Refiro-me, no fundo, ao duo Francisco Santos-Miguel Pinto, insignes representantes das posições pró-sindicais (leia-se pró-Fenprof) no que vai restando da blogosfera docente.
Veteranos de imensas refregas, para eles a proposta de Isabel Alçada nem merece comentários de maior. Francisco Santos é cândido o suficiente para confessar que prefere o branco velho e o tinto nesta altura, enquanto o Miguel é mais sibilino, dando a entender que quem reagiu é pacóvio [sic] e o que escrevi nos dois últimos dias é para não perder audiências [deve existir alguma confusão, eu não tenho publicidade no blogue, não perco nada se descerem as entradas…]. Claro que, com a frontalidade habitual, não me nomeia directamente, mas é algo já habitual.
Tudo o que se disse e escreveu sobre as matérias em apreço teve apenas o mérito de suscitar a exorcização de alguns fantasmas ideológicos e, reconheçamos, até permitiu alimentar boas conversas de “silly season”.
É por isso que sinto uma espécie de formigueiro quando leio ou ouço dizer que os autores das propostas recuaram com o rabo entre as pernas logo que soaram as trombetas da contestação. É que só cai no engodo quem quer ou quem não pode dar-se ao luxo de perder clientela. Pensava eu que escrever mais do que meia dúzia de parágrafos sobre o assunto seria suficiente para colocar os pontos nos iis e dizer que o rei vai nu. Certo? Errado!
Balha-me Deus!
Mas, ao fazerem isso, o que evitam é pronunciar-se sobre o âmago do assunto. E porquê? Porque ambos, o Miguel desde sempre e o Francisco desde que começou a ler umas coisas, adoptaram um discurso fofinho, delicodoce, parente muito próximo do eduquês, só que ligeiramente disfarçado, por embaraço. Se criticassem a proposta de Isabel Alçada seria fácil encontrar textos ou comentários onde defenderam posições similares. Assim, é mais fácil fingir que não se passa nada.
Porque também não é nada difícil fazer a ligação entre a produção eduquesa na sua vertente pseudo-emancipatória e um núcleo de (ex-)sindicalistas de esquerda que transitaram para a vida académica ou para grupos de trabalho dependentes do ME.
Outra coisa que tão dilectos defensores da classe docente – numa postura esclarecida, entenda-se – não comentam é o facto de desde ontem estarem em funções dezenas de CAP pelo país em mega-agrupamentos criados de forma ilegal, mas sobre os quais, tal como com a aprovação do 75/2008, se faz alarido inicial, mas depois se entra numa estratégia de compromisso. Aliás, seria muito interessante, fazer um inventário de quem aceitou entrar para estas CAP e perceber se também por aqui, embotra em menor grau, não terá havido a deriva pela tomada de posições.
Isto não é uma questão de utilização certa ou errada do tempo – cada um faz com o seu o que entender e com o prazer que disso retira – é uma questão de opção por ignorar certos assuntos como se fossem secundários, enquanto se arma alarido em torno de epifenómenos ou se fazem queixinhas poeque não houve pow-how para tratar de agulhas e alfinetes.
Sendo assim, ME e alguns sectores sindicais confluem – de novo – na tentativa de abafar um assunto incómodo. Para ambos…
Agosto 3, 2010 at 12:45 pm
Acho muito bem que te atires aos arames com esses gajos. Aliás, estes e outros, não fazem outra coisa do que deixar que “eles, no sincato”, pensem por eles. Não é por incapacidade, é por opção. Uma opção estúpida, mas não deixa de ser uma opção.
O rumo que a Escola e o Ensino tomaram, em Portugal, teve sempre o acordo da esquerda. Está de acordo com o seu essencial ideológico.
A proletarização dos professores? Claro! Classe média? Burguesia? Era o que mais faltava!
Igualitarismo entre os alunos? Claro! Uns melhores que outros? Nunca! A Família vs Estado? O Estado, claro!
Os tiques da esquerda estiveram sempre presentes em todas as decisões. Desde aquelas que podem parecer irrelevantes – tirem os estrados dos quadros! – até às menos irrelevantes: para ser professor não é preciso ser-se formado por qualquer Universidade de prestígio, numa licenciatura de prestígio, basta a frequência de umas aulas de injecção de ideologia.
A esquerda tem tudo a ver com o que se está a passar. Acabem tendencialmente com o Latim, acabem com a Filosofia, ou deixem-na residual aos autores que interessam. Expulsem os clássicos burgueses, vão buscar os autores ideologicamente marcados: desde o Stau Monteiro ao José Saramago.
Há, para quem quiser ver, uma colagem do percurso da escola em Portugal com o essencial ideológico da esquerda. Por isso é tão difícil, às vezes, falar de certas coisas.
Agosto 3, 2010 at 12:47 pm
Excelente post, Paulo.
Na mouche!
As verdadeiras motivações destes dois tipos são outras (.) Já os “testei”, comentando nos blogues.
Quem aparecia sempre por lá, era a tal de «mariazeca». Aliás, “conhecemo-nos” daí.
Agosto 3, 2010 at 12:58 pm
hehe
Agosto 3, 2010 at 1:02 pm
# 1
Tem razão. Estão a espatifar o Ensino propositadamente. Por opção «ideológica» – ainda sonham com a “construção do homem novo”, após a “revolta das massas” (…)
Agosto 3, 2010 at 1:14 pm
Truques.
Agosto 3, 2010 at 2:04 pm
😉
Agosto 3, 2010 at 2:17 pm
Há um pequeno pecado venial que convém não cometer: identificar posições isoladas de sindicalistas e mesmo posições sindicais legítimas de direcções com “posições de esquerda” (seja lá isso o que for….)
If not, um dia destes anda tudo aì aos beijinhos e abraços – psd´s, ps´s dos vários matizes,cds´s fofinhos, comunistas light, bloquistas ex-udêpês, etc, etc.
Vamos lá a ter calma.
Agosto 3, 2010 at 2:33 pm
[…] 3, 2010 por fjsantos Confesso que a missão de defesa dos princípios civilizacionais a que se dedica o Paulo é uma coisa que me […]
Agosto 3, 2010 at 2:34 pm
#7,
Eu tenho tentado fazer essas distinções, embora essa parte dos beijinhos e abraços – na prática e a certos níveis – não seja assim tão ficcional…
As fontes de muitos deles são as mesmas, o discurso é muito parecido, depois há é as divergências tácticas em trono da conquista ou encostanço ao poder…
Agosto 3, 2010 at 2:47 pm
Deixemos para os elogios a utilização do “large spectrum”. Nas críticas, uma única regra: ser exacto na exposição dos factos. Outrossim, temos conversa sem fim para todos os gostos, ou quase todos. Coisa que até pode cair no agrado, mas não vejo que possa ser útil para qualquer outra finalidade.
Um exemplo: comunistas e liberais – liberais a sério, como Ron Paul, do Partido Republicano dos EUA – covergem na crítica ao salvamento dos bancos “mal comportados”. Um observador menos atento, ou um publicista atento mas interessado em espalhar confusão – pode retirar desse facto ilações sobre a identidade de objectivos de ambos. Como se a ideologia fosse uma simples questão de posição pontual face a uma situação concreta. O facto é que os liberais não perdoam aos bancos privados o “mau comportamento” porque confiam na administração privada dos enormes recursos financeiros e vêem no salvamento de tais banqueiros um precedente perigoso de intromissão do Estado numa área que reivindicam como exclusiva da iniciativa privada. Os comunistas, pelo contrário, encaram a crise de confiança no sistema de crédito inter-bancário como uma coisa normal dentro do sistema capitalista, como uma característica intrínseca a um mercado essencialmente desregulado, pesem embora todas as juras governamentais em contrário.
Agosto 3, 2010 at 3:02 pm
#7.
Como também não sei bem o que são posições de esquerda, criei uma forma de as identificar:
posições de esquerda são todas a posições que as pessoas que se dizem de esquerda indicam como suas.
O que nos leva à questão de saber o que é uma pessoa de esquerda.
Agosto 3, 2010 at 3:25 pm
Parece-me haver nalguns locais confusão entre medidas incompetentes e medidas tomadas por incompetentes:
as medidas tomadas pelos incompetentes são muito úteis se tivermos em conta os verdadeiros objectivos que estão em causa para a superclasse.
Não se fala o suficiente sobre a natureza do alegado “ataque à escola pública”. Refere-se o fecho de escolas, o aumento da escala, a diminuição da qualidade dos conteúdos e da exigência na prossecução dos objectivos. Mas na verdade, tendo em atenção a missão que a superclasse lhe atribui, os objectivos da escola pública são cada vez mais claros e estão no bom caminho para a concretização.
Agosto 3, 2010 at 3:27 pm
#12.
OK… define “superclasse”.
Não há esquerda, nem direita, há superclasse.
O que é “superclasse”?
Agosto 3, 2010 at 3:35 pm
É fácil procurar.
Agosto 3, 2010 at 3:37 pm
È esta…
Agosto 3, 2010 at 3:38 pm
Ou esta..
Agosto 3, 2010 at 3:47 pm
#10,
António,
Mesmo nos EUA há que saber definir “liberal”.
Porque o termo não significa o mesmo em termos políticos (primado do individualismo e das garantias individuais de liberdade), económicos (contra qualquer intervenção do Estado na Economia), sociais (a favor de serviços de apoio social aos mais desfavorecidos) e de costumes (apoio a causas fracturantes como o aborto ou o casamento homossexual).
E a correspondência com a “nossa” Esquerda/direita é esquiva.
Liberal americano em termos económicos é da nossa Direita europeia.
Liberal americano em termos políticos pode se do nosso Centro-Direita ou Centro Esquerda.
Liberal americano em termos sociais é do nosso centro-Esquerda.
Liberal americano em termos de costumes é da nossa Esquerda.
Por isso é possível encontrar por lá muitos políticos atípicos para nós.
Agosto 3, 2010 at 4:18 pm
O Ataque à Profissão Docente – A Teoria Da Prática
http://www.educar.wordpress.com/2008/08/18/o-ataque-a-profissao-docente-a-teoria-da-pratica/
Agosto 3, 2010 at 4:23 pm
Paulo.
Vou tentar orientar-me nessas nuances.
Entretanto, desejo-te um bom descanso.
Até breve.
Agosto 3, 2010 at 4:25 pm
#19,
António, certamente conheces isto melhor do que eu…
Agosto 3, 2010 at 4:26 pm
# 10
A protecção social nos EUA em muitas situações é exemplar.
Vou dar um exemplo. Cidadão surdo de família portuguesa que estudou nos EUA (é engenheiro informático), é residente, constituiu família por lá e já é cidadão americano.
Sempre trabalhou, ora no público ora no privado. Com a grave crise ficou desempregado. O Estado americano assegura-lhe a sobrevivência material VITALÍCIA, com uma pensão digna. Trabalha em part time mas tem a sua dignidade assegurada.
E em Portugal? O que lhe sucederia?
Pois é.
Agosto 3, 2010 at 8:03 pm
Estamos a precisar de férias…
Agosto 3, 2010 at 10:19 pm
O que diz Carlos Fontes:
“Mário Nogueira, dirigente da Frenprof, assumindo uma posição que lembra os antigos caciques e padres das aldeias do século XIX, numa conferência de imprensa, resolveu dar indicações ao professores como deviam votar: – Os seus votos não deviam favorecer a maioria absoluta de nenhum partido político, pois estes não a sabem usar. Para este membro do Partido Comunista Português, os professores não têm cabeça para pensar, não passam de uns imbecis, que necessitam que alguém lhes diga o que devem fazer.
A falta de coerência e a cobardia demonstrada pelos professores nas escolas, em 2009, estimulou a sua utilização em manobras partidárias, desde a extrema-direita à extrema-esquerda, o que acabou por acentuar as divisões internas na classe docente.
Na luta dos professores “não vale tudo”. Os princípios que orientam a profissão docente são os mais contrários a estas práticas oportunistas, e esses não podem ser esquecidos. É urgente separar as águas entre os professores, sob pena do seu descrédito absoluto.”
Agosto 3, 2010 at 10:56 pm
Eu acho que não interessa sobretudo falar dos Mega-agrupamentos. Quem acredita em teorias da conspiração (como eu, às vezes) pensa logo que o assunto dos chumbos é contra-informação para desviar atenções de outras matérias. Discute-se a teoria e esquecem-se os factos que vão acontecendo.
Agosto 3, 2010 at 11:00 pm
#24,
Eu gostava mesmo era de perceber a genealogia dos 84 presidentes de CAP que se ajeitaram neste defeso.
Agosto 3, 2010 at 11:20 pm
Elementos para uma reconfiguração da profissão docente (Portugal, 2010)
Paulo Guinote
Elementos para uma reconfiguração da profissão docente (Portugal, 2010)
Nos tempos actuais em que a pressão sobre a classe docente se faz sentir no sentido da sua crescente diluição no contexto de uma indiferenciação dos trabalhadores da Função Pública é, mais do que nunca, essencial que os educadores e professores reforcem os seus laços identitários, tanto para dentro como para fora da própria classe docente.
Vou tentar abordar esta questão de um modo sistemático, começando pelas pressões mais evidentes e procurando sugerir algumas formas de lhes resistir.
Comecemos pelas pressões: a mais forte é exercida pelo poder político do estado que tutela o sector da Educação, em especial por parte de todos aqueles que consideram que todos os corpos do funcionalismo do Estado se devem transformar em peças intermutáveis de uma engrenagem formada por mecanismos similares, independentemente da função que desempenham num dado momento.
Esta visão surge com a validação teórica dos defensores de um Estado mínimo, reduzido na sua orgânica às suas funções mais básicas e o pretexto pragmático da necessidade de reduzir as despesas públicas em virtude da situação económico-financeira de crise.
Esta visão de um aparelho de Estado automatizado, robótico, preferencialmente a funcionar com baixo custos, aposta, de forma paradoxal, em ganhos de eficácia de desempenho que são quase impossíveis de obter com base nos processos que decorrem naturalmente deste modelo de funcionamento e que passo a identificar de forma muito sumária.
Uma (re)proletarização crescente do funcionalismo público, mesmo dos seus quadros mais qualificados – como é o caso dos docentes – com uma redução dos seus salários médios e em especial das margens de progressão da remuneração ao longo da carreira. De forma transitória, este processo passa pela imposição de constrangimentos artificiais à progressão, sob o manto de uma pseudo valorização do mérito, e à decapitação dos elementos considerados mais onerosos, em especial quando não ocupam cargos de confiança política na estrutura hierárquica de uma Administração Pública tornada extensão dos aparelhos partidários no aparelho do Estado.
Uma progressiva desqualificação profissional dos funcionários públicos, através da redução das características específicas de cada corpo/carreira, mesmo se a par de uma acrescida certificação académica para ingresso e de uma teórica especialização funcional. Este processo traduz-se na exigência redobrada de diplomas (seja ao nível médio com as Novas Oportunidades, seja a nível superior com os dois primeiros ciclos de estudos de Bolonha) que, contudo, de pouco valem num mercado de trabalho hiper-especializado nos sectores mais dinâmicos da iniciativa privada, deixando os funcionários públicos quase reféns de uma formação/emprego sem poder competitivo no mercado de trabalho exterior ao sector público, logo mais dócil em termos reivindicativos por se sentirem em situação de grande vulnerabilidade.
Um reforço da hierarquização e dos mecanismos internos de controle e disciplina, substituindo processos permanentes de progressão ascensional na carreira por outros baseados na nomeação transitória, resultante da confiança pessoal ou política das chefias directas.
Uma segunda origem da pressão para a indiferenciação dos trabalhadores da Função Pública resulta de interesses, nem sempre assumidos, de diversas das suas tradicionais organizações representativas (como é o caso dos sindicatos) por considerarem que a união de todos os trabalhadores, em lutas comuns resultantes de causas comuns, tem maiores possibilidades de sucesso contra o seu empregador, ou seja, o Estado-patrão.
É nesse sentido que se desenvolvem estratégias de diluição das diferenças entre grupos profissionais em nome de uma solidariedade resultante do estatuto comum de funcionários públicos, independentemente da função, carreira ou posição.
Contra estas pressões para a indiferenciação, compreensíveis mas herdeiras de uma forma datada de analisar os fenómenos sociais e laborais, no interesse específico da classe docente, beneficiando inclusivamente da experiência e demonstração prática recentes de mobilização em torno de causas muito próprias dos educadores e professores, considero que é essencial reflectir e desenvolver uma acção num triplo sentido:
Reforço dos laços de coesão interna da classe docente, através da circulação e debate aberto, participado e transparente da informação relevante para a profissão e das estratégias a seguir. Se a atomização sindical está longe de ser útil nas negociações com a tutela e se o associativismo profissional de base disciplinar nem sempre tem funcionado em muitas áreas, nos tempos mais recentes é inegável que num plano de maior proximidade (escolas) ou em rede (blogosfera), o debate entre a classe encontrou formas renovadas e ganhou uma vivacidade e intensidade raras na história da docência ou mesmo de qualquer outra profissão em Portugal.
Criação de mecanismos de auto-regulação da profissão que permitam uma sua maior autonomia em relação à tutela e uma maior e mais activa participação na definição do seu próprio destino. Esta auto-regulação poderia e deveria passar pela criação de um Conselho Superior específico (cuja orgânica, funcionamento e corpos directivos seriam matéria de prévia discussão) ou pela integração num organismo comum a outros profissionais ligados à Educação, com poderes na definição de um código específico de conduta, na vertente da ética e deontologia profissionais, mas sem competências nas áreas de tipo exclusivamente laboral. Este organismo poderia ou deveria ter ainda responsabilidades (exclusivas ou partilhadas) na certificação da formação inicial e contínua dos professores e/ou outros profissionais da área da Educação, bem como poderes de carácter disciplinar. Até ao momento, um organismo assim não existe, embora estejam em funcionamento organismos de tipo subcorporativo (Conselho de Escolas), de representação diluída e com funções meramente consultivas (Conselho Nacional da Educação) ou de uma parte do todo (Associação Nacional de Professores).
Maior cuidado e atenção na projecção da imagem pública da profissionalidade docente, em particular para a opinião pública, sem receio em assumir uma postura dita corporativa descomplexada, resultante de um espírito de corpo definido pela positiva e não apenas reactiva, contra alguém ou em defesa de interesses particulares. Há, de uma vez por todas, a necessidade de fazer sentir, não apenas para dentro, com orgulho, a voz (plural) dos professores na sociedade, afastando os preconceitos (externos) ou complexos (internos) que tendem a encarar ou assumir a docência como uma espécie de semi-profissão qualificada, quando ela é, na sua radicalidade e origem, aquela de qual todas as outras resultam de forma mais ou menos directa.
Estas três linhas de acção permitirão, em minha opinião, reconfigurar internamente a profissão docente, reforçando os seus laços de coesão interna na diversidade, e transmitir para o exterior uma imagem de profissionalidade que nem sempre beneficiou dos favores dos meios de comunicação, apesar do reconhecimento público manifestado em todos os estudos de opinião conhecidos, em especial devido à forma como alguns elementos da classe política e da opinião publicada optaram por tentar denegrir de forma gratuita a dignidade de toda uma classe profissional.
É, portanto, mais do que tempo para os docentes reclamarem para si um papel activo e estruturante nos destinos da sua profissão, libertando-se das amarras tradicionais que têm tolhido a sua acção.
http://www.educar.wordpress.com/2010/05/24/colaboracao-no-escola-informacao-do-spgl/
Agosto 4, 2010 at 2:55 am
#23
«A falta de coerência e a cobardia demonstrada pelos professores nas escolas, em 2009, estimulou a sua utilização em manobras partidárias, desde a extrema-direita à extrema-esquerda, o que acabou por acentuar as divisões internas na classe docente.»
Carlos Fontes citado por joão boaventura
Nunca tinha lido isto. É a primeira vez que vejo uma acusação de “falta de coerência” e “cobardia” dos professores em 2009. Então, se interpreto bem, o sindicato “aproveitou-se”, mas a responsabilidade foi dos professores, isto é dos representados. Uma leitura a ter em atenção.