Transcrição do artigo do médico psiquiatra Pedro Afonso, publicado no Público, 2010-06-21
Alguns dedicam-se obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas.
Recentemente, ficámos a saber, através do primeiro estudo epidemiológico nacional de Saúde Mental, que Portugal é o país da Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população. No último ano, um em cada cinco portugueses sofreu de uma doença psiquiátrica (23%) e quase metade (43%) já teve uma destas perturbações durante a vida.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque assisto com impotência a uma sociedade perturbada e doente em que violência, urdida nos jogos e na televisão, faz parte da ração diária das crianças e adolescentes. Neste redil de insanidade, vejo jovens infantilizados incapazes de construírem um projecto de vida, escravos dos seus insaciáveis desejos e adulados por pais que satisfazem todos os seus caprichos, expiando uma culpa muitas vezes imaginária. Na escola, estes jovens adquiriram um estatuto de semideus, pois todos terão de fazer um esforço sobrenatural para lhes imprimirem a vontade de adquirir conhecimentos, ainda que estes não o desejem. É natural que assim seja, dado que a actual sociedade os inebria de direitos, criando-lhes a ilusão absurda de que podem ser mestres de si próprios.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque, nos últimos quinze anos, o divórcio quintuplicou, alcançando 60 divórcios por cada 100 casamentos (dados de 2008). As crises conjugais são também um reflexo das crises sociais. Se não houver vínculos estáveis entre seres humanos não existe uma sociedade forte, capaz de criar empresas sólidas e fomentar a prosperidade. Enquanto o legislador se entretém maquinalmente a produzir leis que entronizam o divórcio sem culpa, deparo-me com mulheres compungidas, reféns do estado de alma dos ex-cônjuges para lhes garantirem o pagamento da miserável pensão de alimentos.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque se torna cada vez mais difícil, para quem tem filhos, conciliar o trabalho e a família. Nas empresas, os directores insanos consideram que a presença prolongada no trabalho é sinónimo de maior compromisso e produtividade. Portanto é fácil perceber que, para quem perde cerca de três horas nas deslocações diárias entre o trabalho, a escola e a casa, seja difícil ter tempo para os filhos. Recordo o rosto de uma mãe marejado de lágrimas e com o coração dilacerado por andar tão cansada que quase se tornou impossível brincar com o seu filho de três anos.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque a taxa de desemprego em Portugal afecta mais de meio milhão de cidadãos. Tenho presenciado muitos casos de homens e mulheres que, humilhados pela falta de trabalho, se sentem rendidos e impotentes perante a maldição da pobreza. Observo as suas mãos, calejadas pelo trabalho manual, tornadas inúteis, segurando um papel encardido da Segurança Social.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque é difícil aceitar que alguém sobreviva dignamente com pouco mais de 600 euros por mês, enquanto outros, sem mérito e trabalho, se dedicam impunemente à actividade da pilhagem do erário público. Fito com assombro e complacência os olhos de revolta daqueles que estão cansados de escutar repetidamente que é necessário fazer mais sacrifícios quando já há muito foram dizimados pela praga da miséria.
Finalmente, interessa-me a saúde mental de alguns portugueses com responsabilidades governativas porque se dedicam obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas. Entretanto, com a sua displicência e inépcia, construíram um mecanismo oleado que vai inexoravelmente triturando as mentes sãs de um povo, criando condições sociais que favorecem uma decadência neuronal colectiva, multiplicando, deste modo, as doenças mentais.
E hesito em prescrever antidepressivos e ansiolíticos a quem tem o estômago vazio e a cabeça cheia de promessas de uma justiça que se há-de concretizar; e luto contra o demónio do desespero, mas sinto uma inquietação culposa diante destes rostos que me visitam diariamente.
ALÁ É GRANDE NO IRÂO…E CORAJOSO…
Irão condena à morte mãe de dois filhos por adultério
por LUMENA RAPOSOOntem
Irão condena à morte mãe de dois filhos por adultério
Três juízes, por “convicção”, decidem que Sakineh Ashtiani será executada por lapidação.
“Tudo o que peço é uma carta. Quero uma carta para a minha querida mãe. Por favor, escrevam a carta de perdão porque ela é inocente, 100% inocente.” Este é o mais recente apelo lançado por Sajjad Ghadarzade, de 22 anos, aos responsáveis iranianos em defesa de Sakineh Mohammadi Ashtiani, a mulher que a “convicção” de três juizes condenou à morte por lapidação. Uma decisão que voltou a colocar o Irão no banco dos réus da comunidade internacional.
A lapidação, ou seja a morte por apedrejamento, foi classificada por John Kerry como “uma punição bárbara”. Para este democrata, presidente da Comissão de Relações Externas do Senado dos EUA, o Governo do Irão “deve abolir tal método como uma forma de punição legítima”. Howard Berman, presidente da Comissão de Relações Externas da Câmara dos Representantes dos EUA, considerou a decisão “desumana”.
Em Londres, várias vozes – inclusive de artistas como Colin Firth e Emma Thompson
Às 17:12, coloquei nesta notícia (TSF) o seguinte comentário: Rui Baptista
10.07.2010/17:12
ResponderPartilhar: Email | Facebook | Twitterdenunciar este comentário »Quase que parece anedota, mas não é. Infelizmente, é a realidade do nosso ensino. Só é de estranhar que os sindicatos, muitas vezes, responsáveis por este “status quo”, venham agora chorar sobre o leite derramado ou fazerem-se mesmo de vítimas de uma sepultura de exigência no ensino e na formação dos professores que eles próprios cavaram…
Para quem não viu na altura (final de Abril), aqui fica agora o programa “Plano Inclinado” sobre educação. A realidade pura e dura do sistema educativo português, segundo um dos mais interessantes analistas do género, Paulo Guinote (aqui apoiado pelas ideias de Nuno Crato e Medina Carreira, personalidades com quem, em termos educativos, estou genericamente de acordo, defendendo um radicalismo e uma postura “politicamente incorrecta” que hoje em dia se exige). Aconselho especialmente a quem está completamente fora do quotidiano da escola actual e a quem é muito céptico com as críticas que são frequentemente elaboradas a nível educacional, pois ficará surprendido com o que se passa e vai-lhe parecer tudo surrealisticamente caricato (ver, por exemplo, entre os 7 minutos e os 12 minutos). O problema é para aqueles que encaram isto no seu dia-a-dia, que se sentem envolvidos numa farsa e que percebem que têm uma profissão relativamente artificial. Eis a razão porque cada vez mais gente abandona o ensino e menos envereda por esta área (só para que se perceba como é drástica a diminuição, analisemos o caso da Matemática na Universidade de Coimbra: há 5 anos atrás eram cerca de 40 pessoas a realizar estágio, no ano passado 20 e este ano e no próximo menos de 5 – e não se trata de falta de emprego, que até começa a haver carência de professores). É que nem toda a gente gosta de pseudo-ensinar, de contribuir para a exclusão, sob o manto da “inclusão”, de agravar as diferenças entre ricos e pobres, perante a promessa de um objectivo completamente contrário, no fundo de se sentir um fantoche… http://www.5dias.net/2010/07/10/sistema-educativo-uma-fraude/#comment-137791
Todo o professor devia ter turmas EFA para saber o que é qualidade de ensino…deviam conhecer a surrealista avaliação que se faz nestes cursos de treta.
Estou às voltas com a avaliação de quatro turmas efa de nível secundário. Estou há quatro dias a elaborar 3 tipos de fichas descritivas individuais para o total de 3 turmas – 54 alunos.
54×3= 162 fichas por professor.
São 6 disciplinas, total de fichas para o mediador conferir e assinar antes de ir de férias:972 fichas para o dossier pedagógico da turma.
A escola, desde que passou a ter EFAS
Coitada da floresta e dos dedos inchados do mediador!
A escola, desde que passou a ter EFAS, precisa a cada ano de mais uma sala com prateleiras a toda a volta, só para guardar os dossiers!
Quanto mais desvalorizado um curso, mais burrocratizado…
E o pior é que na quarta turma sou a mediadora…
E, ai de nós se um aluno, por ser semi-analfabeto, não obtém aprovação… a esta altura do campeonato terá de ser feito um plano alternativo, uma “Proposta para Reposição do Percurso”.
É ou não surrealismo? A maior parte desses alunos mal sabe ler e escrever.
A minha real proposta de reposição do percurso, se eu pudesse fazer isso, seria sugerir que percorram o caminho de volta à escola primária… mas, passa tudo!!!Aprovados por unanimidade!
Deus me livre de mais papelada, prefiro salvar a floresta que não tem culpa de nada, e o aluno que receba o seu canudo pra …
e melhorar a qualidade da FNE; e melhorar a qualidade dos políticos (que governam); e melhorar a qualidade dos bancos; e melhorar a qualidade das multinacionais; enfim…melhorar…
E as escolas Teip … sabem o que isso é? E conhecem como funcionam …? Tudo é surrealista no sistema de ensino português, assim como a postura do ministério, e dos directores, adjuntos, por estas bandas … educacionais! O que defendem os sindicatos?
Se falar nos mega e no encerramento de escolas já não provocaria bocejo?
Além do mais o Ramiro abordou um ponto que parece estar esquecido no meio de tanto mega-bocejo.
“criticou as “preocupações exageradas quanto ao conhecimento em áreas transversais, em prejuízo do saber concreto disciplinar que as crianças devem receber na escola”.”
Em Dezembro de 2005 havia 12 877 professores inscritos nos centros de emprego, número que três anos depois, em Dezembro de 2008, baixou para 5521. Trata-se de uma quebra de 57,1 por cento, de acordo com os números do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP). E, no caso dos docentes dos 2º e 3º ciclos do ensino básico, secundário e superior, a redução atinge os 70,8% – de 9148 para 2671.
O Valter “Excesso de Faltas” Lemos continua a mostrar as suas estatísticas. Marteladas e falsificadas, como fazia quando estava na Educação.
O que me admira são as declarações dos sempiternos sindicalistas, cujas sequelas do “acordo” que firmaram com a “sorrisos” os deixaram a soro.
Melhor e mais exactamente: nem me admiram assim tanto as declarações destes funcionários dos professores. Afinal, as suas declarações são a única prova de vida que podem dar a quem lhes paga o ordenado.
Diz o “inexistente” Dias da Silva que os valternúmeros são assim porque há professores a trabalhar em “caixas de supermercados” e que, por isso, “desaparecem das valterestatísticas.
Diz o malogrado Mário Nogueira que o inexisente Dias da Silva tem razão.
Aquilo que o Nogueira e o Dias deviam ter dito era simplesmente isto: Não comentamos valternúmeros. Padecem de falta de credibildiade.
Mas não disseram
Com dirigentes assim, não admira que haja muitos professores no desemprego.
Julho 10, 2010 at 3:35 pm
ahnnnhannn! ? 🙂
Julho 10, 2010 at 3:41 pm
Olha!..Por onde tem andado este João?!
Julho 10, 2010 at 4:09 pm
http://www.protestografico.wordpress.com/2010/07/08/sindicalismo-negro/
Julho 10, 2010 at 4:14 pm
«A saúde mental dos portugueses»
Transcrição do artigo do médico psiquiatra Pedro Afonso, publicado no Público, 2010-06-21
Alguns dedicam-se obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas.
Recentemente, ficámos a saber, através do primeiro estudo epidemiológico nacional de Saúde Mental, que Portugal é o país da Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população. No último ano, um em cada cinco portugueses sofreu de uma doença psiquiátrica (23%) e quase metade (43%) já teve uma destas perturbações durante a vida.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque assisto com impotência a uma sociedade perturbada e doente em que violência, urdida nos jogos e na televisão, faz parte da ração diária das crianças e adolescentes. Neste redil de insanidade, vejo jovens infantilizados incapazes de construírem um projecto de vida, escravos dos seus insaciáveis desejos e adulados por pais que satisfazem todos os seus caprichos, expiando uma culpa muitas vezes imaginária. Na escola, estes jovens adquiriram um estatuto de semideus, pois todos terão de fazer um esforço sobrenatural para lhes imprimirem a vontade de adquirir conhecimentos, ainda que estes não o desejem. É natural que assim seja, dado que a actual sociedade os inebria de direitos, criando-lhes a ilusão absurda de que podem ser mestres de si próprios.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque, nos últimos quinze anos, o divórcio quintuplicou, alcançando 60 divórcios por cada 100 casamentos (dados de 2008). As crises conjugais são também um reflexo das crises sociais. Se não houver vínculos estáveis entre seres humanos não existe uma sociedade forte, capaz de criar empresas sólidas e fomentar a prosperidade. Enquanto o legislador se entretém maquinalmente a produzir leis que entronizam o divórcio sem culpa, deparo-me com mulheres compungidas, reféns do estado de alma dos ex-cônjuges para lhes garantirem o pagamento da miserável pensão de alimentos.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque se torna cada vez mais difícil, para quem tem filhos, conciliar o trabalho e a família. Nas empresas, os directores insanos consideram que a presença prolongada no trabalho é sinónimo de maior compromisso e produtividade. Portanto é fácil perceber que, para quem perde cerca de três horas nas deslocações diárias entre o trabalho, a escola e a casa, seja difícil ter tempo para os filhos. Recordo o rosto de uma mãe marejado de lágrimas e com o coração dilacerado por andar tão cansada que quase se tornou impossível brincar com o seu filho de três anos.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque a taxa de desemprego em Portugal afecta mais de meio milhão de cidadãos. Tenho presenciado muitos casos de homens e mulheres que, humilhados pela falta de trabalho, se sentem rendidos e impotentes perante a maldição da pobreza. Observo as suas mãos, calejadas pelo trabalho manual, tornadas inúteis, segurando um papel encardido da Segurança Social.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque é difícil aceitar que alguém sobreviva dignamente com pouco mais de 600 euros por mês, enquanto outros, sem mérito e trabalho, se dedicam impunemente à actividade da pilhagem do erário público. Fito com assombro e complacência os olhos de revolta daqueles que estão cansados de escutar repetidamente que é necessário fazer mais sacrifícios quando já há muito foram dizimados pela praga da miséria.
Finalmente, interessa-me a saúde mental de alguns portugueses com responsabilidades governativas porque se dedicam obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas. Entretanto, com a sua displicência e inépcia, construíram um mecanismo oleado que vai inexoravelmente triturando as mentes sãs de um povo, criando condições sociais que favorecem uma decadência neuronal colectiva, multiplicando, deste modo, as doenças mentais.
E hesito em prescrever antidepressivos e ansiolíticos a quem tem o estômago vazio e a cabeça cheia de promessas de uma justiça que se há-de concretizar; e luto contra o demónio do desespero, mas sinto uma inquietação culposa diante destes rostos que me visitam diariamente.
Pedro Afonso
Médico psiquiatra
Julho 10, 2010 at 4:26 pm
onomatopeia de bocejo em japonês:
fuwaaaaa
lol
Julho 10, 2010 at 4:41 pm
Mas estes gajos não têm mais nada para dizer?
Ainda se admiram que nós olhemos para eles com um crescente desprezo?
Julho 10, 2010 at 4:57 pm
ALÁ É GRANDE NO IRÂO…E CORAJOSO…
Irão condena à morte mãe de dois filhos por adultério
por LUMENA RAPOSOOntem
Irão condena à morte mãe de dois filhos por adultério
Três juízes, por “convicção”, decidem que Sakineh Ashtiani será executada por lapidação.
“Tudo o que peço é uma carta. Quero uma carta para a minha querida mãe. Por favor, escrevam a carta de perdão porque ela é inocente, 100% inocente.” Este é o mais recente apelo lançado por Sajjad Ghadarzade, de 22 anos, aos responsáveis iranianos em defesa de Sakineh Mohammadi Ashtiani, a mulher que a “convicção” de três juizes condenou à morte por lapidação. Uma decisão que voltou a colocar o Irão no banco dos réus da comunidade internacional.
A lapidação, ou seja a morte por apedrejamento, foi classificada por John Kerry como “uma punição bárbara”. Para este democrata, presidente da Comissão de Relações Externas do Senado dos EUA, o Governo do Irão “deve abolir tal método como uma forma de punição legítima”. Howard Berman, presidente da Comissão de Relações Externas da Câmara dos Representantes dos EUA, considerou a decisão “desumana”.
Em Londres, várias vozes – inclusive de artistas como Colin Firth e Emma Thompson
Julho 10, 2010 at 5:36 pm
A FNE tem é que defender um maior respeito pela nossa dignidade profissional!
Ou será que este João tem Dias que “Trocado” da Silva?
Julho 10, 2010 at 6:23 pm
… que a FNE tem um instituto superior com cursos homologados…
Ou têm cuidadinho com as “reivindicações” ou lá se vai a homologação.
Julho 10, 2010 at 6:35 pm
A manif. do PC foi patética: uma excursão e japoneses no Louvre teria mais impacto. A FNE não existe sequer. Estamos entregues a nós próprios.
Julho 10, 2010 at 6:43 pm
Às 17:12, coloquei nesta notícia (TSF) o seguinte comentário: Rui Baptista
10.07.2010/17:12
ResponderPartilhar: Email | Facebook | Twitterdenunciar este comentário »Quase que parece anedota, mas não é. Infelizmente, é a realidade do nosso ensino. Só é de estranhar que os sindicatos, muitas vezes, responsáveis por este “status quo”, venham agora chorar sobre o leite derramado ou fazerem-se mesmo de vítimas de uma sepultura de exigência no ensino e na formação dos professores que eles próprios cavaram…
Julho 10, 2010 at 6:48 pm
Sistema educativo – uma fraude
Para quem não viu na altura (final de Abril), aqui fica agora o programa “Plano Inclinado” sobre educação. A realidade pura e dura do sistema educativo português, segundo um dos mais interessantes analistas do género, Paulo Guinote (aqui apoiado pelas ideias de Nuno Crato e Medina Carreira, personalidades com quem, em termos educativos, estou genericamente de acordo, defendendo um radicalismo e uma postura “politicamente incorrecta” que hoje em dia se exige). Aconselho especialmente a quem está completamente fora do quotidiano da escola actual e a quem é muito céptico com as críticas que são frequentemente elaboradas a nível educacional, pois ficará surprendido com o que se passa e vai-lhe parecer tudo surrealisticamente caricato (ver, por exemplo, entre os 7 minutos e os 12 minutos). O problema é para aqueles que encaram isto no seu dia-a-dia, que se sentem envolvidos numa farsa e que percebem que têm uma profissão relativamente artificial. Eis a razão porque cada vez mais gente abandona o ensino e menos envereda por esta área (só para que se perceba como é drástica a diminuição, analisemos o caso da Matemática na Universidade de Coimbra: há 5 anos atrás eram cerca de 40 pessoas a realizar estágio, no ano passado 20 e este ano e no próximo menos de 5 – e não se trata de falta de emprego, que até começa a haver carência de professores). É que nem toda a gente gosta de pseudo-ensinar, de contribuir para a exclusão, sob o manto da “inclusão”, de agravar as diferenças entre ricos e pobres, perante a promessa de um objectivo completamente contrário, no fundo de se sentir um fantoche…
http://www.5dias.net/2010/07/10/sistema-educativo-uma-fraude/#comment-137791
Julho 10, 2010 at 7:40 pm
bater na fenprof???
Julho 10, 2010 at 7:42 pm
Todo o professor devia ter turmas EFA para saber o que é qualidade de ensino…deviam conhecer a surrealista avaliação que se faz nestes cursos de treta.
Estou às voltas com a avaliação de quatro turmas efa de nível secundário. Estou há quatro dias a elaborar 3 tipos de fichas descritivas individuais para o total de 3 turmas – 54 alunos.
54×3= 162 fichas por professor.
São 6 disciplinas, total de fichas para o mediador conferir e assinar antes de ir de férias:972 fichas para o dossier pedagógico da turma.
A escola, desde que passou a ter EFAS
Coitada da floresta e dos dedos inchados do mediador!
Julho 10, 2010 at 7:46 pm
Completando a frase acima:
A escola, desde que passou a ter EFAS, precisa a cada ano de mais uma sala com prateleiras a toda a volta, só para guardar os dossiers!
Quanto mais desvalorizado um curso, mais burrocratizado…
Mais um dossier, menos uma árvore na floresta!
Julho 10, 2010 at 8:03 pm
E o pior é que na quarta turma sou a mediadora…
E, ai de nós se um aluno, por ser semi-analfabeto, não obtém aprovação… a esta altura do campeonato terá de ser feito um plano alternativo, uma “Proposta para Reposição do Percurso”.
É ou não surrealismo? A maior parte desses alunos mal sabe ler e escrever.
A minha real proposta de reposição do percurso, se eu pudesse fazer isso, seria sugerir que percorram o caminho de volta à escola primária… mas, passa tudo!!!Aprovados por unanimidade!
Deus me livre de mais papelada, prefiro salvar a floresta que não tem culpa de nada, e o aluno que receba o seu canudo pra …
Julho 10, 2010 at 8:09 pm
Ah, esqueci-me de dizer uma coisinha sem importância:
tenho que fazer, de forma LEGÍVEL, 972 assinaturas!!!
Julho 10, 2010 at 8:20 pm
10-07-2010 – 15:02h
«A escola não é apenas para brincar»
FNE considera que é preciso melhorar a qualidade e a exigência do ensino
(…)
http://diario.iol.pt/sociedade/escola-ensino-educacao-fne-tvi24/1176758-4071.html
Também podemos brincar aos sindicatos…
Julho 10, 2010 at 8:42 pm
Agora é que se lembram que é preciso melhorar a qualidade do Ensino ????
Olá Livresco !
Julho 10, 2010 at 9:29 pm
e melhorar a qualidade da FNE; e melhorar a qualidade dos políticos (que governam); e melhorar a qualidade dos bancos; e melhorar a qualidade das multinacionais; enfim…melhorar…
Julho 10, 2010 at 9:30 pm
e melhorar a qualidade dos média….
Julho 10, 2010 at 10:12 pm
E as escolas Teip … sabem o que isso é? E conhecem como funcionam …? Tudo é surrealista no sistema de ensino português, assim como a postura do ministério, e dos directores, adjuntos, por estas bandas … educacionais! O que defendem os sindicatos?
Julho 11, 2010 at 12:53 pm
Soluções?
Propostas?
Julho 11, 2010 at 3:00 pm
Então a Fenprof não meteu aqui o bedelho???
Julho 11, 2010 at 3:02 pm
Sou um desgraçado contratado e vítima da sanha persecutória desta escumalha toda.
Julho 11, 2010 at 3:05 pm
Como eu te percebo, Zé Perseguido.
Temos de correr com esta corja que só defende os interesses das suas capelinhas.
Julho 11, 2010 at 3:07 pm
Ainda bem não está por cá aquela megera…
Vocês sabem de quem estou a falar.
Julho 11, 2010 at 3:53 pm
A sério que a “evidência” provoca-me espanto.
Se falar nos mega e no encerramento de escolas já não provocaria bocejo?
Além do mais o Ramiro abordou um ponto que parece estar esquecido no meio de tanto mega-bocejo.
“criticou as “preocupações exageradas quanto ao conhecimento em áreas transversais, em prejuízo do saber concreto disciplinar que as crianças devem receber na escola”.”
Julho 11, 2010 at 4:40 pm
De Ti Só Saem Estatísticas Falseadas
Em Dezembro de 2005 havia 12 877 professores inscritos nos centros de emprego, número que três anos depois, em Dezembro de 2008, baixou para 5521. Trata-se de uma quebra de 57,1 por cento, de acordo com os números do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP). E, no caso dos docentes dos 2º e 3º ciclos do ensino básico, secundário e superior, a redução atinge os 70,8% – de 9148 para 2671.
O Valter “Excesso de Faltas” Lemos continua a mostrar as suas estatísticas. Marteladas e falsificadas, como fazia quando estava na Educação.
O que me admira são as declarações dos sempiternos sindicalistas, cujas sequelas do “acordo” que firmaram com a “sorrisos” os deixaram a soro.
Melhor e mais exactamente: nem me admiram assim tanto as declarações destes funcionários dos professores. Afinal, as suas declarações são a única prova de vida que podem dar a quem lhes paga o ordenado.
Diz o “inexistente” Dias da Silva que os valternúmeros são assim porque há professores a trabalhar em “caixas de supermercados” e que, por isso, “desaparecem das valterestatísticas.
Diz o malogrado Mário Nogueira que o inexisente Dias da Silva tem razão.
Aquilo que o Nogueira e o Dias deviam ter dito era simplesmente isto: Não comentamos valternúmeros. Padecem de falta de credibildiade.
Mas não disseram
Com dirigentes assim, não admira que haja muitos professores no desemprego.
Reitor
Setembro 14, 2010 at 4:32 pm
omonomatopeia para o bucejo: baaaaah