Inquietações
À medida que vão sendo divulgados os pormenores do acordo celebrado recentemente entre algumas organizações sindicais e o ME, aumenta a apreensão dos professores relativamente ao documento assinado!
Cresce e sentimento de que, os professores, foram usados como “moeda de troca” em algo, cujos contornos ainda se desconhecem. Afigura-se, cada vez com maior nitidez, que se tratou de uma “golpada” de baixa política em que os docentes foram tratados como meros “peões de brega” numa refrega que opôs Governo e Sindicatos! Salvaram-se os Sindicatos e o Governo, perderam os professores, os alunos e a Escola. “As aranhas continuam a tecer a teia”! A teia que a todos nos aprisiona.
No que à carreira respeita, já tive oportunidade de manifestar o meu sentir que é, cada vez mais, o sentir de um maior número de professores. Seguem-se negociações com vista ao reajustamento de horários. Vamos ver as surpresas que essas reuniões nos reservam.
Temos, claramente, diferenças nos diversos ciclos em que se estrutura o ensino não superior. Uma das principais é a que respeita ao 1º Ciclo e Pré-Escolar, em que o modelo de ensino assenta na monodocência, o que impede estes professores de usufruírem, a exemplo do 2º, 3º Ciclo e Secundário, de reduções da componente lectiva, em função da antiguidade na carreira. Esta situação é perfeitamente justificada pela natureza desgastante da profissão.
Acontece que esse desgaste acontece igualmente nos dois níveis iniciais do percurso não superior dos nossos alunos. Por essa razão, o anterior estatuto consagrava uma compensação em termos da contagem do tempo de serviço para reforma que visava dar resposta a esse mesmo desgaste no 1º Ciclo e Pré-Escolar. No actual estatuto estes profissionais foram brutalmente prejudicados, quebrando-se a situação de equidade que o anterior estatuto contemplava. Retirou-se-lhes a bonificação em tempo de serviço para aposentação, incluindo-se, na respectiva carreira, dois anos em que os docentes poderiam usufruir de uma dispensa total da componente lectiva. Isto é surrealista!!!
Será um acto de justiça voltar a repor o equilíbrio anteriormente existente entre as diferentes carreiras docentes, sob pena de se estar a tratar com menor consideração profissional e valor social os dois primeiros níveis do percurso escolar dos nossos jovens. Isto não será admissível nem tolerável. Esperemos que as negociações que aí vêm tenham em consideração estes aspectos, sob pena de serem entendidas como um rotundo fracasso do qual jamais os professores se poderão esquecer.
De referir ainda, que durante a vigência do actual estatuto, os professores do 1º Ciclo viram a carga da sua componente lectiva ser aumentada com o Apoio ao Estudo, actividade de enriquecimento curricular tratada como componente não lectiva!!! Isto foi caso único!!!
Já no que à avaliação diz respeito, ela foi “depositada” por completo na “mãos” da figura do Director, nos termos do actual modelo de gestão em vigor. Sabemos como são nomeados os membros do Conselho Pedagógico e quem o preside. Isto não é sério nem justo! E sem justiça e equidade não haverá paz nas escolas e os Sindicatos subscritores do acordo com o ME têm que saber assumir essa co-responsabilidade.
O cepticismo está a apoderar-se da classe docente em função dos últimos desenvolvimentos resultantes das negociações encetadas entre ME e Sindicatos. Esperemos que esse cepticismo não redunde em completa frustração e revolta!
Os sindicatos têm que ter presente que não são donos da vontade dos professores e que há outras formas de organização alternativas ao sindicalismo. O combate que se desenrolou estes últimos anos deu corpo a essas alternativas!
Cumprimentos
Henrique Monteiro
Janeiro 22, 2010 at 3:53 pm
Não é a Alçada que decide as regras da aposentação. Isso é com as finanças e segurança social.
Janeiro 22, 2010 at 3:59 pm
Avançar para outra forma de organização e fora com o sindicalismo que traí sempre que lhes convém.
Janeiro 22, 2010 at 4:30 pm
Já era tempo de aparecer a alternativa.
Janeiro 22, 2010 at 4:30 pm
Gostei! Henrique Monteiro, como se mantém tão informado? Gosto do Twitter. Deve ser por aí que alguns colegas informam outras pessoas…
Janeiro 22, 2010 at 4:42 pm
Espero que os docentes tenham consciência dos meandros do acordo e que aprendam, de uma vez por todas a defender-se . Se estão à espera que outros o façam, podem esperar sentados, porque isso nunca vai acontecer.
Janeiro 22, 2010 at 4:58 pm
Concordo plenamente com o que aqui é dito! Foi um péssimo acordo. Ficam a perder os professores e essencialmente a ESCOLA, enquanto comunidade de aprendizagem.
Vemos agora as Escolas mais paradas, com menos iniciativas…
Os Directores tiveram a preocupação de nomear quem lhes pareceu ser mais submisso e não quem tem capacidades para tomar iniciativas que tornassem a escola melhor!
As AECs, na maioria das escolas são uma farsa, pois não há preocupações pedagógicas mas sim de ocupação de tempos…
Nos relatórios que se fazem está sempre tudo muito bem!
A avaliação dos professores vai continuar na mesma, com a obrigatoriedade de aulas assistidas…
Foi um péssimo acordo!
Janeiro 22, 2010 at 5:11 pm
Eu diria que a avaliação vai ficar pior, pois quando dois professores do mesmo grupo disciplinar se vão avaliar um ao outro,parece uma palhaçada em crescendo!
Janeiro 22, 2010 at 5:13 pm
Foi agora, foi um belissímo acordo.
Eu o Pedreira e a Lurdinhas não fariamos melhor. Agora dancem e fiquem na carreira até que os vossos ossos vão parar ao cemitério..ah…ah..ah..
Janeiro 22, 2010 at 5:15 pm
Infelizmente o 1.º Ciclo é o verbo encher do sistema, muito por culpa dos profissionais que nele exercem o seu mester, muito submissos e pouco reivindicativos. Para além da sobrecarga horária a cumprir sem qualquer hipótese de redução – consequências da monodocência – são pressionados para desenvolver tudo o que é suposto ser inovador, engendrado pelos iluminados residentes de gabinetes.
Janeiro 22, 2010 at 5:16 pm
Partilho as inquietações…
Janeiro 22, 2010 at 5:19 pm
Morram cães..ah..ah..ah..
Janeiro 22, 2010 at 5:25 pm
E se eu vos disser que existe uma escola onde o director suspendeu por despacho a avaliação do 1º ciclo? Parece que a nota dos Bons foi igual para todos e o senhor não conseguiu explicar os critérios… Aguardo desenvolvimentos, mas que tem piada, tem!
Janeiro 22, 2010 at 5:38 pm
#12 E isso só aconteceu numa escola?
Janeiro 22, 2010 at 5:53 pm
A atribuição de 7 a todos os professores com Bom, não, conheço pelo menos duas onde sei que aconteceu. A suspensão da avaliação pelo director, só soube de uma… Haverá mais casos?
Janeiro 22, 2010 at 5:53 pm
Vou ser politicamente incorrecto:
– a carga da componente não lectiva no pré-escolar e 1º ciclo é inferior aos restantes (que aumenta à mediada que se sobe nos niveis de ensino)
– no pré-escolar e no 1º ciclo o profeesor só uma turma (não superior a 25 alunos), enqaunto nos outros ciclos há quem tenha 150 a 200 alunos (5 a 6 turmas); portanto o desgaste não é o mesmo.
Daí existirem algumas diferenças estatutárias.
Janeiro 22, 2010 at 5:56 pm
Caros colegas do 1º ciclo, anteriormente, no estatuto de 1999 tinham a possibilidade de se aposentarem bastante antes dos outros professores. Achava muito bem que assim fosse porque esses professores não podiam ter reduções. Esse estatuto também foi assinado por sindicatos, ou não? Era bom que não perdessem de vista quem é o mau da fita, quem provocou todas estas alterações, em vez de se virarem contra quem está mais à mão, ou seja, os nossos colegas que vão à luta e tentam obter o melhor possível para nós.
Janeiro 22, 2010 at 6:00 pm
Sou professor do 1.º ciclo e em 31 anos de vida profissional já vi muita coisa na minha profissão e à roda dela. Porém, nunca tinha notado tanta brutalidade e tanta grosseria, por parte dos responsáveis político-administrativos. Nunca imaginei que um dia teria que ver com os meus olhos o que acontece, this days, na minha profissão.
E sobre o 1.ºciclo em particular subscrevo sem hesitações tudo o que o Henrique escreveu e aplaudo a sua lucidez no tratamento do tema.
E vou mais longe, ao acabarem com a compensação dada, em termos de anos para acesso à reforma, aos professores do 1.º ciclo,os políticos começaram a tratar de modo igual o que é, de facto, desigual. Há aqui um duplicidade de critérios e tratamento de que resulta que, os professores do 1.º ciclo, para se aposentarem, tenham pela frente uma carreira bem mais gravosa em termos de trabalho e desgaste. Portanto, está ferido, aqui, o princípio da igualdade e eu espero que os sindicatos sejam capazes de restabelecer a justiça antes que alguém se decide a envergonhá-los até ao Tribunal Constitucional e ou mesmo aos Tribunais Europeus
Saudações
Cross
Janeiro 22, 2010 at 6:03 pm
Repetição.
O êxodo começou. Há centenas de pessoas à espera no aeroporto, para sair do Haiti. A maioria são americanos: diplomatas, turistas, cidadãos dos Estados Unidos com família do Haiti – e, sobretudo os voluntários que chegaram ao Haiti para ajudar e agora estão tão esgotados que já não aguentam mais.
http://www.spiegel.de/international/world/0,1518,673437,00.html#ref=nlint
Janeiro 22, 2010 at 6:04 pm
As pessoas que escrevem artigos e que dão opinião deviam ter que apresentar uma declaração de interesses para todos sabermos ao que vêm e o que querem. Em relação aos dois primeiros parágrafos, são gratuitos, não explicam como se chega às conclusões apresentadas.
Janeiro 22, 2010 at 6:05 pm
#15,
Santa ignorância!
Janeiro 22, 2010 at 6:13 pm
#15 Mário Silva
Está a esquecer que muitas vezes esses 25 alunos são de níveis de escolaridade diferentes. Há alunos de 1º ano misturados com alunos de outros anos, o que liquida a possibilidade de trabalho sério com todos.
Se os professores trabalham em zonas de baixa escolaridade as tarefas de iniciação implicariam as melhores condições para que houvesse êxito. E este êxito é determinante para o caminho escolar de todos os alunos.
Não era por acaso que estes professores se reformavam mais cedo. O Mário imagina-se com 60 e tal anos a fazer iniciação à leitura, escrita e cálculo a 25 meninos de 6/7 anos com muito sucesso? Se responder sim, gostava de o conhecer. Deve ser um super-homem! E já agora explique como faria para manter a robustez física e psicológica necessária a um tal desempenho.
Janeiro 22, 2010 at 6:20 pm
#16 Luis
Pois, o anterior/anterior estatuto foi assinado por sindicatos. Por isso é que é escandaloso que entreguem de bandeja o que antes foi justamente conquistado.
Pena que não esclareçam que subscrevem a ideia socratina de que a escola é apenas um local para guardar crianças e que os professores estão lá apenas para isso.
Janeiro 22, 2010 at 6:23 pm
Mais uma tarefa para os professores: falar de violência doméstica, nas aulas (iniciativa da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, DN, hoje).
Janeiro 22, 2010 at 6:31 pm
#14
Mais uma Ana, a minha Escola! Tudo no Clube 7.
Que grande avaliação!…
Janeiro 22, 2010 at 6:33 pm
Henrique Monteiro, right on the target!
Janeiro 22, 2010 at 6:36 pm
Para responder ao colega Mário Silva, devo dizer que sou professor do 1º Ciclo…esta é a minha declaração de interesses!! Mas quero igualmente vincar que isso não é, para mim, razão para menosprezar os docentes de qualquer outro dos níveis de ensino ou para que tenha uma visão sectária do “sistema” em que todos nos encontramos “emaranhados”! Concordando com o facto de que o professor do 1º Ciclo trabalha com um número total de alunos menor do que os 2º, 3º Ciclos e Secundário, devo recordar que há muitos docentes que numa turma de 25 alunos têm quatro anos de escolaridade em simultâneo(1º,2º,3º e 4º), para além dos casos particulares que envolvem dificuldades de aprendizagem e Ensino Especial.
Acho que devemos ter uma visão liberta de “particularidades” e sermos solidários uns com os outros. Aí pode estar e estará, por certo, a nossa força!
Eu não sou contra a redução da componente lectiva nos outros níveis de ensino, nem outras eventuais situações mais favoráveis de uns ciclos relativamente aos outros…que poderia referir, mas não o faço por uma questão de princípio.
Da mesma forma não tenho necessidade de me esconder no anonimato para emitir as minhas opiniões!!!
Henrique Monteiro
Janeiro 22, 2010 at 6:42 pm
Mas o Henrique Monteiro que aqui assina não é o do Expresso??
Janeiro 22, 2010 at 6:42 pm
#15 E não se esqueça que o professor do 1º Ciclo tem de preparar as actividades, avaliações, grelhas, etc…. para as áreas curriculares Estudo do Meio, Língua Portuguesa, Matemática, Expressão Musica, Ecpressão plástica, Expressão Físico Motora, Apoio ao Estudo e as Restantes áreas Curriculares não Disciplinares…
Só isto… para 25 alunos…
Janeiro 22, 2010 at 6:45 pm
Pela amostra, parece que a nova orientação editorial de “soltar a franga” é também para escancarar as portas aos passarões, como este Henrique Monteiro:
1.”À medida que vão sendo divulgados os pormenores do acordo…”
O acordo foi divulgado no dia seguinte, 8 de Janeiro, portanto. O Henrique Monteiro fala de pormenores que estão agora a ser divulgados e que só ele saberá.
2. “Cresce o sentimento de que, os professores, foram usados como “moeda de troca” em algo, cujos contornos ainda se desconhecem…”
O Henrique Monteiro, verdadeiro intérprete do sentimento geral da classe, ensaia novamente a velha teoria da conspiração que tem sempre adeptos.
3. “Já no que à avaliação diz respeito, ela foi “depositada” por completo na “mãos” da figura do Director, nos termos do actual modelo de gestão em vigor.”
É verdade. Mas as negociações não foram sobre o modelo de gestão.
4. “Os sindicatos têm que ter presente que não são donos da vontade dos professores e que há outras formas de organização alternativas ao sindicalismo”.
A razão principal do artigo vem no fim. A defesa, mal disfarçada, da Ordem.
In cauda, venenum.
Janeiro 22, 2010 at 6:45 pm
#26
“Da mesma forma não tenho necessidade de me esconder no anonimato para emitir as minhas opiniões!!!”
Pois eu tenho essa necessidade, caro colega. Sei bem como ´r a persiguição e a bufaria que está montada na minha escola. A liberdade de expressão e de opinão há muito que passou por aqui, mas já se foi. Por tudo e por nada se é chamado ao sr. Director, na base do “ouvi dizer”. O homem não consegue aplicar qualquer contraceptivo nos ouvidos, pelo que, está sempre prenho.
Janeiro 22, 2010 at 6:46 pm
Juro-vos que julgava que este texto era do Henrique Monteiro do Expresso. 🙂 🙂
Por isso, falei do twitter. 🙂 🙂 🙂
Janeiro 22, 2010 at 6:51 pm
só mais uma achega .
no 1º ciclo, os alunos do ensino especial ,estão todo o dia na sala com o respectivo professor .
nos outros ciclos, só têm algumas disciplinas com a turma a que pertencem .
Janeiro 22, 2010 at 6:51 pm
#29Gundisalbus
E se de repente alguém o mandasse calar por não saber do que está a falar?
Sentiria como que uma sensação de absorção, mas ao contrário?
Janeiro 22, 2010 at 6:54 pm
#33
Continua aos pulinhos em frente da mira. Está mais que visto que ainda não percebeu, por isso explico-lhe melhor:
Não atiro a pardais.
Janeiro 22, 2010 at 6:56 pm
#34
A que se refere?
Conhece-me de algum lado?
É que eu não ligo a vermes!…
Janeiro 22, 2010 at 6:58 pm
Ainda quero ver como vão explicar aos colegas contratados que o tempo de serviço antes da entrada na carreira é igual a zero…
Eu quando era CONTRATADO SENTI UM ABANDONO IMENSO POR PARTE DO SINDICATO..NA ALTURA ATÉ FUNDAMOS UM MOVIMENTO DE PROFESSORES CONTRATADOS…FOI GIRO DUROU O Q8UE DUROU…NOS IDOS DE 90….
Janeiro 22, 2010 at 6:58 pm
#34
Queira fazer o favor de disparar!
Janeiro 22, 2010 at 6:58 pm
#29,
Gundisalbus, o “soltar a franga” tem a ver com coisas minhas e não com o que publico ou não.
Aliás, não pratico a censura nem sou blogue oficial de nada.
Se quisesse ser sectário, alistava-me numa organização.
Janeiro 22, 2010 at 7:03 pm
O sindicato ao assinar este acordo mais não fez que corroborar o que havia feito em Março de 2008, quando, com 100 mil professores na rua, pediu o adiamento da Coisa e no mês seguinte, assina um outro acordo, que foi o tapete vermelho de Lurdes Rodrigues e a luz verde que o Presidente da República precisou para assinar o decreto do director. Se houve possibilidade de inverter alguma coisa relativamente à Escola empresa, essa possibilidade foi enterrada nesse dia.
Ao que agora assistimos, foi a tentativa de sair do atoleiro onde estava mais gente do que se possa supor.
Quanto ao mais: Temos milhares de professores com 10 e mais anos de serviço com contrato a prazo e 1000 euros de ordenado líquido, professores que, se perpetuarão a prazo, e,se um dia conseguirem entrar para o quadro, iniciam, então, a carreira.
Depois, temos muitos milhares que têm 20 e mais anos de serviço, que recebem 1500 euros líquidos e que assim vão continuar por muitos mais anos, estando, agora, aos 40 e muitos/50 anos com mais horas lectivas que as que tinham, quando iniciaram.
E, finalmente, uns milhares, que, felizmente, ainda conseguiram ter um ordenado de professor, o que dará jeito para padrão europeu.
Quanto ao mais: Acordo e rios de tinta sobre a Coisa, é para alguns irem justificando a existência, outros tirarem proveito pessoal, ambos perpetuarem o sistema.
E pergunto-me:
Numa sociedade que dizem ser “moderna e democrática”, não seria natural que caminhasse no sentido do progresso humano?
Por que razão, de há 15 anos a esta parte, todos os governantes e bem pensantes políticos dizem que eu, funcionária pública, sou a causa do empobrecimento do meu país?
Por que razão não há um governante ou um bem pensante político que diga: não produzimos nada, não há riqueza, só negócio, por isso não há dinheiro para pagar a professores e demais trabalhadores e temos que pôr a Escola Pública a render como já fizemos na Saúde e outros sectores sociais?
Janeiro 22, 2010 at 7:05 pm
Com licença, mas agora o brincalhão vai-se embora. Tem mais que fazer, porque hoje eu faço anos. A conversa está acabada.
O Gundisalbus pode ficar a falar para o boneco. Há coisas mais importantes a fazer na vida!
Janeiro 22, 2010 at 7:10 pm
#34,
“O acordo foi divulgado no dia seguinte, 8 de Janeiro, portanto. O Henrique Monteiro fala de pormenores que estão agora a ser divulgados e que só ele saberá.”
Deve pensar que todos os professores são uns ingénuos!
Claro que se começa a perceber que a maioria ficou mal com este acordo, mas que uma minoria beneficiou. E isto não foi dito no dia 8, mas começa a ser percebido agora.
Se os traídos têm “tomates” para dar o passo certo, ou seja, correr com os traidores, isso é outra conversa. Não vou por aí.
Janeiro 22, 2010 at 7:13 pm
http://bulimunda.wordpress.com/2010/01/22/nick-cave-charlie-haden-and-toots-thielemans-hey-joe-2/
Janeiro 22, 2010 at 7:13 pm
http://bulimunda.wordpress.com/2010/01/22/112-monsanto-o-mundo-segundo-a-monsanto-legendado-os-vampiros-estao-por-todo-o-lado/
Janeiro 22, 2010 at 7:15 pm
http://bulimunda.wordpress.com/2010/01/22/frase-a-ter-em-conta-nos-dias-que-correm/
Janeiro 22, 2010 at 7:20 pm
Aproveitando uma pausa na guerra contra os titulares, os directores, os coordenadores, os cotas em geral e outros safados do sistema, vamos lá então para a bancada assistir à batalha com o pessoal do primeiro ciclo. Estava a ver que não!
Alguém falou em divisão entre os professores? Homessa!
ps(cruzes, canhoto): Ainda faltam alguns. Que tal aqueles do outro post? Aqueles do estrangeiro. Esses também merecem umas traulitadas. Afinal de contas quem é que os mandou ir para a estranja.
Janeiro 22, 2010 at 7:21 pm
#17, #21 e #26 eu também sou prof. do 1.º ciclo, concordo com tudo o que disseram e acrescento: enquanto que um prof do 2.º e 3.º ciclo se leccionar várias turmas do mesmo ano prepara a aula e repete-a nas diferentes turmas, um prof do 1.º ciclo além de ser generalista pois lecciona as diferentes áreas (l.port, mat, est do meio, ed fisica, exp plástica, ed musical, exp dramática, área de projecto, est acompanhado, formação cívica e ainda apoio ao estudo)não repete a mesma aula todos os dias e em todos essas áreas faz tarefas diferentes.
Pouca coisa para quem tem só 24 alunos…
Janeiro 22, 2010 at 7:44 pm
Espantoso como esta “guerrinha” de ciclos perdura…
Janeiro 22, 2010 at 8:03 pm
e a maria de lurdes a rir !
Janeiro 22, 2010 at 8:18 pm
Embora o blog remeta para o umbigo tentem não se fixar no próprio…
Janeiro 22, 2010 at 8:20 pm
Segundo alguns cálculos, 70% da população portuguesa depende do Estado.
Daqui se depreende a importância dos sindicatos para a manutenção deste statu quo, uma vez que eles funcionam como um braço terapêutico do capitalismo de Estado.
Os sindicatos são os principais agentes de estimulação e satisfação artificial dos funcionários do Estado.
Os sindicatos manipulam a excitação e o relaxamento dos escravos assalariados, criando uma falsa sensação de protecção e de alívio.
Os Acordos, os Memorandos e quejandos corporizam a miséria relacional, a dependência de práticas infantis de confiança-no-outro-mais-poderoso, agravando a impotência dos sujeitos que se sentem reconfortados e excitados com tais práticas sindicais.
Por outro lado, incapazes, deprimidos e frustrados por não conseguirem crescer e ganhar autonomia, os escravos assalariados ficam à mercê da ambivalência das figuras parentais e paternais dos sindicatos, que mais não fazem do que perpetuar a opressão e a repressão do Pai-Estado-Todo-poderoso.
Decorrente deste processo, assistimos à diferenciação entre aqueles que não se conseguem dissociar dos sindicatos enquanto amparos infantis e refúgios mágicos, e os outros, os que querem crescer e construir o futuro independente das figuras tutelares que os têm manipulado e mantido na menoridade intelectual e profissional.
Janeiro 22, 2010 at 9:34 pm
Parabéns, brincalhona!!
E eu a julgar que já tinham acabado as festas para esses lados. 🙂
Janeiro 22, 2010 at 10:25 pm
Se a carreira é única, não pode haver excepções. Cada ciclo tem a sua particularidade: uns são generalistas e têm 24 alunos, outros são especialistas e têm 200 ou mais alunos, uns não têm pressões dos pais, outros têm pais a lutar por uma décima essencial para a entrada na universidade. Uns gastam menos tempo a elaborar testes e materiais, a corrigir testes…
Se vamos por aqui, por que razão não nos comparamos com os professores do ensino superior? Só têm 5 horas lectivas por semana.
Janeiro 22, 2010 at 10:25 pm
23
e sabe se por caso me deixam dar aulas sobre violência emLíngua gestual?
gostava muito mesmo
Janeiro 22, 2010 at 10:26 pm
52
5 lectivas? adonde??? são 12, senhora. e o resto é para investigação e tudo o mais que a senhora sabe.
Janeiro 22, 2010 at 11:32 pm
” De referir ainda, que durante a vigência do actual estatuto, os professores do 1º Ciclo viram a carga da sua componente lectiva ser aumentada com o Apoio ao Estudo, actividade de enriquecimento curricular tratada como componente não lectiva!!!”
E eu, professora no 1º ciclo, pergunto-me de que estamos nós à espera para avançar para Tribunal Administrativo com esta ilegalidade?
Não precisamos de sindicatos, para ir por aí.
Basta-nos um bom advogado e um grupo de professores do 1º ciclo decididos.
Afinal marcam-nos no horário que é sempre de 25h lectivas semanais (sem qualquer redução), mais 90 minutos de componente a que chamam não lectiva, mas que envolve toda a turma de alunos, na mesma sala de aulas…
Até quando vamos continuar a deixar que isto aconteça?
Janeiro 22, 2010 at 11:39 pm
Meu caro nós somos o rebanho….o pastor e os cães são os outros…e é muito mais confortável permanecer dentro do rebanho que tentar ser pastor..ou mesmo cão…está-nos no sangue…mesmo na revolução atiramos cravos…
Fui…
Janeiro 23, 2010 at 12:11 am
# 51
Obrigada Reb.
Janeiro 23, 2010 at 1:09 pm
Não alimento guerras entre ciclos, limitei-me a responder ao #15.
Janeiro 23, 2010 at 1:56 pm
Como se viu, o facto de ser politicamente incorrecto não significa que diga falsidades. Não foi negado que os profs acima do 2º ciclo têm um maior nº de alunos; se com 25 afirmam que têm desgaste, então o que dizer com 150? E com 60 e tal anos a leccionar esta quantidade de alunos?
Não defendi que castigassem os profs do 1º ciclo ou pré-escolar nem estou contra ninguém; essa reacção visceral, que ignora os factos, não é racional. Estejam descansados, que não defendo que ganhem menos ou tenham menos regalias; mas defendo diferenças estatutárias, nomeadamente ao nível da componente horária. E não misturemos assuntos, porque ninguém está contra ninguém; apenas manifestei a opinião contrária contra quem defende que deve ser tudo igual em todos os níveis de ensino.
Apenas mostrei que existem diferenças naturais entre níveis de ensino; logo, também devem existir diferenças na operacionalização profissional. Mas dou outros exemplos prosaicos:
– no pré-escolar e 1º ciclo não existem reuniões de conselhos de turma de avaliação. Quantas horas a mais representam?
– no ensino secundário, os profs estão sujeitos ao serviço de exames nacionais (algo a que não acontece nos outros níveis de ensino); isso representa 15 a 20 horas de serviço. E já não falo nos profs indigitados para trabalhar no secretariado de exames, cujo trabalho se prolonga por Agosto.
– e áreas disciplinares? Independentemente da área disciplinar, o acto de leccionar é o mesmo? E as áreas disciplinares cujo conteúdo funcional natural não envolve o uso de instrumentos de avaliação escritos, sujeição a exames nacionais, avaliação de âmbito cognitivo, etc.? Que não necessitam de corrigir 50 e tal relatórios, cento e tal testes, dezenas de documentos de trabalho, etc.? O nº de horas dedicada à componente não lectiva individual é a mesma?
– neste momento, sobre quem recai exclusivamente a reputação de uma escola secundária no que respeita aos resultados obtidos na avaliação externa? Quais são as disciplinas cujos resultados dos exames nacionais são escrutinados para criar o ranking e para definir metas nas escolas? Vão-me dizer que os profs que leccionam disciplinas que não estão envolvidas neste contexto têm o mesmo grau de pressão e stress? Sobre quem recai o parâmetro de avaliação do desempenho docente que compara classificações internas dos alunos com as classificações dos exames? É sobre todos os profs?
E não vale a pena estar a escamotear mais, pois a lista seria longa. Sejamos intelectualmente honestos em vez de uma reacção instintiva. A discussão salutar é aquela que se baseia em factos; demonstrem que os factos que enumerei são falsos.
Já lecciono há 20 anos e em ambos os ciclos (básico e secundário), e sei que enquanto no ensino secundário (ou seja, em escolas secundárias) nos meses de Junho e Julho estava atolado com serviço de exames, no ensino básico (ou seja, em escolas EB 2,3) já planificava aulas com os colegas para o ano lectivo seguinte…
Conheço suficientemente bem os conteúdos funcionais das diversas áreas disciplinares, e por isso, acho que posso emitir opinião que os profs do sistema educativo português só têm um conceito em comum: o acto de ensinar. A operacionalização desse acto não é igual devido às múltiplas áreas do conhecimento que são leccionadas.
Repito: apenas discordei quando se afirma que o trabalho docente é igual em todos os níveis de ensino e em todas as áreas disciplinares. Esta afirmação é incorrecta em função das especificidades funcionais de cada área disciplinar.
Janeiro 23, 2010 at 3:59 pm
#59
No 1.º ciclo existem reuniões de avaliação de de estabelecimento e no meu agrupamento também há de departamento. Têm hora para começar e acabam quando chegarmos ao fim da ordem de trabalhos com a acta feita para ser entregue logo de seguida.
Há mensalmente reuniões de estabelecimento e outros por anos de escolaridade.
Há reuniões do PAM e da implementação dos novos programas.
E ainda há reuniões com as psicólogas ou com as terapeutas de alguns alunos que temos.
O atendimento a pais que devia ser 2x por mês é sempre que eles o solicitem ou marcado por nós se necessário.
Somos coordenadores das AECs por isso temos reuniões com os profs que as leccionam que nem está contemplado no horário destes.
Só um pequeno pormenor: somos nós que inscrevemos os alunos no e-escolinha pela net para obterem o Magalhães( em nossa casa na maioria dos casos porque há escolas que nem internet têm).
Realmente tem razão em relação aos exames, esses por enquanto, não temos.
Mas temos as provas de aferição que no meu agrupamento comparam os resultados obtidos com as resultados que apresentamos tipo, aval externa e interna.
O trabalho docente não é igual em todos os níveis de ensino nem em todas as áreas mas deve ser igualmente respeitado.
Só um pormenor: trabalho há 30 anos (educação especial em núcleo de deficiência mental e ensino regular).