Claro que pode. Mas eu não acredito que fortes convicções se abalem com meras sondagens.
Maioria dá OK à greve mas não tenciona aderir
O mais grave é não perceber as razões disto. O mais grave é continuarmos a pensar que o inferno são apenas os outros e não todos nós, a começar pelas péssimas cúpulas (começo a hesitar em chamar-lhe elites…) de que dispomos, seja na governação, oposição ou contestação.
O mais grave é o divórcio quase total entre decisores e executantes das pretendidas decisões.
Isto coloca-se no plano político, mas não só.
O abstencionismo eleitoral, não é num fenómeno isolado. É algo que decorre do abstencionismo social, que não é contrariado pela bravata em conversas de café ou comentários em sites de jornais ou blogues.
O que também é grave é que quem – como no passado – tente de algum modo que as pessoas e organizações reflictam sobre isso, para agirem de forma convicta e livre de pressões, sejam acusadas de serem inimigas disto ou daquilo.
O que é grave é que, mal as costas folgam, certas organizações – nomeadamente os sindicatos – pensem que já tudo voltou à normalidade e que a coreografia pode seguir de novo.
Não, as circunstâncias mudaram e era bom que as rotinas e automatismo fossem revistos e também mudassem.
Mas quem está instalado no sistema, nem que seja como profissional da contestação, tem dificuldades em reconhecer que o sistema mudou debaixo dos seus pés e que pode restar apenas o vazio.
Nestes casos, como em 2005-07 no do sindicalismo docente, a queda é abrupta. Em tempos, foram salvos da queda completa pelas bases.
Mas não souberam retribuir.
É tempo de, de uma vez por todas, merecerem o respeito e apoio dos representados. Porque a generalidade dos políticos já os perderam.
O vazio está aí.
Novembro 1, 2010 at 10:02 am
Não é o vazio que está aí é um buraco negro que engole consciências…
A cartilha é sempre a mesma:
Eu e muitos já aprendemos, mas, quem me representa aprendeu?
Basta olhar para a DGRHE:
A enviar circulares numa Sexta à noite vésperas de um feriado…
Novembro 1, 2010 at 10:04 am
Epá estávamos a ver as mesmas notícias..
http://bulimunda.wordpress.com/2010/11/01/olha-olha-uma-prenda-de-natal-antecipada-milhares-de-professores-podem-retroceder-na-carreira-e-ter-de-restituir-vencimentos/
Novembro 1, 2010 at 10:35 am
Pois… e os colegas que dizem que não fazem greve porque sabem que a escola fecha porque os funcionários a fazem! Vergonhoso.
Novembro 1, 2010 at 10:43 am
«… o resultado que realmente importa é susceptível de desanimar qualquer dirigente sindical»
Desanimar??? Só pode ser um eufemismo… de desacreditar, descredibilizar. Isto sim.
Importava escreverem sobre os porquês.
E não era necessário grande investigação jornalística.
Novembro 1, 2010 at 10:51 am
Compreendo que os que jogam o jogo da política necessitem de ter um “quê” de actores. Um mínimo jeito na arte da representação.
A sério que compreendo.
Mas daí a sentirem a imperiosa obrigação de se transformarem em seres completamente hipócritas…
O que vivemos nos dias de hoje é uma verdadeira FARSA, onde todos os intervenientes dizem sentir o que não sentem; juram querer o que não lhes dá jeito algum.
No parlamento gritaram horrores sobre o orçamento, sendo mesmo capazes de dizer que votariam contra “fosse lá o que dali viesse”.
Mas no entanto rezaram – principalmente os ditos ateus ( … ) – todos os dias, a torcer para que o orçamento passasse.
Ou seja, dizem que não querem o orçamento…
… mas no fundo é o que mais querem.
E porquê? Porque se não houvesse orçamento alguns teriam que descascar um enorme abacaxi nos próximos tempos… e outros ficariam obrigados a desmarcar greves e manifestações que sempre dão muuuuito jeito.
Enfim.
Todos os actores são de péssima qualidade.
– Canastrões, mesmo.
E alguns, ao som de megafones e de palavras de ordem, ainda esperam que os mais distraídos lhes batam palmas …
…
…
…
Novembro 1, 2010 at 10:52 am
Parece que querem uma acção fracturante do GP!
Novembro 1, 2010 at 10:55 am
http://bulimunda.wordpress.com/2010/11/01/the-vouchers-in-school-are-private-schools-better-than-public-schools/
Novembro 1, 2010 at 10:59 am
Verdadeiramente INACREDITÁVELLLLLLLLLLL.
Novembro 1, 2010 at 11:04 am
È isso aí Maurício…canastrões mesmo…de série Z…
Novembro 1, 2010 at 11:09 am
Só assim isto lá vai..com um programa destes…ao vivo e em directo..
Novembro 1, 2010 at 11:10 am
Como se trabalha a fazer circulares…entrevista a um deles..
Novembro 1, 2010 at 11:13 am
Até logo pessoal..vou ver testes e sair um nadinha para aproveitar o sol enganador que por aqui anda…entretanto gritemos bem alto..
Novembro 1, 2010 at 11:19 am
Já o dissemos por aqui. A agenda dos sindicatos tem muito pouco a ver com a agenda de quem eles deviam defender. O objectivo dos sindicatos é utilizar-nos com instrumento de pressão junto do governo, cujo interruptor está colocado numa parede do partido. Assim não gosto, assim não presta.
Tiram-nos o tapete porque a certa altura vencemos a inércia e deixámos de ser úteis marionetas porque manipuláveis. Fomos objectivamente enganados pelos sindicatos. Já fomos enganados outras vezes. Agora é tarde. Não nos deixamos enganar de novo. A aflição dos sindicatos é serem apenas capazes de utilizar os mesmos que utilizam há trinta anos para fazer as suas manifestações. Só que cada vez são menos, porque a lei da vida manda que se morra.
Carvalho da Silva, quiseste armar-te em estratega, não foi? Agora desemerda-te! Mostra serviço maior, mais transparente e trata de pôr a cabeça a funcionar – andar tanto pelos lados do ISCTE faz-te mal – porque, de outra forma, o que vais ter na manifestação é a terceira idade, os jovens rebeldes e já nem os gajos das betoneiras consegues atrair.
Novembro 1, 2010 at 11:20 am
Paulo,
tenho um post a viver no limbo.
Novembro 1, 2010 at 11:27 am
Todos temos de fazer greve!
Adesivados, instalados, desmotivados, comunanas, não comunas, homens, mulheres… Todos… todos…
Funcionários, não funcionários… temos de mostrar a quem nos governa que estão sozinhos. Apenas t~em do seu lado directores que na maioria dos agrupamentos são os antigos Presidentes do Conselho Directivo mas agora com salários melhores!!!
Viva a liberdade e o direito à Greve!
Novembro 1, 2010 at 11:46 am
A minha opinião: http://porabocanotrombone.blogspot.com/2010/11/o-dilema-da-representatividade.html
Novembro 1, 2010 at 11:49 am
24/11/2010
YES WE CAN!
Novembro 1, 2010 at 12:12 pm
#14,
Resolvido.
Novembro 1, 2010 at 12:40 pm
Acho curiosa esta análise.
Parce qua as “bases” são inocentes. O que as bases estiveram a fazer entre 2005-07?
O que fizeram na greve aos exames de 2005?
O que fizeram nas manifestações que existiram em 2005 e 2006?
O que fizeram em 2007, depois da saida do Dl 15/2007?
O que fizeram durante o concurso dos titulares?
Até parece que os problemas só começaram em Janeiro de 2008 com a publicação do DR 2/2008?
Os sindicatos podem ter errado mito, mas se calhar as “bases” devem reflectir seriamente na sua responsabilidade nesta questão. Porque há responsabilidade no que as “bases” fizeram e não fizeram.
Mas é muito mais fácil atirar as responsabilidades apenas para um dos lados e “fingir” que as “bases” são vitimas inocentes em todo este processo.
Novembro 1, 2010 at 12:48 pm
Novembro 1, 2010 at 12:52 pm
#20,
Um exemplo de bases?
“Mas no entanto rezaram – principalmente os ditos ateus ( … ) – todos os dias, a torcer para que o orçamento passasse.”
Venham todos os Santinhos, Maurício!
E saliento “os ditos”.
Lol..Lol…..
Novembro 1, 2010 at 12:57 pm
Alimentar, meu caro Watson!
O pior cego é aquele que não quer andar!
Lol…Lol…
(vou à cafeína…..)
Novembro 1, 2010 at 1:03 pm
#0
“Maioria dá OK à greve mas não tenciona aderir”
Terão consultado a maioria? Ou fará parte do plano quinquenal?
Em tempo, fiquei maravilhado com a “ok”.
Novembro 1, 2010 at 1:13 pm
Pois eu conto ADERIR à greve e à manif de 6/11. Porque não concordo com aquilo que tem sido feito e sei que é possível fazer de outra forma, penalizando os da mama e NÃO os que trabalham.
Sempre disse que nada do que tem sido DESfeito o seria com a minha passividade e por isso, para além de outras lutas diárias, irei para a rua, sempre que puder e aderirei à greve, sempre que tiver na base a defesa da DIGNIDADE!
Novembro 1, 2010 at 1:16 pm
#24,
Eu só espero que não baralhem o lugar; caso contrário ainda vou emborcar sozinha 1 moscatel, como aconteceu à caneta.
Novembro 1, 2010 at 1:22 pm
#19
120000 “bases” na rua é muita base para se deitar fora. Talvez até fosse base a mais e esse fosse o problema. “Bases” com pernas para andar e a pensar pela própria cabeça não são “bases” que interessem.
As boas “bases” são aquelas que se comandam com facilidade, que se ligam e desligam, à ordem dos megafones.
Quando as “bases” foram generosas e quiseram dar tudo, os camaradas dirigentes sindicalistas fizeram tudo para surfar a onda e chegar à praia primeiro. Perdiam o controlo e isso é coisa que eles não querem. Houve necessidade de tirar o ar ao balão. Fizeram-no com sucesso. Simularam negociações, esconderam-se atrás da cortina e fizeram um favor ao Sócrates: diminuíram a pressão de vapor à caldeira e ganharam o tempo de antena de que tanto gostam para poderem fazer de conta que estava a fazer serviço. Todos perderam, menos o governo e os “dirigentes da classe operária”, esses iluminados. Só que eles não lidam – já deviam saber isso – com a malta da Lisnave. Esta malta não se manifesta, mas pensa. Às vezes não tem um pensamento estruturado, mas intuem que foram enganados, mais uma vez. No fundo estão cansados de sindicatos que querem fazer de tudo e ter uma palavra sobre tudo menos sobre as condições de trabalho da classe que deviam representar. Querem, até, ter uma palavra a dizer sobre a política de educação! Mal comparado, será como se o sindicato dos condutores da Carris quisesse definir as linhas das carreiras dos autocarros.
As “bases”, as “bases”,… as “bases” são carne para canhão dos interesses estratégicos de partidos e grupos políticos que ocupam as centrais sindicais e respectivos sindicatos. As “bases” são mão-de-obra barata nas manifestações. As “bases” são lenços de papel, descartáveis depois de servirem. As “bases” estão cansadas de serem manipuladas, como se de fantoches se tratasse.
De acordo com as palavrinhas doces do leninismo, as bases não são a alavanca, os seus dirigentes é que são a alavanca, as “bases” são a força. Força, acção pela qual se pode modificar o estado de movimento de um corpo ou deformá-lo. Ora, dar a entender que os camaradas dirigentes estão a fazer a força toda e as “bases” negam-se a fazer de alavanca, é inverter a lógica e a passarem-nos um atestado de burrice, além de se mostrarem meninos mimados. As “bases” nunca são burras, pois não? Não, de acordo com a literatura e propaganda leninista. Então, se as “bases” não estão dispostas a apoiar os esforços dos nossos altos dirigentes é porque estão zangadas com eles e têm, de certeza, toda a razão. Leninistas-estalinistas mal agradecidos às “bases” é que não.
Novembro 1, 2010 at 1:22 pm
#25
Onde? Lá vou eu ficar toute seul a beber um moscatel…olha, ficamos ambas as duas… (eu sei é um pleonasmo…mas adoro)
Novembro 1, 2010 at 1:28 pm
#27,
E subimos para cima de um palanque e começamos a discursar.
Ainda vamos ser a Liderança que lidera.
(Leva o aspirador e o moscatel que eu levo os pastéis de nata e o Capital)
Novembro 1, 2010 at 1:33 pm
#28
pasteis de nata e moscatel?
alinho!
mas deixas-me aspirar o palanque?
Novembro 1, 2010 at 1:45 pm
#29,
À vontade.
A única coisa que prometo fazer é lavar a loiça. Por isso é bom que o palanque fique perto de um fontanário.
A introdução e o final do discurso são meus.
Tu ficas com o desenvolvimento, ok?
Moi: ” Pessoal, people, manos e manas!!!”
Toi: desdenvolves…..
Moi: “Viva Portugal!”
Novembro 1, 2010 at 1:46 pm
#30
C’um raio…eu até sou sintética, como é que eu desenvolvo?
Novembro 1, 2010 at 1:59 pm
#31,
Pensa……que eu vou ali e já volto.
Novembro 1, 2010 at 2:01 pm
#26
Onde estavam 95000 dessas “bases” no dia 5 de Outubro de 2006, quando as “negociações” para o ECD do DL 15/2007 estavam a acabar?
Eu sei onde estavam as outras 25000 “bases”
Novembro 1, 2010 at 2:39 pm
#33
A culpa é SEMPRE dos dirigentes. Fizeram um mau trabalho ou talvez já não dessem muita segurança às “bases”. Talvez os nossos “dirigentes” achassem que só precisavam daquele apoiozito e por isso não fizeram o trabalho de casa. Talvez aquele ECD servisse e satisfizesse os altos dirigentes dos nossos sindicatos.
Eu sei onde estava. Estava LÁ!
De qualquer forma obrigavas-me a ir recuperar o que eu escrevi por essa altura aqui no blog. Mas se queres a História dos acontecimentos, pergunta ao Paulo que tem a cabeça muito bem treinada para relacionar factos históricos. Felizmente. Eu sou mais de outras coisas, menos interessantes.
Novembro 1, 2010 at 2:43 pm
#33,
Quer mesmo debater essa questão?
Quer mesmo debater o trabalho (não) feito entre meados de 2005 e o final de 2006?
Eu sei o que escrevi sobre a proposta de ECD em MAIO de 2006.
Não sei se estivesse em 5 de Outubro de 2006 no Marquês de Pombal ou na 5 de Outubro seria muito diferente.
Até porque as escolas foram mantidas no escuro por TODOS quanto ao que se ia passar.
Nessa altura acho que havia muitos problemas com acções de formação não aprovadas e com quantos dirigentes sindicais poderiam ficar a tempo inteiro nos sindicatos.
Relembre-me o que foi feito depois do buraco em que se transformou a greve aos exames de 2005?
Novembro 1, 2010 at 2:44 pm
Ia-me esquecendo.
Nesses tempos e depois, os tipos dos blogues eram tratados como fdp pelos democratas nas suas reuniões estratégicas.
Novembro 1, 2010 at 3:30 pm
#36
E eu sou testemunha disso. Em “amena” cavaqueira, na Casa do Alentejo, o que tu eras, na presença de pessoas muito interessantes, uma delas das que estava sentada é irmã de um dirigente político muito à frente, um fdp que só estava à espera que lhe arranjassem um tacho para se calar.
Novembro 1, 2010 at 4:13 pm
Ainda há quem acredite no Pai Natal e na Mãe Sindical.
O primeiro, puxado a renas, distribui prendas; a segunda, apoiada nas “bases”, espalha ilusões.
Os sindicatos têm dois caminhos possíveis. Ou reforçam o Capital com os seus “acordos” e “memorandos”, ou desmontam o sistema de trabalho assalariado no qual assenta a acumulação da riqueza e da pobreza. (A “qualidade de vida” dos trabalhadores europeus foi e é conseguida à custa da exterminação e da exploração desenfreada de populações inteiras de outros continentes)
Agora não podem é querer as as duas coisas em simultâneo, sem caírem na mistificação e no pastoreamento das “bases” ao sabor da conjuntura económica e dos interesses político-mafiosos.
E é precisamente nas alturas de grave crise económica, ao contrário do que muita gente julga, que os sindicatos perdem a sua relevância política.
Uma vez que não estão preparados para porem em causa a sua própria razão de existência, quer enquanto mediadores da exploração, quer enquanto reguladores de distribuição de mais-valias acumuladas, ficam reféns da estratégia do Capital.
O “panem et circenses” dá então lugar ao “sangue, suor e lágrimas”, e os sindicatos retomam o seu lugar no museu de cera do capitalismo, à espera de uma nova fase de “crescimento económico”.
França e Grécia (depois da Grã-Bretanha) são um bom exemplo do triste papel a que se prestam os sindicatos, sem ideologia e sem objectivos anti-capitalistas.
Novembro 1, 2010 at 4:14 pm
#35
As escolas foram mantidas no escutro?
As propostas e contraporpostas não eram conhecidas não eram conhecidas?
As escolas continuaram no escuro entre 19 de Junho de 2007 e 10 de Janeiro de 2008?
Paulo Guinote, e restantes comentadores, vamos ser sérios e intelectualmente honestos.
Continuar a negar que muita gente das “bases” não queria e continua a não querer saber, é um dos maiores erros da nossa “classe”.
Continuar a dizer as que as “bases” são “virgens inicentes”, seres perfeitos, que não são responsáveis por nada, que a responsabilidade é toda dos sindicatos, é não querer resolver o problema.
~
Tem razão quando fala no “abstencionismo social”. Mas esse “abstencionismo social2, em parte, também se deve á pura preguiça de muitos. Não querem saber, não querem fazer, estão sempre à espera que alguem (normalmente os sindicatos, ou, ultimantente, o Paulo Guinote, para alguns) façam alguma coisa.
Negar isto, e não tentar combater isto, é prepetuar, e piorar, o problema.
Porque, infelizmente, muita gente das “base” não quer “jogar” este “jogo”, quando são os principais jogadores, aqueles que, efectivamente, ganham ou perdem com o “jogo”.
Dou-lhes alguma razão quando dizem que os sindicatos são responsáveis em muito do que aconteceu. Não têm razão quando dizem que são os unicos responsáveis, e que não existe nenhuma responsabilidade nas “bases”.
Continuar com esta tese não resolve o problema, apenas o vai piorar. Enquanto as “bases” recusarem a reconhecer as suas responsabilidades e nada fizerem para mudar as suas atitudes dificilmente a situação poderá melhorar.
Novembro 1, 2010 at 4:27 pm
É caso para dizer que as “bases” professorais não merecem as organizações que têm!
Vejam-se as diarreias oratórias que algumas comentadeiras aqui dejectam!
Novembro 1, 2010 at 4:28 pm
Fantástico como a linguagem leninista continua a presidir às análises sobre os sindicatos, revelando o enorme peso que o salazarismo ainda detém nos círculos culturais portugueses.
A propósito, lamenta-se a morte de Claude Lefort (não sei se foi sequer comentada nalgum lado), grande intelectual e pensador que em muito contribuiu para a renovação do pensamento anti-capitalista.
Novembro 1, 2010 at 4:35 pm
A iliteracia política que por aqui campeia dá que pensar! Então não é que querem que pensemos que quem governa esta choldra são os sindicatos!? Será que os ditos são uma emanação divina!?
Quando será que essas cabecinhas tontas vão compreender que os tempos para a classe trabalhadora ainda são de defensiva…de tentar limitar a miséria que o capitalismo nesta versão neo-liberal decidiu ser futuro?
Novembro 1, 2010 at 4:37 pm
$35,
Mas quem diz que foram os “únicos” responsáveis?
Quantas vezes aqui me insurgi contra os que viram as costas e esperam que lhes leiam as leis?
O que digo é que, em diversos momentos, isso foi activamente incentivado pelas organizações sindicais, sendo disso exemplo o período pós-acordo de Janeiro, em que as únicas leituras legítimas admitidas eram as “oficiais”.
#40,
As organizações representativas não têm legitimidade para existir sem as bases. Se acham que as “bases” não as merecem, não se arroguem do monopólio de as representar.
Em boa verdade, e de acordo com essa lógica trauliteira de “iluminados” versus pedestres, as cúpulas organizacionais deveriam negociar apenas em nome próprio.
Novembro 1, 2010 at 4:42 pm
O nosso inimigo não está nos sindicatos!!!
Ele está presente nas nossas vidas, desde há 36 anos e chama-se PS/PSD/CDS.
São eles que nos conduziram ao desastre actual.
Fizeram-no sob o comando das corporações nacionais e internacionais e com a supervisão “moral” da “santa” madre igreja católica e da alienação dos midia corporativos que roem a toda a hora a noção mais elementar de cidadania.
Novembro 1, 2010 at 4:44 pm
#42,
Fosga-se.
Entrei no filme do Zemeckis e nem foi preciso um relâmpago para fazer o Delorean mexer-se!
Novembro 1, 2010 at 4:46 pm
Ironias sonsas não levam a lado algum.
Novembro 1, 2010 at 4:47 pm
Podem é revelar os dons de personalidade de quem as profere.
Novembro 1, 2010 at 4:47 pm
#44,
Já percebeu que esse discurso aliena mais do que mobiliza?
Cuidado, que se calhar isto é um infiltramento neo-coiso:
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/portugal-agencia-financeira-oe2011-carvalho-da-silva-cgtp-governo/1203029-4058.html
Aliás, sem OE, que sentido faria apelar?
Há quem precise da ameaça, do medo e da miséria tanto quanto os “outros”.
Não são o “inimigo”, apenas “fogo amigo”.
Como este:
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/joao-proenca-ugt-oe2011-orcamento-governo-agencia-financeira/1203046-4058.html
Novembro 1, 2010 at 4:48 pm
#46,
Exercício básico: distinguir “ironia” de “cinefilia”.
Novembro 1, 2010 at 4:49 pm
#47,
E fechei a loja, porque o cliente vem armado até aos dentes com pesporrência.
Tichau.
Não miliga, vai!
O hépeningue guei foi ontem.
Novembro 1, 2010 at 4:51 pm
Começa a chegar a altura de nos interrogar-mos sobre as razões dos festejos com a implosão da União Soviética.
Quem ganhou com ela?
As classes trabalhadoras nacionais e mundiais?
Pensem nisso que já é muito.
Novembro 1, 2010 at 4:54 pm
Vês Paulo!?
Eu não dizia?
Lá está o pé a fugir-te para o chinelo, como é hábito.
Novembro 1, 2010 at 4:58 pm
#51
Caramba podia ter-se mantido um pouco mais no anonimato e deixar correr a conversa que estava a ser interessante!
Por vexes escutar os outros é porreiro para se ganhar ideias novas ou argumentos mais capazes. Foi uma pena que não conseguisse ficar calado!
Novembro 1, 2010 at 5:16 pm
Desde já digo que tenciono aderir à greve geral do dia 24. Julgo que a não adesão será reivindicada como uma vitória pelo governo, que, assim, poderá dizer que os portugueses estão resignados às medidas “inevitáveis” do governo. Já quanto a ir à manif das centrais sindicais, são outros “quinhentos”.
Também reconheço que os sindicatos não são (nem podem ser) os nossos inimigos. Mas isso não significa que as estratégias das cúpulas sindicais não sejam passíveis de crítica.
E a verdade é que, desde que o Socas e a Milú começaram a atacar os professores, a atuação sindical não esteve à altura das novas circunstâncias. Talvez por terem andado muitos anos a gritar “vem aí o lobo”, não perceberam quando ele chegou. Daí a desastrosa estratégia da greve aos exames, que colocou a opinião pública contra nós e facilitou a ofensiva governamental, culminada com o ECD-Milú.
Retomaram a iniciativa com a manif de 8 de Março mas estragaram tudo com o triste “memorando de entendimento”, que aceitava o modelo de avaliação da Milú a troco de quase nada.
Foi preciso os movimentos independentes convocarem uma manif para 15 de Novembro para “acordarem” e, aí, cometeram a canalhice de a antecipar para uma semana antes. Mas, mesmo assim, os profs aderiram.
Quando a Milú é substituída pela Alçada, vão a correr assinar um acordo minimalista, cedendo naquele que devia ser um ponto de honra: a não contagem do ciclo de avaliação da Milú. Isto já para não falar na primazia aos ex-titulares no reposicionamento e na manutenção de um modelo de avaliação, que, apesar de melhorado, mantém muito do anterior.
Claro que as bases também têm culpa. O individualismo campeia na nossa classe e muitos não querem sacrificar-se pessoalmente e pagar o preço da luta.
Por um lado, porque têm medo: basta o ME ameaçar com processos disciplinares ou, mesmo, com faltas injustificadas para se “borrarem” todos; por outro, porque basta verem um ou dois “adesivos” e /ou oportunistas a entregar objetivos e a pedir aulas assistidas para o fazerem também, porque não querem ser ultrapassados por eles. Infelizmente, tenho de reconhecer que a Popota tinha alguma razão quando nos comparou ao esparguete.
Novembro 1, 2010 at 5:22 pm
#51
Creio que tal como a noviça da bancada do PCP, também nunca terá lido nada sobre o Gulag, aquela coisa tipo INATEL (ou SPA de reeducação) para os lados da URSS.
Aquilo é que era qualidade de vida para os trabalhadores soviéticos e um motivo de orgulho para toda a humanidade.
Novembro 1, 2010 at 5:25 pm
#51
Ó “camarada”, festejei e continua a festejar hoje em dia.
A URSS foi um fracasso e estava em completa falência. Estive em alguns países do leste nos anos 80 e aquilo era uma tristeza: nada funcionava e as pessoas limitavam-se a uma existência pobre. Vi as prateleiras vazias e as filas para a compra de alimentos.
Basta vermos o estado a que chegou Cuba (Fidel dixit) e a demência da Coreia do Norte, onde a fome é uma triste realidade. Isto não falando dos “gulags” e da opressão por que esses regimes sempre se caraterizaram.
Não, a alternativa ao capitalismo não passa (nem nunca passou) por aí. E é exatamente por não perceber isto que o PCP se torna um bloqueio a eventuais entendimentos à esquerda.
Novembro 1, 2010 at 5:27 pm
#54,
O “governo” é, neste momento, ao mesmo tempo tudo (quem decidiu isto foi uma boa parte do Bloco Central) e nada (o actual Governo apenas está por falta de alternativas a sério).
Novembro 1, 2010 at 5:58 pm
#44 e #51
Eu fico sem palavras é quando dou conta que ainda existem alguns que percebem, sentem e dão sentido ao conceito de “vanguarda da classe operária”. Sendo que a seu devido tempo nada distingue essa vanguarda dos mentecaptos que nos lideram actualmente. Perpetuando-se nos cargos e nas vanguardas.
Fizeram a 1ª República para isto? De facto não percebo muito de História, até porque o meu período preferido para ler situa-se entre os anos de 1400 e 1500, mas sou capaz de imaginar umas “vedetas”, muito esclarecidas, que seriam pessoas para acreditar tanto em certos ideais, que não hesitariam em ir fazer umas reuniões em carvoarias bem fundas para decidir quem limpavam a seguir. Aliás, nestes dias que se tem falado muito da implementação da República, de cada vez que leio ou oiço na televisão fico com a danada impressão que os apelidos de outrora são quase os mesmo de agora. O que me deixa preocupado. É que se a mesma gente teve um século para recuperar o país e não o fez, quando o fará? Umas vezes são de esquerda, outras de direita, mas, parece-me – perdoem-me o disparate: disse “parece-me” – serem os mesmos convictos, com a mesma cachorrada fiel.
Acreditar, cegamente, nos ismos, leva a que se possa passar atestados de ignorância aos outros e à cultura política de cada um, quando a nossa não passa claramente de uma cassette, engolida em doses sucessivas de “Avante”. Acreditar nos ismos leva a que se massacrem sem qualquer peso na consciência e com a sensação de dever cumprido uns milhões em campos de concentração negados.
Camarada carlosmarques. O camarada vai ter que fazer uma desintoxicação ideológica. Camarada repita comigo:
Os merdas dos nossos sindicalistas lixaram isto durante anos seguidos e agora estão a acusar-nos de não aderirmos a uma greve que ELES querem que se faça.
Mas eu ainda te digo mais. É uma coisa que eu cá sinto. Um miserável é tão útil para o teu PCP ou para a tua Intersindical, quanto o é para o Belmiro de Azevedo. É que, pasme-se, se, no limite, não houvesse miseráveis, ninguém mais votaria no PCP ou pagaria as cotas no sindicato. Deixavam de existir e isso é mau. Não há receita mais feliz que uma altura de recessão e fazer recuar o rendimento de uma classe média: ele há manifestações, greves,… há esperança de voltar a ser um partido mais forte, com mais crentes. É sempre bom!
Novembro 1, 2010 at 6:00 pm
Paulo,
tenho outro post a passar pelo purgatório
dá-lhe um jeitinho para ver se ele vem para o céu.
Novembro 1, 2010 at 6:11 pm
“Maioria dá OK à greve mas não tenciona aderir” …
… Deve ser a nova lógica “socra-o-passo” que das duas, infere uma das seguintes leituras:
– decorrente do OE o pessoal vai fazer o enorme esforço de ir trabalhar, contra uma greve que considera justa, para manter os bolsos da clientela habitual (os excelsos rabos do poder político-partidário colados à administração pública e a cargos de governação/decisão) bem cheios… tansos 1 !!!
ou
– a irracionalidade (para não lhe chamar outra coisa) dos portugueses continua a ser um móbil sempre a jeito para vender e veicular toda e qualquer “energúmenidade”… tansos 2 !!!
Donde que aquela gente conclui que os portugueses continuam TANSOS, como o têm sido até aqui e sempre predispostos a continuar a sê-lo!
Farei greve, com alma/ sentimento e convicção mas a minha convicção maior é que este país de Chico-espertos e pacóvios precisa é de uma:
Novembro 1, 2010 at 6:23 pm
Fazer greve é como ir à missa.
Não se alcança o Céu, nem a Salvação, mas provoca sempre uma sensação de dever cumprido e de (re)ligação ao “colectivo”.
Novembro 1, 2010 at 6:31 pm
#57
Sem dúvida que sim, mas, se a greve não tiver adesão, o governo (tanto em sentido estrito como lato) agradecerá.
Claro que isso poderá levar os líderes sindicais a “cantar vitória” e a dizer que têm consigo a maioria dos trabalhadores. Para isso não acontecer, nada melhor que não aderirmos à manif por eles convocada.
É evidente que a greve geral não vai resolver os nossos problemas mas temos de dar um sinal de que não “comemos e calamos”.
Agora, é fundamental criar novas formas de luta e uma linguagem que substitua a do sindicalismo tradicional, que já só mobiliza “crentes” como o “camarada” Carlos Marques.
Aliás, penso que só através de uma estratégia de luta transnacional (ou, no mínimo, transeuropeia)é possível conseguir resultados. Hoje, o Socas e o Passos não passam de marionetes do verdadeiro governo: o capitalismo financeiro transnacional.
Novembro 1, 2010 at 7:08 pm
Gato preto:
A esquerda moderna à BE o que é?
Novembro 1, 2010 at 7:14 pm
O Donatien sugere greve por tempos. Acho interessante.
Novembro 1, 2010 at 7:21 pm
O governo está por falta de alternativa.
O Zé está porque os outros se chegaram atrás.
O Ónimo manda vir para nunca chegar lá.
O Padre moraliza porque quer continuar de padre.
O Janelas soluciona quando está fora e soluça quando está dentro.
The people is out for lunch.
Novembro 1, 2010 at 7:26 pm
EU SUGIRO 36 DIAS DE GREVE..PASSO A EXPLICAR…OS TRABALHADORES DAS FINANÇAS VÃO FAZER 20 DIAS DE GREVE…1 DIA POR CADA DISTRITO..ORA COMO TEMOS 18 DISTRITOS SE RODÁSSEMOS DOIS DIAS POR 18 DISTRITOS DARIAM 36 DIAS DE GREVE…UM POR CADA MÊS…. CABERIA AO SINDICATOS INDICAR QUAIS AS ESCOLAS QUE IRIAM PARAR POR DISTRITO…
ACHO QUE DESTA FORMA POUPADINHA DARÍAMOS NAS VISTAS…QUE DIZEM??
Novembro 1, 2010 at 7:36 pm
#63
Ó “camarada”, não sou do BE. Mas, apesar de tudo, essa esquerda procura novos caminhos, ao contrário dos “fósseis” do PCP.
Novembro 1, 2010 at 7:54 pm
Sobre o BE:
http://www.omilitante.pcp.pt/index.php?
Novembro 1, 2010 at 7:55 pm
Gato preto
És mesmo original nos insultos!
Novembro 1, 2010 at 7:55 pm
#66
Eu já sugeri um dia por cada concelho. Dava quase para um ano. 😆
Novembro 1, 2010 at 7:59 pm
Europa de leste: das ilusões à amargura.
http://www.omilitante.pcp.pt/index.php?
Novembro 1, 2010 at 8:00 pm
Marques:
se algum dia se cansar dessa cantiga tem aqui para se consolar. É muita semelhante a estrutura do discurso.
http://www.assembleia.org.br/
Novembro 1, 2010 at 8:03 pm
Vejam aqui como somos acríticos!
http://www.omilitante.pcp.pt/index.php
Novembro 1, 2010 at 10:41 pm
Eu farei greve. Não é uma greve de sector, é uma greve nacional contra a gestão ruinosa do País, por isso farei. E espero que toda a gente faça, do público e do privado.