Water Lilies (or Nympheas) is a series of approximately 250 oil paintings by French Impressionist Claude Monet (1840-1926). The paintings depict Monet’s flower garden at Giverny and were the main focus of Monet’s artistic production during the last thirty years of his life. Many of the works were painted while Monet suffered from cataracts.
« Cai neve um pouco por todo o país
10 de Janeiro de 2010, 11:48
A neve caía às 10:40 de hoje com intensidade nos distritos da Guarda e Viseu, disse à Agência Lusa fonte da Autoridade Nacional de Protecção Civil, acrescentando que nevava também no Porto e chegaram a cair alguns flocos em Abrantes.
Ao todo, sete distritos do norte do país registavam queda de neve na manhã de hoje, mas só em volta do maciço central da Serra da Estrela e em algumas estradas municipais do distrito de Viseu foi necessário cortar a circulação automóvel.
A neve caía no distrito de Viana do Castelo (Ponte da Barca e Ponte de Lima), em Braga (Braga, Fafe, Guimarães e Vizela), no Porto (Porto, Paredes, Maia, Amarante, Trofa, Lousada, Matosinhos e Felgueiras), no distrito de Vila Real (Mondim de Basto, Ribeira de Pena, Régua e Montalegre). (…) »
« A recessão agravou as condições de vida dos jovens
A geração que está agora com 16-25 anos estará perdida?
Geração perdida. A expressão, amarga, integral, acaba de ser usada no Reino Unido para encaixar quem tem agora entre 16 e 25 anos. Em Portugal há indicadores.
Com a recessão, por ser tão difícil encontrar emprego e segurá-lo, uma geração inteira está desesperançada. Se o país não responder, toda ela se perderá, avisam os autores desse estudo encomendado pela organização não governamental Prince”s Trust. Em Portugal, não há qualquer estudo equivalente a este financiado pelo príncipe Carlos – que auscultou 2088 britânicos. Mas há indicadores. A Eurostat acaba de actualizar o fulcral: em Novembro, o desemprego nos jovens até aos 25 anos estava nos 18,8 por cento, abaixo da média da União Europeia (21,4 por cento). Nos extremos, a Holanda (7,5) e a Espanha (43,8).
O fenómeno é bem conhecido, julga Virgínia Ferreira, da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (UC): “Ao lado, em Espanha, chamam-lhes os mileuristas. Aqui, ficamos pela metade, pelos 500 euros.” Falar em geração perdida, contudo, parece-lhe um exagero: “Isso é um rótulo, uma máxima usada para simplificar uma ideia complexa”.
Há cada vez menos jovens. Em 1999, segundo o Instituto Nacional de Estatística, eram 3,1 milhões – 48 por cento tinham entre 15 e 24 anos (1,5 milhões). Em 2008, eram menos 327 mil. E o grosso da contracção (295 mil) verificou-se naquela faixa etária. É a geração mais escolarizada de sempre. No ano lectivo 2007-2008, estavam inscritos no ensino superior 377 mil alunos – mais 20 por cento do que em 1995-1996. No final, as universidades mandaram para o mercado mais de 83 mil diplomados – mais 16 por cento do que no ano anterior. Apesar disto, “as gerações anteriores entraram mais facilmente no mercado de trabalho”, avalia Carlos Gonçalves, que tem estudado a empregabilidade dos universitários. Agora demora mais. E quem fura, amiúde, fá-lo através de contratos a termo certo ou de recibos verdes. O exemplo típico é o do licenciado no call center.
Havia, aponta Elísio Estanque, da Faculdade de Economia da UC, “uma empregabilidade relacionada com a aprendizagem”. Os alunos tentavam se-guir o gosto, a vocação. O ensino “democratizou-se, mercantilizou-se”. A garantia esfumou-se. A crise agudizou o fosso. Agora, “a grande preocupação é se o curso tem ou não saída. Per-versamente, têm mais dificuldades em obter melhores resultados”.
A difícil transição
Nem só os universitários vivem a calamidade. Os menos qualificados também – todos os dias, empresas a falir, fábricas a fechar portas. A transição do mundo juvenil para o mundo adulto alterou-se. Os jovens deixam-se estar em casa dos pais. Adiam compromissos – como comprar casa ou constituir família, precisa Virgínia Ferreira. Por toda a parte se vê desejar um trabalho precário. Não aquele em vez de outro: aquele porque não há outro. “À minha volta está tudo deprimido por não ter expectativas e por ter de conviver com um emprego insatisfatório”, desabafa Sara Gamito, do movimento Precários Inflexíveis. “Ficam com os pés e as mãos atados e vão perdendo o alento.”
“Apesar de não nos definirmos só pelo que fazemos, o trabalho desempenha um papel fundamental na construção do eu”, explica Sofia Marques da Silva, da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. “E o salário é um elemento essencial para aceder a bens e organizar a transição. Sem salário, há um recuo ligado até à dignidade.”
Recusa o epíteto “perdida”, mas está convencida de que “esta geração tem muita dificuldade em ter uma cultura de projecto – em imaginar o que vai fazer num tempo que ainda não existe”. Fixa no presente o sentido dos dias e isso parece-lhe “perigoso”: “Alguém que não imagina etapas na sua vida, às vezes, só quer usufruir rapidamente momentos, sensações”. Não fala em revolta, como se viu noutros países europeus. Fala de ingresso na criminalidade, por exemplo. Elísio Estanque observa alheamento e inquieta-se com a saúde da democracia. Não só por o sistema não funcionar sem uma base de participação eleitoral. Também por ser importante haver associações para o olear. E existir “pouca disponibilidade dos jovens para participar: condiciona-os o medo”.
Não se pode homogeneizar. Há focos de protesto, inclusive através de blogues e movimentos, como lembra Cristina Andrade, da Fartos d”Estes Recibos Verdes. Mas impera “uma docilidade que é assustadora”, torna Sofia Marques da Silva. “As empresas olham para estes jovens como dóceis. Aceitam tudo.” Ao fazer uma etnografia numa casa de juventude de Matosinhos, ouviu um dizer: “Comem a carne e deixam-nos os ossos”. O rapaz que pronunciou aquela frase não aceitava tudo. Tinha 20 anos e já fora cortador de carne, já fora estivador no Porto de Leixões e não aceitou um trabalho na construção – era mal pago, era nocturno e em tempo de chuva.
Há estratégias de valorização – de sobrevivência mental. Às vezes, basta-lhes uma centelha. Sofia Marques da Silva viu aquele rapaz explicar, por exemplo, como carregar contentores é exigente em termos físicos. Ou uma rapariga que trabalhava numa fábrica gabar-se de saber fazer de tudo: cortar, coser, limpar.
Factos e números sobre o problema maior de uma geração
– Entre 1999 e 2009 foram criados 273,3 mil postos de trabalho. Mas destruíram-se 221 mil empregos ocupados por jovens.
– Na mesma década, foram criados 117 mil postos de trabalho com contratos permanentes. Mas destruíram-se 175 mil empregos com contratos sem termo ocupados pelos jovens e 77 mil ocupados por empregados com idades entre os 25 e os 34 anos.
– De 1999 a 2009, foram criados 205 mil postos de trabalho com contratos a prazo. Mas destruíram-se nove mil postos de trabalho a prazo ocupados por jovens. Mais de metade dos postos de trabalho criados com contratos a prazo foram ocupados por pessoas com idades entre os 25 e os 34 anos.
– Nesses dez anos, destruíram-se 48 mil empregos com outro tipo de contratos (incluindo recibos verdes). Três em quatro desses postos de trabalho eram ocupados por jovens.
– Em 1999, cerca de 60 por cento dos jovens tinham um contrato permanente. Dez anos depois, esse grupo desceu para 46 por cento do total.
– Em 1999, cerca de 30 por cento dos jovens tinham um contrato a prazo. Dez anos depois, o seu número representava já 47 por cento do total.
– Em 1999, um em cada quatro desempregados era jovem. Em 2009, passou a ser um em cada seis.
– Em 1999, três em cada quatro desempregados jovens tinham o ensino básico. Dez anos depois, o seu número baixou para dois em cada quatro.
– Em 1999, os jovens desempregados licenciados representavam cinco por cento do desemprego juvenil. Dez anos depois, o seu peso era já de 12 por cento.
Pois Américo esta noticia merecia um post..esta é a geração à rasca…mas também pouco ou nada faz para não estar à rasca…se lhe cagarem em cima ainda agradecem…
Este é o furo que os espera….
Paul Krugman, January 9, 2010, 4:19 pm,
The New York Times:
“European decline — a further note
There’s been a big to-do in the econoblogsphere over an essay by James Manzi in National Affairs; unfortunately for Manzi, it hasn’t been the kind of debate you want. Manzi asserts that having a European-style social democracy is terrible for growth:
From 1980 through today, America’s share of global output has been constant at about 21%. Europe’s share, meanwhile, has been collapsing in the face of global competition — going from a little less than 40% of global production in the 1970s to about 25% today. Opting for social democracy instead of innovative capitalism, Europe has ceded this share to China (predominantly), India, and the rest of the developing world.
Manzi’s numbers were picked up widely, including by the Times’s own Ross Douthat.
But as Jonathan Chait quickly pointed out, Manzi’s definition of Europe included the Soviet bloc (!), so that he was attributing to social democracy an economic decline that was mainly about the collapse of communism. Chait also suggested that Manzi wasn’t comparing the same dates for America and Europe; and most importantly, Chait pointed out that to the extent there has been a growth divergence, it’s almost entirely because America has faster population growth; since 1980, real GDP per capita in Western Europe and the US have grown at almost the same rate.
But I went back to Manzi’s source of data, and it turns out that it’s even worse than that. If you use the broad definition of Europe, which includes the USSR, it did indeed have 40 percent of world output in the early 1970s. But that share has not fallen to 25 percent — it’s still above 30 percent.
The only thing I can think is that Manzi compared Europe including the eastern bloc in 1970 with Europe not including the east today.
It’s probably not a deliberate case of data falsification. Instead, like so many conservatives, Manzi just knew that Europe is an economic disaster, glanced at some numbers, thought he saw his assumptions confirmed, and never checked.
And that’s the real moral of the story: the image of Europe the economic failure is so ingrained on the right that it’s never questioned, even though the facts beg to differ.”
A neve que cai não branqueia o acordo. Pelo menos a caneta com ponto de espantação (é o máximo) e com todos os seus sobrenomes, ainda nos faz rir. A pata tb é engraçada q.b.
Quanto à luta, cá estaremos.
Bom domingo.
Janeiro 10, 2010 at 9:09 am
Tudo a dormir.
Bom dia!
Janeiro 10, 2010 at 9:10 am
Eu não!
Bom dia!
Janeiro 10, 2010 at 9:11 am
Tempestade na margem sul do Tejo.
Um bom dia para ficar na caminha a ler.
Janeiro 10, 2010 at 9:15 am
Bom dia!
Water Lilies (or Nympheas) is a series of approximately 250 oil paintings by French Impressionist Claude Monet (1840-1926). The paintings depict Monet’s flower garden at Giverny and were the main focus of Monet’s artistic production during the last thirty years of his life. Many of the works were painted while Monet suffered from cataracts.
Wikipedia
http://en.wikipedia.org/wiki/Water_Lilies
Janeiro 10, 2010 at 9:28 am
Bom dia!
Impressionado com tanto frio e chuva nos Algarves.
Janeiro 10, 2010 at 9:57 am
Bom Dia!
Gosto do azul.
No centro norte ainda não chove, mas parece que a chuva vem por aí acima. – Temperatura 3ºC, máxima prevista 4º.
Janeiro 10, 2010 at 10:14 am
Não chove ainda, mas já neva!
Janeiro 10, 2010 at 10:16 am
Antecipando o post que o Paulo vai colocar mais tarde, para não passar o dia todo a levar porrada:
http://www.publico.clix.pt/Educação/o-futuro-do-sistema-educativo-portugues-na-ressaca-do-conflito-com-os-professores_1417065
Janeiro 10, 2010 at 10:29 am
BOM DIA…
Podemos alargar os conhecimentos, nunca amputá-los
Koestler, Arthur
Janeiro 10, 2010 at 10:29 am
http://bulimunda.wordpress.com/2010/01/10/no-fundo-apenas-interessa-o-dinheiro-nothing-else-matters/
Janeiro 10, 2010 at 10:32 am
Bom dia com neve.
Janeiro 10, 2010 at 10:38 am
Temperaturas:
Lisboa: actual: 5º, máx: 13º, mín: 10º
Guarda: actual: -6º, máx: -1º, mín: -3º.
Janeiro 10, 2010 at 10:42 am
Na Guarda falharam as previsões:
Janeiro 10, 2010 at 10:43 am
Bom dia!
Janeiro 10, 2010 at 10:49 am
#13
O/a meteorologista garantiu que o intervalo era fechado à esquerda e à direita? 🙂 🙂 🙂
Janeiro 10, 2010 at 10:50 am
Aviso já q se a minha patinha não voltar, prego-vos c u tal feitiço q ainda volta a MLR mais o Valter e o outro!!!!!
Janeiro 10, 2010 at 10:51 am
e tb a margarida do esparguete!!!!
Janeiro 10, 2010 at 10:54 am
e socrates ganha,de novo, as eleições.
Janeiro 10, 2010 at 10:55 am
e a pata não aparece…
Janeiro 10, 2010 at 10:56 am
o feitiço não está a funcionar….
Janeiro 10, 2010 at 10:57 am
ai, ando a roubar o avatar ao Danetien…Desculpa!!!!!!!!
Janeiro 10, 2010 at 10:59 am
e agora?
Janeiro 10, 2010 at 10:59 am
Está a nevar em Braga….
Janeiro 10, 2010 at 11:00 am
oh não!!!
Janeiro 10, 2010 at 11:01 am
pronto, fico c esta madame, queria era a patinha…
Janeiro 10, 2010 at 11:02 am
pois aqui não neva, mas está vento, chuva, frio…
Janeiro 10, 2010 at 11:02 am
Caneta
Que se passa contigo, estás a sentir-te bem?
Janeiro 10, 2010 at 11:05 am
Não!!!!
tava a ver q ninguém me ligava…o meu avatar sumiu …e até já roubei um, será duplicidade de personalidade?
Janeiro 10, 2010 at 11:08 am
vejamos agora..
Janeiro 10, 2010 at 11:08 am
#28
Pelo que contei é tripla personalidade.
Quando dizes em #25 “pronto, fico c esta madame, queria era a patinha…” a madame é uma patinha!
🙂
Janeiro 10, 2010 at 11:09 am
http://bulimunda.wordpress.com/2010/01/10/num-dia-em-que-neva-em-braga-imaginem-se-fosse-assim-ca/
Janeiro 10, 2010 at 11:10 am
#15
Não dou garantias! 🙂
Janeiro 10, 2010 at 11:12 am
no meu pc não aparece nenhuma pata, mas sim u cantora de opera…
Janeiro 10, 2010 at 11:13 am
Com mil Projectos Curriculares de Turma!!!!q se passa?
Janeiro 10, 2010 at 11:15 am
#33
A tua cantora de ópera têm bico de pato amarelo?
Janeiro 10, 2010 at 11:16 am
olha…paciência!!!
aqui ta u cantora de opera, aí aparece u pata…domage!
Janeiro 10, 2010 at 11:16 am
#34
LOOOOOOLLLLLLLLLLLLLL
Janeiro 10, 2010 at 11:19 am
estão a nevar PCT´s, CT, OTL´s e toda a papelada que possam imaginar…
Janeiro 10, 2010 at 11:23 am
“estão”? eu disse “estão”?
upss
Janeiro 10, 2010 at 11:27 am
Bom dia!
Janeiro 10, 2010 at 11:37 am
http://bulimunda.wordpress.com/2010/01/10/cannes-2009-two-gold-lions-a-day-in-the-life-of-chennai-naaka-mukka-historia-da-ascensao-e-queda-de-jose-socrates/
Janeiro 10, 2010 at 11:37 am
Caneta, no meu computador continua a aparecer a Pata e só a Pata!
Janeiro 10, 2010 at 11:38 am
http://bulimunda.wordpress.com/2010/01/10/cartoons-sobre-as-ideias-de-eeducacao-socialistas/
Janeiro 10, 2010 at 11:38 am
http://bulimunda.wordpress.com/2010/01/10/oquestrada-oxala-te-veja/
Janeiro 10, 2010 at 11:54 am
De http://noticias.sapo.pt/info/artigo/1040024.html
« Cai neve um pouco por todo o país
10 de Janeiro de 2010, 11:48
A neve caía às 10:40 de hoje com intensidade nos distritos da Guarda e Viseu, disse à Agência Lusa fonte da Autoridade Nacional de Protecção Civil, acrescentando que nevava também no Porto e chegaram a cair alguns flocos em Abrantes.
Ao todo, sete distritos do norte do país registavam queda de neve na manhã de hoje, mas só em volta do maciço central da Serra da Estrela e em algumas estradas municipais do distrito de Viseu foi necessário cortar a circulação automóvel.
A neve caía no distrito de Viana do Castelo (Ponte da Barca e Ponte de Lima), em Braga (Braga, Fafe, Guimarães e Vizela), no Porto (Porto, Paredes, Maia, Amarante, Trofa, Lousada, Matosinhos e Felgueiras), no distrito de Vila Real (Mondim de Basto, Ribeira de Pena, Régua e Montalegre). (…) »
Janeiro 10, 2010 at 12:02 pm
Bom.
Está a nevar cá por Braga.
Janeiro 10, 2010 at 12:02 pm
Do DN de hoje:
– Há cada vez mais crianças a tomar calmantes.
– Medo de ficar sem telemóvel já é considerado doença.
– Explicar o casamento ‘gay’ às crianças.
– Estrangeiros esgotam hotéis em Fátima para ver o Papa.
http://dn.sapo.pt/Inicio/
Janeiro 10, 2010 at 12:12 pm
Do Público, de hoje:
« A recessão agravou as condições de vida dos jovens
A geração que está agora com 16-25 anos estará perdida?
Geração perdida. A expressão, amarga, integral, acaba de ser usada no Reino Unido para encaixar quem tem agora entre 16 e 25 anos. Em Portugal há indicadores.
Com a recessão, por ser tão difícil encontrar emprego e segurá-lo, uma geração inteira está desesperançada. Se o país não responder, toda ela se perderá, avisam os autores desse estudo encomendado pela organização não governamental Prince”s Trust. Em Portugal, não há qualquer estudo equivalente a este financiado pelo príncipe Carlos – que auscultou 2088 britânicos. Mas há indicadores. A Eurostat acaba de actualizar o fulcral: em Novembro, o desemprego nos jovens até aos 25 anos estava nos 18,8 por cento, abaixo da média da União Europeia (21,4 por cento). Nos extremos, a Holanda (7,5) e a Espanha (43,8).
O fenómeno é bem conhecido, julga Virgínia Ferreira, da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (UC): “Ao lado, em Espanha, chamam-lhes os mileuristas. Aqui, ficamos pela metade, pelos 500 euros.” Falar em geração perdida, contudo, parece-lhe um exagero: “Isso é um rótulo, uma máxima usada para simplificar uma ideia complexa”.
Há cada vez menos jovens. Em 1999, segundo o Instituto Nacional de Estatística, eram 3,1 milhões – 48 por cento tinham entre 15 e 24 anos (1,5 milhões). Em 2008, eram menos 327 mil. E o grosso da contracção (295 mil) verificou-se naquela faixa etária. É a geração mais escolarizada de sempre. No ano lectivo 2007-2008, estavam inscritos no ensino superior 377 mil alunos – mais 20 por cento do que em 1995-1996. No final, as universidades mandaram para o mercado mais de 83 mil diplomados – mais 16 por cento do que no ano anterior. Apesar disto, “as gerações anteriores entraram mais facilmente no mercado de trabalho”, avalia Carlos Gonçalves, que tem estudado a empregabilidade dos universitários. Agora demora mais. E quem fura, amiúde, fá-lo através de contratos a termo certo ou de recibos verdes. O exemplo típico é o do licenciado no call center.
Havia, aponta Elísio Estanque, da Faculdade de Economia da UC, “uma empregabilidade relacionada com a aprendizagem”. Os alunos tentavam se-guir o gosto, a vocação. O ensino “democratizou-se, mercantilizou-se”. A garantia esfumou-se. A crise agudizou o fosso. Agora, “a grande preocupação é se o curso tem ou não saída. Per-versamente, têm mais dificuldades em obter melhores resultados”.
A difícil transição
Nem só os universitários vivem a calamidade. Os menos qualificados também – todos os dias, empresas a falir, fábricas a fechar portas. A transição do mundo juvenil para o mundo adulto alterou-se. Os jovens deixam-se estar em casa dos pais. Adiam compromissos – como comprar casa ou constituir família, precisa Virgínia Ferreira. Por toda a parte se vê desejar um trabalho precário. Não aquele em vez de outro: aquele porque não há outro. “À minha volta está tudo deprimido por não ter expectativas e por ter de conviver com um emprego insatisfatório”, desabafa Sara Gamito, do movimento Precários Inflexíveis. “Ficam com os pés e as mãos atados e vão perdendo o alento.”
“Apesar de não nos definirmos só pelo que fazemos, o trabalho desempenha um papel fundamental na construção do eu”, explica Sofia Marques da Silva, da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. “E o salário é um elemento essencial para aceder a bens e organizar a transição. Sem salário, há um recuo ligado até à dignidade.”
Recusa o epíteto “perdida”, mas está convencida de que “esta geração tem muita dificuldade em ter uma cultura de projecto – em imaginar o que vai fazer num tempo que ainda não existe”. Fixa no presente o sentido dos dias e isso parece-lhe “perigoso”: “Alguém que não imagina etapas na sua vida, às vezes, só quer usufruir rapidamente momentos, sensações”. Não fala em revolta, como se viu noutros países europeus. Fala de ingresso na criminalidade, por exemplo. Elísio Estanque observa alheamento e inquieta-se com a saúde da democracia. Não só por o sistema não funcionar sem uma base de participação eleitoral. Também por ser importante haver associações para o olear. E existir “pouca disponibilidade dos jovens para participar: condiciona-os o medo”.
Não se pode homogeneizar. Há focos de protesto, inclusive através de blogues e movimentos, como lembra Cristina Andrade, da Fartos d”Estes Recibos Verdes. Mas impera “uma docilidade que é assustadora”, torna Sofia Marques da Silva. “As empresas olham para estes jovens como dóceis. Aceitam tudo.” Ao fazer uma etnografia numa casa de juventude de Matosinhos, ouviu um dizer: “Comem a carne e deixam-nos os ossos”. O rapaz que pronunciou aquela frase não aceitava tudo. Tinha 20 anos e já fora cortador de carne, já fora estivador no Porto de Leixões e não aceitou um trabalho na construção – era mal pago, era nocturno e em tempo de chuva.
Há estratégias de valorização – de sobrevivência mental. Às vezes, basta-lhes uma centelha. Sofia Marques da Silva viu aquele rapaz explicar, por exemplo, como carregar contentores é exigente em termos físicos. Ou uma rapariga que trabalhava numa fábrica gabar-se de saber fazer de tudo: cortar, coser, limpar.
Factos e números sobre o problema maior de uma geração
– Entre 1999 e 2009 foram criados 273,3 mil postos de trabalho. Mas destruíram-se 221 mil empregos ocupados por jovens.
– Na mesma década, foram criados 117 mil postos de trabalho com contratos permanentes. Mas destruíram-se 175 mil empregos com contratos sem termo ocupados pelos jovens e 77 mil ocupados por empregados com idades entre os 25 e os 34 anos.
– De 1999 a 2009, foram criados 205 mil postos de trabalho com contratos a prazo. Mas destruíram-se nove mil postos de trabalho a prazo ocupados por jovens. Mais de metade dos postos de trabalho criados com contratos a prazo foram ocupados por pessoas com idades entre os 25 e os 34 anos.
– Nesses dez anos, destruíram-se 48 mil empregos com outro tipo de contratos (incluindo recibos verdes). Três em quatro desses postos de trabalho eram ocupados por jovens.
– Em 1999, cerca de 60 por cento dos jovens tinham um contrato permanente. Dez anos depois, esse grupo desceu para 46 por cento do total.
– Em 1999, cerca de 30 por cento dos jovens tinham um contrato a prazo. Dez anos depois, o seu número representava já 47 por cento do total.
– Em 1999, um em cada quatro desempregados era jovem. Em 2009, passou a ser um em cada seis.
– Em 1999, três em cada quatro desempregados jovens tinham o ensino básico. Dez anos depois, o seu número baixou para dois em cada quatro.
– Em 1999, os jovens desempregados licenciados representavam cinco por cento do desemprego juvenil. Dez anos depois, o seu peso era já de 12 por cento.
– Em 1999, havia nove mil jovens licenciados inactivos (não eram empregados nem desempregados). Dez anos depois, passaram a ser 26 mil. Nesse período, subiu também o número de jovens inactivos com o ensino secundário (de 212 mil para 228 mil). »
http://www.publico.clix.pt/Sociedade/a-geracao-que-esta-agora-com-1625-anos-estara-perdida_1417062
Janeiro 10, 2010 at 12:18 pm
Pois Américo esta noticia merecia um post..esta é a geração à rasca…mas também pouco ou nada faz para não estar à rasca…se lhe cagarem em cima ainda agradecem…
Este é o furo que os espera….
Janeiro 10, 2010 at 12:19 pm
Digo futuro…
Janeiro 10, 2010 at 12:23 pm
Yes. Ja.
Geração perdida
Verlorene Generation
Lost Generation
“You are a lost generation … You have no respect for anything. You drink yourselves to death”
Gertrude Stein para Hemingway.
http://verlorenegeneration.de/
Janeiro 10, 2010 at 12:51 pm
Paul Krugman, January 9, 2010, 4:19 pm,
The New York Times:
“European decline — a further note
There’s been a big to-do in the econoblogsphere over an essay by James Manzi in National Affairs; unfortunately for Manzi, it hasn’t been the kind of debate you want. Manzi asserts that having a European-style social democracy is terrible for growth:
From 1980 through today, America’s share of global output has been constant at about 21%. Europe’s share, meanwhile, has been collapsing in the face of global competition — going from a little less than 40% of global production in the 1970s to about 25% today. Opting for social democracy instead of innovative capitalism, Europe has ceded this share to China (predominantly), India, and the rest of the developing world.
Manzi’s numbers were picked up widely, including by the Times’s own Ross Douthat.
But as Jonathan Chait quickly pointed out, Manzi’s definition of Europe included the Soviet bloc (!), so that he was attributing to social democracy an economic decline that was mainly about the collapse of communism. Chait also suggested that Manzi wasn’t comparing the same dates for America and Europe; and most importantly, Chait pointed out that to the extent there has been a growth divergence, it’s almost entirely because America has faster population growth; since 1980, real GDP per capita in Western Europe and the US have grown at almost the same rate.
But I went back to Manzi’s source of data, and it turns out that it’s even worse than that. If you use the broad definition of Europe, which includes the USSR, it did indeed have 40 percent of world output in the early 1970s. But that share has not fallen to 25 percent — it’s still above 30 percent.
The only thing I can think is that Manzi compared Europe including the eastern bloc in 1970 with Europe not including the east today.
It’s probably not a deliberate case of data falsification. Instead, like so many conservatives, Manzi just knew that Europe is an economic disaster, glanced at some numbers, thought he saw his assumptions confirmed, and never checked.
And that’s the real moral of the story: the image of Europe the economic failure is so ingrained on the right that it’s never questioned, even though the facts beg to differ.”
http://krugman.blogs.nytimes.com/
Janeiro 10, 2010 at 12:55 pm
Olá Umbiguistas, bom dia!
Bulimunda, também neva no berço 🙂
Janeiro 10, 2010 at 1:04 pm
Bom dia!
Oh Caneta, não me leves a Carlota Joaquina!…Que grande confusão…
A Bianca Castefiore também é fixe…
Janeiro 10, 2010 at 1:06 pm
#51-Também há a Geração Perdida do Huxley, salvo erro, Hantic Hay.
Janeiro 10, 2010 at 1:22 pm
A neve que cai não branqueia o acordo. Pelo menos a caneta com ponto de espantação (é o máximo) e com todos os seus sobrenomes, ainda nos faz rir. A pata tb é engraçada q.b.
Quanto à luta, cá estaremos.
Bom domingo.
Janeiro 10, 2010 at 1:31 pm
Boa tarde!
Gosto de ver todos os dias uma obra de arte. Faz-nos bem.
Janeiro 10, 2010 at 1:49 pm
Boa tarde!
Vamos aguentar-nos à tona da água, como os nenúfares?
Janeiro 10, 2010 at 3:25 pm
Boa tarde a todos!
Caneta, a tua maga patalógika???
Era tão fofinha… 🙂
Janeiro 10, 2010 at 4:41 pm
gosto do Monet,
faz-me bem quando estou em baixo, os livros da Taschen ajudam….
mas, ainda não fui aos jardins de Giverny…
e se no verão quando vem o papa, fizessemos uma viagem umbiguista a Giverny?
Janeiro 10, 2010 at 10:00 pm
boa Noite!
Desculpem madrugadores, mas eu gosto imenso deste quadro e não queria deixar de fazer esse registo.