Eu sei que esta análise é redutora porque outras candidaturas irão surgir como é habitual mas, neste moemnto, temos três com rosto assumido e é com isso que lidamos.
E o que temos é desesperante em matéria de Educação.
Vejamos:
- Cavaco Silva permitiu e até deu cobertura de um modo mais ou menos implícito a toda a revoada legislativa do mandato de Maria de Lurdes Rodrigues, quiçá vendo nela uma espécie de Leonor Beleza. Firme e voluntariosa devem ter sido as qualidades que viu nela. Parece não ter visto os erros e em nenhum momento pareceu interrogar-se sobre a correcção do rumo tomado. Fez umas declarações crípticas em alguns momentos no sentido da pacificação que, de modo equívoco, por vezes foram interpretadas como avisos ao Governo. Afinal não eram. Se houve área da Governação em que José Sócrates teve todo o apoio, chegando mesmo a participar em inaugurações, foi na área da Educação. O curioso é que não parece ter percebido que foi nessa área que a governação refinou na manipulação estatística, na tentativa de condicionamento da comunicação social e no ataque a uma classe profissional com recurso a todo o tipo de truques disponibilizados pelo controle do aparelho de Estado. Nada nos faz acreditar que em novo mandato Cavaco Silva mude de atitude.
- Quanto a Manuel Alegre, coerente enquanto deputado no apoio a medidas que se opunham à tentativa de cilindrar os professores, está, porém, rodeado de uma espécie de guarda de elite do que de mais eduquês marcou os anos 90 em matéria de Educação, comd estque para o período guterrista. Daniel Sampaio é seu mandatário e Ana Benavente é uma das suas principais apoiantes. O mesmo em relação ao Bloco, cujo discurso em matéria de Educação – salvo algumas intervenções de Ana Drago e confidências em privado de outros militantes com maior ou menos destaque – parece um regresso àquele freirismo pedagógico terceiro-mundista, muito bem intencionado, anti-autoritário e emancipatório mas que acabou por ser uma parte extremamente activa na erosão do papel do professor na Escola e na sala de aula. Ao confundirem autoridade com autoritarismo e uma clara divisão de tarefas na escola com hierarquia e poder, esta combinação de bloquismo pedagógico com a herança do guterrismo significa uma mistura muito complicada de tão delicodoce e fofinha.
- Já em relação a Fernando Nobre, que em matéria de Educação dever ter – quando se lembrar desta matéria – um discurso ainda mais fofinho, afectivo e confortável do que os apoiantes mais próximos de Manuel Alegre, pouco também há a esperar. A sua candidatura é, nas origens profundas do grupo que o envolveu, uma anti-candidatura. Pelo que não precisa de ter propriamente um programa muito claro em nenhuma área. Basta-lhe ir retirar votos a Manuel Alegre para muitos dos seus promotores se sentirem realizados. É pena, porque a pessoa e o cidadão mereciam mais, mas factos são factos e, em matéria de Educação, não se conhece qualquer tipo de programa. Basta passar pelo seu blogue, ver os seus textos e o discurso de apresentação da candidatura para perceber que, se exceptuarmos alusões de passagem, a educação inexiste enquanto prioridade.
Junho 14, 2010 at 4:57 pm
E, depois, ainda apelam ao voto!
Tudo uma consistência de srs. sócrates.
Junho 14, 2010 at 4:57 pm
Venha o diabo e escolha! Mas, pensando no rigor que ambiciono para a Educação (algum dia chegaremos lá, espero!), parece-me que o sr. Silva leva vantagem.
Junho 14, 2010 at 5:08 pm
Se nada entendem do assunto, prefiro que se calem do que que falem por chavões, do tipo: por uma escola inclusiva, por uma escolaridade de 18 anos ( acima da média de muitos países avançados), blá blá blá.
Só os professores que dão aulas sabem do que falam qdo falam de Educação.
Junho 14, 2010 at 5:37 pm
Nenhum deles leva o meu voto!
Ainda houve tempos em que pensei que Alegre poderia demarcar-se, não do ps, partido que fundou,mas do virus pinóquio…Era fogo de vista…
Junho 14, 2010 at 5:38 pm
De facto, além dos chavões de circunstância, os candidatos pouco falam sobre a educação.
Junho 14, 2010 at 5:45 pm
Tens jeito para o comentário político!!!
Goste destes posts.
Quanto aos candidatos é melhor tê-los calados a dizerem asneiras.
Junho 14, 2010 at 5:47 pm
“Gosto”
Junho 14, 2010 at 5:48 pm
Pois!
Quanto aos discursos crípticos de Cavaco, já todos sabemos que são o seu «forte» e que só servem para esconder a maior das fraquezas: o homem não percebe patavina do que se passa na Educação, e borrifa-se de alto para perceber, exceptuando a despesa que a Educação representa para o Estado.
O Alegre está tristemente rodeado de Eduquezes e se algum dia teve alguma veemência na defesa da escola pública e das causas dos professores, isso mais não foi que um «piscar de olho» à esquerda do PS, nomeadamente ao bloco. Nesse momento colheu a simpatia do bloco, mas agora está manietado com o apoio do PS, do qual depende para vencer Cavaco.
Pessoalmente sempre achei que este «poeta guerreiro» tem tanto de veemência como de incoerência. Presumo que quando for a doer, as suas certezas vão passar a fortes dúvidas e noves fora nada!
Ao outro, apeteceu-lhe mudar de vida. Não sabe bem ao que vai, nem o que quer, sabe apenas que vai e, depois logo se vê. Cheque em branco mais branco, não há!
Com este naipe de candidatos, acho que votarei com muita força em D.Sebastião!
Junho 14, 2010 at 5:49 pm
5# Não sabem dizer mais que a conversa habitual e de circunstância. O meu voto também não levam.
Junho 14, 2010 at 5:58 pm
O meu também não o vêem.
Junho 14, 2010 at 6:07 pm
Penso que não lhe fica bem omitor o candidato preferido dos comentadores, o empresário Zézé Camarinha!
Junho 14, 2010 at 6:09 pm
omitir
Junho 14, 2010 at 6:54 pm
Estava inclinado para o Nobre..mas com este rambe rambe de parlatório inconsequente vou esperar que o Manuel João Vieira concorra..terá o meu voto…
Junho 14, 2010 at 6:59 pm
http://bulimunda.wordpress.com/2010/06/14/mnauel-joao-a-presidencia-em-2011-ja-o-candidato-vieira-parte-1-como-uma-onda-joao-a-presidencia-num-honda/
Junho 14, 2010 at 7:53 pm
BB
Please, altera o …
Junho 14, 2010 at 7:57 pm
A Viagem a Praga (d’après Morike)
Era uma vez um saloio, filho de um homem de uma bomba de gasolina, que tinha ido tirar um canudo lá fora, e, por isso, se “achava”.
Naquelas eras, pagar um curso a um saloio, em Inglaterra, não era para todos, mas, nem por isso, deixava de ser mais uma manifestação de saloice.
Partiu saloio, saloio voltou, e saloio se meteu num célebre Citroën, que foi à Figueira da Foz fazer a chico-espertice de uma rodagem saloia: lá dentro, ia um saloio, apostado em trair um Bloco Central, chefiado por Mário Soares, pessoa que nunca foi muito boa em contas, mas tinha acabado, com Ernâni Lopes, de equilibrar Portugal, à justinha, muito à justinha, na beira de um abismo pré-Europeu.
O saloio era eurocético, o que quer dizer que não sabia onde ficava a Europa… não, estou a ser injusto… quando submetido a testes de aptidão, sabia dizer, dez vezes mais rápido onde ficava Boliqueime do que Praga, e eurocético continuaria, se não tivesse havido uns javardolas, da sua área de adoção — qualquer servia, já que o Antigo Regime estava extinto… — que lhe assopraram aos ouvidos de saloio que Europa=Dinheiro. Ora, o saloio tinha um doutoramento em dinheiro, e achou que era a altura de dar a facada na Política, para que os compadres enchessem os bolsos de matéria prima.
http://www.sol.sapo.pt/blogs/arrebenta/archive/2010/04/20/A-Viagem-a-Praga-_2800_d_2700_apr_E800_s-Morike_2900_.aspx
Junho 14, 2010 at 7:58 pm
#8
D. Sebastião, não! Nunca!
Andemos um bocado mais para trás: D. João II.
Esse sim, levava o meu voto.
🙂
O resto, até hoje, foi uma pandilha. Neste reino fizeram tudo mal:
– expulsaram os judeus, e ao mesmo tempo atiraram fora o bebé: negócios e conhecimento.
– expulsaram os jesuítas e esqueceram-se que eles eram, em grande parte, responsáveis por um ensino de qualidade em Portugal, possuindo dentro de si algumas das melhores cabeças da altura.
Ficaram os convencidos, os ignorantes. De vez em quando surge um génio e ficamos todos felizes, mas esquecem-se que até Fernando Pessoa fez todo o seu percurso escolar numa escola estrangeira. Rigorosa, portanto. Ora, nós não precisamos de um, precisamos de muitos. É o nosso único petróleo.
Junho 14, 2010 at 9:29 pm
#14, pois eu adoro o novo avatar do Buli.
“os amantes” do Magritte…
Junho 14, 2010 at 9:30 pm
Ou seja, dos três nenhum vos convence…
A mim também não.
Será o candidato do PCP a salvação?…
Junho 14, 2010 at 9:32 pm
#17
Um bocado cruel, esse rapaz…
Mas se cá viesse agora era capaz de pôr estes almofadinhas convencidos que mandam e que lixam os outros no respectivo lugar!
Junho 14, 2010 at 9:41 pm
Fala-se no Bagão. Ele taxou as fraldas a 5%… Deu-me jeito 🙂
Valerá a pena entrar na luta? Que acham?
Junho 14, 2010 at 9:45 pm
Parece-me que vamos ser muitos os que não vamos votar em nenhum destes 3 candidatos!
Junho 14, 2010 at 9:47 pm
Candidatos em defesa dos valores tradicionais … hummm … só o Camarinha!
Junho 14, 2010 at 9:47 pm
Eu votava na padeira de Aljubarrota, para correr com tudo à pazada.
Junho 14, 2010 at 9:51 pm
Ai estes são os Filhos da Nação
Adultos para sempre
Ansiosos por saber
Se a Cruz é a Salvação!
Junho 14, 2010 at 9:55 pm
Resta-nos esperar pelo Dr. Garcia Pereira.
Junho 14, 2010 at 9:57 pm
Valha-nos o xinhor dótôri!
Junho 14, 2010 at 10:00 pm
Qual quê…Ou Manuel João Vieira ou Garcia Pereira…OU ENTÃO FAZER COMO OS BRASILEIROS VAI PARA UNS ANOS ..CANDIDATARAM UM MACACO POR INTERPOSTA PESSOA..E OBTEVE UM BOM PAR DE VOTOS..OU OS ITALIANOS COM A CICCIOLINA…
Junho 14, 2010 at 10:04 pm
#13
também teria o meu
Junho 14, 2010 at 10:46 pm
Não há o meu voto para nenhum destes três.Mais nada.
Junho 15, 2010 at 11:59 am
Maria de Lurdes Rodrigues – a melhor Ministra da Educação após o 25 de Abril. Muitos professores o acham mas têm medo de o dizer por causa do «pensamento único» nogueiro-guinotiano que se estabeleceu