Posição da CDEP sobre o acordo ME/Sindicatos de 07/01/2010
A defesa da Escola pública é incompatível com o Acordo assinado pelas direcções dos sindicatos dos professores e educadores com o Ministério da Educação!
Desde sempre, a CDEP tem afirmado que a qualidade do ensino exige uma resposta positiva às principais reivindicações de todos os profissionais do Ensino, tais como:
– a colocação por concurso dos docentes e auxiliares da acção educativa necessários às escolas;
– o restabelecimento da carreira única e de uma avaliação formativa e sem quotas;
– a abolição da prova de ingresso na carreira;
– o respeito pelas especificidades das crianças com necessidades educativas especiais;
– o restabelecimento da gestão democrática das escolas;
– o restabelecimento do vínculo ao Estado para todos os trabalhadores das escolas e restantes serviços públicos.
Logo que a nova ministra da Educação tomou posse, a CDEP dirigiu-lhe uma Carta aberta na qual – procurando expressar as aspirações da esmagadora maioria da população ligada ao processo educativo (professores e restantes trabalhadores do ensino, alunos e encarregados de educação) – a confrontava com as duas alternativas possíveis: ou agia de acordo com a sua formação de professora e o seu papel de promotora da literacia, apoiando os docentes nas escolas, de forma a canalizar toda a sua energia para a reconstrução da Escola Pública; ou optava pela política da sua antecessora, continuando a destruir a Escola Pública. Esta interpelação contou, na altura, com o apoio expresso de quase 1600 docentes.
Constata-se, agora, que a ministra da Educação optou pela segunda alternativa, acabada de materializar através de um Acordo com a maioria das direcções dos sindicatos dos professores e educadores. A CDEP reafirma que o teor deste Acordo decorre de interesses incompatíveis com a natureza formativa e educativa da Escola Pública. De facto, colocar os professores a competir uns contra os outros – sabendo que “o bolo” do “excelente” e do “muito bom” só pode ser para alguns, deixando à maioria classificada com “bom” a possibilidade de atingir o topo da carreira só ao fim de 40 anos de docência – é um mau serviço prestado aos alunos, aos seus pais e ao nosso país. Por isso a CDEP solidariza-se com os esforços de todos aqueles que defendem e procuram agir para que as direcções sindicais retirem a sua assinatura deste Acordo, tal como foram levadas a fazer, em termos práticos, em relação ao “Memorando de Entendimento” de Abril de 2008.
Adoptado por unanimidade na reunião da CDEP de 12 de Janeiro de 2010, realizada em Algés
Janeiro 13, 2010 at 5:50 pm
http://fjsantos.wordpress.com/2010/01/12/dificuldades-de-compreensao/
Anda a dar que fazer o Paulo 🙂
Janeiro 13, 2010 at 6:13 pm
Quem me eslarece???
Please Paulo Guinote!!!
Em 28/09/2005 transitei ao 9º Escalão (índice 299).
Com o Dc.Lei Nº15/2007 fui colocada no 2º Escalão da carreira de professor titular.
O meu tempo de serviço para progressão na carreira, em 31 de Agosto de 2009, é de 22 anos e 269 dias (já descontando, como é óbvio o tempo de congelamento!).
A minha pergunta: quando transitarei ao índice 340?
Como é feito o meu reposicionamento de acordo com o «Acordo de Príncipios»?
Obrigado
Janeiro 13, 2010 at 6:14 pm
rogámos-lhe encarecidamente que não usasse nomes como os nossos…já não bastava andar sempre a fazer (re)flexões!enfim, um caso claramente perdido.
Janeiro 13, 2010 at 6:17 pm
Seria pedir muito não ter que substituir toda a comunidade educativa-pais inclusive-e mais alguns téncicos especializados (psicólogos, assistentes sociais, contabilistas, gestores recursos humanos, juristas, animadores culturais, bibliotecários, nutricionistas, enfermeiros, escriturários, informáticos, etc) e continuar a dar as minhas aulas o melhor possível, a formar pessoas social e culturalmente o melhor possível, a cumprir um programa educativo emanado pelo ME o melhor possível, sem correr o risco de me ver a braços com um processo disciplinar, um regular ou dois e despedimento? Seria possível? Já nem peço um Mto Bom ou Excelente, não sou uma pessoa competitiva…Seria pedir muito?
Janeiro 13, 2010 at 6:19 pm
Não é possível? Então fico de baixa.
Janeiro 13, 2010 at 6:22 pm
Na minha óptica, o essencial está na frase “pôr uns professores a competir com os outros…” dentro de uma escola, com o objectivo de atingir uma nota que facilite a progressão ( = money), vai tornar o ambiente insustentável e disso se ressentirão tb os alunos!
O modelo de avaliação, a continuar nestes moldes, irá rebentar com as escolas, como todos sabemos ou deveríamos saber ( pela pequena amostra deste ano).
É que agora todos vão querer o complex. ( gato escaldado…)
Janeiro 13, 2010 at 6:24 pm
#4
Não seria pedir muito não!!!Acredite que não.
Também é só isso que eu quero!!!
Gostei do seu texto «desabafo»
Será que é muito difícil para as pessoas entenderem o que escreveu???
Janeiro 13, 2010 at 6:25 pm
#1, estive a ler os exemplos. Existe o nome Arnesto? Não é Ernesto? 😉
Janeiro 13, 2010 at 6:34 pm
#8
Por onde anda esse sentido de humor?
O Arnesto é uma caricatura, tal como o Simplício. São irmãos e querem o mesmo. Assim como os dois irmãos da comédia de Óscar Wilde “A importância de se chamar Ernesto”, em que nenhum se chama Ernesto, mas em que um se faz passar por esse irmão imaginário.
Janeiro 13, 2010 at 6:48 pm
#2
É só fazer contas.
Pelos dados fornecidos (falta saber o resultado da avaliação, mas vou supor que teve pelo menos Bom) no dia de hoje está há 2 anos e 13 dias no escalão. Quer no actual ECD, quer no acordo, precisa de estar 6 anos nesse escalão. A conta é fácil de fazer.
Janeiro 13, 2010 at 7:17 pm
#10
obrigado
era o que eu previa
só mais uma coisa
de facto tive Bom mas com nota de oito…
Janeiro 13, 2010 at 7:48 pm
Não gosto do tom lamechas da carta!
Cara professora Isabel Alçada, Senhora Ministra da Educação, UM
A ideia que temos de si é, certamente (UMA CERTEZA BASEADA EM QUÊ?), comum à de milhares de professores e educadores: é a ideia de uma professora que – em conjunto com Ana Maria Magalhães – consagrou uma grande parte da sua vida profissional (e não só), de forma dedicada e persistente, à escrita de livros destinados aos seus alunos e aos dos outros colegas da profissão, com a preocupação de que essas crianças e jovens adquirissem o hábito e o gosto pela leitura e pela escrita (SHE WAS ONLY IN IT FOR THE MONEY!…).
Esta mesma preocupação é comum a milhares de colegas que, ao longo da sua vida profissional, no anonimato mas com empenho, têm posto em prática estratégias de ensino diversificadas e inovadoras, nomeadamente, a realização de projectos ambiciosos, sempre com o mesmo objectivo: promover o sucesso escolar e educativo dos seus alunos, elevar o grau de literacia do povo português (BUT WITH NO MONEY ON THEYR POCKETS!…).
Foi, aliás, este combate pela literacia que presidiu à defesa da criação de um Plano Nacional de Leitura (PNL), por muitos de nós, PNL que o governo de Sócrates acabou por adoptar e onde a professora Isabel Alçada assumiu, honrosamente, o lugar de Comissária (E QUE COMBATE, TEM SIDO UMA VERDADEIRA AVENTURA!…).
Cara professora Isabel Alçada, Senhora Ministra da Educação, DOIS
Com o seu saber de experiência feito (EXPERIÊNCIA? ONDE?), reconhecerá, como ninguém (FABULOSO), quão complexa e exigente é, hoje, a missão da Escola e o que a sociedade espera dela (QUANTOS ANOS DEU AULAS?).
Uma Escola onde se encontram as nossas crianças e adolescentes e que nela fazem convergir a diversidade e a heterogeneidade da realidade social em que vivemos (BLÁ, BLÁ, BLÁ…).
Ninguém vai poder exigir à Escola que altere as múltiplas diferenças sociais, nem o ritmo alucinante da vida das famílias, marcadas por fenómenos de migração, trabalho desregulamentado ou desemprego (BLÁ, BLÁ, BLÁ…).
Mas é no meio de todo este turbilhão social, a que se acrescentam as novas “tecnologias da informação” (JÁ ESTAVA A ESTRANHAR QUE NÃO FALASSEM DAS TIC) – proporcionando aos alunos o acesso ao conhecimento, sem espaço e sem tempo, onde o virtual e o real se confundem – que a Escola existe, a Escola onde se tem de ensinar e aprender, onde é imperioso investir na formação integral dos alunos, ajudando-os a crescer como seres livres e intervenientes, preparados para participar na construção de uma civilização comum, que deve ser preservada por todos (MAIS BLÁ, BLÁ, BLÁ…).
A professora Isabel Alçada sabe – como todos os que trabalham no ensino – o quanto se exige a cada professor para gerir turmas numerosas, onde são integrados, por vezes, alguns alunos com necessidades educativas permanentes, a chamada “educação especial”.(COMO ELA TRABALHOU SEMPRE NO ENSINO, SÓ PODE SABER!… COITADA, TEM SIDO UMA ESCRAVA!…)
Mais do que nunca, exige-se do corpo docente de cada escola – e dos restantes trabalhadores que nela estão colocados – a capacidade de criar ambientes de tranquilidade, propiciadores de aprendizagens e aquisição de métodos de trabalho, de formas democráticas de relacionamento com o mundo, assentes na liberdade e na formação de uma consciência crítica (AH POIS, ISSO É VERDADE!…).
Por isso, ganha toda a força o conteúdo da Lei de Bases do Sistema Educativo, defendendo a existência de professores reflexivos, capazes de partilhar as suas experiências e de organizar as melhores respostas a dar a cada aluno, em particular, por razões da sua especificidade, e a todos eles, em geral, por desejarem, naturalmente, ver satisfeitas as suas expectativas de aprendizagem (OUTRA VEZ, BLÁ, BLÁ, BLÁ!…).
A anterior Ministra da Educação marcou a sua prática governativa com uma actuação que foi o contrário deste paradigma de Escola Democrática (É VERDADE, ADMITO!…).
Dividiu os professores e educadores em categorias artificiais; impôs-lhes uma avaliação incoerente e injusta, assim como um horário de trabalho completamente desajustado da especificidade da função docente; estabeleceu um regime de aposentação insuportável; retirou, a dezenas de milhar de professores, o direito a uma carreira; atirou muitos deles para a sujeição ao regime de recibos verdes; deu mais um golpe do que resta nas escolas da democracia de Abril; desvalorizou os diplomas atribuidos aos jovens professores pelas suas instituições de formação, que os declararam habilitados para o ensino, e sujeitou-os a provas de ingresso na profissão (CONCORDO ABSOLUTAMENTE).
Cara professora Isabel Alçada, Senhora Ministra da Educação, TRÊS
O desafio que aceitou receber nas suas mãos é demasiado ambicioso (SERÁ?), face às exigências do desenvolvimento da Educação neste país (NOVAS OPORTUNIDADES, ETC.).
Responder a este desafio, de forma positiva, implica apoiar-se naqueles que – apesar de todas as dificuldades e vicissitudes – não regatearam esforços para responder aos seus alunos, e que, por eles e pela Escola pública, vieram quase todos (TODOS, PORRA!…) encher as ruas de Lisboa, pedindo: “Deixem-nos ser professores!”.
TANTA MANIPULAÇÃO DAS ZONAS ERÓGENAS PARA UM FRACO “INTERCOURSE”:
Apoiar-se neles é responder às direcções sindicais, em particular às da FENPROF e da FNE, que pedem a suspensão imediata do regime de avaliação do desempenho docente e a revogação do ECD, abolindo as falsas categorias em que foram divididos os professores.
Está nas suas mãos esta viragem positiva, uma viragem que é legítimo esperar-se de uma professora.
A CDEP, que tem como objectivo contribuir para que seja realizada a unidade entre todas as organizações que defendem a Escola Pública, laica e democrática – que forme primeiro o Homem e só depois o Trabalhador – apoiará todos os passos que forem dados neste sentido, continuando a defender as reivindicações que unem todos os docentes, nomeadamente:
– a colocação por concurso dos docentes e auxiliares da acção educativa necessários às escolas;
– o restabelecimento da carreira única e de uma avaliação formativa e sem quotas;
– a abolição da prova de ingresso na carreira;
– o respeito pelas especificidades das crianças com necessidades educativas especiais;
– o restabelecimento da gestão democrática das escolas;
– o restabelecimento do vínculo ao Estado para todos os trabalhadores das escolas e restantes serviços públicos.
A Comissão de Defesa da Escola Pública (CDEP) considera que, se a Senhora Ministra da Educação agir neste sentido, terá seguramente o apoio e o reconhecimento da esmagadora maioria dos docentes e de todos quantos ambicionam ver vingar em Portugal uma verdadeira Escola Pública, laica e democrática.
AND, IN THE END, THE LOVE YOU TAKE IS FAR LESS THAN THE LOVE YOU MAKE1…
Janeiro 13, 2010 at 9:18 pm
#2
Não faça as contas pelos anos de serviço.
Marque o ano em que mudou para o índice 299. Comece a contar desde aí, desconte o período de congelamento, quanto tiver seis anos de permanência, nos termos do actual acordo, adquire o direito à progressão…
Janeiro 13, 2010 at 9:23 pm
Eu acedi ao 9º escalão, índice 299 em Novembro de 2002; significa que em Nov de 2010 tenho 8 anos no índice; como 2 anos são de congelamento e não contam, perfaço 6 anos no índice 299 em nov de 2010.
Janeiro 13, 2010 at 9:23 pm
#13
Obrigada
È assim mesmo..tem razão
Janeiro 13, 2010 at 9:26 pm
#14
´Como são dois anos e 4 meses congelados só deverá passar em Março, não será assim?
Ou estou a ver mal?
Janeiro 13, 2010 at 9:30 pm
sim eu estava a referir-me a dois anos em termos latos, ainda há os meses… ficamos mesmo fresquinhos com tal congelamento!
O que me dói mesmo neste acordo, entre outras coisas convenhamos, é que não se tenha recuperado este tempo de congelamento.
Isto é constitucional?
Janeiro 13, 2010 at 9:36 pm
Este acordo parece-me equilibrado, tendo em conta o extremar de posições dos últimos anos. Nunca, nem nos meus sonhos mais optimistas pensei que saisse algo assim tão equilibrado.
Mas de imediato se levantam voses contra…fico sem perceber o que os professores querem…
Ficar como estavam? Mas alguém achava que estavam bem?
Janeiro 13, 2010 at 9:44 pm
Concordo consigo Vasco; também nunca achei que se fosse tão longe.
Quando digo que me dói o congelamento é pelo princípio de que se trabalhou, o tempo existiu, mas enfim…
Ao nível do ECD parece-me do melhor que se poderia esperar e sem paralelo na administração pública.
Ao nível da ADD tenho reservas. Para mim a avaliação da componente científico-pedagógica, componente essencial, nunca pode ser facultativa.
Janeiro 13, 2010 at 9:47 pm
#18
O Vasco não tem andado lá muito atento, pois não?
Já alguma vez foi ao mercado? Uma feirante quer vender-lhe uma camisola por 15 euros. Começa por lhe atribuir um valor de 35(apesar de só valer 10) e pedir 25, mas sabe que você vai ficar a bater palmas quando ela ceder até aos 15.
É assim a negociação entre o ME e Sindicatos.
Claro que tínhamos uma carreira de 32 anos. Espetaram-nos com uma de quarenta e duas divisões.
Retiram a divisão ao meio e criam duas nas pontas, não contam todo o tempo de serviço prestado, alargam-nos o horário de trabalho e retiram a gestão democrática das escolas.
A carreira continua a ter 40 anos. Realmente, queríamos o quê?
Quem não tem olhos bate palmas.
Janeiro 13, 2010 at 9:57 pm
Gundisalbus, eu conheço o nome Simplício mas nunca ouvi o nome Arnesto. 🙂
Juro!!
É importante alguém chamar-se Arnesto, mesmo que não exista. 🙂