepções, tem para mim tanto crédito com os uma prostituta de 60 anos que se diz virgem
Novembro 6, 2010 at 5:38 pm
A mim incomoda-me muito mais:
Até o Partido Comunista cheira a estrume neste país…
Ofereço uma pérola hipócrita do dito sr.:
Sábado, 6 de Fevereiro de 2010
A face visível da Justiça
“As notícias publicadas afectam claramente a imagem de Pinto Monteiro e Noronha Nascimento, e consequentemente a imagem das instituições que presidem. Pelo que conheço dos dois, não será isto que os levará a sair dos cargos que ocupam. Vão, acredito, remeter-se ao silêncio. Mal, do meu ponto de vista.” – Guilherme da Fonseca, juiz-conselheiro jubilado, percursor do sindicato do Ministério Público, de que foi magistrado durante a maior parte do seu tempo profissional. Ligado à esquerda e eleito para o Trib. Constitucional por indicação dessa área política. Declarações prestadas ao “i” de hoje.
Segundo o mesmo jornal, o PGR, Pinto Monteiro, em comunicado de ontem, garantiu que “não altera absolutamente nada do que decidiu nos despachos a propósito proferidos, por não existir fundamento juridico para tal.” Mas adiantou que mandou abrir inquérito para “retirar consequências jurídicas da divulgação do despacho e das escutas, pela comunicação social.”
O presidente do STJ, Noronha Nascimento, remeteu-se ao silêncio. Mandou dizer que “só amanhã ( hoje) terá acesso à noticia do Sol. E por isso só para a semana que vem dirá alguma coisa”.
Este, quarta figura do Estado, nem percebe a figura a que se remete. No dia anterior disse publicamente que não tinha dados para se pronunciar sobre a corrupção e que era incapaz de a avaliar. Agora, ainda não leu o jornal…
A foto acima, mostra o momento da entrada das duas figuras, mais outra ( e outra falta ainda ,mas já saiu entretanto para um escritório de advocacia, não revelado publicamente), na sede da Ordem dos Advogados, no passado dia 8 de Setembro de 2009 ( 15 dias antes das eleições legislativas). Para tratar assuntos de justiça e “buscar entendimentos para o sector” ( sic), como por aqui se deu então conta.
– posted by josé @ 6.2.10 7 comments
http://portadaloja.blogspot.com/2010/02/vergonha-inexistente.html
Novembro 6, 2010 at 5:39 pm
#1
1/5??
1/2!!!
Metade do ordenado para ver o que era bom para tosse!!!
E ainda lhe sobrava muito para viver à vontade.
Novembro 6, 2010 at 5:43 pm
As afirmações de Guilherme da Fonseca são pura e simplesmente vergonhosas…
E estou a ser simpático….
Resta saber se o Mário Nogueira concorda com ele…
Novembro 6, 2010 at 5:43 pm
#8,
“1/5??
1/2!!!
Metade do ordenado para ver o que era bom para tosse!!!”
Hãããn?…
Novembro 6, 2010 at 5:44 pm
DEVE SER É DOIDO!
Novembro 6, 2010 at 5:49 pm
#5
É o artigo que regulamenta o interesse nacional (que é como quem diz, o interesse de uma meia dúzia)!
Diz lá que enquanto o povo tiver dinheiro para beber água e comer umas carcaças de pão, está perfeitamente acima do limiar da sobrevivênvia.
Como tal, o interesse nacional em proteger o interesse pessoal de uns quantos é razão mais do que suficiente para cortar nos salários!!
Novembro 6, 2010 at 5:52 pm
Ó Bernardino Soares eu quero mais é que vocês se lixem…
“(…) Bernardino Soares indicou que este juiz, que está jubilado desde 2003, pode reunir o consenso entre os deputados da Assembleia da República e parte em igualdade de circunstâncias com Jorge Miranda, proposto pelos socialistas.
«É uma personalidade independente, com todas as condições técnicas e experiência técnica em relação à área jurídica com grande especialização não só no Direito Constitucional, mas também no Direito Administrativo, uma vez que o Provedor se ocupa no fundamental das relações dos cidadãos com a Administração Pública», acrescentou.
O líder parlamentar do PCP adiantou ainda que Guilherme da Fonseca «pode vir a dar um Provedor de Justiça com grande sensibilidade para as questões que os cidadãos têm vindo a colocar e podem colocar».
Para Bernardino Soares, este antigo juiz tem ainda «grande capacidade para corrigir e procurar corrigir aquilo que seja as questões que na Administração Pública, na legislação e noutras matérias das suas competências não estejam de acordo com os princípios constitucionais e com os direitos dos cidadãos». (…)”
http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=1208825
Novembro 6, 2010 at 5:54 pm
#10
Acabo de reparar que li mal, pensei redução de 1/5 e não para 1/5.
Gracias!
Fica a minha resposta sem efeito.
Novembro 6, 2010 at 5:55 pm
Constitucionalidade da redução dos salários na função pública divide juristas
Constitucionalidade da redução dos salários na função pública divide juristas
Raquel Martins
Os juristas não se entendem quanto à inevitabilidade da medida de redução dos vencimento. Agora, um parecer de Garcia Pereira arrasa intenção do Governo
A redução salarial nos organismos e empresas públicas prevista na lei do Orçamento do Estado (OE) para 2011 está a dividir juristas e constitucionalistas. As opiniões dividem-se quanto à constitucionalidade e à legalidade da decisão do Governo de cortar cinco por cento na massa salarial do Estado e, caso os funcionários públicos e trabalhadores decidam impugnar a decisão em tribunal, a decisão não será fácil.
Num parecer a que o PÚBLICO teve acesso, António Garcia Pereira, advogado de direito laborai, não tem dúvidas em considerar que o corte dos salários põe em causa o direito ao salário e os princípios da igualdade e da confiança previstos na Constituição Portuguesa, e que está por demonstrar a inevitabilidade destas reduções. Já outros constitucionalistas defendem que os princípios da urgência e da necessidade podem justificar os cortes.
A questão é, do ponto de vista doutrinário, controversa. Para Garcia Pereira, não há dúvidas quanto à inconstitucionalidade da norma que prevê a redução entre 3,5 e 10 por cento dos salários dos funcionários públicos e trabalhadores das empresas do Estado. Além disso, frisa, “está por demonstrar que cortar os salários é imprescindível e a única forma de alcançar o objectivo do défice”.
Já o constitucionalista Paulo Otero lembra que ao princípio da proibição no retrocesso se sobrepõe o princípio da urgência e da necessidade de atenuar o défice público. “À luz da crise, tudo tem que ser reapreciado. Dada a dimensão e a gravidade da situação, os danos que resultariam do facto de não se tomarem estas medidas seriam superiores à tomada destas medidas”, justificou em declarações ao PÚBLICO recentemente.
Também Guilherme da Fonseca, antigo juiz do Tribunal Constitucional, considera que não há qualquer impedimento inconstitucional à redução dos salários. Isso só aconteceria se o Governo tomasse medidas que pusessem em causa a sobrevivência das pessoas.
Esta argumentação não convence António Garcia Pereira que, num parecer pedido por um grupo de professores, considera que a proposta do Governo viola o princípio da confiança e da segurança jurídica, dado que se trata de uma medida permanente e as pessoas “ficam em definitivo privadas de uma parte do salário”. É por isso que o advogado considera que o Governo está a confiscar dinheiro aos funcionários, “o que é inaceitável do ponto de vista constitucional”.
O princípio da igualdade é outro dos que são postos em causa com a decisão de cortar os salários acima dos 1550 euros, dado que apenas atinge os trabalhadores do Estado. No caso do sector empresarial público, essa violação, alerta Garcia Pereira, é ainda mais notória, dado que estes estão sujeitos ao regime do Código do Trabalho, tal como os trabalhadores das empresas privadas. “Não é constitucionalmente tolerável que trabalhadores sujeitos ao mesmo corpo normativo possam ser tratados de forma tão díspar”, lê-se no parecer.
Em 1992 cortes foram ilegais
A questão da redução dos salários já foi apreciada pelo Tribunal Constitucional, que, num acórdão de 2002, considerou inconstitucional a redução de salários de um grupo de funcionários públicos 10 anos antes, por violação do princípio da confiança. Esta é a principal peça de jurisprudência nacional sobre a matéria e que será tida em conta caso os cortes previstos para 2011 cheguem aos tribunais administrativos ou ao TC.
Em causa estava um artigo do Orçamento do Estado para 1992, em que se estabelecia que a remuneração do primeiro-ministro passaria a ser o limite máximo dos salários dos funcionários dos gabinetes ministeriais e dos grupos parlamentares, levando à redução dos vencimentos desses trabalhadores. Os juizes do TC apreciaram o pedido de fiscalização sucessiva do então procurador-geral da República e concluíram estar em causa o princípio da confiança, dado que a norma provocou uma redução da remuneração global auferida pelo pessoal que se encontrava já em exercício de funções.
http://www.asjp.pt/2010/11/06/constitucionalidade-da-reducao-dos-salarios-na-funcao-publica-divide-juristas/
Novembro 6, 2010 at 5:57 pm
A notícia do Público está disponível aqui:
Novembro 6, 2010 at 6:06 pm
Mas não estou admirado – então as afirmações do Tiago Duarte, professor na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, são do mandar para o carvalho…:
“(…)Tiago Duarte diz que esta questão deve ser avaliada à luz do “princípio da proibição do retrocesso social”, isto é, de saber se o progresso social tem de ser incremental ou se pode ser feito de avanços e recuos. O Tribunal Constitucional tem entendido que o desenvolvimento se faz de forma irregular: “Do mesmo modo que o Estado pode cortar na prestação de serviços públicos ou aumentar as propinas, também pode determinar uma redução salarial”, diz.
Há uma coisa apenas a salvaguardar: “As alterações têm de ser fundamentadas e o Estado não pode ter um comportamento surpreendente”. Isto é, se resolvesse cortar nos salários deveria anunciá-lo com a antecedência necessária para que os visados ajustassem as suas expectativas. [Livresco: vai para a mãe que ter pariu!
Guilherme da Fonseca, antigo juiz do Tribunal Constitucional, foi da mesma opinião. “Tem-se entendido que se trata de um estatuto objectivo, que o legislador pode alterar”, diz ao Negócios. Para a medida não ser inconstitucional o Governo apenas precisaria de garantir que ela não viola a dignidade da pessoa humana. “Ora, uma supressão do 14º mês, por exemplo, não põe em causa mínimos de existência” e pode ser justificado pela “crise financeira”. “Acho que o Tribunal não chumbaria uma medida com esta justificação, como aliás não chumbou na década de 1980 os impostos extraordinários criados”, recorda. (…)”
http://www.dragteam.info/forum/economia-e-financas/116814-cortar-salarios-e-legal.html
Novembro 6, 2010 at 6:11 pm
Original aqui:
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=446327
Novembro 6, 2010 at 6:11 pm
Já outros constitucionalistas defendem que os princípios da urgência e da necessidade podem justificar os cortes.
Então são esses mesmos princípios (urgência) que se aplicam às atribuições de lucros da PT decididas esta semana…
Agora percebo a urgência!
É para não pôr em causa a “sobrevivência” dos cidadãos que ficam com os ditos lucros e é a urgência de fugir aos impostos, no próximo ano!
Agora pecebo finalmente como DEVE ser interpretada a Constituição!!!
Isto não é um Estado de Direito Democrático.
Isto é um Estado que “mete nojo”!
Novembro 6, 2010 at 6:13 pm
A mim parece-me que eles acham que poderíamos trabalhar em regime de voluntariado.
Afinal, poupámos tanto nestes anos em que recebemos ordenados “fabulásticos”.
Novembro 6, 2010 at 6:14 pm
Sindicato considera ilegal corte nos salários da Função Pública
Por Redacção
O presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado anunciou que vai pedir audiências a todos os grupos parlamentares para solicitar a inconstitucionalidade do corte nos salários da Função Pública.
Bettencourt Picanço entende, de acordo com o Correio da Manhã, que a decião é ilegal, uma vez que «aquilo que foi anunciado foi a redução permanente dos salários, o que viola a tutela da confiança».
O corte variará entre 3,5 e 10 por cento dos salários. Amanhã, o STE vai reunir com o Governo, para apresentar uma lista de cortes possíveis na despesa do Estado que permite conseguir fundos suficientes sem reduzir salários. Entretanto, já confirmou presença na greve geral de 24 de Novembro.
13:30 – 06-10-2010
http://www.abola.pt/mundos/ver.aspx?id=224989
Novembro 6, 2010 at 6:16 pm
É uma excelente medida para simplificar a constituição, tudo aquilo que não põe em causa a sobrevivência das pessoas está de acordo com a constituição.
O homem é um génio.
Novembro 6, 2010 at 6:16 pm
http://bulimunda.wordpress.com/2010/11/06/entre-a-mania-da-poupanca-e-a-mania-das-grandezas-boa-analise/
Novembro 6, 2010 at 6:16 pm
#19:
É dar uso ao martelo que tens na mão:
É a única linguagem que esta corja conhece…
Novembro 6, 2010 at 6:22 pm
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=446423
Corte dos salários no sector público empresarial é ilegal
01 Outubro 2010 | 00:01
Filomena Lança – filomenalanca@negocios.pt
Elisabete Miranda – elisabetemiranda@negocios.pt
Para cortar o salário a trabalhadores que estejam com contrato individual de trabalho, o Governo terá de abrir uma excepção ao Código do Trabalho
Os trabalhadores do sector público empresarial, de entidades reguladoras e de institutos públicos, ainda que tenham como vínculo laboral um contrato individual, verão igualmente os seus salários reduzidos no âmbito das medidas ontem anunciadas pelo ministro das Finanças. A confirmação foi ontem dada ao Negócios pelo Ministério das Finanças, mas, à face da Lei actual, isso será ilegal, defendem especialistas em direito do trabalho.
Recorde-se que o Governo anunciou anteontem um corte de 5% da massa salarial dos funcionários públicos, o qual é aplicado de forma progressiva, com uma taxa que varia entre 3,5% e 10%. Acontece que quem não tenha um contrato de trabalho em funções públicas ou não esteja num cargo de nomeação, está abrangido pelo Código do Trabalho. E este prevê, muito claramente, que é proibido ao empregador diminuir a retribuição.
Novembro 6, 2010 at 6:23 pm
Livresco lê o post no comentário 23..vais gostar de certeza…
Novembro 6, 2010 at 6:24 pm
01/10/2010 by Monica
Arquivado em: Dinheiros, Sociedade
Share22
Por via de leitores e agora do Jornal de Negócios fomos informados de que o Governo terá um problema complicado se quiser diminuir os salários dos seus assalariados que estejam em regime de contrato individual de trabalho e não em contrado de trabalho em funções públicas. Os trabalhadores do Estado (empresas públicas, institutos, reguladores) que estão em regime de contrato individual de trabalho, estão sujeitos à lei de trabalho comum aos trabalhadores da iniciativa privada.
Nos termos da lei actual, os juristas contactados pelo Negócios afirmam que a redução salarial não é possível pois ao contrário do que sucede com os funcionário públicos, os trabalhadores abrangidos pelo código de trabalho têm uma protecção contra a redução de salário, a menos que, acrescentamos nós, ela seja acompanhada por redução do tempo de serviço (lay off).
O Governo poderá legislar sobre o assunto mas mesmo assim a tarefa não será fácil e é muito provável que o caso se venha a decidir nos tribunais. Se a alteração legislativa se fizer de forma genérica no seio do Código de Trabalho, abrangerá todos os trabalhadores com contrato individual de trabalho (tenham como patrão o Estado ou outro); haverá alternativas mas introduz-se uma brecha no próprio contrato social estabelecido e entra-se em conflito com a jurisprudência dominante. O problema seria mitigado ou resolvido se a lei não viesse a ter aplicação retroactiva aos contratos em vigor mas a aplicação das reduções salariais apenas a novos contratos não é o objectivo do governo.
Note-se que, contrariamente aos funcionários públicos, os trabalhadores do Estado em contrato individual de trabalho podem ser tão facilmente despedidos quanto os trabalhadores da iniciativa privada, com esta alteração correm o risco de acumular o pior dos dois regimes: a maior facilidade de despedimento e a agora a insegurança no salário. Aconteça o que acontecer teremos mais uma falange de portugueses com argumentos reforçados que encarará com maior dificuldade a bondade da palavra do Estado. Significativamente, neste caso, trabalhadores do próprio Estado, responsáveis em larga medida pelo bom nome de quem representam. Um paradoxo e um imbróglio… Seguramente ambos menores no grande esquema das coisas.
ADENDA: Recomenda-se a leitura deste artigo mais recente do Negócios “Governo mexe no Código do Trabalho para cortar salários” e com uma pergunta enviada por um leitor:
“Em que medida é que a redução dos salários dos funcionários de entidades de supervisão e regulação que possuem receitas próprias por via das taxas que cobram aos regulados – não recebendo qualquer transferência do Orçamento de Estado – contribuirá para a redução da despesa pública? Irão reduzir as taxas? Fica-se à espera de um excedente para depois transferir para o Estado no final do ano?”.
Artigos relacionados:
1. Redução da contribuição para a segurança social em 1 ponto percentual já em 2010 Share Acaba de ser publicada em Diário da República a Portaria Nº99/2010…
2. Portugal é o terceiro país com mais trabalhadores a termo da Europa Share Um país que tem, em termos relativos, 22% da sua população…
3. Tem a certeza que a solução está na descida dos salários?
http://economiafinancas.com/2010/10/reducao-de-salarios-e-ilegal-entre-trabalhadores-com-contrato-individual-de-trabalho/
Novembro 6, 2010 at 6:24 pm
#26:
Estou lá agora…
Novembro 6, 2010 at 6:28 pm
Governo mexe no Código do Trabalho para cortar salários
01 Outubro 2010 | 17:40
Pedro Santos Guerreiro – psg@negocios.pt
Filomena Lança – filomenalanca@negocios.pt
O Executivo vai aproveitar a Lei do Orçamento do Estado para introduzir uma derrogação ao Código do Trabalho que permita avançar com cortes salariais ao pessoal das empresas públicas, Institutos Públicos e entidades reguladoras.
A Lei do Orçamento do Estado para 2011 vai incluir uma norma destinada a derrogar o princípio geral do Código do Trabalho segundo o qual não é permitido ao empregador diminuir a retribuição, apurou o Negócios.
O objectivo é permitir aplicar a medida de corte salarial, anunciada esta semana, também aos trabalhadores de entidades públicas que tenham contratos individuais de trabalho e não tenham propriamente um vínculo à função pública.
Recorde-se que o Governo anunciou anteontem um corte de 5% da massa salarial dos funcionários públicos, o qual é aplicado de forma progressiva, com uma taxa que varia entre 3,5% e 10%. Acontece que quem não tenha um contrato de trabalho em funções públicas ou não esteja num cargo de nomeação, está abrangido pelo Código do Trabalho. E este prevê, muito claramente, que é proibido ao empregador diminuir a retribuição. Para evitar uma ilegalidade, o Executivo vai avançar com uma derrogação, através de uma Lei especial – no caso o Orçamento do Estado para 2011 – que afastará a Lei geral, ou seja, o Código do Trabalho.
O objectivo é tornar possível cortar salários a pessoal de empresas públicas, empresas municipais, hospitais EPE ou universidades, da CMVM ou do Banco de Portugal, entre outros, desde que aufiram remunerações superiores a 1.500 euros mensais.
Abre-se um precedente
Com estas medidas, o Estado abre caminho a que, por parte do sector privado, os empregadores exijam medidas semelhantes.
Já hoje, em entrevista à Antena 1, o presidente da CIP, António Saraiva, admitia que dada a situação financeira das empresas “o quadro salarial tem de ser muito moderado” e que “nalguns sectores de actividade expostos à concorrência internacional, deveriam produzir-se alguns cortes salariais”.
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=446579
Novembro 6, 2010 at 6:32 pm
http://www.ionline.pt/conteudo/82255-cortar-salarios-saida-falsa-e-facil-o-problema-portugues
Cortar salários, a saída falsa e fácil para o problema português
por Bruno Faria Lopes, Publicado em 08 de Outubro de 2010
Depois do anúncio de cortes nos salários públicos há pressão para abrir a mesma porta no sector privado. Está na altura de abandonar a ideia
Quando a Standard&Poor”s – uma instituição insuspeita de sofrer de inclinações esquerdistas – explica que cortar nos salários dos portugueses é uma medida pouco eficaz para pôr Portugal a crescer deveriam soar campainhas em algumas cabeças. Depois de o governo ter anunciado um corte salarial na administração pública, as associações patronais e alguns economistas procuram agora abrir a mesma porta no privado: se o Estado precisa e pode, argumentam, as empresas exportadoras precisam ainda mais e têm de poder. A comparação está errada e sugere um caminho economicamente pouco eficaz.
Primeiro: a comparação é errada porque o corte salarial no Estado surge como alternativa ao despedimento de funcionários públicos, proibido pela Constituição. O governo Sócrates vai deixar cair trabalhadores a prazo – que não beneficiam do lóbi dos sindicatos, empenhados sobretudo em defender os direitos adquiridos – mas sabe que terá de cortar na factura com pessoal permanente, baixando os salários. É uma má medida – um desincentivo ao mérito no Estado, cujos efeitos não foram pensados (veja-se o caso dos médicos) -, mas, depois de um ano perdido e com os mercados a gritarem, é a medida possível. No privado, contudo, existe a possibilidade de despedimento. A lei protege os trabalhadores no quadro, mas as empresas já aprenderam a contornar o problema recorrendo ao trabalho a prazo, sobretudo dos mais jovens. Podem ajustar não só aí – como se vê pelos 690 mil novos desempregados em 2009 -, mas também com renegociações do horário ou recurso ao trabalho parcial.
Segundo: o caminho do corte de salários nas empresas exportadoras é economicamente pouco eficaz porque ignora os verdadeiros e atávicos bloqueios portugueses ao crescimento. O capitalismo português é pouco educado, com o nível de instrução de 80% dos empregadores abaixo do secundário (50% em Espanha, 20% na União a 27). A sociedade é encorajada a fugir do desconforto da concorrência e a procurar refúgio na mediocridade igualitária – um valor desde cedo incutido na escola. Por receio de competir ou por incapacidade, a economia portuguesa foi conquistada por empresas não exportadoras, de serviços e comércio – 15 das 20 maiores em Portugal caem nesta categoria, muitas em sectores com escassa concorrência. As instituições da democracia são disfuncionais – o desgoverno público atira impostos para cima das empresas, o estado da justiça afasta investidores estrangeiros. Por tudo isto – que não menciona, mas conhece – a Standard&Poor”s explica que cortar salários, só por si, pouco resolve. Não é sequer o mesmo que baixar a contribuição social das empresas e subir o IVA – o que, pelo menos, poderia ajudar a estimular a poupança ao mesmo tempo que dava uma ajuda às empresas. Não. É uma solução míope e preguiçosa, com um efeito temporal limitado e que deixa tudo essencialmente na mesma. Pelo caminho, o custo social é grande.
A direita portuguesa – por onde tem de passar a resolução de problemas como o da concorrência – perde uma grande oportunidade ao não rejeitar claramente esta via e ao engolir, sem qualquer espírito crítico, as receitas de manual prescritas pelo FMI ou pela OCDE. Faz mal: um estudo de 2009 do Banco de Portugal mostra que só uma percentagem muito pequena (1,6%) de empresários cortaria salários caso as regras da contratação e a lei laboral o permitissem. Se poucos empresários admitem o corte – arrasador da motivação das pessoas – e se os problemas estruturais são outros, então talvez esteja na hora de abandonar de vez esta pretensa solução. Jornalista
Novembro 6, 2010 at 6:33 pm
“O Executivo vai aproveitar a Lei do Orçamento do Estado para introduzir uma derrogação ao Código do Trabalho”
Isso já foi anunciado tempo atrás. Curiosamente alguém se esqueceu de ouvir.
Novembro 6, 2010 at 6:34 pm
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/exclusivo-cm/juizes-penalizados-decidem-legalidade-de-corte-salarial221055883
Função Pública: Sindicato pede inconstitucionalidade da medida
Juízes penalizados decidem legalidade de corte salarial
São 408 os juízes no topo da carreira que vão perder 550 euros com decisão do Governo de reduzir vencimentos
* 07 Outubro 2010
* Nº de votos (0)
* Comentários (0)
Por:Pedro H. Gonçalves/S.R.S.
O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) garante que o corte nos salários da Função Pública é ilegal e vai pedir audiências a todos os grupos parlamentares para solicitar a inconstitucionalidade da medida, caso esta seja aprovada na Assembleia da República. O sindicato admite seguir para os tribunais administrativos e Constitucional para revogar a medida, onde serão os juízes, que também sofrem cortes, a decidir. Os 408 juízes no topo da carreira perdem 550 euros mensais.
O presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), António Martins, assume que os funcionários do Estado estão perante “um imposto encapotado” que não respeita a Constituição e que os funcionários poderão recorrer aos tribunais administrativos para impedir o corte nos salários, onde os juízes decidirão, apesar de também serem atingidos pela medida (ver texto ao lado).
Com um salário médio de 5 mil euros brutos para um juiz no topo de carreira, o corte máximo de 10%, somado ao desconto extra de 1% para a CGA, significa que os juízes vão perder 550 euros por mês ou 7700 euros por ano. São 408 juízes conselheiros e desembargadores que serão atingidos por este corte de 11%, segundo os números disponíveis no Conselho Superior de Magistratura.
Para Bettencourt Picanço, presidente do STE, “vamos suscitar, se ela vier a ser aprovada, a inconstitucionalidade da medida de redução dos salários, visto que aquilo que foi anunciado, ainda não conhecemos a proposta escrita, foi a redução permanente dos salários e isto é totalmente inaceitável”.
Ao CM, António Martins considera que, além do ponto invocado pelo STE, há outras questões de inconstitucionalidade no corte dos salários dos funcionários públicos. “Isto não é uma redução de vencimentos, é um imposto encapotado”, começa por afirmar o presidente da ASJP. Assim, “é inconstitucional, porque não se pode obrigar a pagar um imposto que não seja criado pelas normas constitucionais”. E um imposto tem de ser universal. “Neste caso, é só para os funcionários públicos.”
António Martins sugere que, se o Estado quer poupar dinheiro, que desista de “investimentos megalómanos” e “deixe de incluir na máquina do Estado os muitos assessores que são recrutados em função do cartão partidário”. Os sindicatos reúnem-se hoje com o Governo no Ministério das Finanças e o STE quer dar exemplos de onde se pode cortar na despesa.
AUSTERIDADE TRAZ RECESSÃO
As novas medidas de austeridade anunciadas pelo Governo para o próximo Orçamento do Estado farão a economia portuguesa voltar à recessão, recuando 1,4% no próximo ano. O aviso é do Fundo Monetário Internacional (FMI), que prevê que sem aquelas medidas o PIB nacional estagne em 2011 em relação ao crescimento de 1,1% antecipado para este ano.
“As medidas anunciadas na semana passada representam um esforço de consolidação orçamental da ordem dos 3% do PIB, que terão um impacto significativo no crescimento económico”, sublinhou ontem Jörg Decressin, economista do FMI.
Apesar de notar que medidas como o corte dos salários na Função Pública e o aumento das taxas de IVA irão fazer a economia portuguesa contrair, o Fundo não tem dúvidas em afirmar que Portugal “não tem alternativa” a não ser prosseguir com uma redução agressiva do endividamento público, com base num plano de consolidação “credível” a “médio prazo”.
Já as previsões da instituição presidida por Dominique Strauss–Kahn para Portugal para este ano são mais optimistas. A perspectiva de que o crescimento será de 1,1% é superior à do Governo (0,7%) e aos 0,3% que eram projectados pela organização na Primavera.
Novembro 6, 2010 at 6:36 pm
http://www.asjp.pt/2010/10/09/corte-salarial-sindicato-do-ministerio-publico-recorre-ao-tribunal/
Corte salarial. Sindicato do Ministério Público recorre ao tribunal
Corte salarial. Sindicato do Ministério Público recorre ao tribunal
INÊS SERRA LOPES
O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMPP) decidiu recorrer à via judicial para impedir os cortes salariais do plano de austeridade do governo. A direcção do sindicato anunciou ontem em carta a todos os sócios que vai convocar uma assembleia-geral extraordinária para “ponderar em conjunto as medidas a adoptar, incluindo a adesão à greve geral de 24 de Novembro”. O í soube que a direcção defende a participação na greve por esta ser promovida por ambas as centrais sindicais.
O sindicato promete reagir judicialmente contra o corte de salários, “desencadeando todos os meios legais ao seu alcance para impugnar” a futura lei, considerando que as medidas do governo violam princípios essenciais do Estado social com consagração constitucional, como a intangibilidade das remunerações, o princípio da igualdade e o princípio da confiança. Para o sindicato, a redução unilateral dos salários pelo empregador pode, no limite, forçar o trabalhador a desistir do seu emprego. Para o sindicato, existe uma violação do princípio da igualdade: se os salários dos servidores públicos podem ser reduzidos e a garantia constitucional de irredutibilidade se mantém para os trabalhadores em geral.
“Não há motivo juridicamente válido para impor que quem trabalha para o Estado ou entidades públicas tenha menores garantias ou direitos que quem trabalha para entidades privadas.”
O sindicato dos magistrados pronuncia-se contra a redução de 10% das remunerações dos magistrados, o congelamento da admissão de magistrados e funcionários e das suas progressões na carreira, bem como contra o aumento de um ponto percentual na contribuição para a Caixa Geral de Aposentações e a extinção dos serviços sociais de saúde do Ministério da Justiça. “Encapotadamente o governo prepara-se para nos impor um sacrifício financeiro correspondente aos subsídios de férias e de Natal, aproximadamente”, acusa o sindicato.
A direcção do sindicato considera que não é perceptível qualquer repercussão positiva nas contas públicas dos sucessivos esforços financeiros que o governo tem exigido aos magistrados e em geral a todos que trabalham por conta de outrem. A dura exposição afirma mesmo: “Pelo histórico recente, temos sérias dúvidas que os novos sacrifícios que são pedidos aos portugueses, aos magistrados em particular, venham a ser convenientemente geridos e direccionados, resolvendo o problema das contas públicas. Nada garante que não permitirão apenas alimentar velhos vícios, despesas voluptuárias e vencimentos com cargos injustificados.”
Na audiência que teve na quinta-feira, o sindicato alertou o ministro da Justiça, Alberto Martins, para o previsível colapso da justiça. Já há tribunais com menos funcionários do que magistrados e a desmotivação na justiça aumentará exponencialmente com a adopção das medidas, diz a direcção. O sindicato pediu audiência aos grupos parlamentares e será recebido já na próxima semana pelo Bloco de Esquerda. A assembleia extraordinária deverá realizarse no final deste mês ou início de Novembro.
Novembro 6, 2010 at 6:37 pm
Original de #33 aqui:
Novembro 6, 2010 at 6:38 pm
“Sindicato pede inconstitucionalidade da medida
Juízes penalizados decidem legalidade de corte salarial”
Portanto, um gajo vê malta a ser eleita, um pouco por todo o mundo e para os mais altos cargos, para fugir ao longo braço da lei, e vai daí e acredita que a lei será a salvação? Então, portantos é a lei que faz o homem e não o homem que faz a lei?
Novembro 6, 2010 at 6:39 pm
NÃO ABRAM A PESTANA QUE NÃO É PRECISO!
http://dn.sapo.pt/bolsa/emprego/interior.aspx?content_id=1685438
Discussão
Patrões querem cortar salários
por JOÃO CRISTÓVÃO BAPTISTA14 Outubro 2010
Patrões querem cortar salários
Aumenta o número de vozes que defendem que a redução salarial deve abranger todos os trabalhadores.
A discussão foi lançada pelo presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), António Saraiva: à semelhança do que o Governo vai fazer na função pública, também no sector privado deveria haver corte de salários. Embora a proposta, feita nos dias que se seguiram à apresentação do novo pacote de austeridade (PEC III), não tenha tido a aceitação do Executivo, começam agora a multiplicar-se os apelos semelhantes de outros patrões e até de especialistas em direito do trabalho.
Uma vez que a actual lei não permite a redução de salários no sector privado, o objectivo terá de passar por alterar o Código do Trabalho. A garantia de sobrevivência e o aumento da competitividade das empresas são as justificações dadas. Um argumento que não comove José Sócrates, que já avisou que “o Governo nada tem a ver com os salários no privado”.
Na altura, o presidente da CIP defendeu que “nalguns sectores de actividade expostos à concorrência internacional deveriam produzir-se alguns cortes salariais”. Uma posição agora secundada pelo vice-presidente da Visabeira, Paulo Varela. Em declarações à Lusa, este responsável admitiu que a empresa poderá reduzir salários e deslocalizar a sua produção no próximo ano, como forma de proceder a um “ajustamento da estrutura de custos” da Visabeira.
Segundo Paulo Varela, os cortes salariais não devem ser encarados como “uma fatalidade”, mas antes como uma solução para que a empresa possa competir no mercado internacional, nomeadamente em países com “uma estrutura de custos mais reduzida”.
Às vozes dos patrões juntou-se ontem a do especialista em direito do trabalho João Guedes, que defendeu a necessidade de adaptação da lei às necessidades das empresas. O advogado defende que, “para mantermos as nossas empresas activas, precisamos também de fazer um ajustamento de salários”. Uma medida em que, segundo João Guedes, deve ser usada a mesma fórmula do Estado e “as mesmas tabelas” de redução salarial. Para tal, o especialista defende que devem ser efectuadas alterações ao Código do Trabalho que permitam estender a medida do PEC III aos privados.
António Monteiro Fernandes, antigo secretário de Estado do Trabalho de António Guterres e membro da Comissão de Acompanhamento da Reforma Laboral, rejeitou ontem ao DN a possibilidade de aplicação destas propostas, sublinhando que terão “efeitos sociais muito negativos” e que em “nada ajudam o Estado no objectivo de redução do défice”.
Recordando que os cortes salariais no sector privado são ilegais – salvo em caso de acordo colectivo – e que, mesmo havendo uma alteração ao Código, esta só poderia ser aplicada sobre os novos contratos, Monteiro Fernandes explicou que “o corte salarial na função pública tem uma razão bem definida: reduzir o défice. Se se cortarem também os salários dos privados, vai haver uma diminuição das receitas fiscais e dos descontos para a Segurança Social, o que não serve os propósitos do Estado no controlo do défice”, alertou.
Novembro 6, 2010 at 6:46 pm
NÃO ABRAM A PESTANA QUE NÃO É PRECISO!
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/forum/salarios-corte-de-salarios-patroes-empresas-funcao-publica-agencia-financeira/1198799-5214.html
Empresas também devem poder cortar salários? Comente!
Advogado diz que sector privado também está em crise e que possibilidade dada ao Estado deve ser estendida às empresas
* PorRedacção PGM
* 2010-10-13 16:56
As empresas também deverão reivindicar a possibilidade de cortar salários aos seus trabalhadores, se esse corte avançar na função pública, como se prevê que aconteça em 2011. Quem o diz é um especialista em Direito do Trabalho, João Guedes, em declarações à Lusa.
O advogado diz não perceber o porquê do silêncio das associações empresariais nesta matéria, referindo que o argumento do Estado, de que os cortes são necessários para «manter a cabeça fora de água», também pode ser válido para as empresas.
«Se o Estado chega à conclusão que, para ter capacidade para cumprir os seus objectivos, tem que fazer cortes salariais, quebrando uma tradição legalmente prevista de proibição de diminuição, a parte empresarial, que também está numa situação complicada, pode aproveitar para fazer uma medida igual», disse.
João Guedes explicou que, «para mantermos as nossas empresas activas, precisamos também de fazer um ajustamento de salários, numa adaptação a uma medida semelhante, usando as mesmas tabelas», acrescentou.
Por isso mesmo, defende que a legislação avulsa ou a suspensão de normas do Código do Trabalho, que será necessária para que se possam fazer diminuições dos salários nos funcionários públicos, deve abranger igualmente os trabalhadores privados.
Numa situação de crise e «com critérios definidos, as empresas devem também poder fazer ajustamentos de salários, assim como no Estado, de forma a adaptar-se às novas realidades e dificuldades de pagamento», sublinhou.
E o leitor, concorda com a opinião deste advogado? Acha que as regras devem ser iguais para privado e público? Concorda que a crise e as dificuldades financeiras sirvam de justificação para se cortarem os salários dos trabalhadores? Deixe a sua opinião!
Novembro 6, 2010 at 6:52 pm
LEMBREM-SE:
(Agência Financeira) O primeiro-ministro classificou esta quarta-feira absurda a ideia de que o Governo vai cortar nos salários ou no décimo terceiro mês.
Para José Sócrates, mesmo num plano de consolidação orçamental cortar o vencimento dos funcionários públicos não é opção e pôs de parte qualquer destas medidas, já avançadas por vários economistas, no plano para reduzir o défice este ano.
Um dos economistas que sugeriu, mais do que uma vez, esta opção foi Êrnani Lopes que disse apreciar a «lógica irlandesa: E era o que eu faria se tivesse a responsabilidade de enfrentar a situação portuguesa».
O actual presidente da Fundação Luso Espanhola acrescentou ainda, no fim das jornadas parlamentares do PSD, que que diminuiria, «seguramente, os vencimentos de funcionários públicos, incluindo os ministro», com «um corte na banda dos 15, 20, 30 por cento».
Redacção
Novembro 6, 2010 at 6:53 pm
GRAVEM NA CARNE:
OE2011
Corte nos salários “é para ficar”, garante Teixeira dos Santos
29 | 09 | 2010 20.55H
O ministro das Finanças garantiu hoje que o corte dos cinco por cento de massa salarial a aplicar aos salários a partir dos 1.500 euros será mantido após 2011.
Destak/Lusa | destak@destak.pt
“A proposta de redução dos salários operada em 2011 é para manter-se a partir de 2011, é para ficar”, afirmou Teixeira dos Santos.
José Socrates, que liderava o briefing do Conselho de Ministros, disse ainda que as negociações salariais terão lugar todos os anos como é normal, sem eliminar este corte operado já no próximo orçamento.
http://www.destak.pt/artigo/76401
Novembro 6, 2010 at 6:58 pm
O critério do Meritíssimo é este:
O cidadão tem três refeições diárias – está na ordem constitucional.
O cidadão tem duas refeições diárias – à cautela, convoca-se o plenário do TC.
O cidadão tem uma refeição – o TC pede um parecer a um nutricionista.
O cidadão não tem nenhuma refeição – o TC emite um acordão: a certidão de óbito.
É reposta a ordem constitucional.
Novembro 6, 2010 at 7:00 pm
Devia estar a referir-se a este tipo de sobrevivência:
Março 9, 2011 at 9:36 am
Caro Gerente / Director,
Inter Finanças Consórcio é pioneira financeira organizada
serviços na Nigéria e estabeleceu-se como um dos
melhor empresa reconhecida nacionalmente Finanças. Consórcio Inter Finanças foi
Aceita, no ano de 2000. Nós fornecemos serviços profissionais para
negócio de entrada e saída configurada. Nós oferecemos uma gama completa de
soluções financeiras para os nossos clientes. Tomamos o cuidado de banca de investimento
Necessidades de planejamento e financeiro, através de aconselhamento fé. Nós
possui uma equipe de peritos, incluindo consultores qualificados que asseguram
para fornecer a solução mais viável para o nosso cliente hitches.Over financeira
nos últimos cinco anos, o Inter Finanças Consórcio tem crescido a ser uma rainha
provedor executivo do banco de instrumentos para os profissionais, tanto em
Nigéria e overseas.We estão em ligação com tantos bancos
que nos permitirá oferecer necessidade de nossos clientes globalmente.
Oferecemos empréstimos, o financiamento das empresas, financiamento de projetos, instrumentos como o banco
MTN, BG, LC, SBLC, PPP POF, CMO.
Estes serviços que oferecemos, a preços razoáveis
Preço e condições de credores de boa reputação / providers.No cadeias de
consultores como nós estamos em contato direto com o credor / fornecedor.
Contacte-nos para mais details.and se você precisa de um empréstimo você deve preencher o formulário abaixo para que possamos prosseguir.
EMPRÉSTIMO ficha de candidatura
Nome Completo …………….
País ……………….
Montante …………………
O número de telefone ……..
Empréstimo Duração ………
Candidatou-se antes …………………
–
Sua
mrs.James Brown
Presidente
Consórcio Inter Finanças
e-mail: jamesbrownloanfirm125@gmail.com
5 Abergavenny Avenida Sycamore
Monmouthshire no País de Gales