De acordo com os dados do ME existem perto de 115.000 professores nos seus quadros. Parece-me um valor baixo, pois está longe dos quase 150.000 que se diz estarem em exercício. Isto significa que andarão pelo sistema de ensino cerca de 20% de docentes contratados ou mesmo mais.
No contexto dos quadros, nota-se uma divisão entre 73,6% de professores e 26,4% de titulares que, no caso destes, têm uma distribuição interessante, pois quase 50% correspondem a docentes no índice remuneratório 340 (antigo 10º escalão, actual 3º de titular), embora o total desses docentes represente menos de um terço dos que estariam em condições para serem titulares.
Eu sei que estas contas são feitas de modo muito grosseiro, mas uma primeira constatação contraria algumas ideias pré-concebidas na altura do concurso para titular. Supunha-se então que quem estava no 10º escalão, por não ter margem de progressão, nem poder ser muito penalizado, não teria grande estímulo para concorrer.
Ora o que se nota é que quase 90% dos docentes nesse escalão/índice transitaram para titulares. Mesmo descontando o peso das aposentações é um valor muito alto em relação aos escalões abaixo (menos de 45% para o índice 299, antigo 9º escalão e menos de 40% para o índice 245, antigo 8º escalão).
Todos estes docentes (cerca de 15000) encontram agora pela frente a possibilidade de ascenderem a um novo patamar: o índice 370 do actual 4º escalão de titular, futuro 10º escalão da carreira única.
Parecendo que não, é muita gente…
Dezembro 21, 2009 at 9:49 pm
Mas tb haverá quotas para esses 15 000.
Dezembro 21, 2009 at 9:51 pm
Ela hoje falou dos contratados:
A ministra da Educação, Isabel Alçada, afirmou esta tarde no Parlamento que poderá integrar no quadro professores contratados que correspondam a “necessidades continuadas do sistema”. “Estamos a encarar seriamente a possibilidade”, disse a ministra na sua estreia na Comissão de Educação da Assembleia da República, sem especificar quando adoptará a medida nem qual o número de docentes abrangido.
Dezembro 21, 2009 at 9:52 pm
Professores portugueses são os mais precários
17-Jun-2009
O primeiro estudo realizado pela OCDE sobre as condições de trabalho dos docentes indica que os professores portugueses são os mais precários: 32,4% não têm contratato permanente, o dobro da média dos 23 países analisados. O estudo revela também que 17,4% dos professores portugueses têm contratos inferiores a um ano. A Fenprof confirma que muitos docentes estão há mais de 15 anos em situação precária.
Portugal é o campeão da precariedade docente, mesmo atrás de países como a Eslováquia, Turquia, Estónia, Brasil, Malásia e Polónia, sendo o único com valores inferiores aos 70% de estabilidade contratual (67,6%), contrastando com a média dos restantes países, que é de 84,5%. A tabela comparativa encontra-se na página 42 do relatório da OCDE.
Confrontado pelo Diário Económico com estes números, o secretário de Estado da Educação Jorge Pedreira afirmou que se o estudo tivesse sido feito depois dos resultados do actual concurso de professores os indicadores seriam diferentes. “Como os concursos de professores são feitos de três em três anos, nos interregnos desses concursos só podemos contratar professores através de contratos a prazo” acrescentou Pedreira.
Uma tese contestada por Manuel Grilo. Em declarações ao Esquerda.net, o dirigente do SPGL sublinha que praticamente só conseguem colocação efectiva nos concursos nacionais os professores que já são efectivos noutras escolas. Como tal, a quase totalidade dos professores precários ou continua nessa situação (“há alguns há mais de 15 anos a saltar de escola em escola”) ou pura e simplesmente “vão para o desemprego”.
Além disso, as vagas de quadro abertas são sempre poucas, o que implica que imediatamente a seguir aos concursos, haja necessidade de recorrer à contratação precária. Manuel Grilo esclarece ainda que a única forma que o governo encontra para diminuir o número de professores precários é “através do aumento do desemprego docente”.
O dirigente sindical adianta também que existem áreas disciplinares onde a totalidade dos professores se encontra numa situação precária, nomeadamente nas áreas artísticas, ou de electricidade e mecânica. A Fenprof defende que ao fim de seis anos de contratos a termo os professores tenham direito ao vínculo permanente.
O estudo da OCDE indica também que Portugal é dos piores países em matéria de equipamentos e recursos humanos para apoio educativo nas escolas (página 43).
http://www.esquerda.net/index.php?option=com_content&task=view&id=12420&Itemid=1
Dezembro 21, 2009 at 9:54 pm
sem especificar quando adoptará a medida nem qual o número de docentes abrangido.
Gestão de expectativas, algo que MLR/Pedreira/Lemos foram exímios…
Dezembro 21, 2009 at 10:04 pm
Parece obvia a razão pela qual o ME quer impôr contingentes e demais coisas… Num sistema em que tanta gente chega aos 4 escalões de topo (25% – antigos titulares) e em que as novas entradas no quadro se prevêem escassas… qual seria a percentagem de “titulares” daqui a 10 anos sem contingentes? 50%? E daqui a 20 anos, 80%?
Sobre o estudo da OCDE:
O garantismo laboral escessivo, seja no mercado de trabalho público ou privado, só conduz a maior precariedade. É o mercado a preto e branco: ou se está no quadro ou se está na precariedade, ou pior, no desemprego. A geração que construiu este garantismo está confortavelmente instalada nele. Os outros que se amanhem.
Dezembro 21, 2009 at 10:04 pm
http://bulimunda.wordpress.com/2009/12/21/portishead-roads-to-a-empty-space/
Boa noite..hoje acabei uma reunião á luz de velas…20 minutos finais como no século XIX…a trovoada arrebentou com tudo…sai da escola eram 8 e 10….
Dezembro 21, 2009 at 10:04 pm
http://bulimunda.wordpress.com/2009/12/21/agir-eis-a-inteligencia-verdadeira/
Dezembro 21, 2009 at 10:05 pm
O número de titulares no índice 340 é bastante maior porque não havia quotas. Bastavam os tais 95 pontos.
As pessoas concorreram todas porque se falava na passagem à situação de disponível-excedentários(?)(é assim que se chama?) tal como aconteceu na restante função pública.
Lembro-me de se falar muito nisso e nos horários zero na minha escola
Dezembro 21, 2009 at 10:10 pm
E os que não estão nos titulares do 10º escalão devem ser (quase todos) os profs bacharéis.
Dezembro 21, 2009 at 10:11 pm
#1,
Onde leste isso?
Se não há contingentação para o acesso ao 10º escalão, onde é que…
Dezembro 21, 2009 at 10:13 pm
#5,
“O garantismo laboral escessivo”
Será assim nos dias de hoje?
Ou está a confundir-se o “remanso”(!) com o direito ao trabalho?
“A geração que construiu este garantismo está confortavelmente instalada nele. Os outros que se amanhem.”
Um ponto de vista brilhante dada a análise das condições laborais do séc XXI worldwide.
Dezembro 21, 2009 at 10:14 pm
Talvez pelo tamanho da pila ou da vagina… sei lá…eles são capazes de inventar tudo apara arranjar cotas
Dezembro 21, 2009 at 10:16 pm
# 5
É tontinho?
Dezembro 21, 2009 at 10:17 pm
Jorge Pires pronuncia-se sobre o processo negocial.
Dezembro 21, 2009 at 10:21 pm
“Peut-on encore avoir envie de travailler?”
http://tinyurl.com/yjj6frr
Dezembro 21, 2009 at 10:21 pm
Ai se o ME fosse uma empresa!
Que grande oportunidade!
Mandava-se para a reforma
Os ilustres titulares
Com cera de 1500 euros mensais
Poupava-se na despesa, rejuvenescia-se o quadro!!!!
Dezembro 21, 2009 at 10:23 pm
Paulo vê este filme..espantoso…devia passar nas escolas…
http://bulimunda.wordpress.com/2009/12/21/new-boy-short-film/
Dezembro 21, 2009 at 10:24 pm
Manyfaces vai-se esquecendo de que a produtividade aumenta, a acumulação de capitais idem, mas o poder de compra dos trabalhadores vai-se esvaindo ano após ano, inexoravemenete. Outro lapso sistemático nas análises de Manyfaces, compreensivel dentro do liberalismo, é a desadequação da produção às necessidades. Tanta pujança na produção automóvel para quê? Para quê tantos estímulos à fixação de empresas desses ramos e tanto desprezo pela agricultura e pescas?
Dezembro 21, 2009 at 10:26 pm
#5,
Isso agora já é exagerar demasiado na argumentação.
Dezembro 21, 2009 at 10:29 pm
#10, ai é? Não tinha percebido ainda isso…
Mas reformararm-se 5000 no ano passado e há mais prontos para sair ( é o que oiço lé pela escola).
Duvido que o pessoal aguente isto dp dos 60…
Dezembro 21, 2009 at 10:35 pm
Agora parece que há quem queira transformar os ex-titulares nos bodes espiatórios das asneiras que se fizeram.
Cá por mim, ando nisto há 30 anos e não vejo porque razão tenha que vir a pagar pela balbúrdia instaurada pela MLR.
Está visto que há quem esteja a fazer o frete ao governo, dividindo a classe.
Dezembro 21, 2009 at 10:35 pm
O Many ..Many …para ele tudo é preto ou branco…a bem dizer quem não é produtivo é encosto…velhos crianças deficientes…A QUESTÃO É ESTA…MANY SE QUISERES SER UM ROBOT ORIENTAL..TUDO BEM..SE QUISERES SER ALGO HUMANO…..Sê um ser humano…SIMPLES..OS SERES HUMANOS SÃO IMPERFEITOS…OS ROBOTS NÃO QUESTIONAM..OBEDECEM….BEM VOU MESMO QUE COMO NÃO SOU ROBOT TENHO DORMIR E DESCANSAR PARA VOLTAR AO O LOCAL DO CRIME AMANHÃ…
porra para as maiúsculas…já agora vê o vídeo do post acima …talvez te elucide….
o Many deve ter escrito este livro…
Dezembro 21, 2009 at 10:36 pm
“A flexigurança é apresentada como uma solução mágica, importada da Dinamarca, com uma ligação a uma certa social-democracia “nórdica”, que seria uma alternativa ao liberalismo puro e duro e que permitiria articular de forma virtuosa flexibilidade e segurança. Naturalmente que o novo modelo abre as portas a maior flexibilidade nas contratações e despedimentos, mas promete maior apoio social no desemprego.”
” Para justificar a introdução da flexigurança, entre nós, tem-se invocado a rigidez do mercado de trabalho e da legislação dos despedimentos.
Convém, contudo, ser mais rigoroso. A única área em que o despedimento é rodeado de maiores garantias do que em outros países europeus é a do despedimento individual com invocação de justa causa.”
“Os trabalhadores estão mais desprotegidos do que em muitos outros países europeus no que se refere aos despedimentos ditos por causas objectivas, como os justificados com a invocação de extinção dos postos de trabalho ou por despedimento colectivo e verificam-se muitos atropelos na forma como a legislação é aplicada pelas entidades patronais sem uma pronta intervenção da administração do trabalho, por falta de recursos humanos. ”
“Vivemos tempos de mudança em que as empresas e sobretudo os grupos de empresas têm uma grande plasticidade e recorrem à autonomização de algumas das suas actividades criando novas empresas e mudando as sedes dessas novas empresas para Espanha. Entre as causas dessas mudanças de sede estão razões fiscais, designadamente, o IVA mais elevado em Portugal e não a rigidez da legislação laboral.”
(http://www.micportugal.org/index.htm?no=2200458)
Bem sei que discutir estas coisas é assim como discutir na adolescência a existência de Deus.
Chamo a especial atenção para o seguinte:
“O que está em causa não são apenas direitos ou garantias dos trabalhadores, são questões de cidadania.”
E esta é a maior diferença entre os dois pontos de vista – uns falam de “garantismo laboral escessivo”. Eu vou pela “cidadania”.
Dezembro 21, 2009 at 10:36 pm
Fora do post:
Este fim de semana há um casamento gay no Lux.
Um dos noivos, o Ricardo, designer conhecido da praça, convidou cerca de 300 pessoas, entre elas o Sócrates.
Talvez eu lá vá, numa de “penetra”.
🙂 🙂
Dezembro 21, 2009 at 10:38 pm
(Muito) grosso modo: 25% a 32% dos professores são contratados; cerca de 25% encontram-se nos antigos 8º/9º*/10º; 50% a 45% encontram-se entre os antigos 1º e 7º escalão.
* uma % de professores do 9º escalão encontra-se no topo da carreira de bacharel.
Dezembro 21, 2009 at 10:39 pm
…e ali estou eu, no índice 299, na terra de ninguém, nos últimos anos. Pareço um doido no meio da ponte…!
Dezembro 21, 2009 at 10:41 pm
#16,
Estou no 35º ano de serviço. Faltam-me 15 anos para a reforma. Há 9 anos que não subo de escalão. Quem me dera ir para a reforma com 1500 euros líquidos. É que se fosse neste momento levava 4.5% vezes 11 anos. É so fazer as contas… Como ganho 2.000 euros líquidos e ainda tenho 2 filhas na universidade, em cursos de 6 anos, gostava de pertencer a uma empresa privada!
Dezembro 21, 2009 at 10:42 pm
Correcção – Faltam-me 11 anos para a reforma.
Dezembro 21, 2009 at 10:44 pm
#21,
MAs quais bodes espiatórios?
Analisar uma situação sem sequer a qualificar não me parece que contenha qualquer acusação.
Dezembro 21, 2009 at 10:44 pm
#27, Helena, já foste à CGA?
Conheço várias colegas que andam informadas sobre isso. Elas sabem exactamente qtos anos lhes faltam para não ficarem tão penalizadas.
Dezembro 21, 2009 at 10:44 pm
Professores dos 9º (21556) e 10º escalão (16774) vão-se aposenta(ndo). Muitos aguardam a possibilidade “material” para o fazer.
Nos últimos três anos reformaram-se cerca de 20000 professores, o que dá uma média de mais de 6000/ano.
Dezembro 21, 2009 at 10:45 pm
Ainda há dias fui almoçar com 3 colegas da antiga escola que se aposentaram. Ainda nenhuma tem 60 anos ( têm entre 55 e 59).
Mas já têm os filhos crescidos…
Dezembro 21, 2009 at 10:46 pm
# 27
Depende da idade que tem (…)
Pode pedir a pré reforma…
Dezembro 21, 2009 at 10:48 pm
Não sei como é pelos vossos lados mas aqui por Lx foi uma debandada como nunca se tinha visto.
Por isso, houve tantas vagas.
Mas é um assunto ao qual sou sensível pq vi sair pessoas que eram minhas referências na escola e que ainda tinham muito para dar!
Dezembro 21, 2009 at 10:49 pm
Este ano, na nova escola, nas reuniões de disciplina, as delegadas vão avisando: daqui a 2 anos vou embora.
Dezembro 21, 2009 at 10:52 pm
Opus 2:
Soe que um tal de Imperador da Prússia prometeu uma constituição ao povo. Mas não disse quando.
Aplauso.
Por causa disso, da mentira aplaudida, não há imperador, nem constituição, nem povo da Prússia.
Dezembro 21, 2009 at 10:53 pm
#27,
Pois.
Para mim também não era mal pensado.
Compensava bastante, digo já ao #16.
“Ai se o ME fosse uma empresa!
(…)
Poupava-se na despesa, rejuvenescia-se o quadro!!!!”
Uma empresa, “empresa”, não manda os colaboradores com mais experiência todos embora ao mesmo tempo.
Mais um comentário de alguém que devia estudar um pouco de economia, finanças e gestão de “colaboradores”/”recursos humanos”
Mas se calhar sou eu que não estou a ver a ironia.
Dezembro 21, 2009 at 10:54 pm
#25, pois é, pessoal que ficou bacharel por alínea, por razões mais do que válidas ( os colegas da pré e do 1º ciclo)face aos índices de vencimento auferidos pelos novos prof’s saídos das ESE’s, fizeram um “””complemento””” de formação, de 2 semestres, aos fins de semana, pago principescamente, e a partir de uma equiparação (admnistrativa, repito)a bacharel, obtiveram a licenciatura, estando, agora, já reformados a partir dos 52 anos de idade, com base no índice do escalão 10. Fizeram eles muito bem! Eu é que estou mal. Nada tem a ver com os colegas que agarraram a oportunidade, claro, mas sim com a azáfama e investimento de alguns sindicatos que estão enterrados nestas discrepâncias até ao pescoço e por motivos conhecidos.
Dezembro 21, 2009 at 10:55 pm
Então verifiquem o que se passa com os Docentes do Antigo 9º
escalão (com 22 anos de Serviço, com Bonificação de Mestrado), que antes
do Congelamento, prefaziam as condições para mudar de Escalão em 2010.
Com o Congelamento e sem VAGA para TITULAR passaram para 2013. Com a
nova Proposta do Ministério passam (regrediram) para o 6º Escalão, sem
Indice correpondente e com PROGRESSÃO PREVISTA PARA 2022 (aos 34 anos
de Serviço), sujeitos a 3 Ciclos de Avaliação, sem prespectivas de
subida na Carreira!
Estes professores vão ver os restantes do 8º Escalão antigo a
passar-lhes à frente, tal como aconteceu no último Concurso de
Titulares.
Imaginem que esse Professor nunca faltou, foi orientador de Estágio,
Investigador pela/com a Universidade (Fac. P.C. Educ.), Formador da
Formação Contínua e Cooredenador de Projectos internacionais.
Imaginem tudo isso e sintam com ele a “justiça” da situação.
Dezembro 21, 2009 at 10:57 pm
Talvez também convenha não ignorar que os sindicatos se preparam para nos vender a ideia (com a FNE à cabeça) que esticar a Carreira será um mal menor. Experimentem comer o engodo e “chutar” o topo para os trinta e quatro anos…
Por mim, estou com o dedo no gatilho: mais um ano que seja e dá-se o divórcio litigioso. Apesar de tudo, uma relação de trinta anos deixará certamente as suas marcas. É a vida…
Dezembro 21, 2009 at 10:59 pm
se…a M.E. falou na integração dos contratados é porque está a acordar…
acabe com tanto cargo remunerado…acabe com os chorudos subsdios aos directores.
numa escola é tudo professores.
lembrem-se dos alunos,deiam valor ao trabalho na sala,se querem sucesso e bons resultados.
Dezembro 21, 2009 at 11:03 pm
Se me faltam 11 anos para a reforma, tenho 54 anos. Pelo contrato que fiz com o ME, quando efectivei, reformava-me aos 36 anos de serviço. Na minha escola, reformaram-se os melhores professores, a maior parte com menos anos de serviço que eu, mas mais idade. Neste momento, ia penalizada em 45% do vencimento.
Quem me mandou ser bacharel aos 19 anos e licenciada aos 21 (com licenciatura de 5 anos mais tese)?
Dezembro 21, 2009 at 11:04 pm
Falemos desta realidade…
“De lés a lés, o professorado deste país, além de vergado, encolhido, choca no cérebro um silêncio conivente com as punhaladas traiçoeiras que nos têm sido desferidas, quer por aqueles que já nos tinham declarado guerra, quer por aqueles que, vestindo o nosso hábito, nos prometeram o diálogo e a paz, quer ainda por aqueles que ergueram a nossa bandeira para fazer da sua haste uma vara de assalto ao poder. Nada me admira, pois estamos no miserável mundo que salvou Barrabás: o primeiro tinha mais amigos no eleitorado e, ao que parece, Pilatos ainda hoje tem muito mais seguidores do que Cristo.
Na apelativa intimidade dos seus doutos gabinetes, os directores das escolas distribuem rebuçados e malaguetas, premeiam as línguas mais lambedoras e castigam as mais higiénicas. No recato das suas células, onde as cortinas velam a transparência natural das vidraças, com a ajuda de números e critérios exotéricos, de poder conferido e de poder inventado, os directores transformam seres críticos em criaturas acéfalas, profissionais conscientes em funcionários obedientes. Já ninguém estranha nada, já ninguém se questiona, já ninguém quer saber porquê, nem para quê, já ninguém se indigna, já ninguém se revolta! Mas toda a gente tem um pouco de paracetamol para andar de bem com a sua consciência. Com a consciência dopada deve ser muito mais fácil sobreviver: os heróis foram feitos para serem vítimas, mártires, bodes expiatórios daqueles que sabem levar a vida com jeito, ainda que tenham de trepar a sua própria língua e comprar espelhos hipócritas.
Eu gostaria muito de saber quantos são e quem são os resistentes, as vítimas deste monstro criado por Maria de Lurdes Rodrigues e Valter Lemos para “frankensteinizar” os professores portugueses. Gostaria de saber quem não foi avaliado por este aborto legal, científico e pedagógico. Gostaria de saber se o procedimento de todos os directores ― face à recusa da entrega da ficha de auto-submissão ― foi o mesmo. Gostaria que os meus companheiros de armas, sobretudo aqueles que têm blogues com mais seguidores, organizassem fóruns sobre esta matéria e fizessem, se possível, o levantamento de todos estes dados. Penso que isto deve ser cabalmente esclarecido.”
Luís Costa
Publicada por Luís Costa em 17:14
Etiquetas: avaliação de professores, educação, ensino, escola
Dezembro 21, 2009 at 11:07 pm
# 38 Atenção. Ao contrário dos outros ciclos de Ensino, no pré escolar e no 1º ciclo todos os professores tinham habilitação para a docência e a partir do ano lectivo de 1975/76 todos os Cursos foram de três anos e mais tarde de quatro.
Estas fornadas de professores pós 75/76 estão todas mais que lixadas. Nem redução da componente lectiva têm …
A situação que descreve foi muito muito excepcional.
Dezembro 21, 2009 at 11:08 pm
#41
Estou calado. Veêm, não digo nada.
Em tempo, %#$!@£§§&!
Dezembro 21, 2009 at 11:10 pm
# 42
É um escândalo. Uma vergonha.
Trinta e seis anos de serviço a trabalhar com jovens e acham pouco (…)
Dezembro 21, 2009 at 11:10 pm
Estão a ver?, até me saltou o chapéu…
Dezembro 21, 2009 at 11:15 pm
Opus 46:
Menos terá trabalhado o Pedroso e diz que é deputado… e um tal Marçal, que será juíz.
Dezembro 21, 2009 at 11:17 pm
Uma colega minha pediu a aposentação e foi-lhe concedida há um mês, praticamente sem penalização material. Tem menos tempo de serviço que eu tenho.
Esteve “parada” sem trabalhar no Ensino 10 anos.
Pela lei anterior, para ter a reforma completa, teria de trabalhar mais uns anos.
É mais que obsceno!
Dezembro 21, 2009 at 11:18 pm
#45,
Acontece, embora não devesse acontecer.
Dezembro 21, 2009 at 11:19 pm
Corrijo: Naturalmente a expressão “É mais que obsceno!” tem a ver com os palhaços que estamos a deixar que façam o que estão a fazer.
Dezembro 21, 2009 at 11:22 pm
#43
Excelente texto.
Os resistente são certamente poucos mas bons, causam arrepios a alguns saltadores à vara e a certos professores que há muito não sabem o que é ter uma turma difícil pela frente (embora em alguns casos, poucos, respeite o seu empenho e competência nas suas tarefas)
Dezembro 21, 2009 at 11:23 pm
Opus 0, salvo seja:
“Parecendo que não, é muita gente…”
E que interessa? Nem que fosse, como foi, do Marquês de Pombal à Praça do Dom José I.
Dezembro 21, 2009 at 11:37 pm
Surgirá outra oportunidade para a luta aquecer?
O sectarismo politico antes e depois das eleições dividiu os professores antes unidos. Afinal para que servem o partidos (partir). Nestes fóruns alguns não aparecem porque não é do seu partido ou porque é do outro. Enfim o MLR uniu nunca mais será a mesma coisa.
Fomos traídos? Para mim fomos.
Dezembro 21, 2009 at 11:40 pm
#54
Fomos, mas agora não me apetece falar de todos os sindicatos.
Dezembro 21, 2009 at 11:52 pm
Atenção à situação não privilegiada dos profs do 1º ceb! Tenho 52 anos grau de licenciatura ( 2 anos CESE), magistério de 3 anos e vou aos 65 anos para a reforma.Eu e todos os que acabámos o curso depois de 76.
Estou no 10º escalão e nunca fui titular.
Dezembro 21, 2009 at 11:54 pm
# 44, atenção, não ando aqui a contar armas e quanto à redução da componente lectiva, é melhor nem irmos por aí.
Nunca me conformei com o facto do desempenho/funções dos professores de outros ciclos de ensino, ser apenas contabilizado por toques de campainha, isto é, devemos ser a única fauna profissional que até um simples café toma fora do horário de trabalho. Ir à reprografia levar material para fotocopiar, voltar para o levantar, telefonar a encarregados de educação a horas desencontradas, marcar/acertar viagens de estudo, tudo numa correria infernal e….quando? Fora do horário de trabalho de acordo com o horário do professor. Nestes ciclos de ensino, nos intervalos entre as aulas e/ou funções, os professores não existem para o ministério.
Quantas horas demos à escola? Em nome da minha redução, que nunca pedi, sou Delegada de grupo e tenho horas para a frequência da Acção nos Novos Programas de Português, num total de seis tempos/45 minutos.
Repito, não procuro bodes expiatórios, o único bode expiatório aqui sou eu, ando (andamos) a pagar por decisões políticas retalhadas, fruto das apetências dos vários (des)governos.
Dezembro 22, 2009 at 12:38 am
#18
“Manyfaces vai-se esquecendo de que a produtividade aumenta”
Antes aumentasse… gostaria mesmo que fosse esse o caso, mas não é. O aumento previsto do nosso PIB é úma miséria.
Quanto ao investimento no sector primário… pois totalmente de acordo. A maneira com abandonámos a agricultura e pescas foi miserável. Mas para mim pode ser no sector Secundário , terciário, whatever… desde que se consiga aumentar o PIB, aumentar as exportações, para que este pesadelo do aumento da dívida não se transforme numa tragédia… Grega.
Dezembro 22, 2009 at 3:46 am
[…] De acordo com os dados do ME existem perto de 115.000 professores nos seus quadros. Parece-me um valor baixo, pois está longe dos quase 150.000 que se diz estarem em exercício. Isto significa que andarão pelo sistema de ensino cerca de 20% de docentes contratados ou mesmo mais. No contexto dos… Ler post completo… […]
Dezembro 22, 2009 at 8:58 am
Caríssímos
Longe vai a discussão sobre a existência de quotas.
Isto não tem nada qe saber. Não há dinheiro pãra tudo na vida e é necessário crar algum travão.
Sem quotas haveria uma montanha de Muito Bons e Excelentes, com acelerações na carreira e passagens mais rápidas em direcção ao topo. Mais dinheiro a sair de um orçamento deficitário.
Conclusão. Não há dinheiro para esse devaneio. Assim , as quotas colocam o comboio na velocidade certa. Com Bom todo o professor subirá no prazo normal e sem qualquer quota para o BOM.
Quotas e vagas permitirão uma gestão adequada da despesa com salários.
Podem não gostar mas não há volta a dar a isto. No money!
O resto é conversa de Pai Natal.
Dezembro 22, 2009 at 9:49 am
A Caixa Geral de Depósitos, a mando do governo, “injectou” milhares de milhões em bancos privados sob gestão de mérito e excelência. Fica por saber se todos avaliam da mesma maneira e quem pagará a factura. As empresas de rating já se deram conta da marosca e baixaram a posição da Caixa Geral de Depósito para o acesso ao crédito interbancário. Quem irá pagar os desmandos? Ora, os clientes que tenham hipotecas em nome da CGD, entre eles muitos professores. As quotas, quando nascem, não são para todos. Para grande aventurança dos balsemãos e dos belmiros.
A imposição das quotas constitui demonstração cabal da incapacidade do governo em implementar um sistema de avaliação digno. Torna-no supérfluo, porque tudo decorrerá como um simples jogo de roleta, que merece de Maria Campos o eufemismo de “gestão adequada”.
Tal qual a gestão dos bancos falidos.
Dezembro 22, 2009 at 9:57 am
#60,
O seu comentário contém um paradoxo.
Porque antes das quotas também não existiam acelerações.
Logo, porque não eliminar ambas?
Quanto a poupanças e recompensas pelo mérito, que tal pedir ao Constâncio que devolvesse tudo quanto ganhou na sua função de fiscalizador e regulador do sistema financeiro, em vez de o promoverem para o BCE?
Se há caso de público mau cumprimento de funções por um funcionário pago pelo Estado é o dele.
Dezembro 22, 2009 at 10:10 am
#60
Sem quotas haveria uma montanha de Muito Bons e Excelentes…
Tratar-se-á de uma revelação divina, de matéria de fé, de um axioma, de um postulado, ou uma conclusão passível de discussão?
Dezembro 22, 2009 at 10:37 am
Pois!
“No money” – não é de todo assim!
Não se quer é investir na Educação. Bem antes pelo contrário – quer-se “arrecadar”!
E é este o “incentivo” que nos dão…
Corta aqui, corta ali, destroi-se aqui, corrói-se ali, corrompe-se aqui, corrompe-se em todo o lado.
Dinheiro há, mas não é para a Educação.
Não dá dividendos capazes, pelos vistos.
…
Dezembro 22, 2009 at 12:08 pm
Sou eu que tenho andado distraído ou a questão da
“AVALIAÇÃO-RIGOROSA-E-FUNDAMENTAL-PARA-A-MELHORIA-DA-EDUCAÇÃO-NACIONAL-E-DESENVOLVIMENTO-DO-PAÍS”
transformou-se numa
“VAMOS-LÁ-METER-UMAS-QUOTAS-SEJA-DE-QUE-MANEIRA-FOR-PORQUE-O-QUE-É-PRECISO-É-CORTAR-NOS-SALÁRIOS-DOS-TIPOS-E-PONTO-FINAL-PARÁGRAFO”?
…
Assim sendo… bem, pelo menos já assumem a coisa.
Custou, mas assumiram.
Não me venham é com histórias de que as quotas “promovem o mérito” ou que “levam os docentes a quererem ir mais longe”.
– De conversa fiada estou eu farto!
Está mais que vista a estratégia:
– Mudança de imagem e abordagem;
– Manutenção da lógica economicista.
Eu perguntava apenas o seguinte aos “Marias Campos” – que por aqui tantas vezes defenderam a “super-avaliação de MLR e & Cª.Lda” – mas que agora também já assumem que o que sempre interessou foi cortar nos salários dos zecos:
– Se apenas por um “mero acaso” estas quotas vierem a provocar exactamente o oposto do que é apresentado, ou seja, ao invés de “levarem os docentes a quererem ir mais longe”, fizerem com que os docentes constatem que o seu esforço não é efectivamente recompensado…
… o Ensino nas Escolas Públicas irá melhorar?
…
É que já chegou a altura do governo fazer uma opção, sem mentiras, calúnias e deturpações:
– Ou efectivamente pretendem melhorar o Ensino Público;
– Ou apenas pretendem cortar nos salários dos professores, sem olhar a meios.
Eu cá sempre ouvi dizer que o desinvestimento nunca melhorou nada…
E para os que vêm logo com a ladainha do “se não há dinheiro, não outra forma: tem que cortar e mais nada”, experimentem perguntar a qualquer profissional o que achariam se vissem o seu patrão:
– Metido em diversos escândalos financeiros;
– A gerir a sua “empresa” de uma forma tão absurda que os prejuízos tornaram-se galopantes;
– A fazer questão de saldar todas as dívidas que contraiu das empresas dos seus AMIGOS, pagando algumas vezes até mais do que o acordado;
– Fazer isto tudo… e vir justificar o corte nos salários dos seus funcionários com a falta de dinheiro na “empresa”.
Perguntem a qualquer um.
Ou a vós mesmos, sem forem honestos e deixarem a “partidarite-aguda” de lado…
…
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Dezembro 22, 2009 at 1:14 pm
Bem feitas as contas: a maior parte está no 2º escalão, índice 188, mas em circustâncias muito diferentes!!…
Até no http://www.dgrhe.min-edu.pt/Portal/WebForms/Docentes/FAQ_R.aspx?cat=2&perg=763 DGRHE está um exemplo de um docente neste escalão…
Também é a minha situação: tenho 15 anos mais uns dias, descontando os do congelamento, de serviço. Devia ter transitado em 01-01-2009!!! Vou receber retroactivos só a partir 01-10-2009!! Vou comemorar a data de 1-1-2010, é um dia de festa, é o dia da família!!
Isto de progressão não tem nada de nada!!
Pelas minhas contas deveria ser posto no 4º escalão! Não transito desde 2002, vamos em 9 dias de 2010: 8 anos!…
Nestes 8 anos muito passei…
Haja saúde porque paciência está esgotada!
P.S. Desabafo: é minha “impressão” ou nas escolas existe um clima de “grande descontentamento”?? Na escola onde estava colocado cerca de um terço dos professores do quadro saíram para outros estabelecimentos ou abandonaram o ensino, e não conto com as aposentações…
É fenomenal!! Não acham??
Sérgio
Dezembro 22, 2009 at 1:20 pm
Se calhar vou abrir uma PME no ramo das “sucatas” e sair do ensino. Ou então dedicar-me a “tirar” um curso de “engenharia”…
Aja futuro!!
Já sei…
Vou para um CEF de “concorrente do Ídolos”
Peço desculpa se parece excessivo, mas sinto que os valores que interiorizei estão total e absolutamente invertidos!
Sérgio
Dezembro 22, 2009 at 1:48 pm
A Maria Campos deixou de falar de mérito e passou a falar da falência do Estado.
Muito bem. Anda melhor informada.
Dezembro 22, 2009 at 4:06 pm
reb, #68,
“A”??
😉
Dezembro 23, 2009 at 9:27 am
#68
Anda mais bem informada.