De acordo com os dados do ME existem perto de 115.000 professores nos seus quadros. Parece-me um valor baixo, pois está longe dos quase 150.000 que se diz estarem em exercício. Isto significa que andarão pelo sistema de ensino cerca de 20% de docentes contratados ou mesmo mais.

No contexto dos quadros, nota-se uma divisão entre 73,6% de professores e 26,4% de titulares que, no caso destes, têm uma distribuição interessante, pois quase 50% correspondem a docentes no índice remuneratório 340 (antigo 10º escalão, actual 3º de titular), embora o total desses docentes represente menos de um terço dos que estariam em condições para serem titulares.

Eu sei que estas contas são feitas de modo muito grosseiro, mas uma primeira constatação contraria algumas ideias pré-concebidas na altura do concurso para titular. Supunha-se então que quem estava no 10º escalão, por não ter margem de progressão, nem poder ser muito penalizado, não teria grande estímulo para concorrer.

Ora o que se nota é que quase 90% dos docentes nesse escalão/índice transitaram para titulares. Mesmo descontando o peso das aposentações é um valor muito alto em relação aos escalões abaixo (menos de 45% para o índice 299, antigo 9º escalão e menos de 40% para o índice 245, antigo 8º escalão).

Todos estes docentes (cerca de 15000) encontram agora pela frente a possibilidade de ascenderem a um novo patamar: o índice 370 do actual 4º escalão de titular, futuro 10º escalão da carreira única.

Parecendo que não, é muita gente…