Das negociações ME/Sindicatos, para além dos documentos para consumo público, ficam outros papéis, só teoricamente secundários, que são as actas das reuniões.
Dizem-me que alguns sindicatos as disponibilizam para efeitos de investigação histórica e outras coisas assim. Dizem-me mesmo que estão dispostos a colocar tudo online para se saber o que se passou nestas últimas reuniões negociais.
Era bom, muito bom mesmo, em tempo de dúvidas e desconfianças.
Para que se soubesse o que existe para além do acordo e, já agora, para comparar como decorreram as reuniões com as diferentes delegações sindicais.
Tudo por causa da transparência, a menos que existam razões de Estado que o impeçam.
Até porque uma acta me parece ser um documento público. Isto é, se não for como aqueles anexos aos tratados de paz e alianças de outrora em que a versão pública era apenas uma pontinha de tudo o que ficava oculto das negociações e acordos estabelecidos.
A quem puder ajudar-me nesta demanda, ficarei muit’agradecido.
Janeiro 23, 2010 at 3:05 pm
Pelo que sei, e dado que houve diferentes reuniões e, obviamente diferentes actas, a Fenprof disponibiliza-as para consulta na sede.
Os outros acho que não, mas não garanto…
E penso que as Razoes de Estado não ficam lavradas em acta…
😉
Janeiro 23, 2010 at 3:07 pm
esta é outra moda nova, não se ter acesso às actas. ou querer refazê-los. já tive que ligar a uma advogada amiga, durante uma reunião, para confirmar a minha recusa em assinar uma acta refeita por ordem de…
Janeiro 23, 2010 at 3:10 pm
Ana, eu não garanto que alguém não te dê acesso às actas. Apenas digo quem sei que tas dá, ok?
Janeiro 23, 2010 at 3:11 pm
Já aqui coloquei, há dias, um e-mail do Mário Nogueira.
Das várias questões que lhe coloquei, apesar de não ser sindicalizada, pois eu, como professora, penso ter direito a algumas respostas, quando é sobre a minha carreira que se tecem urdiduras, lá, no olimpo, onde só se sentam alguns deuses,
só respondeu a uma, que estava a criar grande perplexidade a vários colegas do índice 245, pois ninguém entendia para quem era a subida para o 299, com 6 anos de serviço no índice.
Pois é…Com todo o respeito que me merecem os professores bacharéis, que estavam impedidos de chegar ao antigo 10º escalão, são esses, os famigerados incógnitos, que progridem para o 299 e que agora, sem constrangimentos, chegam agora ao 370.
Se calhar é inveja, que não mata, mas mói.
É a vida, dirão alguns. Pois é.
«Colega,
Na verdade a situação do índice 245 ficou confusa, precisamente pelo facto de ser necessário encontrar uma situação legal que estabeleça uma saída justa para a situação. Repare que no índice 245 encontravam-se diversos tipos de professores: os que eram titulares, os que não sendo titulares e encontravam no anterior 8.º escalão e, contrariamente ao que refere, mais um grupo de quase 700 professores com o tempo de serviço necessário para progredirem (6 anos). É que na carreira também existem professores bacharéis e outros reposicionados por obtenção de grau académico que estão distribuídos pelos diversos escalões.
Agora, em sede de tradução legal dos princípios previstos no texto, teremos de ver com rigor cada uma das situações, mas essa é a negociação que se iniciará no dia 20 de Janeiro. É preciso ter em atenção que se trata de um acordo de princípios gerais e não um articulado legal.
Com os melhores cumprimentos, Mário Nogueira»
Janeiro 23, 2010 at 3:41 pm
ENA, ENA!! Mais valia responder: atenção que aquilo foi só um acordo para a fotografia; agora, lá para o dia 20, que já será mais 3 de Fevereiro, é que vamos pensar no assunto e escrever o acordo!! Este Mário é mesmo tipo inventário…
Janeiro 23, 2010 at 3:45 pm
Nos dias de hoje, já não se justifica a existência de actas. Se estas serviam para registar as decisões de uma reunião, creio que os meios digitais de que hoje dispomos serviriam para o efeito com mais eficácia, celeridade e rigor. Assim continuamos com frase tipo “isto não é para a acta”, a divagar em reuniões, a perder tempos com lateralidades e a registar apenas umas quantas ideias para preencher papel. Abaixo as actas, vivam as gravações! Eu goistaria era de ter acesso a uma qualquer gravação das reuniões, não às actas… quantas vezes refeitas, deturpadas, filtradas, o que quer que seja…!
Janeiro 23, 2010 at 3:57 pm
E quando as gravações são interrompidas por acordo dos presentes ou decisão da parte com maior poder negocial, para expor o que pretendem, sem que se fique a saber?
Janeiro 23, 2010 at 4:05 pm
Mariazeca, não estava a falar das dos sindicatos. estava a falar em actas do CP, por exemplo.
Janeiro 23, 2010 at 4:06 pm
Great site, Eu te amo ……..
Janeiro 23, 2010 at 4:12 pm
#7
Sempre é mais fácil detectar cortes numa gravação que numa acta!!!! Digo eu!
Janeiro 23, 2010 at 4:14 pm
Enquanto não temos a acta da reunião do dia 20, fiquemos com o anexo:
E uma advertência:
Para quem gosta das teorias conspirativas da História, é completamente desinteressante.
Janeiro 23, 2010 at 4:19 pm
Grande reunião a 5 de Fevereiro:
http://www.fenprof.pt/?aba=27&cat=95&doc=4423&mid=115
Marcar na agenda. Não vai haver acta. O melhor é ir mesmo, para contar como foi e participar um bocadinho na construção da História.
Janeiro 23, 2010 at 4:30 pm
#12
O que têm os professores de comum com as iniciativas da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública? Não misturemos politiquices de sindicaleiros com reivindicações profissionais!!!
Ainda bem que não há acta…
Janeiro 23, 2010 at 4:31 pm
#11
Anexo utópico! Nem direito terá a ser mencionada na acta!
Janeiro 23, 2010 at 4:31 pm
#12 Estória da treta – todos os professores vão chegar ao último escalão…
Eh, eh, eh, o grande comunicado parte logo desta anedota para conseguir mobilização dos funcionários públicos.
Janeiro 23, 2010 at 4:42 pm
#10
Sim. Mas o que eu pretendi dizer inicialmente é que, por vezes, isso é feito com o conhecimento e anuência dos presentes. E não penso que seja sempre reprovável.
Janeiro 23, 2010 at 4:46 pm
Maria, não é inveja. A tua opinião é partilhada por muitos colegas, especialmente por aqueles que, em prejuízo da família, ocuparam muitos fins de semana nas Univesidades para conseguirem um grau académico mais consentâneo com a profissão. O acordo assenta nesse princípio vergonhoso de que quem não trabalha é que come. E, para um comunista… é obra! Tenham juízo e rasguem essa pouca vergonha!
Janeiro 23, 2010 at 4:48 pm
#13
Pode ler aqui, porque no link da fenprof pode apanhar algum vírus. E no Umbigo é tudo mais asséptico:
“Mas se o acordo representa uma inquestionável e significativa vitória da classe docente, isso não significa que deixou de haver razões para continuar a lutar. A suspensão do Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública (SIADAP), por inaplicável e por ter sido imposto sem que fosse objecto de uma verdadeira negociação, continua a determinar e condicionar o modo como os educadores e professores são avaliados. Alguns dos aspectos ainda presentes no desenvolvimento da carreira – casos do estrangulamento no acesso aos 5º e 7º escalões e da não consideração do tempo de serviço prestado entre 30 de Agosto de 2005 e 31 de Dezembro de 2007 (leis nº 43/2005 e nº 53-C/2006) – são razões mais do que suficientes para o nosso envolvimento na luta de todos os trabalhadores no âmbito da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública (FCSAP)”.
Percebeu a relação entre a carreira dos professores e o SIADAP?
Janeiro 23, 2010 at 4:52 pm
#13:
Quer gostemos quer não, somos funcionários públicos. Quando muito justamente nos indignamos com o roubo de 2 anos e tal de tempo de serviço, respondem-nos que isso foi uma medida tomada para toda a função pública. E se isso nos serve de justificação, pois só estamos dispostos a lutar pelos nossos direitos se não nos tivermos de misturar com a “ralé”, então estamos a mostrar ao governo como é que nos pode continuar a tramar.
Janeiro 23, 2010 at 4:56 pm
#18
Não. Percebi apenas que um sindicaleiro assinou em nome dos professores e que agora quer lutar contra o que assinou. E ainda por cima vem dizer que as cedências que ele fez são razões para eu lutar pelos problemas criados pelo SIADAP. Ganhe juízo, ou aprenda a ler não só nas linhas mas também nas entrelinhas!!! Até parece que os professores só servem para engrossar manifestações!!! Porcaria de CGTP-IN… nunca mais lhe cai o muro!!!!
Janeiro 23, 2010 at 5:03 pm
#19
Nunca considerei os FP “ralé”. Mas creio que o sr. de barbas que os representa quase nos considerou isso! Mas também não interessa.
O que está em causa é que um representante nosso assinou um acordo e vem agora dizer que devemos continuar a lutar por algo que ele assinou (sejam quotas sejam estrangulamentos, seja o que quiser). E revolta-me que o faça mais através da CGTP-IN e agora dos FP que em nome próprio. Ficava-lhe bem dizer: peço desculpa, precipitei-me, achei não tinha outra solução… qualquer coisa. Afinal em que acreditamos? No gesto que teve ao assinar o acordo ou no gesto que tem ao incentivar-nos para manifestações?
Quanto a misturas… mais parece que agora é a vez de os professores pagarem a contagem dos 120 mil… Não, obrigado. Gosto deles, mas personalizados, com um bom vinho e melhor bacalhau na travessa, partilhando e conversando sobre vidas comuns!
Janeiro 23, 2010 at 5:05 pm
Cesso a minha participação nesta discussão. Afinal, não posso ajudar o Paulo com as acta, e, como ele, aprecio a boa mesa!
Janeiro 23, 2010 at 5:22 pm
QUEREMOS VER AS ACTAS, POIS!
Força Paulo.
Janeiro 23, 2010 at 5:24 pm
#20 e #22
“sindicaleiro”
“Ganhe juízo”
“Porcaria de CGTP-IN”
Que elegância de estilo!
E elevado nível de argumentação.
Janeiro 23, 2010 at 5:26 pm
Pode aumentar a arterioesclerose, se a alimentação não fôr correcta.
No Paulo, não conheço indícios, mas há casos…
Janeiro 23, 2010 at 5:29 pm
#24
Ó Gundisalbus,
o colega estava enervado, quando isso acontece a argumentação fica-se pelo cérebro reptiliano
Janeiro 23, 2010 at 5:36 pm
Gundisalbus,
Eu diria a este respeito apenas um par de coisas:
1) Não há qualquer teoria conspirativa. Pelo contrário, o objectivo é demonstrar as vantagens do que foi feito. A teoria conspurativa vem desse lado. Aqui não se é asséptico, é-se limpinho quando necessário, o que difere bastante.
2) Se a luta dos professores foi a marreta para a FP se atirar ao SIADAP, eu cá não estou para atiurar declarações como aquelas do caro líder (ou o que seja) da FESAP. Para rotundos presumidos, chego eu. Ele que vá rebolar para outro lado.
E pronto!
Janeiro 23, 2010 at 5:43 pm
#27
A FESAP não tem nada a ver com a Frente Comum e nem sequer vai participar na manifestação do dia 5.
Aos remoques crípticos não respondo.
Janeiro 23, 2010 at 5:58 pm
Frente Comum, FESAP, entendam-se. Plataformem-se as comadres e os compadres.
As gralhas do meu outro comentário ficaram giras.
Não é “conspurativa” nem “atiurar”.
Janeiro 23, 2010 at 6:11 pm
O seu escrito de hoje trouxe à minha memória o artigo do Fernando Pessoa, contra o diploma legal do Estado Novo que determinava a proibição das sociedades secretas, que mais concretamente pretendia atingir a maçonaria, argumentando que o encerramento do Conselho de Ministros estaria abrangido na lei porque, precisava, os pressupostos de uma sociedade secreta estariam nela contemplados, porque ninguém sabia o que lá se passava.
Ou, como diria Victor Hugo, nada mais aguça a curiosidade do que uma porta “derrière laquelle il se passe quelque chose”.
Se não há nada a esconder, e se o jogo, de parte a parte, é limpo, também nada mais limpo do que saber-se quem diz o quê, em vez das entrevistas fugazes à saída das reuniões, entrevistas que tapam o que não se disse.
Janeiro 23, 2010 at 6:24 pm
O Miguel Ribeiro está cheio de razão! O Nogueira é mais representante do PC do que dos professores e atraiçoa a classe sem pudor, quando tem de ser. Está farto de o mostrar e demonstrar. O que é chato é que quem tem arma para atirar ao elefante prefere atirar ao ornitorrinco. Parabéns ao Nogueira, voltou a safar-se depois de mais uma facada nas costas. Quanto ao gundisalbus só tenho isto a dizer: se o traidor ainda não te deu tacho também já não vai ser agora. É a vida.
Janeiro 23, 2010 at 6:25 pm
#29
Plataformas com Frente Comum e FESAP só, eventualmente, com o PSD no governo. Por oportunismo da FESAP e do seu “caro líder” Nobre dos Santos. “Rotundo presumido”. E amarelo e untuoso. “Que se vá rebolar para outro lado”.
Convém separar as águas.
Janeiro 23, 2010 at 6:29 pm
Podem abstrair-se dos partidos neste tipo de debates?
Eu sei que os cordelinhos se movem, mas mais do que gritar o costume, que tal pressionar, em actos, para que essas coisas aconteçam cada vez menos?
Aliás, basta ver como se saíram aqueles que – fora dos sindicatos – se aproximaram, de forma ingénua, demais de alguns partidos. Levaram um barrete até aos pés.
Janeiro 23, 2010 at 6:34 pm
Paulo: hoje quem se diz que não é de partidos também já é de um partido: o partido dos NÃO PARTIDOS….
Janeiro 23, 2010 at 6:34 pm
Por falar em barretes, nos armazéns da FENPROF já está disponível a colecção Primavera-Verão. A colecção Outono-Inverno esgotou-se no dia 8 de Janeiro.
Janeiro 23, 2010 at 7:38 pm
Os sindicatos pertencem à infância do capitalismo.
Continuar ser dependente deles é o mesmo que continuar agarrado ao biberão e não largar as fraldas.
Não compreendo como é possível aceitar ainda este tipo de espartilho mental e continuar a sentir-se representado por um comité de emplastros enlatados que se comportam como galãs de cinema mudo.
Múmias dinâmicas como Mário Nogueira deveriam estar no Museu de cera do capitalismo e o embuste da Maratona negocial bem poderia ter sido desempenhado pelos bonecos dos Marretas.
Janeiro 23, 2010 at 8:34 pm
o gundi albino anda muito nervoso…
Janeiro 23, 2010 at 9:50 pm
#38:
Está muito enganado: na infância do capitalismo não havia sindicatos. O sindicalismo apareceu na 2ª metade do séc. XIX, quando o capitalismo estava já solidamente instalado nas economias mais desenvolvidas.
Goste-se muito ou pouco de sindicatos, há que reconhecer que tiveram um papel decisivo na melhoria das condições de vida e de trabalho. Claro que com isso se pode dizer que, suavizando um pouco as desigualdades e injustiças do capitalismo desenfreado, contribuíram para dar um novo fôlego ao sistema e evitando as revoluções marxistas, que nunca chegaram a ocorrer nos países mais industrializados.
Daí que – e esse é o ponto a que o h5n1 provavelmente quer chegar em muitas das suas análises – os sindicatos acabaram por se tornar uma espécie de seguro de vida do sistema capitalista, uma válvula de segurança que interessa ao próprio capitalismo, como forma de conter a contestação em níveis controláveis.
Bom, mas então pergunto eu: poderemos dispensar os sindicatos, enquanto não formos capazes de substituir o capitalismo por coisa melhor?
Janeiro 23, 2010 at 9:50 pm
O #38 era para #36…
Janeiro 23, 2010 at 11:01 pm
Eu gostaria, antes de criticarem os sindicatos, ver aqueles que tanto os criticam estarem disponíveis para uma “grevezinha” prolongada.
Gargantas há muitas… na hora da verdade fogem com o rabo entre as pernas!
Janeiro 23, 2010 at 11:11 pm
Há um sindicato que costuma colocar na sua página electrónica as actas. Acontecia que com a antiga equipa ministerial por vezes chegavam passado algumas semanas, mas chegavam e foram publicadas
Janeiro 24, 2010 at 5:11 pm
#40
Pedro Castro
A sério? Isso foi demonstrado quando? Em que país? Esses comentários apenas servem para provocar autênticos orgasmos na nomenklatura, naqueles que só sabem traír os professores e vendê-los por um prato de lentilhas. Ainda não chegou o 1º Memorando para se perceber que os sindicalistas, depois dos primeiros anos de paixão sindical,deixam de se preocupar com os professores e só pensam em perpetuar-se nos cargos sindicais? Acordem carago, já vai sendo altura.